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Capítulo 4

   Era manhã, nunca pensei que ouviria algo além do silêncio, mas os pássaros cantavam na árvore bem acima de mim. Levantei e juntei minhas coisas, Joel estava terminando de arrumar tudo e desfazer o acampamento.

— A Tess. — Ellie puxou assunto, Joel a repreendeu no mesmo segundo.

— Não tem que dizer nada.

— Ia dizer que vocês escolheram isso, não seja um babaca comigo. — Ela retrucou, puxei um sorriso no canto dos lábios.

— Vocês dois, temos que ir. — Apontei, Joel foi o primeiro a passar, Ellie e eu fomos logo atrás.

Seguimos em silêncio pelo resto do percurso, uns trinta minutos depois quando clima aliviou Ellie correu na nossa frente, Joel seguia encarando meus ferimentos enfaixados.

— Não precisa segurar a arma o tempo todo. — Sugeriu, preocupado com os cortes nas mãos.

— Tudo bem, não me incomoda. — Continuei andando e olhando para frente, ele torceu os lábios, assim que percebi baixei a arma e joguei para trás. — Esse seu amigo, Bill, mora sozinho?

— Ele vive com Frank em uma cidade abandonada.

— Tipo uma fortaleza? Deve ser fácil de invadir. — Sugeri, ele riu. — Eu disse algo engraçado?

— O Bill é o tipo de cara que você não quer como inimigo. — Jogou a resposta no ar, fiquei esperando por um explicação.

— Ellie, devagar! — Chamei a atenção da garota e então voltei ao mais velho.

— Ele é paranoico, precavido, desconfiado. — Defini-lo em três palavras já me deu uma ideia do porquê rir da minha afirmação.

— Ele era militar ou algo assim?

— Ele era problemático, do tipo que invadia fóruns do governo para provar teorias conspiratórias. — Joel dizia, fiquei boquiaberta tentando imaginar. — Qualquer desinformado que tentar entrar naquele lugar, morre.

— Como conseguiu convencer ele a confiar em você?

— Frank. Ele era o oposto de Bill, apesar de concodar com a precaução nos dias de hoje, foi bom ter nos conhecido naquela época. — Ele dizia, o olhar distante, provavelmente pensando no dia em que se conheceram.

— Ellie eu falei pra esperar! — Corri para alcançá-la, a garota estava de pé em frente uma loja de conveniência abandonada.

— Vamos parar, escondi coisas aí dentro. — Joel avisou e foi até a loja, Ellie o seguiu curiosa.

— Será que tem mais coisas? — Ela perguntou, os olhos bem abertos notando cada detalhe.

— Não. — Joel respondeu seco, Ellie foi até os fundo.

— Pode ter algo de ruim?

— Só você. — Outra vez, no mesmo tom direto, escondi um sorriso olhando as prateleiras com doces velhos e fora da validade.

— Haha muito engraçado. — Ela respondeu dos fundos, Joel começou a cavucar o chão.

— O que? Só pode estar brincando. — Peguei uma lata para ver a validade, Joel levantou curioso. — Pudim de chocolate, lembro que as cozinheiras me davam sempre um a mais.

— Deviam gostar de você.

— Ou tinham pena... — Disse à mim mesma alto o bastante para ele ouvir. — O gosto era maravilhoso naquela época, mas esse aqui ta fora da validade.

Joel notou minha mudança de assunto e apenas voltou a cavucar o chão, me aproximei notando sua dificuldade, abaixei e tentei ajudar a abrir.

— O que tem aí? Ouro? — Brinquei tentando aliviar o clima, Joel não mudou de expressão. — Aí, isso não tem que ser chato. Puta merda Joel.

Ele abriu o pequeno esconderijo no chão, dando visão de munição e algumas rações, guardamos tudo nas mochilas.

— Não era ouro. — Ele levantou e me ajudou, notamos que Ellie estava muito silenciosa.

— Garota! — Joel chamou, peguei minha arma, Ellie saiu da sala segurando uma caixa de absorventes internos.

— "Não tem nada" o cacete. — Ellie xingou e enfiou o pacote na mochila, sorri e deixei o mercado.

Os dois vieram logo atrás, Ellie correu para me alcançar.

— Por que tinham pena de você? — Ellie perguntou, a encarei confusa, é claro que ela ouviu.

— Minha família era complicada, não precisa saber dos detalhes.

— Eu poderia. Já que sou órfã e não sei como é ter pais. — Ela dizia, argumentos válidos.

— As vezes é melhor não ter.

— Você seria uma mãe irada. — Ela acrescentou, ouvir o apelido fez meu estômago revirar.

— Mãe? Não acha que eu poderia ser sua irmã? Tipo, mais velha e mais inteligente. — Retruquei, Ellie riu.

— Não, você tem idade pra ser minha mãe. — Ela me empurrou, franzi o cenho surpresa com tamanha ousadia.

— Se fosse sua mãe te daria uns tapas.

— Se eu fosse minha mãe, me daria uns tapas. — Ela repetiu e caiu na risada, neguei tentando segurar minha seriedade.

— Joel isso foi um sorriso? Eu vi um sorriso. — Ellie apontou para a sua cara, quando olhei para trás ele estava sério. — Eu juro que vi algo, bem aqui no cantinho.

— Não. — Ele resmungou feito um velho rabugento, neguei.

— Presta atenção, vai cair. — Apontei para um degrau de pedra no chão, Ellie pulou.

— Vocês dois são velhos chatos. — Ela corrigiu e voltou a caminhar. Joel com certeza era mais velho, mas uns bons anos não faziam das nossas experiências diferentes, crescemos no mesmo mundo buscando sobreviver a infecção.

*

— Cuidado onde pisam, estamos chegando. — Joel passou na nossa frente, o segui com cautela.

A cidade era protegida por grades de arame alto, provavelmente eletrificadas. Seguimos até o portão e Joel usou a senha, assim que se abriu notei como tudo parecia realmente abandonado, nem mesmo parecia que vivia alguém ali.

Joel nos levou até a casa na rua principal, onde supostamente deveriam estar Bill e Frank. Quando abriu a porta estava tudo quieto, olhei em volta, a poeira tomando conta.

— Eles foram embora? — Ellie olhou em volta, Joel negou.

— Fiquem aqui, vou dar uma olhada.

— Nossa, o que é isso? — A garota foi até o piano velho no meio da sala, deixei minha arma perto da mesa e a segui.

— É um piano.

— Como funciona? Sabe mexer nisso? — Ela dizia boquiaberta, quando apertou em uma tecla se surpreendeu com o som.

— Cada tecla dessa é uma nota musical, como por exemplo o Sol, e o Ré. — Apertei cada uma, Ellie sorriu.

— Sabe tocar?

— Não. Mas não deve ser difícil fazer alguma música. — Apertei algumas teclas fazendo sons nada rítmicos, Ellie cobriu os ouvidos.

— Acho que não é assim. — Resmungou, coloquei as mãos na cintura confusa.

— É, não mesmo. — Respondi com sinceridade, havia uma carta em cima do piano escrito "leia-me" a alcancei e fui até o outro cômodo.

— O que é? Posso ler? É do Bill? — Ellie me seguiu perguntando, engoli em seco, quando Joel chegou o entreguei.

— Eles não estão aqui. — Acrescentei, Joel me encarou compreensivo.

— O que foi? Eles morreram? — Ellie perguntou, notando nossa troca de olhares.

— É. Eles morreram. — Joel foi direto, ele pegou a chave dentro do envelope onde estava a carta e foi até a garagem. Havia um carro novinho, uma bateria, equipamentos.

— Ta brincando. — Segui Joel até uma sala na garagem cheia de armas e munição, os olhos de Ellie brilharam.

— Posso ter uma?

— Não. — Joel respondeu, Ellie praguejou.

— Qual é, tem uma parede cheia delas. — Apontou, peguei logo um rifle com mira e instalei um silenciador, Ellie quase babou me observando.

— E agora? Alguma ideia do que vamos fazer? — Perguntei perdurando a arma feito uma bolsa no meu ombro.

— Eu não sei vocês, mas vou tomar um banho. — Ellie levantou as mãos, olhei para Joel esperando uma resposta, ele concordou.

— Tem que trocar esses curativos. Vamos pegar o que conseguir, trocar de roupa, comer e então pensamos em algo. — Ele sugeriu, Ellie voltou para a casa.

— Precisa de ajuda? — Me aproximei, ele negou no mesmo segundo.

— O meu irmão Tommy era vaga-lume, ele deve saber onde fica esse lugar. Também podemos nos separar aqui, você leva a garota e eu vou atrás dele.

— E você fica com o carro, eu imagino. — Apontei, ele desviou o olhar. — Vamos atrás do seu irmão, assim você consegue o que quer, e depois não precisa mais nos ajudar.

Ele concordou com a proposta, voltei para a casa buscando por suprimentos, Bill tinha um belo estoque de bebidas, cada segundo naquela casa me trazia uma sensação nostálgica apesar de morar bem longe. Quando entrei em um dos quartos me sentei na cama macia, minhas costas implorava há dias por uma noite de sono confortável. Fui até o quarda roupa, bem no fundo havia um caixa com roupas femininas.

— Ellie! Tem roupas aqui! — Avisei, com a demora para responder, peguei algumas e levei até o banheiro, dei duas batidas sinalizando.

— Valeu. — Ellie as recebeu e fechou a porta, avistei Joel no fim do corredor.

— Tem outro banheiro no quarto. — Apontou, peguei minhas coisas e segui até o outro banheiro.

Tirei a roupa suja que já parecia fazer parte de mim, depois os curativos, o sangue já estava seco. Fui para baixo do chuveiro e o liguei, a água quente caiu direto nas minhas costas, peguei um sabonete e esfreguei bem na minha pele tirando quaisquer resquícios de sujeira. A água escorreu marrom direto para o fundo da banheira, usei o shamphoo e o condicionador, fazia bons anos que não sentia meu cabelo tão limpo.

Assim que saí do banho me olhei no espelho, haviam alguns hematomas da luta com o infectado junto de cicatrizes feitas em todos esses anos. Cicatrizes nas quais já havia me acostumado, marcas que carregavam lembranças dolorosas. Desci as escadas segurando uma toalha, usando para secar meu cabelo. Ellie levantou-se da cadeira perto da mesa da sala de jantar, surpresa com meu estado.

— Ual, parece uma pessoa normal agora. — Disse me encarando.

— Cala a boca.

— É sério, olha só pra vocês dois, estão decentes de novo. — Apontou, Joel estava logo atrás de mim, o cabelo penteado para trás exalando perfume.

— Nada mal. — Acrescentei, ele me jogou um desodorante, usei e joguei para Ellie. — Eu to morrendo de fome.

— Viram o tamanho do relógio que tem aqui? — Ellie foi até a sala, Joel colocou uma lata em cima da mesa, quando me virei avistei o mesmo pudem enlatado que encontramos na loja de conveniência.

— O que? — Fui até a mesa, para a minha sorte estava na validade.

— Ele tem um estoque deles, coloquei alguns no carro. — Puxei meu canivete e abri a tampa, o cheiro nostalgico veio direto até o meu nariz.

— Só pode estar brincando. — Fui até a pia e busquei uma colher, podia jurar que vi Joel esticar os lábios formando um sorriso singelo.

— Isso é pudim de chocolate? — Ellie nos viu, ofereci, a garota deu uma colherada. — Nossa. É muito bom.

— É bom pra cacete. — Comi outra colherada e sorri, Ellie se sentia confortável com o linguajar.

— Ei, não vamos ficar muito tempo. — Joel avisou, Ellie fez sinal de joinha.

— Ta bem velho rabugento, o seu amigo tinha uma playlist legal lá atrás, quer ver o que ele tem aqui. — Me aproximei do rádio na cozinha, Ellie riu e Joel pareceu detestar a ideia.

De repente o rádio começou a tocar ao som de Marvin Gaye e Tammi Terrell, sua música mais famosa lançada no auge de 1967.

— Eu amo essa música, colocava todas as manhãs pra tocar na lanchonete em que minha mãe trabalhava. — Comecei a mover meu corpo no ritmo de Ain't No Mountain High Enough.

— O que você ta fazendo? — Ellie riu e levantou-se confusa, a empurrei com meu quadril.

— O que? Não aprendeu a dançar?

— Eu não sei. — Ela respondeu sem graça, puxei seus braços e comecei a movimentar de um lado para o outro fazendo-a rir.

— Isso aí! — Comecei a rir, Ellie tinha um péssimo ritmo. — 'Cause baby, there ain't no mountain high enough. Ain't no valley low enough...

Joel se encostou na batente da porta apenas nos vigiando seriamente, notei mas insisti na dança fazendo Ellie se empolgar cada vez mais. Tentei me aproximar, o mais velho permaneceu na mesma pose com os braços cruzados.

— Anda Joel, eu sei que é velho o suficiente pra conhecer esta. — Puxei seu braço, ele seguiu firme sem mover um músculo, levantei o seu braço de girei em volta.

Ellie riu e apontou para o mais velho, ele foi até o rádio e o desligou.

— Espera! O que você ta fazendo? — Ellie reclamou, parei de dançar frustrada com a reação.

— Vamos embora. — Ele disse antes de sair pela porta, olhei para Ellie expressando "fizemos algo de errado?" E a garota deu de ombros.

Peguei minhas coisas e saí, Ellie veio logo atrás e entrou no carro. Ajudei Joel a colocar o resto das coisas na parte de trás, colchões de ar, roupas, suprimentos...

— Joel.

— Não vamos conversar. — Ele foi direto, joguei uma bolsa direto na parte de trás. — Escuta, não temos que nos envolver, vocês são minha carga e só.

Sua carga? Mas que merda você ta falando?

— Estou falando da missão que a Marlene me deu, e isso. — Ele apontou para nós dois. — Isso não vai acontecer, não vamos nos conhecer, não vamos compartilhar nossas histórias.

— Eu sinto muito que tenha perdido todo mundo que ama, mas não tem que agir como babaca e descontar em nós por isso. — Apontei, ele engoliu em seco.

Entrei no carro e bati a porta, Joel entrou logo depois e fez o mesmo irritado, Ellie notou nossa reação e se encostou no lugar entediada. 

— O cinto. — O mais velho pediu, o encarei surpresa com a preocupação apesar das encaradas e brigas.

 Deixamos a cidade abandonada em silêncio, Ellie estava buscando algo em baixo dos bancos, de repente a garota puxou uma fita do The Animals e se inclinou para frente dos bancos.

— Conhece esse? — Me mostrou, era um fita da música House of the Rising Sun, Ellie se inclinou para colocar no rádio.

— Ellie. — Joel protestou, a garota insistiu.

— Nossa essa é antiga.

— É. Deixa, essa é boa. — Ele pediu, olhei para frente apenas apreciando o ritmo.

Havia um trecho no qual me identificava, apesar de nunca ser fã de música antiga, o meu pai colocava em uma estação de rádio velha toda manhã antes de sair pro trabalho.

Oh, mother, tell your children,

Todas as manhãs, sentava na mesa e colocava whisky no café. O rosto sério e expressivo, os ombros caídos de cansaço, apenas esperando a filha servi-lo feito uma garçonete.

Not to do what I have done;

Não. Eu não desejaria uma vida como a minha, servindo, agradando como uma fonte de entretenimento. Como rádio, como na música.

Spend your lives in sin and misery,

Desperdiçando a vida com pecados e miséria, não por escolha, mas por obrigação. Eu estava presa com ele, naquela casa infernal.

In the House of the Rising Sun.

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