S I N A D E I N E R T

Três dias depois...

— Sorria para a foto, Sina! — minha mãe diz apontando a câmera para mim.

Sorri de orelha a orelha e logo puxei Joalin e Sofya para a foto junto a mim.

Estávamos todas prontas para minha formatura na faculdade e eu tinha que chegar mais cedo. Encontraria Any e Priscila na minha faculdade.

Penso na pessoa que ficaria feliz por mim agora, Noah. Sempre eu falava sobre a faculdade, sobre ser pediatra e como consegui fazer tudo isso... Eu via ele feliz por mim, orgulhoso por mim e o brilho no olhar dele.

Balanço a cabeça em negação desviando a atenção dos meus pensamentos.

Via o horário e nos apressávamos para entrar dentro do carro. Sofya segurava minha mão, como se fosse ela que estivesse nervosa e ansiosa.

Joalin escutava música nos seus fones de ouvido e se desligava do mundo ao se sentar na frente com minha mãe, que dirigia o carro.

— Si, o Noah vai na sua formatura? — Sofya perguntou.

Umedeci meus lábios e suspirei.

— Provavelmente não, Sofya.

— Por que?

Por que Sofya tinha que ser tão curiosa?

— Porque existe certos momentos em que cada indivíduo precisa ter seu espaço, respirar, e ter certeza de certas coisas. E é isso que está acontecendo comigo e com Noah, estamos dando um espaço um para o outro. — forço um sorriso e a mesma assentiu e descansou a cabeça no meu ombro.

— Tomara que esse espaço acabe logo, Noah é muito legal.

Dei uma risada leve ao imaginar Noah se gabando o dia inteiro se ouvisse isso da Sofya.

— Sim, ele é.

Depois de alguns minutos dentro do carro, minha mãe estacionou o veículo um pouco longe da faculdade e o que me fez resmungar por ser o único lugar vago.

Joalin pegou minha mão e eu a apertei e acariciei as costas delas e nós quatro atravessávamos a rua.

Entramos na faculdade e eu direcionei minha família para o auditório onde eles teriam que sentar nos seus respectivos lugares, já eu, teria que sentar em outro lugar junto com os alunos.

Any me mandou mensagem avisando que estava chegando, meu amigo da faculdade se sentou no meu lado e parecia que eu ficava mais nervosa a cada minuto que passava.

[...]

Um dos professores da faculdade estava dando um discurso enorme e entediante.

Até que chegou o grande momento, ele começou a chamar os nomes dos universitários.

Minha vez ficava mais próxima a cada minuto.

Todos batiam palmas a cada aluno chamado, e eles recebiam seu certificado.

Fechei os olhos com força e ouvi me chamarem:

— Sina Deinert! — a voz saiu alta por estar no microfone.

Sorrindo, me levantei da cadeira e caminhei até o palco subindo a pequena escada e logo me entregaram meu certificado e o professor me deu um breve abraço, como estava fazendo com os outros alunos.

Olhei para as outras pessoas que estavam no auditório e minha mãe acenou brevemente para mim e Joalin bateu mais palmas.

Percebi Any se esforçando para não gritar ou ser escandalosa, sua mãe sorria para mim.

Explorei o local com os olhos e meu coração disparou quando vi dois pares de olhos verdes me encarando, batendo palmas e sorrindo.

Antes que eu pudesse pensar, o professor interrompe meus pensamentos falando para eu me posicionar para a foto e pude perceber o fotógrafo já preparado.

Sorrio e apertei o certificado que eu tanto desejei em minhas mãos e logo descia do palco, sentindo minhas pernas bambas.

Tentava regular a minha respiração, eu estava eufórica.

Os outros universitários foram chamados e assim se encerrou a minha formatura na faculdade.

O professor deu mais algumas palavras e todos comemoravam os novos formandos.

As famílias se amontoaram e eu abracei a minha mãe, depois Any e Priscila.

Sofya e Joalin estavam falando sem parar de como eu estou bonita com esse vestido e de como eu fiquei bonita em cima do palco recebendo o diploma.

— Você deve ter saído incrivelmente linda nas fotos, eu preciso delas e... — Joalin para de falar ao olhar para um certo lugar e antes que eu pudesse pensar, Sofya saiu correndo.

Segui o olhar de Joalin e para onde Sofya correu.

Meu sorriso tomou vida própria, e não pude deixar de sentir borboletas em minha barriga.

Era o Noah.

Ele estava aqui. Estava me vendo enquanto eu estava em cima do palco e parecia bem.

Sua camisa social branca, estava com dois botões abertos e com as mangas dobradas até o antebraço, e exibiam a corrente prata que ele usava. Sua calça preta apertada que marcava suas pernas e ele não podia estar mais perfeito.

Sofya estava em seu colo, e o abraçava. Noah sorria e contava algo para ela, o que a fez rir.

Olhei para Joalin e a mesma acenou a cabeça em direção a ele.

Quando Sofya se soltou do colo dele, corri para abraçá-lo.

Ele estava a minha espera, eu sabia disso. Eu corri mesmo estando com os saltos que puniam meu pé, mas era Noah. Sou capaz de tudo.

Fechei os olhos quando senti seu corpo junto ao meu, seus braços se fecharam em minha cintura, apertei seus ombros fortes e largos o puxando para perto. Acariciei seus cabelos enquanto ele estava com o rosto em meu pescoço, me fazendo arrepiar por estar com a respiração na região sensível.

Reprimi os lábios, Noah virou uma das coisas mais importantes para mim. Eu amava ele, e ele me amava. Senti falta dele.

Noah se desvencilhou, mas não muito, deixando os nossos rostos próximos e a ponta dos nossos narizes se encostando.

— Você veio. — falei vendo suas pupilas dilatadas.

— Não perderia por nada, estou muito orgulhoso de você... Merece muito. — meu sorriso aumenta.

Noah beija a minha testa e lembrei quando entreguei o convite para a formatura para ele, mas depois de tudo, não esperava que ele viria.

Só o olhando, percebia ele bem melhor.

Olhei para minha família e minhas bochechas ruborizaram ao ver que eles nos olhavam atentamente, Noah sorriu e massageou os nós das minhas costas e logo andou até minha mãe e cumprimentou a mesma, logo depois Any, Priscila e Joalin.

Ao que perceber que eu o olhava, sorriu e estendeu a mão para mim. Não hesitei ao pega-la, geralmente, iria entrelaçar os nossos dedos... Mas não agora, queria entender melhor o que se passava com ele agora. 

— Alex, eu gostaria muito de poder levar Sina a jantar hoje e...

— Nem pergunte para mim, Sina é adulta e faz o que quiser. — minha mãe o corta e minha boca se abre e se fecha diversas vezes.

Noah riu e me olhou.

— Aceita ir jantar comigo, agora? — pergunta.

Olhei para Any e Joalin, as mesmas faziam positivo com as mãos.

Olho para ele novamente.

— Aceito, Noah. — o olhei e o mesmo me puxou para perto.

Eu e minha família, andamos para fora da faculdade. Olho pela última vez o lugar.

Meu coração disparava rápido ao ver todos irem e entrarem dentro do carro e partirem nas ruas de Los Angeles.

Agora eu estava sozinha, com Noah.

Porra, tantas vezes eu já imaginei isso e agora... Ele estava aqui.

Eu não sabia o que fazer e Noah pareceu perceber isso e puxou minha mão, nos guiando para seu carro que eu logo localizei.

Minhas mãos suavam, um grande ponto de interrogação estava na minha cabeça agora... Por não saber o que vai acontecer.

Ele abriu a porta de passageiro para mim e eu entrei no carro e depois Noah entrou também.

Respirou fundo e seu olhar estava focado em um ponto fixo e disse:

— Temos muito o que falar, eu sei disso. — me olhou. — Por isso marquei uma reserva no restaurante... Espero que não eu não tenha estragado seus planos de comemoração pós formatura. — comenta e eu rio.

— Não estragou, já tinha comemorado antes. — falo e suspiro. — Por que não respondeu as minhas mensagens? — as palavras saíram mais rápido do que meu tempo para pensar.

— Sina...

— Por que sumiu?

— Eu vou explicar tudo, o.k? — diz e liga o carro. — Tudo o que eu fiz, depois de nós termos dado um espaço um para o outro...  Foi pelo bem de nós dois, e você vai perceber que eu estou muito melhor.

Depois disso, ficamos em silêncio.  O trajeto foi em um silêncio que me deixava desconfortável, por querer falar algo a mais, porém não falei.

Percebia Noah nervoso, aperta o volante em uma força que deixou a ponta de seus dedos brancos, seu corpo tenso...

Por que ele estava nervoso? Foi ele que desapareceu por dias e depois está aqui comigo, eu deveria estar nervosa.

Cruzo meus braços e olho para a janela, as estrelas estavam brilhando essa noite e o céu estava sem nuvem. A noite estava linda.

O cheiro do perfume de Noah, entrava pelas minhas narinas e eu fechava os olhos.

Os minutos se passaram quando o carro finalmente parou. Abro meus olhos e tiro meu cinto e Noah faz o mesmo.

Ele me olhou, olhou para minhas mãos como se estivesse pensando em como agir agora, por fim, colocou as mãos no bolso e acenou com a cabeça em direção ao restaurante.

O barulho do meu salto, era o único som emitido por mim. Parei na entrada do restaurante e Noah falou sobre a reserva e o garçom nos guiou até a nossa mesa, que era isolada e perto da janela onde eu tinha a visão da cidade.

Noah puxou a cadeira para eu sentar e logo o mesmo se sentava na minha frente.

A lembrança de quando jantamos juntos no restaurante da Alemanha, no mesmo dia em que demos o nosso primeiro beijo, veio a minha mente.

Olhei para Noah que me olhava profundamente.

— Como eu tinha dito antes... Estou muito feliz por você e por tudo o que você vem conquistando. Eu estou orgulhoso de você, para caralho. — sorri. — Sina, você merece o mundo... — pega a minha mão em cima da mesa e acaricia a mesma.

— Noah...

— Esses dias eu estava me reorganizando, colocando meus planos em dia e melhorando mentalmente. No começo eu achei que não conseguiria, e que além de ficar péssimo... Eu iria perder a melhor coisa que me aconteceu. Você. — engole seco.

Noah me encarou com admiração.

— Mas eu consegui. — fala. — E eu estava disposto a te ver apenas quando eu estivesse cem porcento. Eu estou aqui agora, querendo te agradecer por tudo o que você fez por mim. — da uma pausa. — Eu amo você, Sina. Amo muito.

Meu coração disparava cada vez mais rápido, que por um segundo, temi que ele pudesse sair pela boca.

— Você não desistiu de mim.

— É isso que namoradas geralmente fazem. — dou de ombros e percebo o brilho nos seus olhos.

— Sei que fiz coisas erradas, principalmente esconder o que aconteceu com Jordan... E peço perdão por isso. Sei que essa história de eu ter ou não engravidado ela não está acabada, mas depois vamos falar sobre isso, tudo bem? — pergunta e eu assinto.

Noah com sua cadeira, ao invés de se sentar na minha frente, a move e fica ao meu lado.

Seu olhar atencioso em mim, me faziam ter borboletas no estômago. Noah segurou minha bochecha e a acariciou com o polegar.

— Vamos fazer as coisas devagar agora. Quero que você veja sem pressa, essa versão melhorada de mim. — rimos. — Nesses dias, meu amor por você aumentou mais... Nem sabia que era possível. — deixou um beijo em minha testa, um beijo demorado. — Eu estou muito feliz agora, por estar aqui... Com você.

Olhei nos olhos verdes dele, e passei a mão em seus cabelos.

— Eu também, Noah. Eu estava preocupada com você. — empurro seu ombro de leve.

— Desculpe por isso. — sussurrou em meu ouvido.

O garçom apareceu e pedimos as nossas comidas.

[...]

Minha barriga estava doendo, e as maçãs do meu rosto chegavam a doer. Eu estava rindo. Não sei se foi por ter tomado as doses de vinho e eu ser fraca com bebida, mas o que Noah disse me fez rir.

— Caralho, como eu senti falta da sua risada. — diz ele rindo junto comigo.

Eu me sentia muito bem quando estava com ele, Noah... Porra, ele é o meu tudo e o que eu tenho de mais especial e importante.

Ao me recompor, termino a minha comida e dou o último gole no vinho.

Noah pediu a conta e logo saímos do restaurante, mas diferente de como entramos, estávamos com os dedos entrelaçados e os corpos juntos.

Quando chegamos em frente ao carro, meu namorado me pressionou contra ele e segurou meu rosto.

Noah me encarava, fez isso a noite inteira, mas agora estava diferente.

Aproximou nossos rostos e com o lábio inferior, delicadamente, traçou um caminho pelos meus lábios. Fechei os olhos e só me deixei sentir. Seus movimentos eram comparados aos de uma pena, seu lábio foi para a minha bochecha e desceu para o meu queixo onde deixou um beijo molhado, o que me fez suspirar fundo.

— Amanhã... — se afasta um pouco e eu abro meus olhos.

Ele deu uma longa pausa, como se não soubesse como eu iria reagir ao o que ele falaria agora.

— Amanhã, irei ao apartamento de Jordan. Vai sair o teste de DNA do bebê. Pode ser meu ou do ex-namorado dela... Mas independente do resultado, se você não tiver nada amanhã, gostaria que fosse comigo.

Engulo em seco e reprimo os lábios. Tudo poderia ser diferente, um teste de DNA pode mudar tudo.

Olho nas íris verdes de Noah, sorri instantaneamente por vê-lo bem.

Abraço sua cintura e Noah passa os braços em volta de meu pescoço e apoia o queixo em minha cabeça.

— Eu vou com você amanhã.

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Continua...

Próximo capítulo = bomba 🔫

Votem muito e não esqueçam de comentar para me motivar a escrever mais 💗

Essa capítulo me deixou com o coração quentinho 🙌🏻❤️

Sina pediatra, tudo para mim 🤚

Hasta Luego✨
-juh