
ㅤㅤ ∫ 𝐜𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐟𝐨𝐫𝐭𝐲-𝐟𝐢𝐯𝐞 ১
‧₊˚🎸୧⋆. ❛ despedida para Emily. ❜
¡good reading!
Manhã de sexta feira. O dia estava levemente - para Julie e os corpóreos - mais frio, o que era resultado da fraca chuva que caiu durante a noite. A banda toda estava animados com o show, ao mesmo tempo que se perguntavam o que aconteceria depois dele.
O quarteto de fantasmas não conseguia esquecer o que acontecerá com Willie no dia anterior. Alex, o mais afetado, ainda estava um pouco desanimado e chorava silenciosamente quando estava apenas na companhia de Lizzie.
Eles estavam no estúdio, após acordarem mais cedo que o normal. Esperariam Julie acordar, ir e voltar da escola, para depois ensaiarem para o show do dia seguinte, o qual estavam um tanto quanto ansiosos.
Lizzie estava novamente com seu caderno de composições aberto no piano, escrevendo concentrada nele, enquanto os seus companheiros estavam em sua frente. Luke e Reggie jogavam, tediosamente, os dardos na parede, e Alex ainda permanecia deitado.
一 Oi... - os quatro se viraram para o meio do estúdio, onde uma figura conhecida apareceu ali.
一 Rose! - Lizzie diz surpresa, se levantando e indo rapidamente até a mulher. Os garotos também se aproximaram. 一 O que... você... - a garota gesticulou, apontando o corpo da mulher não conseguindo exatamente dizer alguma coisa.
Rose estava com as pernas e até a metade da cintura brilhando, além de estarem tão transparentes que eles poderiam ver facilmente o outro lado do estúdio através da mulher. Sabiam o que significava aquilo, havia acontecido com Willie.
一 Creio que saibam o que está acontecendo comigo... - Rose sorriu serena, parecia tranquila com a situação. 一 O tempo varia de acordo com a pessoa, por isso ainda estou aqui. - explicou. 一 Mas... voltei apenas para lhe pedirem um último favor.
一 Claro, qualquer coisa! - Luke diz, se aproximando ao lado da irmã.
一 Entreguem isso a Julie. - Rose colocou um papel dobrado nas mãos de Lizzie. 一 Na hora certa, quando sentir que ela precisa. - sorriu explicando. 一 Não digam nada... não será preciso.
一 E o que acontece com você agora? - Alex perguntou a mulher. 一 Quer dizer... eu sei o que acontece, mas... você simplesmente vai?
一 Não vai tentar aparecer para eles? - Lizzie perguntou com cuidado, sabendo que Rose entenderia que ela falava de sua família. 一 Sabe... uma última vez.
一 Acho... que nem eu e nem eles estaríamos prontos para isso. - Rose sorriu triste, algumas lágrimas em seus olhos. 一 O tempo que tenho não seria suficiente para tanto o que temos para conversar. E por outra, acho que eles não saberiam aceitar me ver partir outra vez, quando estão sabendo superar tão bem a primeira vez.
E isso era verdade. Durante o tempo que estiveram ali, Lizzie e os garotos andaram observando a família Molina. As noites de filmes, as brigas casuais dos irmãos, Julie ajudando o pai com suas chaves, e Victória sempre presente em suas vidas. Mesmo a perda ainda o afetando, eles aprenderam a lidar com a dor, sabendo e aceitando que ela nunca os deixariam por completo.
一 Vou ficar bem, queridos. - Rose diz, em um tom calmo e carinhoso, depois do tempo em silêncio. 一 E vocês também vão, não se preocupem! - sorriu.
一 Obrigada, outra vez, Rose. - Lizzie sorriu, também emocionada. Em um aceno leve e um sorriso tranquilizador, Rose se despediu e saiu da garagem.
(...)
Lizzie suspirou, apoiada na parede em que estava, observando o cômodo em sua frente. Tudo do jeito que lembrava, só que um pouquinho mais organizado. Os pôsteres ainda estavam na parede, assim como sua foto com Luke na cabeceira, a cama arrumada e seus discos alinhados em cima da mesa.
Seu quarto não havia sido alterado, assim como do seu irmão também não. Obviamente, agora as camas estavam arrumadas e não haviam a bagunça habitual pelo chão, mas ainda assim cada coisa estava em seu lugar.
Com algumas lágrimas nos olhos, se segurando para não soltá-las, Lizzie caminhou para fora do quarto e foi até a sala da casa. Mitch estava em frente a televisão, acompanhando o noticiário, enquanto Emily preparava o almoço. Lizzie sorriu diante da cena, enquanto se sentava na mesa de jantar.
一 Quais as chances de termos pensado a mesma coisa? - Luke perguntou, após aparecer ao lado da irmã. Lizzie sorriu curto, sem parar de olhar os pais.
一 Gêmeos pensam as mesmas coisas, se esqueceu? - disse, ouvindo a risada abafada do irmão. 一 Queria ver eles... uma última vez. - suspirou. 一 Até estava pensando na possiblidade de tentar fazer eles nos verem, mas depois pensei no que Rose disse...
一 Eles não suportariam perder a gente outra vez. - os dois disseram juntos. Lizzie suspirou, olhando para baixo e deixando uma lágrima cair.
一 Eles aprenderam a conviver com a dor, porque sabe que ela nunca vai deixar de existir. - ela disse, sorrindo de lado e observando a mãe outra vez.
Em silêncio, os dois se levantaram, outra vez, parecendo pensar nas mesmas coisas. Lizzie foi até seu pai e se sentou ao seu lado, deitando a cabeça no ombro do homem. O mais velho sorriu, fechando os olhos e tombando a cabeça para o lado, como se colocasse a sua sobre a da garota.
Enquanto isso, Luke estava na cozinha, acompanhando os passos de Emily e a encarando cozinhar. A mulher cantarolava uma canção e o garoto sorriu, passando a cantarolar também. A mais velha sorriu, voltando a atenção para suas panelas.
Os dois haviam sentido os filhos ali, como sentiram das outras vezes que os gêmeos que estiveram na casa. Luke e Lizzie se olharam, sabendo que estava na hora deles irem. Ambos trocaram de lugar por mais alguns minutos, antes de se encontrarem outra vez na mesa de jantar.
一 Eles vão ficar bem. - Lizzie diz, sorrindo e afirmando. 一 Assim como nós também vamos. - completou e o seu irmão sorriu, antes de segurar sua mão.
Os gêmeos sorriram a última vez para os pais, antes de deixarem a casa. Mas, mesmo longe, Lizzie sabia que algo lá dentro iria garantir que seus pais tivessem certeza de sua presença ali. E isso se concretizou, quando Emily entrou no quarto da sua filha.
A mulher simplesmente quis ir até lá aquela tarde. Sentia que precisava, pois sentia Lizzie ainda por perto - e, de certa forma, o coração daquela mãe não estava errado -. Ela entrou, olhou para cada canto do cômodo, e depois se sentou na ponta da cama bem arrumada.
Emily suspirou, passando as mãos pelas pernas e ainda olhando ao redor. Lembranças vieram a sua memória, a fazendo sorrir emocionada. Como se seus olhos soubessem a direção para qual seguir, eles pararam sobre o porta retrato em cima da mesa da garota, fazendo a mulher franzir o cenho.
Havia entrado naquele quarto milhares de vezes nesses vinte e cinco anos, o limpou em todas elas. Havia perdido a conta de quantas vezes limpou aquela mesa, colocando os itens nos lugares exatos em que estavam, mas não se lembrava de nenhum envelope parado ao lado da fotografia.
Emily levantou, caminhando até o local e sentando na cadeira, olhando outra vez para a foto. Lizzie, Luke e sua banda abraçados e rindo para a fotografia, que fora tirada no antepenúltimo aniversário dos gêmeos. A mulher desviou o olhar para o papel em baixo do quadro, logo o pegando em suas mãos.
"Para Emily." - leu a escrita, sentindo seu peito estremecer, quando reconheceu a caligrafia bem alinhada da filha.
Emily, tremendo um pouco - e ainda desacreditada por ter ignorado aquele detalhe por tanto tempo -, abriu o envelope e retirou o papel que estava dentro do mesmo, o desdobrando e lendo no instante seguinte. Não pode conter as lágrimas que chegaram em seus olhos, e levou a mão trêmula até a boca.
❛ Mamãe,
ㅤㅤㅤㅤNão sei quando exatamente está lendo isso, mas queria dizer para não ficar triste ou se sentir culpada por termos ido embora - o que aposto, por te conhecer muito bem, que você está sentindo -. A culpa não foi, e nunca será, sua. O que tenha acontecido, onde quer que eu ou Luke estejamos agora, saiba que estamos bem.
ㅤㅤㅤㅤEstamos juntos, com nossa banda, e felizes. Como havia dito, faremos um show no Orpheum essa noite, realizaremos nosso sonho, depois de tanto tempo lutando por ele. Era isso que sempre queríamos, e vinhamos batalhando para conseguir.
ㅤㅤㅤㅤTalvez já estejamos famosos quando estiver lendo isso, ou tenhamos voltado para casa arrependidos, eu não sei! Mas, saiba que de qualquer forma estamos fazendo o que sonhamos em fazer. Estamos bem, sério!
ㅤㅤㅤㅤAh, mamãe, tem tanta coisa que eu gostaria de te falar... tantas palavras que não disse, e me desculpar pelas que arrependo de ter tido em nossas brigas. Gostaria de te dizer o quanto te amo, amo seus carinhos, até mesmo de como briga comigo.
ㅤㅤㅤㅤEu sinto sua falta... queria estar aí, mas não posso. Espero que entenda. Luke está bem também, e é quem mais sente sua falta. (É orgulhoso, mas sabe que sente e se arrepende de suas brigas.) Eu vou ficar aqui com ele, até conseguirmos um pouco mais de reconhecimento, e voltaremos em breve para casa. Prometo que vamos voltar.
ㅤㅤㅤㅤTenho que ir agora, mamãe. Mas, saiba que sempre vou te amar. Eu volto em breve... eu prometo levar Luke comigo. Ou talvez, voltemos depois de algum tempo, apenas para dizer que conseguimos e lhe deixar orgulhosa, mas vamos voltar. E, quando fizermos, vamos todos viajar para algum lugar bonito, com a ajuda do dinheiro que iremos conseguir nos shows.
ㅤㅤㅤㅤEu te amo, mamãe, e quero que fique bem. Não chore! Não gosto de te ver chorando... Prometa que irá cuidar de si mesma e do papai. Luke mandou um abraço (ou talvez, pelas circunstâncias, eu tenha o obrigado a isso).
ㅤㅤㅤㅤSe for chorar, chore por se lembrar da gente do jeito bom, não das brigas e de como fomos embora... Chore por se sentir orgulhosa de nós, porque conseguimos realizar nosso maior sonho, juntos!
ㅤㅤㅤㅤPoderia escrever folhas apenas com isso, mas, outra vez, eu amo você. E para sempre serei sua garotinha. Sempre se lembre de mim, pois estarei me lembrando de você.
Com amor,
- Lizzie.❜
Emily, já chorando intensamente, abaixou o papel na mesa e levou a mão sobre o rosto, na tentativa de abafar o choro. Como não notará aquela carta antes? Porque tinha a certeza que ela não estava ali dois dias atrás, quando foi a última vez que foi até o cômodo? Porque sentia que aquela carta tinha algo a mais para lhe dizer?
Mas, não conseguia pensar em mais nada, além de chorar. Mesmo assim, relendo algumas partes da carta outra vez, rapidamente, ela deixou um sorriso escapar. Jamais sentiu algo igual naquele momento. Como Lizzie havia pedido, Emily estava orgulhosa e feliz pelos filhos. Lembrou também das palavras da garota Julie, e tinha a certeza absoluta que os filhos haviam conseguido fazer o que mais amavam na vida... e estava muito feliz por eles.
Não longe da li, atrás da árvore que tinha no quintal da casa, bem em frente à janela do quarto - onde Emily estava sentada -, a garota tinha um sorriso largo em seu rosto, enquanto algumas lágrimas desciam silenciosamente pelo mesmo. Lizzie se afastou um pouco, observando sua mãe ler outra vez sua carta.
A garota havia escrito ela durante o dia, e colocado em sua quarto quando esteve nele pouco tempo atrás. Para a Patterson, a parte mais dolorida, foi escrever como se estivesse ainda naquele último dia antes de sua morte; como se estivesse a anos no passado.
Mas, tirando esses fatos, Lizzie sentia que havia conseguido tudo o que queria com aquele gesto: mostrar para Emily que ela e Luke estavam bem, e, de certa forma, se despedir de verdade da mulher. Afinal, a garota sabia que aquela era a última vez que veria sua mãe, antes de fazer sua passagem. E estava tudo bem, ela estava tranquila, por ver e garantir que Emily ficaria bem.
Olhando uma última vez para seu quarto, onde sorriu ao ver seu pai também chegar ao local, ela limpou as lágrimas em seu rosto e deu alguns passos para se afastar do quintal e, por fim, se teletransportar outra vez para a garagem da família Molina.
ɴ ᴏ ᴛ ᴀ s ᴅ ᴀ ᴀ ᴜ ᴛ ᴏ ʀ ᴀ
Oioi, como estão? Espero que bem!
Espero que estejam curtindo a história, e ansiosos pelos próximos capítulos. E aí, o que acham que vai acontecer?
Não esqueçam de deixar seus votos e comentários no final do capítulo, isso ajuda muito para o crescimento da história.
off: como a autora saiu após esse capitulo: com depressão 🤠🔫
Até o próximo capítulo, ghosts! 👻❤
𝐟𝐞𝐞𝐥 𝐭𝐡𝐞 𝐦𝐮𝐬𝐢𝐜 🎙
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