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𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝗳𝗼𝘂𝗿 | um começo pecuuliar

CAPÍTULO QUATRO.
── ❝um começo peculiar.


Aquele era oficialmente o primeiro dia da sua vida acadêmica na escola de Forks. Dizer que Elliot estava desinteressado era um eufemismo — ele sentia como se estivesse prestes a enfrentar uma longa e enfadonha obrigação.

A manhã estava como sempre parecia estar em Forks: nublada, fria e com um leve aroma de umidade no ar. Quando o despertador tocou, ele ignorou por alguns minutos, deixando o som irritante preencher o quarto antes de finalmente se obrigar a levantar. Com um suspiro de cansaço, ele se arrastou da cama, esfregando os olhos e tentando reunir energia para enfrentar o dia.

Elliot caminhou lentamente até o banheiro no corredor, fechando a porta atrás de si com um baque baixo. Ele ligou o chuveiro, deixando a água quente escorrer por seus ombros enquanto tentava afastar o desânimo que parecia fazer parte de sua rotina. Após um banho relaxante, escovou os dentes e seguiu para o quarto.

Depois de abrir o armário, ele escolheu uma calça jeans de lavagem escura e uma blusa preta com o logo desbotado de uma banda de rock dos anos 90 que ele adorava. Por cima, vestiu um casaco simples de lã cinza para se proteger do frio. Nos pés, um par de all stars pretos, já um pouco gastos, mas confortáveis e familiares.

Satisfeito com a escolha, ele pegou sua mochila jogada ao lado da cama e desceu as escadas para preparar o café da manhã. O silêncio na casa era quase absoluto, exceto pelo som de seus passos nos degraus de madeira e o leve ranger do piso. A cozinha estava fria, como sempre, mas ele ignorou isso enquanto colocava água para ferver e começava a preparar um café forte.

Enquanto os ovos fritavam na frigideira, ele olhou pela janela. A paisagem cinza parecia refletir exatamente como ele se sentia naquele momento: entediado e um pouco fora de lugar. Ainda assim, era o primeiro dia, e ele sabia que não podia simplesmente evitar.

Ao terminar de preparar o café da manhã, ele arrumou tudo na mesa e esperou por Charlie, que certamente desceria em breve, pronto para mais um dia no trabalho como xerife da cidade.

Logo Charlie desceu as escadas, com o cabelo ainda bagunçado e o rosto marcado de sono. Ele usava seu uniforme de xerife, mas parecia mais relaxado do que o habitual, talvez por saber que Elliot estava por ali. Assim que entrou na cozinha, ele sorriu levemente ao ver a mesa posta.

── Café da manhã, hein? ── disse Charlie, puxando uma cadeira e se sentando. ── Estou começando a gostar dessa rotina.

Elliot deu de ombros enquanto terminava de despejar o café em uma caneca para si.
── Bom, alguém tem que fazer, já que Isabella decidiu boicotar a cozinha.

Charlie soltou uma risada curta, mas com um toque de cansaço.
── Pois é... Ainda não acredito que ela conseguiu arrumar problemas até na Itália.

── Você subestimou o talento dela para o drama, pai ── Elliot respondeu, dando uma mordida em sua torrada.

Os dois riram, e Charlie balançou a cabeça. Era a primeira vez que ouvia Elliot chamá-lo de "pai" de maneira tão casual, e ele não conseguia evitar um leve sorriso satisfeito.

── E você, pronto para o seu primeiro dia? ── perguntou Charlie, bebendo um gole de café.

Elliot bufou e colocou a caneca de volta na mesa.
── Tanto quanto eu estaria para uma extração de dente.

── Não deve ser tão ruim assim. Forks High é... bom, é pequena, pelo menos. Não tem como se perder.

── Pequena, com certeza. Provavelmente vou conhecer todo mundo em uma manhã ── Elliot comentou, o sarcasmo evidente em sua voz.

Charlie sorriu de canto.
── Isso não é necessariamente ruim. Você pode fazer alguns amigos. Quem sabe até encontrar alguém que compartilhe desse seu humor ácido.

Elliot arqueou uma sobrancelha, divertido.
── Honestamente? Se eu sair de lá sem brigar com ninguém, já vou considerar um sucesso.

Charlie riu de verdade dessa vez, um som raro e genuíno.
── Bom, nesse caso, espero não ter que ir à escola como xerife no seu primeiro dia.

Eles continuaram conversando sobre pequenos assuntos: o trabalho de Charlie, as ruas sempre molhadas de Forks, a loja de ferragens que aparentemente estava fechando, e até sobre Isabella, que ainda não havia descido. Era um momento descontraído, e Elliot, apesar de relutante em admitir, apreciava a simplicidade da companhia do pai.

Quando terminaram de comer, Charlie levantou-se e pegou o prato para levá-lo até a pia. Ele olhou para Elliot com um meio sorriso.
── Boa sorte hoje. E, por favor, pega leve com os moradores de Forks.

Elliot revirou os olhos, mas não conseguiu evitar um pequeno sorriso de canto.
── Não prometo nada.

Com isso, Charlie pegou as chaves e saiu para o trabalho, deixando Elliot sozinho com seus pensamentos e o inevitável início de sua nova rotina.

Assim que a porta se fechou atrás de Charlie, Elliot ouviu passos leves descendo as escadas. Ele já sabia quem era, e nem precisou olhar para confirmar. Isabella Swan tinha o mesmo padrão de comportamento desde que ele chegou: descia apenas quando tinha certeza de que não teria que interagir muito com ninguém, especialmente com ele.

Ele permaneceu sentado à mesa, terminando o último pedaço de torrada e mexendo em seu celular, mas seus olhos levantaram sutilmente quando ela entrou na cozinha. Bella estava vestida com roupas simples, como de costume: uma calça jeans clara, uma blusa de manga comprida cinza e tênis confortáveis. O cabelo estava preso em um coque bagunçado, e havia uma expressão irritada em seu rosto, como se a vida inteira fosse um incômodo constante.

Ela mal olhou para Elliot, indo direto para a geladeira e pegando uma maçã. Mordeu a fruta com força, o olhar fixo na janela. O silêncio era denso, quase desconfortável, mas Elliot não se importava muito. Ele estava mais curioso do que incomodado.

── Então, vai continuar fingindo que eu não existo? ── ele perguntou casualmente, sem tirar os olhos do celular.

Bella parou no meio de outra mordida, claramente pega de surpresa pela abordagem. Depois de um momento, ela suspirou e se virou para encará-lo, com uma sobrancelha arqueada.
── Você realmente quer conversar ou só está tentando me irritar?

Elliot sorriu de canto, finalmente levantando o olhar para ela.
── Um pouco dos dois, talvez.

Bella revirou os olhos e voltou a encarar a janela, cruzando os braços.
── Não tenho nada contra você, tá? Só... estou lidando com coisas demais no momento.

── Tipo o drama com o seu ex? ── Elliot disparou, a voz carregada de sarcasmo.

Bella estreitou os olhos para ele, claramente irritada.
── Você não sabe de nada, então não tem o direito de julgar.

── Certo, porque tudo o que eu faço é julgar ── ele retrucou, levantando as mãos em rendição. ── Só acho engraçado como você evita todo mundo, incluindo o pai, por causa de um cara.

── Não é só isso ── ela rebateu, a voz mais baixa dessa vez, quase defensiva.

Elliot a observou por um instante, o olhar mais sério agora. Ele percebeu que talvez tivesse ido longe demais. Não era da sua conta, afinal, ele sabia o quão complicado poderia lidar com sentimentos, mesmo que não quisesse admitir.

── Olha, não estou aqui para ser seu inimigo, Bella ── ele disse, a voz mais suave. ── Só... tenta pegar leve com o Charlie, tá? Ele se importa com você mais do que você percebe.

Bella ficou em silêncio por um momento, a maçã ainda na mão, antes de dar um leve aceno com a cabeça.
── Vou tentar.

Elliot terminou seu café, levantou-se e pegou o casaco que estava pendurado na cadeira.
── Bom, boa sorte com o dia. Vou ver o que essa cidade minúscula tem a oferecer.

Bella não respondeu, mas observou enquanto ele saía pela porta da frente. Assim que Elliot desapareceu, ela soltou um suspiro longo, como se a breve interação tivesse drenado o pouco de energia que ela tinha.

Elliot ajustou os fones nos ouvidos, deixando os primeiros acordes de "Smells Like Teen Spirit" do Nirvana preencherem sua mente. O ritmo intenso e as letras carregadas eram exatamente o que ele precisava para começar o dia. Com as mãos enfiadas nos bolsos da calça jeans, ele começou a andar pela rua silenciosa em direção à Forks High School.

O ar estava úmido e frio, típico daquela pequena cidade cercada por florestas. O céu estava cinzento, mas isso já não o incomodava tanto quanto nos primeiros dias. A névoa fina que pairava no ar parecia acompanhar seus pensamentos. Ele preferia andar a depender da caminhonete, tanto porque gostava de ter aquele tempo para si quanto porque sabia que Bella provavelmente ficaria ainda mais desconfortável com a ideia de irem juntos.

Caminhando pelas ruas tranquilas, ele deixou sua mente vagar. O som da guitarra nos seus fones parecia sincronizar com seus passos, quase como uma trilha sonora para sua vida naquele momento. Ele pensou em sua mãe, no quanto sentia falta dela, e no jeito como ela sempre conseguia enxergar o melhor nele, mesmo quando ele não via isso em si mesmo.

A música chegou ao refrão, e Elliot não conseguiu evitar um leve sorriso ao perceber como a música capturava sua inquietação interna. Ele desviou os olhos para o chão, observando seus próprios passos. Era estranho estar em um lugar novo, onde ninguém sabia quem ele era ou o que tinha feito. Não havia julgamentos, mas também não havia conexões, e ele ainda não tinha certeza de como se sentia sobre isso.

A paisagem ao redor começou a mudar conforme ele se aproximava da escola. As casas deram lugar a prédios mais simples e ao estacionamento pequeno de Forks High. Ele parou um instante, tirando os fones e respirando fundo.

Assim que Elliot pisou no pequeno estacionamento de Forks High, sentiu os olhares recaírem sobre ele. Era como se o tempo tivesse parado, e cada aluno ali presente o analisava com uma curiosidade quase palpável. Ele, no entanto, não se importava. Estava acostumado a ser o centro das atenções, embora raramente buscasse isso. Provavelmente, todos já sabiam que ele era o filho mais velho do xerife Charlie Swan, e a novidade de sua chegada correra rápido por aquela pequena cidade.

Com passos lentos, Elliot começou a atravessar o estacionamento em direção à entrada da escola, a postura relaxada contrastando com a intensidade dos olhares sobre ele. Mas antes que pudesse chegar à porta, uma figura surgiu na sua frente, interrompendo seu caminho.

Era uma garota de estatura média, cabelos castanhos claros caindo em ondas até os ombros, com um sorriso confiante que parecia ter sido ensaiado diante do espelho. Ela usava uma blusa justa com um pequeno decote que destacava sua intenção clara de chamar atenção, jeans skinny e sapatos de salto baixo. Seus olhos brilhavam com uma mistura de curiosidade e interesse.

── Oi! Você deve ser o Elliot Swan, certo? ── disse ela, o sorriso ainda mais aberto. ── Eu sou Jéssica Stanley. Seja bem-vindo à Forks High!

Elliot arqueou uma sobrancelha, avaliando-a de cima a baixo com discrição, mas sem esconder completamente sua observação. Seus olhos pararam por um breve instante no decote da blusa, e então ele ergueu o olhar novamente, sorrindo de lado com aquele charme despreocupado que parecia natural para ele.

── Obrigado, Jéssica. E tenho que dizer, a recepção aqui é... melhor do que eu esperava. ── Sua voz tinha um tom casual, mas com uma pitada de flerte, o suficiente para deixar Jéssica visivelmente animada.

O sorriso dela se alargou, e seus olhos brilharam ainda mais. ── Ah, a gente é bem receptivo por aqui. Se precisar de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, é só falar comigo.

Elliot assentiu, inclinando levemente a cabeça para ela. ── Vou lembrar disso.

Sem esperar uma resposta, ele seguiu em direção à entrada da escola, deixando Jéssica parada no lugar com o sorriso ainda estampado no rosto. Elliot, no entanto, estava se divertindo com a interação. Para ele, aquilo não passava de uma brincadeira. Não tinha a menor intenção de levar aquilo adiante, mas também não se importava em causar uma boa impressão — ou uma confusãozinha leve.

Quando entrou no prédio, sentiu o calor contrastando com o frio lá fora. Ele respirou fundo, pronto para encarar mais olhares curiosos e descobrir o que aquela escola tinha a oferecer.

Elliot continuou seu caminho pelos corredores até encontrar a secretaria. A porta tinha um letreiro pequeno que dizia “Administração”, e ao entrar, ele foi recebido pelo som do teclado sendo digitado rapidamente.

Atrás do balcão estava uma mulher baixinha, com cabelos grisalhos presos em um coque frouxo. Seus óculos redondos escorregavam um pouco pelo nariz enquanto ela encarava a tela do computador com concentração total. Suas roupas folgadas e o suéter de lã que parecia três tamanhos maior davam a ela uma aparência aconchegante, mas um tanto desleixada.

Elliot parou na frente do balcão e esperou por alguns segundos, mas quando percebeu que ela não o havia notado, limpou a garganta, emitindo um som baixo, mas suficiente para chamar sua atenção.

A mulher levantou os olhos, claramente um pouco surpresa, mas rapidamente recuperou a compostura. ── Ah, você deve ser o novo aluno... O filho do xerife, certo?

Elliot soltou um suspiro quase imperceptível. Aquela frase estava se tornando repetitiva. ── Sim, sou eu. Elliot Swan.

Ela assentiu com a cabeça, sem perceber o leve tom de cansaço na voz dele. ── Bem, bem... ── murmurou, vasculhando alguns papéis em uma pilha organizada. ── Eu sou a senhora Fields. Estamos todos cientes da sua chegada, claro. Forks é pequena, você sabe.

"Eu já percebi" pensou Elliot, mas não disse nada, apenas manteve um sorriso educado.

A senhora Fields finalmente encontrou o que estava procurando. Ela lhe entregou uma folha impressa com seu horário de aulas. ── Aqui está seu horário. ── Então ela pegou uma pequena chave de metal e um papel com um número anotado. ── Essa é a chave do cadeado do seu armário. O número é o 127, no corredor principal. Você não pode trocar de armário, então certifique-se de usar esse apenas.

Elliot pegou os itens, observando o papel com o número. ── Certo. Mais alguma coisa que eu precise saber?

Ela ajustou os óculos antes de continuar. ── Bem, o sinal para a primeira aula toca às 8h15, mas eu imagino que você já saiba disso. Ah, e aqui está um mapa da escola para você não se perder nos primeiros dias. ── Ela colocou um pequeno folheto sobre o balcão, e Elliot pegou.

── Obrigado. ── Ele assentiu, já se preparando para sair, mas a mulher ainda tinha mais a dizer.

── Qualquer dúvida, você pode vir aqui ou perguntar para os professores. E, claro, se precisar de ajuda para se integrar, temos alguns alunos voluntários que podem te mostrar a escola.

Elliot apenas sorriu de canto. ── Vou me virar.

Ela pareceu um pouco desapontada, mas deu um pequeno sorriso. ── Tudo bem, boa sorte em seu primeiro dia.

Com isso, Elliot saiu da secretaria, segurando a chave e o papel com o número do armário. A sensação de que todos já sabiam quem ele era continuava o incomodando, mas ele decidiu ignorar. Afinal, o dia estava só começando, e ele já estava se preparando mentalmente para o que viria a seguir.

Com o mapa em mãos, Elliot começou a caminhar pelos corredores para localizar sua primeira aula. Não que a escola fosse um labirinto – pelo contrário, era pequena o suficiente para que ele pudesse decorá-la em poucos dias. Ele estimava que houvesse, no máximo, entre 300 a 400 alunos matriculados ali. Mesmo assim, usar o mapa parecia ser a opção mais eficiente naquele momento.

As paredes brancas e os armários desgastados ao longo do corredor não ajudavam muito a disfarçar o clima antiquado do prédio. O som dos passos ecoava suavemente enquanto ele seguia seu caminho, observando as placas nas portas até encontrar a sala certa.

Quando finalmente chegou, Elliot abriu a porta devagar, mas isso não impediu que todos os poucos alunos que já estavam na sala se virassem para olhar quem era o novo visitante. Ele sentiu os olhares curiosos e até mesmo alguns cochichos começarem, mas manteve a postura relaxada. Já estava acostumado a atrair atenção, mesmo que fosse um incômodo.

Sem perder tempo, Elliot varreu a sala com os olhos, procurando um lugar vazio. Ele encontrou uma cadeira ao lado da janela, no fundo da sala, que parecia perfeita. Caminhou até lá com passos tranquilos e jogou sua mochila sobre a mesa antes de se sentar.

A posição era estratégica: dali ele podia observar tanto a sala quanto a paisagem do lado de fora. As árvores altas e o céu cinzento de Forks eram visíveis através do vidro, oferecendo uma vista que ele sabia que apreciaria nos momentos mais entediantes do dia.

Elliot ignorou completamente os olhares que ainda permaneciam sobre ele, focando-se na paisagem. O verde intenso da vegetação contrastava com o cinza do céu, criando uma cena melancólica, mas curiosamente agradável. Ele deixou sua mente vagar, sem se importar com o burburinho ao seu redor. Afinal, o dia estava apenas começando, e ele já sabia que teria que lidar com mais olhares e perguntas do que gostaria.

Aos poucos, a sala começou a se encher, o burburinho ficando mais alto à medida que mais alunos chegavam e se acomodavam. Elliot permanecia em seu lugar, com a cabeça levemente apoiada na mão, olhando para a janela e tentando ignorar o movimento ao seu redor. Ele já estava acostumado a ser o "novo aluno", então sabia que ser encarado fazia parte do pacote, mas isso não tornava a experiência menos irritante.

Quando a porta se abriu novamente, desta vez foi o professor que entrou, carregando um monte de livros e papéis. Atrás dele, no entanto, vinham duas figuras familiares: Edward Cullen e Isabella Swan.

Elliot arqueou uma sobrancelha ao ver a cena. Isabella parecia estar tentando falar com Edward, o rosto levemente preocupado, enquanto ele claramente a ignorava, seguindo em frente como se ela nem estivesse ali. Elliot observou de relance, sem realmente se importar com o que estava acontecendo. Como ele havia dito ao Cullen na floresta, ele não queria se meter no drama entre ele e Isabella.

Ou, pelo menos, era isso que ele pensava até perceber que Edward estava caminhando em sua direção.

Elliot endireitou a postura, cruzando os braços e lançando um olhar desconfiado para o Cullen, que parou ao lado de sua mesa, colocou sua mochila sobre a cadeira ao lado e sentou-se ali como se fosse a coisa mais natural do mundo.

── Você só pode estar brincando ── Elliot murmurou, em um tom baixo, mas claramente audível.

Edward apenas lançou-lhe um sorriso despreocupado, inclinando-se levemente em direção a ele. ── Bom dia, Elliot.

── Você não acha que isso vai me envolver no drama de vocês, acha? ── Elliot rebateu, ainda cruzando os braços e olhando de soslaio para Edward.

Edward manteve o sorriso, mas sua voz tinha um tom levemente provocativo. ── Eu prometo que vou me comportar.

Elliot suspirou, balançando a cabeça. Ele sabia que isso não ia acabar bem, mas decidiu ignorar Edward e voltou a olhar para a janela, como se não houvesse ninguém ao seu lado.

Bella, por outro lado, parou por um instante ao ver a cena, franzindo o cenho em confusão. Ela olhou de Edward para Elliot, claramente surpresa e incomodada por ver os dois juntos. Contudo, ela não disse nada e foi sentar-se em outro lugar, embora continuasse lançando olhares na direção deles.

Elliot sabia que esse era apenas o início de algo que ele não queria se envolver. E, ainda assim, lá estava ele, com Edward Cullen sentado ao seu lado, como se fosse o lugar dele desde o começo.

Enquanto o professor de física começava a explicar a matéria, desenhando fórmulas e diagramas no quadro, Elliot tentou focar sua atenção na aula, mas sua tentativa foi interrompida quando Edward começou a mexer na cadeira ao lado.

Com um movimento sutil, mas deliberado, Edward puxou sua cadeira para mais perto de Elliot. O som baixo do arrastar das pernas da cadeira no chão fez com que Elliot virasse a cabeça, olhando para ele com desconfiança.

── Você está se sentindo confortável demais para o meu gosto ── Elliot sussurrou, arqueando uma sobrancelha.

Edward inclinou-se ligeiramente em sua direção, mantendo a voz baixa o suficiente para que apenas Elliot pudesse ouvir. ── Então... como está sendo o seu primeiro dia?

Elliot revirou os olhos, tentando não chamar atenção. ── Normal. Entediante. Como qualquer outro primeiro dia.

Edward sorriu levemente, apoiando o cotovelo na mesa e descansando o queixo na mão, como se estivesse genuinamente interessado. ── Entediante, hein? Talvez eu possa tornar as coisas mais interessantes.

Elliot bufou, mantendo os olhos no quadro. ── Duvido muito. Por que você está puxando assunto comigo, Cullen? Achei que tínhamos um acordo na floresta: eu finjo que você não existe.

── Ah, mas você está aqui ── Edward respondeu, um brilho divertido nos olhos dourados. ── E fingir que eu não existo parece ser muito mais difícil do que você pensou.

Elliot o encarou por um segundo, percebendo que aquele garoto estava determinado a irritá-lo. ── Você não cansa de ser insistente, não é?

Edward deu de ombros, mantendo a compostura. ── Eu só gosto de entender as pessoas. E você, Elliot, é intrigante.

Elliot deixou escapar uma risada seca. ── Intrigante, é? Me poupe, Cullen. Você só está aqui para tentar compensar suas besteiras com a minha irmã. Não precisa bancar o amigável comigo.

Edward ficou sério por um instante, mas o sorriso logo voltou. ── Talvez eu esteja. Ou talvez eu só esteja tentando conhecer melhor alguém interessante. Já pensou nisso?

Antes que Elliot pudesse responder, o professor parou de escrever no quadro e virou-se para a turma. ── Edward Cullen, se você terminou de flertar com o novo aluno, gostaria de compartilhar o que estava dizendo com a classe?

O rosto de Elliot imediatamente esquentou, mas ele se manteve sério, enquanto algumas risadinhas ecoavam pela sala. Edward, no entanto, apenas ergueu a cabeça e respondeu com um tom calmo. ── Claro, senhor. Estávamos discutindo como a física é fascinante.

O professor estreitou os olhos por um momento, mas balançou a cabeça, voltando para o quadro.

Elliot olhou para Edward, incrédulo. ── Você é impossível ── ele murmurou, mas Edward apenas sorriu mais abertamente.

── Eu prefiro o termo persistente ── Edward sussurrou de volta, recostando-se na cadeira, satisfeito consigo mesmo.

Bella, sentada mais à frente na sala, não conseguia evitar lançar olhares furtivos para Edward e Elliot. Ela estava inquieta, com os pensamentos a mil. Por que Edward parecia tão interessado em Elliot? O jeito como ele se inclinava para perto, os sorrisos que lançava, e a forma como não parecia se importar em ser notado... Era tudo desconcertante.

Edward nunca fora alguém que se envolvia com outras pessoas na escola, mantendo sempre uma distância educada. E agora ali estava ele, conversando com Elliot como se fossem velhos amigos. Ou algo mais.

Bella apertou a caneta que segurava, forçando-se a prestar atenção na aula, mas sua mente não cooperava. Não era ciúme — pelo menos era o que ela dizia a si mesma. Era preocupação. Elliot havia acabado de chegar a Forks e parecia não entender o peso de ter Edward Cullen tão perto. Bella sabia o que aquilo significava, ou pelo menos achava que sabia.

Elliot, no entanto, estava alheio à inquietação de Bella. Ele só queria sobreviver ao seu primeiro dia de aula sem dramas ou complicações. Algo que parecia impossível com Edward ao seu lado, constantemente empurrando sua paciência ao limite.

Ele suspirou, olhando pela janela, tentando ignorar o fato de que Edward ainda o observava. Era como se o garoto Cullen tivesse decidido que Elliot seria seu novo passatempo, e isso o irritava profundamente. Ele não queria fazer parte de nenhum dos dramas que pareciam acompanhar Edward ou sua família.

Mas, ao mesmo tempo, algo no olhar de Edward o deixava desconfortável de uma maneira que ele não sabia explicar. Havia algo ali — um misto de curiosidade, intensidade e... outra coisa que ele não queria nomear.

── Você é um problema, Cullen ── Elliot murmurou para si mesmo, ajustando os fones no pescoço enquanto fingia prestar atenção no professor.

Do outro lado da sala, Bella apertou os lábios. Ela sabia que Elliot tinha um temperamento sarcástico e um talento para entrar em situações complicadas. Mas talvez, só talvez, ele não estivesse preparado para Edward Cullen e tudo o que ele trazia consigo.

O sinal finalmente tocou, indicando o fim da aula. Elliot pegou seus materiais rapidamente, pronto para sair antes que Edward pudesse dizer mais alguma coisa. Mas ele sabia, no fundo, que aquele garoto não o deixaria em paz tão facilmente.

Enquanto Elliot caminhava para fora da sala, sentiu o olhar de Edward ainda sobre ele. Algo estava começando, mesmo que ele não soubesse exatamente o quê. Ele só queria uma vida tranquila — o que, é claro, nunca parecia combinar com ele.

E ao ver Edward seguir Elliot com um leve sorriso nos lábios, Bella soube que aquilo estava longe de ser tranquilo. Edward Cullen estava complicando as coisas novamente, e desta vez, não era ela o centro da atenção.

4186 palavras.

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