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𝗰𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼 𝘁𝗿𝗲𝘀 | jogos de ciúmes

CAPÍTULO TRÊS.
── ❝jogos de ciúmes.❞

META: 30 votos e 30 comentários.

Hadria caminhava pelos corredores da escola com passos firmes, carregando consigo sua habitual aura de superioridade. Era o horário de história, o que significava que ela teria que lidar com Dalibor em seu ambiente "profissional". Ela sabia que ele se divertia em atormentar os alunos, mas sempre conseguia um olhar desaprovador de Erebus quando contava suas histórias sobre como fazia os adolescentes tremerem em suas cadeiras.

Ao adentrar a sala, ela imediatamente sentiu os olhares dos alunos sobre ela. Hadria ignorou-os como sempre, movendo-se com graça até seu assento habitual no fundo da sala. No entanto, antes que pudesse sequer colocar sua mochila sobre a cadeira, a voz autoritária de Dalibor ecoou pela sala.

── Turma, hoje decidi fazer uma pequena mudança. Novos pares serão atribuídos para melhor... colaboração.

Hadria congelou. Ela conhecia aquele tom de voz. Dalibor não estava apenas fazendo mudanças aleatórias; ele tinha um plano.

── Os nomes estão no quadro. Sigam as instruções e troquem de lugar, por favor ── Dalibor anunciou, com um sorriso que apenas Hadria reconheceria como provocativo.

Relutante, ela olhou para o quadro. E lá estava: "Hadria Relish e Rosalie Hale."

Os olhos dela imediatamente se estreitaram, e ela lançou a Dalibor um olhar mortal, carregado de irritação e uma clara mensagem: "Você vai pagar por isso." Ele, é claro, respondeu com um sorriso satisfeito e um leve arquear de sobrancelha, claramente se divertindo com o desconforto da irmã.

Sem dizer uma palavra, Hadria pegou sua mochila e caminhou até a cadeira ao lado de Rosalie, que já estava sentada. A loira a olhou de canto de olho, um misto de curiosidade e desconforto estampado em seu rosto perfeito. Rosalie estava tão inquieta quanto Hadria, embora se esforçasse para manter a compostura.

Hadria sentou-se ao lado dela, o mais distante possível sem parecer rude. Sua mandíbula estava travada, mas ela se recusava a ceder e confrontar Dalibor naquele momento. Não aqui, na frente de todos.

── Boa sorte, senhoritas ── Dalibor comentou, olhando diretamente para elas com um brilho divertido nos olhos.

Dalibor, com seu tom autoritário e sempre um toque de sarcasmo, continuou explicando as novas regras da classe enquanto andava pela sala, como um predador analisando sua presa.

── Esses pares que escolhi não são apenas para hoje. Vocês trabalharão juntos em todas as atividades futuras — pesquisas, trabalhos, redações, apresentações... tudo. Então, é essencial que se entendam, se comuniquem e, acima de tudo, que se deem bem.

Hadria, ainda sentada ao lado de Rosalie, cruzou os braços com força, lançando um olhar fulminante para as costas de Dalibor. Sua paciência com ele já estava no limite, e ela não conseguiu se conter:

── Idiota ── murmurou baixinho, com um tom que só quem estivesse próximo poderia ouvir.

Dalibor, é claro, ouviu perfeitamente. Ele era um imortal, e os sentidos aguçados eram sua especialidade. Parando de repente, ele girou nos calcanhares e lançou um olhar rápido para Hadria, seus lábios curvando-se em um sorriso satisfeito, mas discreto. Ele não disse nada, disfarçando enquanto voltava a falar com a classe como se nada tivesse acontecido.

Rosalie, sentada ao lado de Hadria, ergueu uma sobrancelha, claramente curiosa. Ela a olhou de canto de olho, intrigada pelo comportamento da garota que parecia tão cheia de atitude e, ao mesmo tempo, desconfortável. No entanto, Rosalie decidiu permanecer em silêncio. Não queria iniciar uma conversa que poderia acabar mal — ou, pior, expor o que ela sentia em relação a Hadria.

A aula prosseguiu, mas o clima entre as duas era tenso. Para qualquer um que as observasse, parecia apenas mais uma dupla de alunas que não se davam bem. Porém, Dalibor sabia exatamente o que estava fazendo. O sorriso sutil em seu rosto deixava claro: ele estava se divertindo.

Dalibor caminhava lentamente pela sala, o silêncio preenchido apenas pelo som de seus sapatos contra o chão. Ele parou na frente do quadro e escreveu "Guerra Napoleônica" em letras grandes e firmes. Virando-se para os alunos, ele cruzou os braços.

── Alguém aqui pode me dizer o que sabe sobre a Guerra Napoleônica? Alguma informação relevante?

Hadria, sem hesitar, ergueu a mão, sua expressão calma e confiante. Dalibor a olhou de relance, surpreso que ela estivesse realmente participando, mas deu de ombros e apontou para ela.

── Relish, vamos lá.

── Foi um conflito militar de longa duração que começou em 1803 e terminou em 1815, envolvendo a França, liderada por Napoleão Bonaparte, contra várias coalizões de países europeus que buscavam conter seu domínio no continente.

A resposta saiu de forma clara e precisa, e Hadria sustentou o olhar de Dalibor, desafiando-o a corrigir algo. Antes que ele pudesse responder, uma voz abafada e debochada veio de trás dela.

── Claro que ela sabe isso. É irmã do professor. Deve ter recebido as respostas em casa.

Hadria se virou lentamente, encarando a garota que fez o comentário. Ela era uma adolescente comum, com olhos cheios de superioridade e um sorriso sarcástico nos lábios.

── Olha só ── começou Hadria, com um tom de voz firme e cortante, ── eu sei que não parece, mas além de ser um rosto bonito, eu também estudo. Por isso sou inteligente. Agora, você deveria tentar fazer o mesmo, em vez de ficar desperdiçando o pouco cérebro que tem tentando me provocar.

A sala caiu em um silêncio tenso. Alguns alunos engasgaram tentando conter risadas, enquanto outros arregalaram os olhos com a ousadia de Hadria. Dalibor, por sua vez, ergueu uma sobrancelha, claramente impressionado, mas manteve a compostura.

── Relish ── disse ele, suavemente ── não estamos aqui para discussões pessoais. Deixe isso para o intervalo.

Hadria se virou novamente, sem dizer mais nada, mas um pequeno sorriso de satisfação surgiu em seu rosto. Rosalie, ao lado dela, lutava contra um sorriso, embora estivesse claramente se esforçando para parecer indiferente.

Dalibor continuou a aula, mas no fundo, sabia que aquilo era apenas o começo. Hadria não fazia o tipo que deixava algo passar, e ele adorava ver como sua irmã lidava com situações assim. Afinal, provocação parecia ser um talento natural dela.

Dalibor respirou fundo, tentando dissipar a tensão no ar, e voltou sua atenção ao quadro.

── Como nossa ilustre Relish destacou, a Guerra Napoleônica foi um conflito marcante que moldou a Europa moderna. Napoleão Bonaparte não era apenas um militar brilhante, mas também um estrategista político, e suas campanhas afetaram profundamente as economias, fronteiras e governos do continente. Agora, quero que vocês explorem esse tema mais a fundo.

Ele deu alguns passos para frente, deixando os olhos percorrerem a sala, avaliando os alunos.

── Cada dupla irá escolher uma das principais batalhas da Guerra Napoleônica. Quero que expliquem o contexto da batalha, os envolvidos, a estratégia militar usada por ambos os lados e os resultados, incluindo as consequências políticas e sociais. Além disso, quero que apresentem um mapa indicando o local da batalha e uma análise pessoal sobre como ela influenciou os eventos futuros. O trabalho deve ser entregue na próxima semana, com uma apresentação de 10 minutos em sala. Alguma dúvida?

Hadria inclinou-se para trás na cadeira, claramente descontente. Trabalhar ao lado de Rosalie parecia mais uma tortura do que um dever acadêmico. Ela lançou um olhar de soslaio para a loira, que permanecia quieta, sem esboçar qualquer reação.

Um garoto no fundo da sala levantou a mão.

── Professor Relish, podemos usar tecnologia para o mapa?

Dalibor sorriu com cinismo. ── Se você for capaz de manusear a tecnologia sem parecer um chimpanzé, claro. Mas, se achar que desenhar no papel será mais seguro, eu recomendo isso.

A sala explodiu em risadas abafadas, enquanto Dalibor permanecia sério, observando as expressões dos alunos.

── Se não houver mais dúvidas, podem usar o resto da aula para discutir com suas duplas qual batalha escolherão.

Hadria suspirou profundamente, sabendo que não tinha escapatória. Ela se virou para Rosalie, encarando-a pela primeira vez diretamente desde que haviam sido colocadas juntas.

── Você tem alguma ideia de qual batalha quer trabalhar? ── perguntou, com um tom que oscilava entre impaciência e obrigação.

Rosalie hesitou por um momento, seus olhos dourados analisando Hadria. Por fim, respondeu com um tom neutro:

── A Batalha de Waterloo. É uma das mais importantes. E você?

Hadria revirou os olhos. ── Claro, a mais óbvia. Tudo bem, podemos começar com ela, mas vamos tentar fazer algo menos... básico, entende? Quero um trabalho que impressione.

Rosalie apenas assentiu, e as duas começaram a discutir superficialmente os detalhes, ainda cercadas pelo desconforto do laço que as conectava.

Hadria guardava seus materiais com movimentos rápidos, como se quisesse fugir daquela sala o mais rápido possível. O sinal havia tocado, mas a tensão entre ela e Rosalie ainda pairava no ar como uma nuvem pesada.

Rosalie, que até então estava quieta, finalmente quebrou o silêncio enquanto colocava os livros na mochila.

── Então... Onde vamos trabalhar? Na sua casa ou na minha?

Hadria pausou por um instante, considerando a pergunta. Levar Rosalie ao castelo estava fora de questão. Não apenas porque o lugar era um reflexo sombrio de sua verdadeira natureza, mas também porque havia segredos que deveriam permanecer enterrados, pelo menos por enquanto.

── Na sua casa ── respondeu ela, com uma voz firme, mas sem muita emoção. ── Vai ser melhor assim.

Rosalie arqueou uma sobrancelha, claramente surpresa com a resposta. ── Tem certeza? Não quero incomodar.

Hadria revirou os olhos, como se a sugestão fosse absurda.  ── Você não vai incomodar. Além disso, acho que sua casa deve ser mais... adequada para isso.

Rosalie observou-a por um momento, tentando decifrar as entrelinhas daquela resposta, mas decidiu não insistir. Ela apenas assentiu.

── Está bem, então. Podemos começar hoje à tarde, se você quiser.

Hadria hesitou por um breve instante, mas não queria prolongar mais aquela conversa. ── Hoje à tarde funciona.

As duas terminaram de arrumar suas coisas e começaram a sair da sala, cada uma imersa em seus próprios pensamentos. Enquanto caminhavam para o refeitório, Hadria tentava ignorar o desconforto crescente que sentia em estar tão perto de Rosalie, enquanto a loira mantinha sua expressão impassível, mas seus olhos brilhavam com algo que parecia ser... curiosidade.

Hadria caminhava pelos corredores com passos firmes, tentando ignorar a presença constante de Rosalie ao seu lado, quando, de repente, algo pequeno e inesperado se chocou contra ela. Antes que pudesse processar, seus reflexos a fizeram segurar a pessoa pela cintura, impedindo-a de cair.

Era Renesmee Cullen, a meia-humana.

Os olhos grandes da garota subiram até encontrar os de Hadria, e seu rosto imediatamente ficou vermelho de vergonha. ── Eu... Eu sinto muito! Não estava olhando para onde ia...

Hadria, ainda segurando Renesmee, inclinou a cabeça ligeiramente para o lado, estudando-a por um breve momento. Havia algo curioso naquela garota, algo que lhe dava uma leve sensação de desconforto, mas que ela decidiu ignorar. Ela respondeu com um meio sorriso, tentando parecer casual.

── Sem problemas. Talvez você só precise prestar mais atenção.

Renesmee sorriu timidamente, murmurando outro pedido de desculpas enquanto tentava se recompor. Hadria a soltou lentamente, mas seus olhos já haviam se voltado para algo – ou melhor, alguém – atrás de Renesmee.

Rosalie.

A loira estava parada mais atrás no corredor, observando a cena. Ela soltou uma tosse breve e seca, claramente incomodada. O olhar que Rosalie lançou a Hadria era indecifrável, mas algo no jeito como ela cruzou os braços revelava que não havia gostado nada do que acabara de ver.

Hadria ergueu uma sobrancelha, avaliando Rosalie por um instante antes de dar um sorriso de lado, divertido. Ela percebeu o que aquilo significava. Rosalie estava com ciúmes.

── Bom ── disse Hadria, voltando sua atenção para Renesmee e ignorando o incômodo óbvio de Rosalie. ── Tenha cuidado por aí.

Renesmee acenou rapidamente, agradecendo antes de se apressar para longe.

Enquanto a garota desaparecia no corredor, Hadria voltou-se para Rosalie, que ainda a encarava com uma expressão ligeiramente rígida. Ela não disse nada, mas Hadria viu o maxilar da loira apertado e percebeu como seus olhos dourados pareciam arder em algum tipo de irritação contida.

── Algum problema, Hale? ── perguntou Hadria, em um tom baixo e provocativo.

Rosalie apenas balançou a cabeça, desviando o olhar com um movimento brusco. ── Nenhum.

Mas Hadria sabia que não era verdade. E, por algum motivo, aquilo a divertia mais do que deveria.

Hadria, vendo a irritação evidente no rosto de Rosalie, não resistiu à oportunidade de provocá-la. Enquanto caminhavam pelo corredor, ela inclinou levemente a cabeça para a loira, adotando um tom casual, mas carregado de malícia.

── Aquela era sua irmã, não é? ── perguntou, fingindo um interesse genuíno. ── Renesmee, certo? Parece... adorável.

Rosalie lançou-lhe um olhar afiado, os olhos dourados estreitados em desconfiança. ── Sim, é minha irmã ──  respondeu ela, a voz mais seca do que o habitual.

Hadria sorriu, como se não tivesse notado a hostilidade. ── Hum... Interessante. Ela parece muito... especial. Talvez eu devesse conhecê-la melhor.

Rosalie parou de andar por um instante, virando-se para encarar Hadria diretamente. Seu rosto estava ainda mais fechado, e seus lábios estavam pressionados em uma linha fina. ── Ela é especial ──  disse Rosalie, com firmeza. ── E não precisa da sua atenção.

Hadria levantou as mãos em um gesto de rendição, o sorriso brincando em seus lábios. ── Calma, Hale. Só estava sendo educada.

Rosalie bufou, desviando o olhar e voltando a caminhar.

── Se você queria chamar minha atenção ── Rosalie murmurou sem olhar para ela ── poderia ter encontrado outro jeito.

Hadria apenas sorriu, satisfeita por ter conseguido mexer com Rosalie. ── Quem disse que estou tentando chamar sua atenção?

Rosalie não respondeu, mas o silêncio que seguiu entre elas foi mais revelador do que qualquer palavra.

No refeitório, o ambiente estava barulhento, repleto de conversas e risos abafados pelos sons das bandejas de comida sendo movidas. Hadria seguiu diretamente para a fila, pegando algo para fingir comer – um pedaço de pizza e uma maçã, como se fosse uma refeição qualquer. Com a bandeja em mãos, ela se dirigiu para uma mesa vazia no canto do salão, onde poderia observar sem chamar muita atenção.

Enquanto ela se sentava, seus sentidos aguçados captaram imediatamente a conversa na mesa dos Cullens. Eles estavam reunidos em seu habitual isolamento, suas vozes baixas o suficiente para parecerem discretos para humanos, mas claramente audíveis para Hadria.

── Então, Rose ── começou Emmett, com um sorriso travesso, inclinando-se para a loira. ── Parece que você ficou um pouco incomodada hoje, hein? Aquela novata, como é o nome dela mesmo? Hadria?

Rosalie bufou, cruzando os braços, claramente irritada. ── Não sei do que você está falando, Emmett ── respondeu, o tom frio.

── Ah, claro que sabe ── provocou Emmett, o sorriso ampliando-se. ── Ela segurou Renesmee no corredor, lançou aquele sorriso charmoso... e você soltou aquela tossezinha nada suspeita. Parecia que ia pular no pescoço dela!

Alice, que estava ao lado, riu baixinho, mas tentou esconder a expressão divertida. ── Ele tem razão, Rose. Você estava bem... incomodada.

Edward, sentado ao lado de Bella, balançou a cabeça com um pequeno sorriso. ── Você não é muito sutil quando está com ciúmes, Rosalie.

── Ciúmes? ── Rosalie retrucou, sua voz elevando-se ligeiramente antes de controlar o tom. Ela olhou para Emmett com uma expressão gelada. ── Não seja ridículo. Eu não tenho ciúmes de ninguém, especialmente de uma garota que acabou de chegar e que é... humana.

── Você ficou bem desconfortável quando ela olhou para Renesmee ── comentou Jasper, com um tom neutro, mas claramente tentando provocar.

Renesmee, que até então estava calada, olhou de um para o outro, confusa. ── Por que eu estou sendo mencionada? O que tem a Hadria? Ela foi gentil comigo hoje.

Rosalie se remexeu na cadeira, visivelmente desconfortável, enquanto Emmett gargalhava. ── Ah, Nessie, acho que você tem uma nova fã. E Rose aqui não está gostando nada disso.

Rosalie lançou um olhar mortal para Emmett, mas não disse nada.

Hadria, sentada sozinha, ouviu cada palavra, e um sorriso irônico brincou em seus lábios enquanto dava uma mordida na maçã. A cena toda era mais divertida do que ela esperava. O fato de Rosalie estar claramente afetada por ela – ainda que negasse – fazia tudo valer a pena.

── Isso vai ser interessante ── Hadria murmurou para si mesma, fingindo estar completamente alheia aos olhares ocasionais que Rosalie lançava em sua direção.

Hadria, enquanto ouvia a conversa dos Cullens e se divertia com a reação de Rosalie, não percebeu algo que começava a acontecer com ela mesma. Desde o momento em que entrou na sala de aula e passou a ter um contato, mesmo que mínimo, com Rosalie, sua força começou a retornar, como se a presença da loira tivesse o poder de restaurá-la.

Ela não queria admitir, nem para si mesma, mas o tempo que passou ao lado de Rosalie naquele dia havia sido... agradável. Hadria gostava do desafio que a loira representava, da forma como tentava esconder suas emoções e do orgulho evidente em cada gesto. Rosalie era intrigante e, de alguma forma, fazia com que Hadria sentisse algo que há séculos não sentia: curiosidade verdadeira por alguém.

── Ridículo ── Hadria murmurou para si mesma, empurrando a maçã no prato. Ela jamais admitiria que gostou de passar tempo com Rosalie, e muito menos que já sentia os efeitos positivos disso em seu corpo. Ser dependente de alguém nunca havia sido algo que Hadria aceitava, muito menos agora.

Mas, mesmo com todos os argumentos que tentava formular em sua mente, ela sabia que o vínculo com Rosalie não era algo que poderia ignorar.

Enquanto seus pensamentos vagavam, Hadria lançou um olhar para a mesa dos Cullens, onde Rosalie parecia fazer o máximo para ignorá-la, mesmo com Emmett ainda a provocando. Um sorriso de canto surgiu em seus lábios.

"Se ela pensa que pode me evitar assim, está muito enganada," pensou Hadria.

Havia algo em Rosalie que despertava uma vontade quase instintiva de provocá-la, de testar os limites daquela fachada de frieza. Hadria não sabia aonde isso iria levá-la, mas algo em seu interior dizia que ela não seria a única a lutar contra esse laço que as unia.

Hadria levantou-se de sua mesa, seu olhar ainda fixo na mesa dos Cullens. A situação estava começando a ficar interessante. Ela poderia seguir o caminho mais fácil, continuar tentando se aproximar de Rosalie e lidar com sua resistência, ou poderia seguir outra rota.

A ideia surgiu em sua mente quase como um instinto: se Rosalie estava tão decidida a ignorá-la, ela usaria Renesmee para provocar ciúmes. Renesmee era, além de parte da missão, uma boa desculpa para se aproximar mais de Rosalie sem que fosse tão óbvio. E ao fazer isso, ela causaria, sem dúvida, algum tipo de reação da loira, algo que Hadria estava começando a desejar.

Com um sorriso disfarçado, Hadria descartou o que restava de seu prato e levou sua bandeja até o local adequado, fazendo questão de ser o mais natural possível. Caminhou de maneira descontraída, mas com um olhar atento e estratégico, tentando medir cada movimento e cada expressão ao seu redor. O refeitório estava relativamente movimentado, com as conversas e risadas de outros estudantes misturando-se ao som das bandejas batendo contra o metal.

Ao passar pela mesa dos Cullens, Hadria, sem hesitar, fixou seus olhos em Renesmee, que estava sentada ao lado de sua mãe, Bella, conversando com Alice. A menina parecia distraída, mas Hadria sabia que ela era observadora. A jovem imortal olhou para Renesmee e, com uma leveza que nem ela mesma percebeu, lançou-lhe um sorriso largo e quase exagerado, como se tivesse se encantado por sua presença. Era um sorriso falso, mas perfeitamente calibrado, capaz de enganar qualquer um, exceto talvez Rosalie. O sorriso parecia convidativo, mas ao mesmo tempo impessoal, uma tentativa de criar uma conexão sem realmente se comprometer.

Renesmee, um tanto surpresa pela abordagem, olhou para Hadria com uma expressão confusa, mas Hadria sabia que a menina não faria nada em público, ainda mais com todos ao redor. Ela deu um pequeno aceno, como se estivesse satisfeita com sua “tentativa de amizade”, e, com o coração batendo um pouco mais rápido, ela se afastou lentamente.

O que Hadria não podia deixar de notar, enquanto saía do refeitório, era a reação imediata de Rosalie. A loira não a olhou diretamente, mas o modo como seus olhos se estreitaram, sua mandíbula tensa e seus dedos apertando a borda do prato com uma força que Hadria mal conseguia disfarçar, não passaram despercebidos.

"Se ela acha que isso vai me incomodar, ela está muito enganada," pensou Hadria, com um sorriso sutil que logo se transformou em uma expressão mais séria. Ela sabia que estava jogando um jogo perigoso, mas estava se divertindo demais com isso.

Rosalie sentiu um aperto no peito ao ver Hadria olhar para Renesmee daquele jeito. O sorriso que Hadria lançara não era um sorriso simples. Ela estava claramente brincando, mas Rosalie sabia que havia algo mais por trás disso. Um calor desconfortável subiu por suas veias, e ela percebeu o quão possessiva estava se tornando, algo que nunca imaginou ser capaz de sentir.

Ela amava Renesmee, sim, a considerava como uma irmã mais nova, mas o que a estava consumindo naquele momento não era o carinho por sua sobrinha, mas o fato de Hadria, sua alma gêmea, estar começando a se aproximar dela de uma maneira que não deveria. Hadria era sua. A ideia de vê-la tão “interessada” em outra pessoa, mesmo que fosse parte de uma jogada para provocar ciúmes, fazia o sangue de Rosalie ferver. Ela não gostava da ideia de Hadria desperdiçando seu tempo com alguém que não fosse ela.

Rosalie tentou ignorar o desconforto que sentia, mas o mal-estar se intensificou quando, ao voltar sua atenção para a mesa, viu que Hadria não a olhava mais. A tensão era palpável, mas Rosalie sabia que não podia se deixar levar por aquilo, ainda mais sabendo que estava tentando manter distância dela. O problema é que, quando se tratava de Hadria, todas as suas tentativas de se afastar pareciam falhas.

E se havia algo que a irritava mais do que a situação, era o comportamento de Dalibor. Seu irmão parecia não colaborar com suas tentativas de ignorar Hadria. A todo momento, ele dava-lhe tarefas e oportunidades de interação, tornando impossível para Rosalie se afastar totalmente de sua alma gêmea. Ele, sendo professor de história, não hesitou em forçar uma parceria entre ela e Hadria para o trabalho.

Rosalie tentou se manter calma, acreditando que conseguiria lidar com tudo isso, mas o calor da possessividade começava a tornar difícil até respirar. Ela nunca imaginou que o simples fato de ver Hadria com outra pessoa poderia lhe causar tantos sentimentos conflituosos.

Ela olhou novamente para Hadria, que agora já estava se afastando do refeitório, com um pequeno sorriso no rosto, como se nada tivesse acontecido. Rosalie sabia que não poderia deixar esse jogo continuar por muito mais tempo. Não poderia ignorar Hadria para sempre. Algo nela sabia que aquilo só pioraria. E, ainda assim, uma parte dela se sentia tentada a ceder.

Rosalie permaneceu ali, estática, observando Hadria se afastar pela porta do refeitório. O sorriso de Hadria ainda pairava em sua mente, como um veneno doce, e a sensação de impotência parecia crescer dentro dela. Ela sabia que não poderia simplesmente ignorar o que estava acontecendo entre elas, mas também não podia permitir que seu controle sobre a situação se perdesse por completo. Hadria era sua, e isso, por mais que ela tentasse negar, já estava mais claro do que nunca.

Os murmúrios ao redor começaram a se dissipar, mas Rosalie continuou imersa em seus próprios pensamentos, mal percebendo a presença de Jasper ao seu lado. Ele a observou por um momento, notando o conflito em seu olhar, mas não disse nada. Afinal, ele sabia que Rosalie estava lidando com algo muito mais complicado do que ela mesma parecia admitir.

Do outro lado do refeitório, Hadria caminhava com passos firmes, a sensação de triunfo crescendo a cada passo que dava em direção à saída. Ela sabia que sua provocação tinha funcionado, e embora tivesse sido uma jogada calculada, uma parte dela não pôde deixar de sentir um pequeno prazer ao ver o desconforto de Rosalie. Hadria ainda estava confusa sobre os próprios sentimentos, mas sabia que jogando com a loira, forçando-a a confrontar seu lado possessivo, conseguiria obter mais controle sobre a situação. Afinal, Rosalie não poderia ignorá-la para sempre, e isso era algo que Hadria sabia usar a seu favor.

Ela parou um momento antes de sair e olhou para o céu nublado lá fora. O peso de tudo o que estava acontecendo parecia estar finalmente caindo sobre ela, e, ao mesmo tempo, um sentimento estranho de satisfação tomava seu peito. Ela estava começando a entender as dinâmicas ao seu redor, e, por mais que aquilo a perturbasse, sabia que só podia seguir em frente.

O que fosse acontecer a seguir, Hadria enfrentaria com a mesma determinação e frieza que sempre teve, mas dessa vez, ela sabia que não estava sozinha nessa jogada. Rosalie, a loira teimosa e orgulhosa, estava agora, de alguma forma, entrelaçada em seu destino.

E, assim, com um último olhar para a mesa dos Cullens, Hadria saiu, deixando o refeitório para trás, mas levando consigo a certeza de que o jogo estava apenas começando.

4190 palavras.

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