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𝗰𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼 𝘂𝗺 | a nova vida

CAPÍTULO UM

── ❝a nova vida.❞

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Hadria não poderia estar mais irritada do que naquele instante. Sentada no parapeito de uma das janelas do castelo, observava a noite escura lá fora, enquanto as palavras de Enoir ecoavam em sua mente. Ela teria que se infiltrar na vida de um clã de frios. Aquilo era um insulto à sua linhagem, à sua posição como uma das primeiras imortais da história.

Ela não suportava os frios - seres que considerava inferiores, meras caricaturas de vampiros. Eles eram frágeis, presos a regras ridículas e liderados por tolos como os Vulturis. A verdadeira essência da imortalidade corria nas veias dela e de seus irmãos, não naquelas aberrações de pedra.

E agora, por insistência de Lilith, a própria criadora dos imortais, ela teria que se rebaixar, aproximando-se da família Cullen e se misturando com humanos. Para isso, Hadria precisaria frequentar uma escola humana - a escola de Forks.

Quando Hadria despertou de seu sono secular, o mundo que encontrou era completamente irreconhecível. Séculos haviam se passado, e ela e seus irmãos precisaram aprender tudo o que havia mudado. Enoir havia sido paciente, explicando os avanços, as guerras e os novos costumes humanos. Mas a cada descoberta, Hadria sentia-se mais deslocada.

Mulheres com direitos? Isso ainda parecia inacreditável. Quando fora colocada para dormir, em 1690, as mulheres eram propriedades de seus maridos ou pais. Agora, elas trabalhavam, dirigiam e até lideravam países. Não que ela não apreciasse o poder que isso trazia - Hadria sempre soubera que mulheres eram tão capazes quanto os homens - mas era desconcertante imaginar que o mundo finalmente reconhecera algo que ela sabia há séculos.

Apesar disso, ela achava toda essa igualdade uma distração. Poder real não vinha de direitos humanos; vinha da imortalidade. E ela era imortal. A primeira. A única verdadeira.

Agora, ela teria que se esconder entre os mortais, como se fosse uma adolescente comum. A ideia era ridícula. ── Lilith quer que nos aproximemos dos Cullen ── ela murmurou, com um toque de desprezo na voz. ── Mas por que eu? Erebus é calmo o suficiente para isso, e Dalibor... bem, ele poderia tentar, pelo menos.

Mas Hadria sabia a resposta. Ela era a combinação perfeita dos dois: inteligente, observadora e, quando necessário, implacável. Se alguém conseguiria se infiltrar, era ela. Mesmo assim, a ideia de passar seus dias fingindo interesse em aulas mundanas e convivendo com humanos sem graça era insuportável.

Enoir, que estava encostado à porta, assistia pacientemente à sua indignação. ── Você sabe que Lilith não faz pedidos sem propósito ── ele disse, calmamente.

Hadria virou-se para ele, os olhos escuros brilhando com irritação. ── Não é um pedido, Enoir. É uma ordem. Ela nos trouxe de volta, e agora quer que eu me rebaixe. Acha que é fácil aceitar isso?

── Seja como for ── Enoir respondeu, com um leve sorriso. ── você é a melhor escolha para essa tarefa. Os Cullen precisam acreditar que você é uma de suas... iguais.

Ela bufou, cruzando os braços. ── E para isso eu preciso frequentar uma escola. Como se eu tivesse idade para isso."

── Você parece ter 17 anos, não importa o quanto odeie admitir. E você precisa se aproximar daquela meia-imortal. É ela quem nos levará ao nosso objetivo. Quando chegar a hora certa, vocês terão sua vingança, e Lilith terá sua vitória.

Hadria suspirou, olhando novamente pela janela. Ela sabia que não tinha escolha. Para proteger seus irmãos, honrar sua mãe e trazer de volta o poder de sua linhagem, ela faria o que fosse necessário - até mesmo conviver com frios e mortais.

── Que assim seja ── ela finalmente disse. ── Mas que Lilith saiba que não serei paciente se esses Cullen me testarem.

Enoir sorriu, inclinando-se levemente em uma reverência. ── Eles não terão ideia do que os atingiu.

Hadria virou-se para ele, a determinação estampada em seu rosto. ── E que ninguém se esqueça: não importa quanto tempo passe, nós somos os verdadeiros imortais.

Os planos estavam traçados, e nenhum deles estava particularmente satisfeito. Hadria continuaria a detestar a ideia de se misturar a adolescentes humanos; Dalibor, embora intrigado com a ideia de lecionar, já tramava formas de se divertir às custas dos mortais; e Erebus, o mais equilibrado dos três, só conseguia pensar nas inúmeras maneiras como aquilo poderia dar errado.

Erebus seria o primeiro a se estabelecer na nova vida. Com séculos de conhecimento médico acumulado - um de seus muitos passatempos durante sua longa existência - ele assumiria o cargo de médico no hospital de Forks. Sua postura calma e profissional seria perfeita para o papel, e sua posição lhe garantiria acesso fácil ao estoque de sangue do hospital, uma solução prática para manter sua família alimentada sem levantar suspeitas.

Mas nem todos estavam felizes com essa abordagem.

── Então é isso ── resmungou Dalibor, os olhos verdes brilhando com raiva. ── Vamos nos rebaixar a beber sangue velho e sem vida de bolsas roubadas?

── E qual é a alternativa? ── respondeu Erebus, pacientemente. ── Saímos por aí drenando humanos até a morte? Deixe-me adivinhar: você sugere que comecemos com nossos vizinhos. Talvez até os alunos da escola onde você vai lecionar?

Dalibor sorriu, um sorriso predatório. ── Não é uma má ideia.

── Dalibor, ── interrompeu Hadria, irritada ── mesmo eu concordando que bolsas de sangue são... degradantes, não podemos nos dar ao luxo de levantar suspeitas. Ainda mais com os frios observando.

Erebus assentiu. ── Exatamente. Não podemos chamar atenção. Precisamos de tempo para nos estabelecer e observar. E isso significa controle, Dalibor.

Dalibor, apesar de sua natureza explosiva e sanguinária, aceitou o papel de professor de história com uma certa curiosidade. Ele sempre teve fascínio pelos eventos que moldaram o mundo ao longo dos séculos - muitos dos quais testemunhou pessoalmente. Mas, claro, ele não estava empolgado com a ideia de ensinar para um grupo de adolescentes desinteressados.

── Vou ensinar a história que importa ── disse ele, com um brilho sinistro nos olhos. "Os humanos esqueceram quem realmente governa este mundo. Talvez seja hora de uma pequena... revisão.

── Você não vai fazer nada que levante suspeitas ── advertiu Erebus. ── Não quero ouvir sobre desaparecimentos ou ferimentos inexplicáveis na escola. Entendido?

Dalibor ergueu as mãos, fingindo inocência. ── Entendido. Eu serei um professor modelo.

Hadria soltou uma risada curta. ── Sim, claro. Modelo de como transformar uma sala de aula em um campo de batalha."

Para Hadria, a missão era a mais humilhante. Fingir ser uma estudante adolescente parecia ridículo para alguém que viveu séculos e presenciou o surgimento de impérios e a queda de civilizações. Ainda assim, ela sabia que sua presença na escola era essencial para o plano.

── Você vai conseguir se controlar? ── perguntou Erebus, com uma sobrancelha arqueada.

── Vou tentar ── respondeu Hadria, revirando os olhos. ── Mas, se um desses adolescentes insolentes me irritar demais, não posso prometer nada.

Dalibor riu. ── Eu estarei lá para garantir que ela não cause muitos problemas. Ou talvez para ajudá-la a se divertir um pouco.

Erebus suspirou, visivelmente desconfortável com a ideia de deixar os dois sozinhos em um ambiente cheio de humanos. ── Se vocês dois causarem problemas, não haverá sangue suficiente neste mundo para aplacar Lilith.

── Confie em nós, irmão ── disse Dalibor, com um sorriso irônico. ── Somos perfeitamente capazes de nos comportar... pelo menos por um tempo.

Enoir observava os três com um misto de diversão e preocupação. Ele sabia que controlar Dalibor e Hadria seria um desafio, mas também sabia que a missão deles era crucial.

── Vocês precisam entender ── ele começou ── que essa é apenas a primeira fase. Não estamos aqui apenas para nos infiltrar. Estamos aqui para nos estabelecer, observar e esperar o momento certo. A meia-imortal dos Cullen é a chave. Quando ela cometer um erro, nós agiremos. Até lá, precisamos de paciência.

── Não somos conhecidos por paciência ── respondeu Hadria, com um sorriso irônico.

── Não se preocupem ── disse Enoir, com um brilho de confiança nos olhos. ── Vocês terão suas oportunidades. E, quando isso acontecer, os frios não saberão o que os atingiu.

Os três irmãos assentiram, cada um mais relutante que o outro. As peças estavam no lugar, e o jogo estava apenas começando. O mundo de Forks estava prestes a mudar, mesmo que ainda não soubesse disso.

Em meio à conversa, os primeiros raios de sol começaram a atravessar as enormes janelas do castelo. Os três irmãos Relish, ainda imersos em suas discussões e planos, mal perceberam que o dia havia amanhecido. O tempo para preparar suas novas vidas havia acabado; agora, era hora de se integrarem ao mundo mortal, algo que nenhum deles fazia havia séculos.

Hadria foi a primeira a se retirar, subindo a escadaria de mármore em direção ao quarto que Enoir havia preparado para ela. Era luxuoso, com móveis de design moderno, um contraste gritante com a arquitetura gótica do castelo.

Ela caminhou até o enorme closet que, para sua surpresa, estava repleto de roupas, acessórios e sapatos, todos de marcas famosas que ela ainda estava se acostumando a reconhecer. Enoir havia pensado em tudo.

Hadria escolheu um conjunto que transmitisse exatamente o que ela queria: uma aparência de riqueza e superioridade, mas sem exageros que a tornassem chamativa demais. Vestiu uma jaqueta de couro preta sobre uma blusa de seda branca, combinada com jeans escuros de corte impecável e botas de salto médio. Finalizou o visual com um colar delicado e brincos de ouro.

Depois de um banho rápido - mais para relaxar do que por necessidade - prendeu os longos cabelos negros em um rabo de cavalo alto. Quando se olhou no espelho, sua expressão era uma mistura de desdém e determinação.

── Se eles querem que eu me finja de humana, então serei a melhor nisso ── murmurou para si mesma.

Enquanto isso, Dalibor e Erebus também se preparavam. No quarto ao lado, Dalibor revirava as roupas cuidadosamente escolhidas por Enoir. Embora normalmente não se importasse com o que vestia, ele sabia que seu papel exigia um toque de sofisticação.

Ele optou por uma camisa social preta, um blazer cinza escuro e calças de alfaiataria, que davam a ele uma aparência autoritária, mas ainda assim acessível. O professor de história perfeito. Antes de sair, ajustou os cabelos loiros, que caíam em ondas naturais sobre os ombros, e colocou um relógio prateado no pulso.

── Se é para parecer respeitável, então que seja do meu jeito ── disse Dalibor para si mesmo, com um sorriso malicioso.

Erebus, por sua vez, se preparava com a eficiência de alguém acostumado a manter as aparências. Sua escolha foi um jaleco branco impecável, combinado com um traje formal simples, mas elegante, em tons de cinza e azul-marinho. Seus cabelos castanhos estavam perfeitamente penteados, e sua expressão era calma, como sempre.

Mas por trás de sua compostura, Erebus estava inquieto. Deixar Hadria e Dalibor sozinhos em um ambiente repleto de humanos o preocupava mais do que ele admitia. Mesmo com todas as precauções, ele sabia que os dois tinham temperamentos explosivos.

Quando os três se reuniram no grande salão do castelo, prontos para partir, Hadria foi a primeira a quebrar o silêncio.

── Bem, pelo menos estamos apresentáveis ── disse ela, olhando para os irmãos.

── Você parece uma criança mimada ── provocou Dalibor, com um sorriso de canto.

── Bom, espero que você pareça um professor decente ── retrucou Hadria, sem perder a compostura.

Erebus suspirou, ajustando o relógio no pulso. ── Já chega, vocês dois. Temos um objetivo, e não podemos nos dar ao luxo de cometer erros. Lembrem-se disso.

Hadria e Dalibor trocaram olhares, mas não disseram nada. Sabiam que Erebus estava certo.

Enoir apareceu à porta, com uma expressão satisfeita. ── Vocês estão perfeitos. Agora, vão. O mundo está esperando por vocês, mesmo que ainda não saiba disso.

Com isso, os irmãos deixaram o castelo, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Era o início de suas novas vidas - e, para Forks, o começo de algo que ninguém jamais poderia prever.

Dalibor estacionou o carro com um movimento elegante, o motor do veículo luxuoso silenciando no mesmo instante. No entanto, nenhum dos dois fez menção de sair do carro imediatamente. O estacionamento estava cheio, mas ambos sabiam exatamente quem estava prestando mais atenção do que deveria: os Cullens.

── Estão escutando, como esperado ── murmurou Dalibor, um sorriso torto surgindo em seus lábios.

Hadria ajustou o retrovisor, observando discretamente os carros no estacionamento. ── Típico. Curiosos como sempre. Vamos dar a eles algo para ouvir.

Dalibor então respirou fundo, transformando sua expressão normalmente predatória em algo mais suave e protetor. Ele se virou para Hadria, falando em um tom que beirava a preocupação genuína, mas que ambos sabiam ser puro teatro.

── Escute, Hadria ── começou ele, com a voz baixa e carregada de um tom fraternal. ── Eu sei que você está nervosa com essa escola nova, e eu entendo. Depois de tudo o que passamos, é normal se sentir deslocada. Só... por favor, tome cuidado, ok?

Hadria, que já estava acostumada a encenações, suspirou, recostando-se no banco como uma adolescente relutante.

── Dalibor ── respondeu ela, com uma entonação levemente impaciente ── eu sei. Não precisa se preocupar tanto comigo. Eu consigo me virar sozinha. Não sou mais uma garotinha.

── Talvez não seja, mas ainda é minha irmã caçula ── insistiu Dalibor, intensificando o tom de proteção. ── E eu não vou deixar ninguém te machucar ou te incomodar. Não aqui, não enquanto eu estiver por perto.

Hadria desviou o olhar para fora da janela, como se estivesse tentando disfarçar a emoção - embora fosse puramente fingimento. ── Obrigada, Dalibor. De verdade. Mas eu prometo que ficarei bem. Só quero tentar... me encaixar.

Dalibor estendeu a mão, pousando-a no ombro dela com um gesto quase paternal. ── Se precisar de mim, sabe onde me encontrar.

Do outro lado do estacionamento, os Cullens estavam reunidos ao redor de seus próprios carros. Edward, com os braços cruzados, escutava atentamente cada palavra do diálogo.

── Eles são... interessantes ── comentou Alice, inclinando a cabeça enquanto tentava captar alguma visão sobre os dois novos alunos. ── Mas ainda não consigo ver nada deles. É estranho.

── Interessantes ou suspeitos? ── questionou Emmett, com um meio sorriso.

Edward não respondeu imediatamente. Ele estava concentrado, tentando decifrar algo nos pensamentos de Dalibor, mas tudo o que conseguia captar eram ideias vagas, confusas e, por vezes, deliberadamente distraídas. Hadria, por outro lado, era um completo enigma.

── Eu não consigo ler a mente dela ── murmurou Edward, o tom de voz baixo e preocupado. ── E ele... parece estar brincando com o que compartilha. Como se soubesse que estou tentando ouvir.

Rosalie, com os braços cruzados e uma expressão de desdém, lançou um olhar para o carro recém-chegado. ── Talvez sejam só humanos ricos e cheios de si. Não vejo por que nos preocuparmos.

── Humanos ou não, algo neles é diferente ── insistiu Edward, ainda encarando o carro. ── Precisamos ficar atentos.

Do lado de fora, Hadria e Dalibor finalmente saíram do carro. Ela ajustou a alça de sua mochila de couro cara enquanto Dalibor, com sua postura altiva, ajeitava os punhos da camisa social. Eles caminhavam lado a lado, atraindo olhares curiosos de todos os estudantes ao redor.

── Já estão nos analisando  sussurrou Hadria, mantendo um sorriso controlado enquanto seus olhos captavam o ambiente.

── Deixe que olhem ── respondeu Dalibor, em um tom baixo. ── Quanto mais distraídos eles estiverem, menos atenção prestarão ao que realmente importa.

O primeiro dia de aula foi um verdadeiro desastre para Hadria. Desde o momento em que pisou na escola, sentia a tensão em cada passo que dava. Embora estivesse acostumada a controlar suas emoções e manter as aparências, o vínculo que sentira ao olhar para Rosalie Hale a deixara em completo caos interno.

A ideia de se aproximar dos Cullens - o que deveria ser seu objetivo principal - tornou-se insuportável. Cada vez que os via em algum corredor ou sala, Hadria dava um jeito de evitá-los. Especialmente Rosalie.

Durante a aula de biologia, Hadria sentiu o olhar de Edward sobre ela, como se ele estivesse tentando compreender algo que escapava à sua percepção. Ele parecia frustrado, provavelmente por não conseguir ler sua mente, mas Hadria simplesmente ignorou. Estar perto de qualquer um dos frios era arriscar demais, considerando o que agora sabia sobre o laço que a conectava à loira.

Enquanto isso, Rosalie estava igualmente perturbada. No estacionamento, aquele momento em que seus olhos haviam se cruzado com os de Hadria foi o suficiente para que algo dentro dela mudasse irrevogavelmente.

Rosalie não queria acreditar. Não podia acreditar. Ela passara décadas como uma vampira, observando com certa inveja os laços que uniam Esme e Carlisle, Alice e Jasper, e até mesmo Bella e Edward. Por mais que tentasse esconder, sempre sentira um vazio, um desejo por algo mais.

Agora, de repente, havia uma conexão. Uma ligação que ela nunca esperou, nunca imaginou. E o mais irônico - ou cruel - era que sua companheira parecia ser humana. Uma humana cujo coração batia forte, cujo cheiro de sangue, embora intrigante, era diferente de qualquer outro.

Rosalie sabia o que isso significava. Se ela se aproximasse, poderia destruir aquela alma inocente. Ela conhecia bem o peso de ser imortal, a dor de viver eternamente, presa em um corpo que não envelhecia. Como poderia condenar alguém a isso?

── Não posso ── murmurou Rosalie para si mesma enquanto caminhava pelos corredores da escola, sua postura elegante e altiva escondendo o caos interno que sentia. ── Não vou fazer com ela o que fizeram comigo.

Mas, por mais que tentasse se afastar, o vínculo era impossível de ignorar. Cada vez que via Hadria, sentia um impulso quase incontrolável de se aproximar, de protegê-la. Era algo primitivo e poderoso, algo que nenhuma lógica poderia superar.

Enquanto o dia prosseguia, Hadria e Rosalie continuaram a se evitar. Ambas estavam em conflito, lutando contra algo que parecia maior do que elas.

Para Hadria, a ideia de ter um laço tão profundo com uma fria era inconcebível. Era quase uma afronta à sua existência como uma Relish, a imortal original. E, ainda assim, o vínculo estava lá, como uma marca que não podia ser apagada.

Para Rosalie, o medo de destruir a vida de Hadria a mantinha afastada, mas cada momento longe dela parecia errado, como se estivesse desafiando a própria natureza.

Nenhuma das duas sabia como lidar com o que estava acontecendo. E, naquele primeiro dia, o silêncio entre elas falou mais alto do que qualquer palavra poderia dizer.

Finalmente, os irmãos Relish's estavam em casa, após um dia angustiante de tentar se adaptar a uma nova rotina em Forks. O castelo, embora imponente e repleto de lembranças do passado, oferecia um conforto raro para eles naquele momento. Todos estavam sentados no grande sofá, o silêncio se estendendo pela sala enquanto Erebus, o mais calmo entre os irmãos, quebrava o silêncio com sua voz profunda.

── Hoje, encontrei Carlisle Cullen ── ele disse, os olhos fixos em seu próprio reflexo na janela. ── Conversamos um pouco. Ele é mais... acessível do que eu imaginava. ── Erebus parecia ponderar cada palavra antes de pronunciá-la, mas a excitação em seu tom era visível.  ── Parece alguém que valoriza a paz, mas também tem uma sabedoria que vem de muito tempo vivendo em um mundo que mudou.

Dalibor, que estava visivelmente irritado com o fato de ter que esconder sua verdadeira natureza, olhou para Erebus com ceticismo. ── E o que isso significa, Erebus? Devemos confiar em um vampiro como esse? Não podemos simplesmente nos aproximar de 'novos' imortais com essa facilidade.

Hadria, que até aquele momento estava perdida em seus próprios pensamentos sobre Rosalie, levantou os olhos para olhar para seu irmão mais velho. ── Dalibor, ele tem razão. Carlisle Cullen pode ser uma ponte importante para nos aproximarmos dos Cullens. Talvez, seja a oportunidade de fazer com que eles revelem o que realmente sabem sobre essa nova geração de imortais.

Erebus assentiu, mantendo um semblante sério. ── Exatamente. Além disso, ele não parece ser como os Vulturis. Não há sinais de uma mentalidade de realeza ou dominação. Parece ser alguém que ainda carrega vestígios da humanidade, e isso pode ser útil.

Dalibor resmungou, claramente desconfortável com a ideia. ── Isso soa como uma oportunidade para falharmos mais uma vez, Erebus. Os imortais têm uma tendência a se tornar muito... suaves com o tempo. Não podemos nos permitir ser como eles.

── Mas não podemos simplesmente ficar observando à distância ── Hadria interveio, sua voz mais firme do que antes. ── E se tivermos a chance de entender melhor o que realmente aconteceu com os imortais? O que se tornou deles? Não podemos continuar nas sombras para sempre.

A tensão no ar era palpável, mas Erebus se manteve calmo, como sempre. ── Eu não estou sugerindo que nos tornemos como eles, Dalibor. Mas precisamos entender quem são, como agem e o que mudou. Essa é a nossa chance de nos aproximarmos sem armar um confronto direto. Podemos, ao menos, começar a desvendar a verdade sobre a quebra da natureza.

Dalibor se recostou no sofá, visivelmente relutante. ── E se descobrirmos algo que não queremos saber? E se isso nos colocar em perigo?

── Estamos em perigo todos os dias, Dalibor ── Hadria respondeu, sua voz se suavizando. ── Mas ficar no escuro pode ser mais perigoso.

Havia um momento de silêncio enquanto os irmãos refletiam sobre as palavras de Hadria. Erebus finalmente quebrou o silêncio, seus olhos brilhando com determinação.

── Então, amanhã, eu me encontrarei com Carlisle novamente. Veremos até onde ele está disposto a nos levar.

Os irmãos Relish's trocaram olhares, e apesar das preocupações e desconfianças, havia uma sensação de que esse poderia ser o primeiro passo para algo maior, algo que poderia mudar o destino deles para sempre.

Hadria se recostou no sofá, os braços cruzados, os olhos distantes. Sua mente ainda estava presa naquele momento estranho com Rosalie Hale, e, embora estivesse tentando evitar falar sobre isso, sabia que não poderia esconder a verdade para sempre. Os irmãos Relish's precisavam saber.

── Eu... eu encontrei minha companheira ── Hadria disse finalmente, sua voz carregada de uma angústia que ninguém ali esperava. Ela olhou para Dalibor e Erebus, ambos tão atentos e preocupados com a situação. ── Ela é... ela é uma vampira. Rosalie Hale.

Dalibor franziu a testa imediatamente, os olhos escurecendo com desconfiança. ── O quê? Como isso é possível? ── Sua voz foi dura, mas a preocupação era visível. ── Ninguém de nossa espécie deveria ter uma alma gêmea, muito menos uma fria.

Erebus, sempre o mais calmo, analisou Hadria com uma expressão grave. ── Isso é... muito inesperado. ── Ele se endireitou no sofá, sua mente obviamente tentando processar o que ela havia dito. ── Como você soube? O que exatamente aconteceu?

Hadria respirou fundo, tentando se acalmar antes de falar mais. ── Eu não sei explicar direito... mas quando nossos olhos se encontraram, algo aconteceu. Eu senti... uma conexão. Uma ligação que não deveria existir, uma força puxando-me para ela. Eu não sabia o que era no começo, mas foi impossível ignorar. ──Ela olhou para seus irmãos, vendo que a preocupação se tornava mais evidente. ── Eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Não é algo natural, não é algo que os imortais como nós experimentam.

Dalibor se levantou de repente, agitado. ── Você está dizendo que os Deuses... os próprios Deuses, que nos transformaram, permitiram que você encontrasse uma alma gêmea? Isso é... isso é errado! ── Ele andava de um lado para o outro, a raiva se acumulando. ── Nenhum de nós, nenhum imortal, deveria sentir isso. Isso não é uma dádiva, é uma maldição.

Erebus permaneceu em silêncio por um momento, seus olhos penetrantes fixos em Hadria. Ele sabia da dor que sua irmã sentia, mas também sabia que isso colocava todos em uma posição delicada. ── Dalibor está certo, Hadria. O que você sente por Rosalie não é apenas incomum, é perigoso. Nenhum vampiro, nenhum imortal, tem uma verdadeira alma gêmea. Fomos criados para sermos diferentes, superiores a qualquer outra coisa, e encontrar uma ligação com outra criatura imortal vai contra tudo o que somos.

Hadria abaixou a cabeça, a dor do peso de suas palavras lhe esmagando o peito. ── Eu sei, Erebus. Eu sei. Mas não posso negar o que aconteceu. Não foi um feitiço como o que Azura tentou fazer com Dalibor. Não foi uma ilusão. Foi real. ── Ela suspirou profundamente, tentando não ceder à angústia que se acumulava dentro de si. ── Eu não sei o que fazer com isso. Eu nunca imaginei que um dia passaria por algo assim. Eu sou a primeira de nossa espécie a encontrar uma alma gêmea... e ela é uma fria, um vampiro de uma raça completamente diferente.

Dalibor parou de andar e se aproximou de Hadria, seu rosto sombrio e cauteloso. ── O que você vai fazer agora? Você sabe o que isso significa, certo? Se você se aproximar dela, se envolver com uma fria, isso poderia trazer consequências terríveis para todos nós.

Hadria fechou os olhos, tentando reunir forças para lidar com os sentimentos conflitantes que a atormentavam. ── Eu sei. Mas também sei que é algo que não posso simplesmente ignorar. A conexão é forte demais para ser ignorada. Mesmo que ela seja diferente de nós, há algo nela que me chama. ── Ela olhou para Dalibor e Erebus, tentando expressar sua angústia sem palavras. ── Não posso ficar longe dela. Mas não posso destruir sua humanidade, Dalibor, Erebus. Eu não posso fazer isso com ela, mesmo que ela seja uma fria.

Erebus se aproximou lentamente de Hadria, colocando uma mão em seu ombro. ── Nós sabemos, Hadria. Mas temos que ser cautelosos. Esta conexão pode ser mais complexa do que você imagina. Não é apenas sobre você e Rosalie. É sobre tudo o que a nossa espécie representa. Nós somos a verdadeira linhagem de imortais, não podemos permitir que isso nos enfraqueça.

Dalibor, apesar de seu ceticismo, parecia ponderar as palavras de Erebus. ── Eu só espero que você não faça algo impulsivo. Isso pode colocar todos nós em risco. Você precisa ser cuidadosa, mais do que nunca.

Hadria assentiu lentamente, sabendo que, por mais que desejasse se aproximar de Rosalie, ela precisava de mais tempo para entender o que estava acontecendo. A ligação entre elas era real, mas o caminho à frente era incerto, e ela não sabia se estava preparada para lidar com as consequências de se aproximar da loira fria.

4330 palavras.

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