༶༝☆༝༶ twenty seven
S I N A D E I N E R T
Merda de turbulência. Eu odiava, parecia que a qualquer momento o avião ia cair. Fecho os olhos com força.
Puta merda.
Meu corpo estava tenso. A senhora ao meu lado nem ligava, dormia feito pedra.
Um bebê chorava, seu choro escoava por meus ouvidos... Não ajudava em nada na situação. Estava morrendo de fome também.
Logo sorrio aliviada ao ver que a turbulência tinha se cessado. A aeromoça atravessava o corredor com seu carrinho entregando as comidas.
Pego um suco de laranja e chips para comer. Estava tão perdida em meu livro, que nem percebi que as horas passaram voando.
Termino minha comida e bebida e fecho os olhos e sinto meus olhos pesarem. Irei dormir depois de muitas horas acordada.
[...]
Acordo com uma melodia. Bocejo e pisco os olhos para me acostumar com a luz. Vejo que horas são no celular, e arregalo os olhos. A senhora ao meu lado que cantava, ria e me mostrou um sorriso simpático.
— Vamos pousar daqui alguns minutos. Seu sono pelo visto foi bom... — ri.
— O cansaço me preencheu. — dou de ombros querendo voltar a dormir.
Arrumo minha mochila no colo e logo o avião pousa. Aviso Any que cheguei e tiro meu cinto. Sorrio para a senhora ao meu lado e saio apressadamente do avião.
Sentia o ar quente, era verão aqui. Tiro meu moletom e o seguro. Prendo meu cabelo e caminhava para dentro do aeroporto, para pegar a minha mala.
Depois de vários e longos minutos, finalmente vejo minha mala chegando. A pego e começo a seguir em direção a saída do aeroporto.
Não podia acreditar que eu de fato, tinha voltado. Desço a escada rolante e sorrio de orelha a orelha.
Any estava me esperando com um cartaz escrito, "Bem vinda de volta, vadia".
Rio e desço a escada com pressa querendo chegar até minha melhor amiga. Corro até seus braços e me sinto em casa. Seu cheiro de morango que eu tanto sentia falta, seus abraço maravilhoso.
— Eu senti tanto sua falta, loirinha... — se desvencilha do abraço.
— Eu também, Anylley. — sorrio
Ela pega a minha mala e eu ajeito a mochila em meu ombros. Ficamos conversando até chegar em seu carro.
— Minha mãe está fazendo brigadeiro e lasanha para a sua volta. Obrigada por isso! — pisca rindo.
Ligo o ar condicionado e Any começa a dirigir por Los Angeles.
— Então... O que houve para você não ter vindo ontem? Não me diga que perdeu o horário porque estava transando com...
— Foi muito diferente disso. — a interrompo.
O sinal fica vermelho e ela me olha. Segura a minha mão e da um sorriso sem os dentes.
— Desculpa ser indelicada. Quando chegarmos, você me conta se quiser.
A brasileira dirigia até a casa de sua mãe e sou bem recebida com um abraço dela e de sua irmã.
Começamos a comer e eu tiro meus óculos escuros. Any me olha preocupada, devido aos meus olhos inchados e vermelhos, com olheiras e uma cara de choro, provavelmente. Eu faço um sinal com a mão, e ela entende que depois eu contaria.
Comia aquele brigadeiro delicioso. Céus! A comida brasileira é divina!
Tive uma conversa agradável com a Priscila e a Belinha e logo as duas foram para o mercado me deixando sozinha com a Any.
Sentamos no sofá e eu suspiro apoiando minha cabeça no ombro dela.
— Deu tudo errado. Literalmente, deu tudo errado. Noah e eu ficávamos cada vez mais próximos, sentia uma sintonia com ele, nossa conexão... Tudo está bom de mais para ser verdade. Lembra que eu te contei que... Joel me convidou para sair? — pergunto e ela assente. — Sai com ele, para terminar o que eu comecei e deixar claro que eu só queria a sua amizade. Noah nos viu juntos.
— Sina...
— Depois do "encontro", cheguei no hotel e expliquei tudo para o Noah, ele estava bravo... Mas no final, estávamos transformando tudo em beijos e desejos e fizemos sexo. — Any arregala os olhos.
Um sorriso triste se forma em meu rosto, ao lembrar daquele momento. Eu estava tão feliz, acreditei que Noah poderia ser meu... Que ficaríamos juntos e que aquela noite, estava selando tudo o que desejávamos. Tudo foi destruído, igual meu coração.
— Quando acordei no dia seguinte, eu estava tão realizada, Any. — uma lágrima solitária escorre por minha bochecha. — Eu e ele tínhamos planejado andar de bicicleta pela cidade. Estava tudo ocorrendo bem, e enquanto eu estava resolvendo as coisas do hotel, já que iríamos embora em poucos dias, Noah foi atender uma ligação no lado de fora do hotel. — respiro fundo. — Ah Any, foi horrível... Quando fui até ele, ouço o mesmo falar no telefone que eu era apenas mais uma vadia, uma qualquer para satisfazê-lo e as mesmas que ele leva para casa a noite. Disse também, que ele é o Noah Jacob Urrea, não se apaixona. E foi muito pior, a forma como Noah disse... Expressava arrogância e superioridade.
— Que filho da puta! — Any me abraça e eu choro em seus braços. — Ele não te merece... Você é incrível, linda, inteligente, e especial. — segura meu rosto. — Não deixem te rebaixarem assim. — limpa as minhas lágrimas. — Noah é um babaca mimado que eu espero que queime no inferno. Não de ouvidos ao que ele disse, você acredita em carma? Porque eu sim, tudo isso... Esse jeito arrogante dele, essa forma como ele usa as pessoas... Tudo vai voltar de outra maneira pior, para ele.
Assinto com a cabeça e coloco uma mecha de cabelo atrás de minha orelha.
— O pior que ainda não acabou. Ele percebeu que eu ouvi a conversa, mas eu já estava correndo até meu quarto do hotel e me trancando dentro dele. Estava detonada, comprei uma passagem de volta para Los Angeles, não passaria nem mais um minuto na Alemanha. Quando deu o horário para eu ir para o aeroporto, alguém bateu na porta. De começo achei que era o Noah, e fui abrir a porta... Para brigar com ele e falar que eu estava indo embora.
— Mas...
— Mas era o Adam. — afundava as mãos em meus cabelos.
— Como ele soube que vocês estariam naquele lugar? Como ele achou vocês? — pergunta.
— Eu não sei! Ele entrou no quarto, e eu fugia ao ver que o mesmo estava com uma faca na mão! — minha voz sai embargada. — Eu me tranquei no banheiro, ele gritava e eu chorava. O passado voltou a tona. Adam arrombou a porta do banheiro e me machucou muito... — aponto para os meus machucados do rosto e do braço.
— Quando eu menos esperava, Noah provavelmente ouviu os gritos que eu dei, e entrou no quarto, e lutou com Adam. Ambos ficavam cada vez mais fracos. Noah ficou desnorteado uma hora, e meu padrasto vem até mim e me encurralou na parede. — limpo uma lágrima. — Eu jurava que tinha acabado para mim mas, Noah o jogou no chão o puxando para longe. Eu gritava para eles pararem de se socar daquele jeito, e quando eu menos esperava...
Não consigo terminar porque choro. Choro mais do que já tinha chorado. Any estava comigo, mostrando seu apoio.
A cena passava em minha mente novamente. Ver Noah embaixo do Adam e gritar de dor ao ele perfura-lo com a faca, a mesma saindo suja de sangue. E o sorrisinho de canto do Adam.
— Noah foi esfaqueado, Any. Adam esfaqueou ele... A polícia chegou e pegou meu padrasto. Eu esqueci de tudo o que ele falou de mim... Naquele momento, só queria vê-lo bem. Fiquei horas acordada na hospital, Noah fez uma cirurgia de emergência e perdeu muito sangue. Não sei se ele sobreviveu a cirurgia. Não sei de nada. Fui expulsa do hospital. Marco Urrea, o pai dele, apareceu... E gritava comigo. Eu ouvi tanta coisa, Any... Me sentia pior cada vez mais. Decidi apagar tudo o que eu vivi com Noah, queria que fosse fácil, mas não é. Agora, eu estou aqui de volta em Los Angeles, bem longe do meu padrasto e de Noah, e com você... A melhor amiga que eu poderia ter.
Ela me abraça. Por Any me conhecer bem, ela sabe que dependendo da situação... Eu não gosto de ouvir conselhos, apenas quero desabafar e ela estando comigo, eu fico melhor.
Seco algumas lágrimas e dou um sorriso sem os dentes. Any acariciava meus cabelos e falava para eu ir tomar um banho e descansar um pouco que mais tarde, ela me levaria de volta ao meu apartamento.
Tirava minha roupa e pegava uma toalha. A água quente do chuveiro acalmava meus nervos.
Ao terminar, me enxugo e coloco um pijama. Penteio e seco meu cabelo com o secador de cabelo. Me deito na cama de Any, e sinto meus olhos pesarem.
E tudo voltou a ser como era antes. Como se a viagem de Berlim, nem tivesse existido.
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Continua...
Tadinha da Sina 🥺
Votem muito e não esqueçam de comentar para me motivar a escrever mais 💗
O Noah vai narrar daqui um capítulo... Eu não disse nada 🤭
Quero um brigadeiro e uma lasanha agr, let's cry 🤧🤚
Hasta Luego✨
-juh
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