JACK GILINSKY

— Eu vou matar você! — Sun repetia pela milésima vez enquanto arrumava o macacão laranja em seu corpo.

— Eu não tenho culpa!

— Tem sim! Como você pôde roubar uma blusinha na loja que você tem cadastro?! É muita burrice acumulada em uma só pessoa — Revirou os olhos prendendo os cabelos loiros em um rabo de cavalo.

Por conta de eu ter o cadastro na loja, conseguiram me achar, e agora eu tenho que pagar serviços comunitários para a cidade durante uma semana. E Sun veio de gaiato, por eu ter acabado na casa dela na noite passada.

E como os policiais descobriram isso? Ela abriu o bico e contou tudo, o policial só tinha perguntado a idade dela, e ela contou tudo o que aconteceu ontem. Depois eu sou o burro... Não deixo de ser, mas ela foi mais.

— A culpa não é minha se você entregou tudo! — Me defendo pegando uma vassoura — Só eu iria pagar os serviços, mas você resolveu contar tudo.

— Eu já falei que não funciono sob pressão! — Pegou um saco de lixo — Tinha tantas casas pra você invadir, por que foi parar logo na minha?

— O muro era mais baixo para mim poder pular — Encolho os ombros com indiferença.

— Tenho que conversar sobre isso com a minha mãe — Pontuou sobre o muro — Eu te odeio! — Falou emburrada enquanto catava alguns lixos do chão do parque.

— Ah qual é, a gente se diverte, Sun.

— Eu estou prestando serviços comunitários por sua culpa, Gilinsky! — Gritou irritada e apontou o dedo indicador na minha cara.

— Ei calma aí também — Levantei a vassoura em rendição — Eu posso me redimir.

— Não tem nada que você possa fazer para se redimir — Nos seus lábios se formou um bico adorável.

Eu estou a um dia e meio com essa garota e nunca parei para prestar atenção no quanto ela é bonita. Acho incrível em como uma situação embaraçosa me proporcionou momentos memoráveis com ela.

— Você não sabe — Sorrio vitorioso me aproximando dela.

— O spray ainda está aqui — Falou com um sorriso debochado nos lábios enquanto olhava em meus olhos.

— Ok, vou me redimir de outra meneira então — Me afastei com medo.

— Depois que o serviço acabar, some da minha vida.

— Não faz assim, Sun — Forcei minha cabeça a pensar em alguma coisa — Já sei! Topa sair comigo hoje a noite? Quero mostrar um lugar incrível para você.

— Garoto eu nem conheço você direito, nem devia ter aceitado o sorvete — Negou fazendo um aceno de cabeça.

— Me da uma chance vai — Insisti.

— Se eu parar na delegacia de novo, arranco suas bolas e jogo golf com elas!