N O A H  U R R E A

Três dias depois...

Meu corpo colaborou comigo. Não estava cem porcento, obviamente, mas o suficiente para levar alta do hospital.  Terei que cuidar do meu ferimento, trocar o curativo com frequência e ir em algum hospital de Los Angeles e tirar o ponto.

Toda essa baboseira na qual eu já sei. Meu pai não parava de falar no meu ouvido. Caralho, eu estou tão irritado ultimamente que seria capaz de socar alguém... Estou quase fazendo isso.

— O que passou na sua cabeça ao se colocar no meio de uma faca? — pergunta meu pai enquanto caminhávamos pelo aeroporto.

— Porra pai, já deu desse assunto. Já aconteceu e outra, fico mais maneiro com uma cicatriz. — pisco e coloco meu óculos escuro para disfarçar a cara de cansado, e de quem acabou de sair do hospital ao ficar praticamente uma semana de cama.

Meu pai resolvia as últimas coisas do check-in e logo esperávamos o nosso voo para Los Angeles.

Não sei se eu ficava aliviado ou irritado. Tenho muita coisa para resolver. Mas minha faculdade estava em minhas prioridades. Sina também estava.

Não tinha pensado nisso mas, como eu a encontraria agora? Preciso falar com ela, está com uma impressão errada de mim.

Colocava meus fones de ouvido e avisava o treinador Fuller, que eu estava voltando para Los Angeles.

Enquanto estava a espera do voo. Abro minha galeria e via algumas fotos de paisagens da Alemanha. Minha câmera que eu comprei estava envolta do meu pescoço, tinha medo de quebrar na bagagem.

Paisagens, fotos minhas e... Fotos de Sina.

Um sorriso leve estampava em meu rosto ao ver uma das fotos que eu tirei dela. Lembrava desse momento. Estávamos passeando pela cidade, não tínhamos nos beijado ainda. Mas foi um dia depois em que ela me ajudou com minha crise de ansiedade.

{Momentos Antes}

O sol estava forte. Eu e Sina compramos algumas coisas e nos sentamos em um banco que tinha na praça.

Estávamos em silêncio, víamos as crianças jogando bola. Olhava para ela ao meu lado, sorria ao vê-los.

Me xingava mentalmente por ter esquecido de trazer a minha câmera. De todo modo, pegava meu celular e apontava para Sina.

Achava um ângulo perfeito. Logo a alemã colocava a mão na câmera do celular.

— Você não se cansa? — pergunta rindo.

— Não. — sorrio. — Vamos lá, Sina. Tire a mão da câmera, você está linda.

Ela revira os olhos e ao eu implorar mais um pouco, a mesma finalmente tira a mão da câmera.

— Noah... Não consigo enxergar nada com esse Sol. — comentava.

— Apenas sorria.

Ao ela se virar para câmera, capto o momento exato. Seus longos cabelos loiros caindo pelos seus ombros, seus lábios rosados, sua pela branca... Lembro de estar um pouco gelada nas bochechas com o vento.

Sorrio com o resultado. Olho para Sina e ela se aproxima para ver a foto.

— Não deixe ninguém ver... — avisa.

— Acho que todos deveriam ver como você é linda. — suas bochechas coram.

Olho mais uma vez para a foto... Estava muito boa.

{Momento atual}

Ouvia a chamada do meu voo e eu e meu pai caminhamos e esperamos na fila para entrar no avião. Entregava a minha passagem para a moça e logo andava até o avião. Tinha um bebê chorando, ficava feliz ao meu pai comprar duas passagens na primeira classe. Me acomodava em meu acento. Meu pai estava do meu lado e olhava o cardápio.

— Essas coisas tudo em alemão... — nega com a cabeça e suspira. — Nada que um Google tradutor não resolva.

Depois de alguns minutos em silêncio, ele volta a falar:

— Eu não tive tempo de parabeniza-lo, depois de tudo o que aconteceu. Estou orgulhoso de você, filho. — toca em meu ombro. — Conseguiu várias parcerias e estamos prestes a fazer novos produtores eficientes. Você fez isso sozinho. — sorri. — Tenho certeza que você vai ser ótimo quando comandar a Urrea's Plane.

Engulo em seco. Decido assistir um filme, aproveitaria a pequena televisão que tinha no acento à frente. Suspiro e tento achar uma posição confortável para não machucar o meu ferimento.

[...]

Meu pai roncava ao meu lado. Não conseguiria dormir nem se eu quisesse.

Depois de muito sacrifício, consegui pedir uma água para a aeromoça e assim que ela me entrega, eu dou um gole e aproveito e tomo meu remédio para ansiedade que estava querendo se expandir.

Percebia que estávamos quase pousando. Faltava alguns minutos apenas, ainda bem que as horas passaram rápido.

Ajeitava meu fone de ouvido e decido acordar meu pai já que logo estaríamos em solo americano.

Ajeitava minhas coisas e o avião pousava. Teve um grande tumulto para descer do avião, mas finalmente, cheguei em minha cidade. Tirava meu casaco por estar calor e esperávamos nossas malas.

Meu pai disse que pegaria a minha, disse que o médico falou para eu não fazer esforços... Essa baboseira toda.

Meu pai chamou nosso motorista e estávamos voltando para a casa, finalmente!

O caminho foi tranquilo, fiquei quieto olhando toda a rua. Via meu celular e o treinador Fuller perguntou se eu podia treinar hoje.

Penso um pouco. Levanto minha camiseta e mesmo com os curativos, percebia que estava desinchado em volta. Um bom sinal, eu diria.

Respondo que sim, que iria ao treino. Precisaria me esforçar ainda mais para o último campeonato.

O carro para e vejo que estamos em frente a minha mansão. Saio correndo e vou até o meu carro.

Aliso as laterais dele, não vejo a hora de poder correr com ele pelas ruas de Los Angeles.

Charles e meu pai estavam pegando as malas, eu até ajudaria mas como meu pai disse... Não posso fazer esforços.

Abro a porta e sorrio ao ver Marta costurando uma camiseta minha. Corro até ela e deixou um beijo em sua bochecha, a mesma se assusta mas logo me abraça.

— Noah! É bom tê-lo de volta, querido. — diz alisando minha bochecha.

— Senti sua falta, Marta. — digo com sinceridade.

Vou até o meu precioso quarto e me jogo na cama. Tiro o meu tênis e o treino começaria apenas daqui três horas. Tinha bastante tempo ainda.

Treinador Fuller disse que reservou esse tempo para mim, os treinamentos vai ser entre eu e ele. E para eu treinar com o resto do time, seria só amanhã de manhã, como sempre foi.

— Hina está me mandando mensagens perguntando se você já voltou. — a filha de Marta aparece.

Jordan era uma garota bonita. Seus cabelos pretos curtos, boca bem acentuada e rosada, cílios grandes, olhos marcantes e três anos mais nova do que eu. Como já disse, já transamos algumas vezes.

Crescemos juntos. Quando eu era menor, Marta a trazia em casa, bom ainda trás as vezes, e brincávamos juntos.

— Ainda não falei com ela, e nem com ninguém que voltei. — comento.

Ela se aproxima e se deita ao meu lado.

Ficamos em silêncio olhando para o teto. Jordan sempre foi uma boa companhia, mas no momento eu estava preocupado com outra pessoa.

— Hina disse sobre a tal intérprete. Você... Ficou com ela?

— O nome dela é, Sina. E sim, fiquei mas... Não deu muito certo no final.

— Por que não?

— Ela tem uma impressão falsa sobre mim, ouviu eu e meu pai no telefone e então... Você sabe como é.

— Oh...

— Mas ela foi diferente. Tudo era diferente com Sina. Só que agora, mesmo que eu queira me explicar... Não sei onde eu posso encontrá-la então, acho que só foi um caso. — falava e engolia seco.

Sentia o olhar de Jordan sobre mim. Ela riu.

— Por que eu sinto uma pontada de decepção quando você fala que "foi um caso". Você gostava dela, digo para valer?

Não respondo.

— Noah, sabe que um dia isso aconteceria. Não pode viver sendo um babaca, mas se você agiu errado com ela poderia pelo menos, consertar seu erro.

— Já consertei. — digo e me levanto da cama. — Não vamos nos ver mais. Eu sou o erro, Jordan. É até bom não nos vermos mais, ela pode ser feliz.

— Noah...

— Anjos como ela, não podem voar ao inferno comigo.

— Você não é um erro. — se levanta e acaricia meus cabelos.

— Sou sim. E não, não gostei dela para valer.

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Continua...

Duas coisas:

1- Sinto que vocês vão gostar muito de Jordan

2- Postei um one shot de noart no meu perfil aaaah!! Deem uma passadinha no meu perfil, votem e comentem nela 💕

Votem muito e não esqueçam de comentar para me motivar a escrever mais 💗

Em breve, uma nova fanfic de noart... irraa

Jordan:

Hasta Luego✨
-juh