ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐱𝐯𝐢𝐢𝐢. the coronation
─ CHAPTER EIGHTEEN
a coroação.
APÓS O FINAL DA GUERRA, ELES ORGANIZARAM suas barracas e dormiram ali mesmo. Sinceramente não sei dizer como Aslan conseguiu arranjar comida para aquela gente toda mas o importante a saber era que, às oito em ponto, todos estavam sentados na relva enquanto se deliciavam com o jantar. As ninfas e os faunos aproveitaram para iniciar uma enorme festa de (talvez) agradecimento. Passaram parte da noite dançando e cantando. Nem parecia que haviam acabado de passar por uma guerra; era como se todo aquele enorme peso tivesse sido tirado de seus ombros.
Na manhã seguinte, desceram o grande rio, chegando à foz ao cair da tarde. O castelo de Cair Paravel erguia-se, altaneiro, em cimo da colina. Em frente, havia areia e pedras, pequenas poças de água salgada, algas, cheiro de mar e ondas azuis e verdes a perder de vista. E, ia-me esquecendo, o grito das gaivotas. Bella nunca havia estado ali, portanto ficou extremamente surpresa com a beleza que rodeava o local. Sorriu abobada enquanto Judith a levava numa viagem aos céus.
A garota abriu os braços e fechou os olhos, sentindo o vento dançar junto consigo numa música animada. Ela ria sozinha e se sentia no paraíso. De fato Nárnia era um lugar muito fenomenal. Era como se não existisse. Era bom demais para existir. Bella parecia estar sonhando, mas realmente parecia tudo muito real. Surreal.
Aquela noite eles tiraram para descansar, então, após o jantar com os narnianos, eles guiaram-se até a praia. Tiraram os sapatos e sentaram-se na areia, vendo a lua e as estrelas iluminarem a noite. Os três mais velhos observavam Edmundo e Lúcia correrem de um lado para o outro, brincando de guerrilha d'água e pega pega.
Não fizeram nada mais do que conversarem e se descontrairem. Nem parecia que tinham acabado de saírem de uma guerra, de fato eles realmente pareciam bem mas ainda cansados. Bella adormeceu antes que pudesse ir até seu quarto no castelo, antes que desse conta, estava com a cabeça deitada no ombro de Pedro, vendo a escuridão lhe engolir com sonhos festivos e alegres.
ִֶָ٠⋆៹
Pedro caminhava pelos corredores quentes e vazios do castelo e Cair Paravel. Ele tentava fazer o nó em sua gravata, mas era muito mais difícil do que aparentava. Pedro bufou, já irritado e apenas retirou a gravata de seu pescoço com agressividade. Mudou sua rota do salão de festas para o quarto de Susana, ela ainda deveria estar se arrumando e sabia fazer um nó na gravata como ninguém. O Pevensie andava tão concentrado em não jogar a gravata no chão e começar a pisoteá-la que nem notou que havia entrado no quarto errado, já derramando suas nada sábias palavras irritadas:
── Susana, juro por tudo que é mais sagrado que não faço a mínima ideia de como você arruma as gravatas, preferia estar numa guerra a dar nós em gravatas. O idiota que inventou essa peça de, sei lá, roupa deveria estar louco! Ou era só idiota mesmo.
── Hã... acho que está mais irritado com você mesmo do que com a gravata, mas sim, ele foi uma pessoa muito má, concordo plenamente com você.
Ao escutar a voz diferente e a risada que veio em seguida, ele ergueu o rosto assustado. Pedro esperava encontrar a irmã mais nova, mas quem na verdade estava ali, na sua frente, era Bella. Ela usava um longo vestido rosa claro, ombro a ombro, que ia até os calcanhares dela. Também usava uma capa de veludo branco e um cinto rodeava sua cintura, ele era da mesma cor do vestido mas possuía algumas estrelas em prata tricotadas a mão. Bella sorria abertamente para o amigo, achando graça das palavras que ele havia dito anteriormente. Já Pedro encontrava-se muito envergonhado pela falta de educação que havia cometido, sua mãe o mataria se tivesse a chance.
Ele virou com pressa, ficando de costas para a amiga.
── Desculpa, Bella.── arfou.── Eu achava que era o quarto da Susana, se soubesse que era o seu teria pelo menos batido na porta. Oh, que falta de educação!── grunhiu, apertando a gravata em sua mão.── Perdão mesmo, Bella.
Silêncio.
O suor frio escorria pela testa de Pedro e ele sentia seu rosto queimar em vergonha.
Ele sentiu mãos em seus ombros lhe girarem e logo ele podia encarar os olhos chocolates de Bellatrix, que ainda sorria para ele.
── Pedro, está tudo bem, eu entendo que foi sem querer. Está com algum problema?
Oh! Como ela estava magnífica, era tudo que ele pensava. Os cabelos de Bella estavam soltos, como de costume, e pendiam como cascatas pelas suas costas. Ela também usava uma maquiagem leve. Pedro diria facilmente que ela era a mulher mais bonita do mundo. Se sentia um tolo por ter ficado aqueles longos segundos em silêncio, apenas observando como ela erguia as sobrancelhas quando estava confusa ou como o seu sorriso... Peter Richard Pevensie!, ele exclamou em sua cabeça, volte a realidade antes que eu lhe meta um soco.
Balançou a cabeça, afastou os pensamentos e apenas suspirou. Ela ainda sorria.
── É só a gravata, acho que vou pedir ajuda a Su...
── Eu te ajudo. Tenho um tio que nunca aprendeu a dar um nó na gravata e um querido amigo de onze anos. Sempre faço o trabalho das gravatas.
Com delicadeza, como se tivesse medo de assustá-lo, Bella retirou a gravata da mão de Pedro e passou a fita pelo pescoço dele, passando a dar o nó comum, já que não fazia ideia de como se fazia o de borboleta.
Bella segurava-se para não olhar para Pedro, estava envergonhada por todo o processo ele ter lhe encarado. Ele parecia não perceber que fazia aquilo mas, sinceramente, Bella não se incomodava, só era meio estranho. Até onde o conhecia, Pedro nunca havia ficado abobalhado daquele jeito. Provavelmente teria feito uma piada sobre ter entrado no quarto errado mas ele ficou paralisado ao lhe ver, foi no mínimo fofo.
── Prontinho!── exclamou animada ao finalizar seu trabalho. Pedro pareceu acordar.── Ficou muito bom.
── Obrigada mesmo, acho que nunca vou aprender a fazer isso.── riu sozinho.── Terei que pedir mais aulas a Susana, ela já deve estar de saco cheio de mim.
── Aposto que se for pedir mais uma ajuda a ela sobre isso, ela irá jogar cocô de cachorro em você. Susana não é exatamente a pessoa mais paciente do mundo explicando alguma coisa, na visão dela simples, para alguém.
── Verdade.
Eles riram mas se calaram alguns segundos depois.
Pedro, ao ver que estava tudo finalizado com suas vestimentas, ergueu o olhar e encarou Bella. Ambos sorriam um para o outro mas não disseram nenhuma palavra. Parecia terem medo de estragar aquele momento mas, infelizmente, Bella desviou o olhar e riu fraco ao notar o que fazia, o que fez Pedro repetir seu ato.
Por Aslan, o que estava acontecendo com eles!
── Será que vamos ter de dançar?── ela questionou, já guiando-se para fora do quarto. Pedro a seguiu.
── Acho que sim. O que é péssimo.── bufou, frustrado.
── Por que é péssimo?
── Eu não sei dançar.
Bella arregalou os olhos e parou abruptamente, virando-se rapidamente para o rapaz, este que também havia parado e agora lhe encarava com uma feição confusa.
── O que?── Pevensie perguntou, inocente.
── Como assim você não sabe dançar, Pedro Richard Pevensie?!── ela esbravejou, assustada.
── Ué, eu não sei, Bella e, aliás, como você sabe meu nome do meio?
── Susana me contou. Agora, como bulhufas você não sabe dançar, garoto? Todo mundo sabe dançar! Até Edmundo.
── Edmundo não sabe dançar coisa nenhuma.── a contrariou.
── Eu o vi treinar com Lúcia pela manhã e ele sabe dançar valsa muito bem. Agora, me diga, como um garoto de quinze anos não sabe dançar? Não existem bailes na sua escola?
── Existem, mas não costumo dançar. Sabe, ficar atacado a mesa de salgadinhos e docinhos é muito mais interessante.── deu de ombros, como se fosse óbvio.
── Ok... você precisa urgentemente aprender a dançar! Dançar é maravilhoso, você exala tudo que está sentindo, é perfeito! Minha tia diz que costumamos conhecer a pessoa pelos seus passos de dança.── suspirou, parecia irritada. Ela estendeu a mão.── Me dá sua mão.
── Bella, não! Estamos atrasados e é estranho começar a dançar aqui no meio do nada, nem tem música.
── Não precisamos de música e ainda falta bastante para a cerimônia começar, não estamos atrasados. Agora cala a boca e me dá sua mão, vou pelo menos te ensinar o mínimo.
Pedro bufou e agarrou a mão de Bella, esta que sorriu vitoriosa.
── Coloque sua mão esquerda aqui, na minha cintura.── guiou ela até o local indicado e agarrou a direita dele.── E você segura a minha mão esquerda com a sua direita. Agora eu coloco minha mão no seu ombro... assim! E pronto, só começar a dançar.
── Isso é patético.
── Você é patético.── rebateu.── Agora é só seguir a sequência: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito.
A essa hora eles já rodopiavam por todo corredor. Bella ria quando Pedro pisava em falso e quase levava os dois ao chão e reclamava quando ele pisava em seu pé. Dançar realmente não era a praia de Pedro, mas ele até que estava se saindo bem, tínhamos que admitir. Ele estava se divertindo. Todo o estresse com a gravata decorria de estar meio tenso para a coroação mas, agora, se sentia muito mais leve, apenas por uma boa troca de risadas.
Pararam ao escutar um assobio. Ainda na mesma posição, viraram seus rostos e encontraram a cara zombeteira de Edmundo e os sorrisos travessos de Lúcia e de Susana.
── Pedro Pevensie dançando, a gente não vê isso todo dia.── Ed zombou.── Você estava uma gracinha, irmão.
── Deixe de ser irritante, Ed.── Pedro resmungou, revirou os olhos. Desfez a posição de dança. Pedro fez uma careta.── Você está parecendo uma arara.
── Isso se chama estilo ── disse Edmundo, exibindo suas vestimentas meio chamativas.──, se você não tem, não julgue quem tem.
── Vocês estavam tão fofos dançando!── Lúcia chamou a atenção para si.── Pareciam um príncipe e uma princesa, como se tivessem sido feitos um para o outro!
── Deixe de bobagem, Lúcia. Almas gêmeas não existem e nem esse negócio de serem feitos um para o outro.── disse Edmundo.
── Ed tem razão e estávamos apenas dançando como amigos, nada demais. Como você dançou com Ed mais cedo.── disse Bella.
── Então por que ainda estão de mãos dadas?── Susana provocou, sorrindo de orelha a orelha.
Pedro e Bella arregalaram os olhos. Eles haviam se separado mas não por completo. Desceram seus olhares para suas mãos e puderam avistá-las abraçadas uma à outra. O coração de Bella começou a bater rápido demais e sentiu suas orelhas queimarem, por tanta vergonha que sentia. Rapidamente desfizeram o aperto.
── Crianças.
Salvos pelo congo! Aslan havia acabado de aparecer próximo a eles, encerrando o assunto das mãos, o que fez tanto Pedro como Bella agradecerem. Já estava tudo muito embaraçoso.
── Aslan!── Lúcia exclamou, correndo até ele e o abraçando.── Como você está lindo! Se arrumou para a ocasião?
── Bom, digamos que pedi as ninfas para pentearem minha juba.
── Você está belíssimo, Aslan.── comentou Bella.
── Nunca vi pêlo mais brilhoso.── Susana disse.
── Obrigado, meninas.── ele agradeceu, dando uma risadinha.── Melhor irmos, a hora chegou.
O Leão caminhou até Bella e Pedro e se pôs entre eles. Lúcia e Susana ficaram ao lado direito de Bella e Edmundo ao lado do irmão. Seguiram nessa posição até a entrada do grande salão, que possuía dois centauros a postos de um lado e de outro. Eles se curvaram perante as crianças e a Aslan, logo abrindo as enormes portas de ouro e mármore.
Ao começarem a adentrar o salão, todos os olhares de todos os narnianos se viraram para eles. Admiravam-os com orgulho estampado em seus olhinhos, a cada segundo que se passava Bella pensava ainda mais neles como sua família e em Nárnia como seu lar.
Dando uma boa olhada em volta, as crianças notaram o quão formidável o salão era, com teto de marfim, uma parede coberta de penas de pavão e uma porta aberta para o mar. Era extremamente magnífico. Bella ficou extasiada com toda aquela beleza e, bom, quem não ficaria? Tudo em Nárnia era maravilhoso demais, às vezes até parecia estar num sonho.
Após passarem pela fila de centauros com armaduras (estes que erguiam suas espadas em tom de respeito), Aslan levou as crianças até uma espécie de palco, que era onde os tronos ficavam. Cada criança seguiu até o seu próprio, que lhes foram designados mais cedo. O Leão virou-se para a multidão.
── Em nome dos brilhantes mares orientais, apresento-lhes a rainha Lúcia, a destemida.── anunciou e as palmas ecoaram por todo salão.
O sr. e a sra castor se aproximaram com duas almofadinhas, uma contendo duas coroas e a outra três. O Sr. Tumnus, que vinha logo atrás deles, pegou uma das coroas e levou-a até Lúcia, coroando-a. O fauno parecia querer chorar de tanto orgulho que sentia de sua pequena criança. Lúcia apenas sorriu para ele, parecia querer chorar também. Ele se afastou após alguns segundos, indo pegar a segunda coroa.
── Em nome dos grandes bosques do Ocidente, rei Edmundo, o justo.
Edmundo se curvou e a coroa foi depositada em sua cabeça. Ele sorriu abertamente e lançou um olhar a Aslan, que ainda estava de costas. Sentia-se eternamente grato a ele.
── Em nome do radiante sol do sul, rainha Susana, a gentil.
Susana de fato chorou, sentindo as lágrimas quentes escorrerem pela sua bochecha. Sr. Tumnus colocou uma de suas mãos no ombro da garota enquanto sorria, tentando acalentá-la, mas ele logo teve que voltar para pegar outra coroa.
── Em nome das estrelas mais brilhantes do céu e de nossos antigos amigos draconis, rainha Bellatrix, a indomável.
Bella sorriu e sentiu seus olhos arderem em lágrimas. Tumnus aproximou-se de si e ela abaixou um pouco a cabeça, logo sendo coroada. Um frio na barriga foi notado por ela e viu que seu colar brilhava, coisa que não fazia a um tempo desde o incidente com a feiticeira. Dentro dele ela conseguiu enxergar um homem e uma mulher; o homem era alto e robusto, com ombros largos e pele escura, seus cabelos eram castanhos e tinha uma barba muito bem feita; a mulher tinha os cabelos platinados, era alta e esbelta, tinha a beleza de uma sereia. Ambos usavam roupas chiques e medievais. Os dois pareciam se curvar. Bella sorriu, sabendo exatamente quem eram.
── E em nome do límpido céu do Norte, apresento-lhes rei Pedro, o magnífico.
Aslan virou-se novamente para os reis, observando cada um de seus rostinhos estupefatos e animados.
── Quem é coroado rei ou rainha em Nárnia será para sempre rei ou rainha. Honrem a sua realeza, Filhos de Adão! Honrem a sua realeza, Filhas de Eva! Que vossa sabedoria nos honre até que as estrelas caiam do céu.── disse Aslam.
E as aclamações ensurdecedoras deram início: "Viva o rei Pedro! Viva a rainha Susana! Viva a rainha Bellatrix! Viva o rei Edmundo! Viva a rainha Lúcia!"
Pela porta aberta para o mar, chegavam as vozes dos tritões e das sereias, que entoavam cânticos em louvor dos novos soberanos, nadando perto da praia. Assim, as crianças ocuparam seus tronos, empunharam seus cetros e concederam recompensas e honrarias a todos os amigos: a Tumnus, ao Sr. e Sra. Castor, ao gigante Rumbacatamau, aos leopardos, aos centauros bons, aos bons anões, a querida águia Judith e ao leão.
À noite, houve uma grande festa em Cair Paravel. O ouro reluzia e o vinho corria. A música do mar era como um eco à música da festa, porém mais doce e penetrante.
Bella e Lúcia rodavam por todo o salão, como se estivessem dançando uma valsa só que bem mais animada e desajeitada. Elas gargalhavam alto e Evans já sentia seus pés doerem, foi uma péssima ideia escolher os saltos como calçado. Nem estava completamente cansada mas seus pobres pés pediam socorro, obrigando a garota guiar-se até os tronos e se sentar no seu, já tirando seus sapatos e já sentindo o alívio quando a dor passou a sumir aos pouquinhos.
── O que aconteceu?
Ela ergueu os olhos e encontrou as orbes azuis de Pedro.
── O salto estava me matando.── jogou-os num canto ali em cima e se colocou de pé. Ela sorriu quando teve a melhor ideia de sua vida automaticamente, esquecendo o pequeno problema anterior.── Quer colocar suas aulas de dança em prática?
── Péssima ideia, Bella.── parecia tentar alertá-la.
── Não é nenhuma péssima ideia, Pedro, pelo contrário, é a melhor ideia que eu já tive!── exclamou animada e se aproximou dele, agarrando suas duas mãos.── Só uma dança, por favorzinho! Fico te devendo uma.
Ele colocou a mão no queixo, parecia pensar a respeito. Por fim, suspirou profundamente e sorriu pequeno.
── O que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando.
Bella gritou animada e deu alguns pulinhos.
── Você é o melhor, Pedro! Não vai se arrepender.
Puxou-o para a pista de dança e lá eles passaram a dançar. Pedro estava meio acanhado, então só se balançava de um lado para outro, já Bella fazia questão de pular e rodar, o que fazia seu vestido esvoaçar, como se fosse uma flor em meio ao vento.
Com o tempo, o grande rei foi se soltando e a essa hora ele já havia tirado o paletó e ficado apenas de camisa social. Ele e a garota ficaram de costas um para o outro, cada um jogando seu corpo para um lado mas virando suas cabeça para seus olhares se encontraram, fizeram isso umas duas ou três vezes e já voltaram a pular, na companhia de Lúcia agora, que estava de mãos dadas com o irmão e os dois giravam para lá e pra cá. Susana e Ed apareceram após algum tempo.
── Susie!── Bella acabou gritando, por conta da música alta.── Vou beber alguma coisa, minha garganta está seca. Eu já volto.
── Tudo bem.── a garota respondeu, antes de ser puxada por Edmundo para o meio da roda dos faunos e das ninfas.
Bella andou pela multidão, se esquivando dos narnianos, finalmente chegando à mesa de comidas. Se serviu com uma bela taça de vinho e o bebeu devagar, aproveitando o líquido hidratar sua boca. Suspirou ao finalizar a bebida.
── Rainha Bella!── escutou alguém a chamar.
A garota virou-se e deu de cara com um alto rapaz, parecia ser um pouco mais vho que ela. Tinha os cabelos cacheados e pretos, sardas preenchiam seu rosto e ele vestinha roupas de gala. Sorria de orelha a orelha, o que fez Bella sorrir também.
── É um prazer conhecê-la pessoalmente.── estendeu sua mão e Bella prontamente a apertou. Ele depositou um beijo na palma da mão da rainha.── Me chamo Navi, sou morador de um dos reinos próximos daqui. Gostaria de dizer que a senhorita está muito bonita esta noite.
Bella abaixou o olhar e notou que seu colar passou a brilhar. Achou aquilo meio estranho. Voltou a encarar o garoto a sua frente.
── Hã, agradeço, sr. Navi. O senhor também está muito bonito.── a garota disse, sem graça.
── Vim lhe desejar um bom e próspero reinado. Espero nos encontrar mais vezes, adoraria lhe conceder uma dança em algum futuro baile.── e se serviu com uma taça de vinho.── Tenha uma boa tarde, minha rainha.
Bella apenas acenou positivamente, o achando deveras charmoso. Continuou encarando o rapaz até ele definitivamente sumir em meio a multidão, como se nunca tivesse estado verdadeiramente ali. Bella abaixou o olhar novamente e encarou seu colar; ele havia voltado ao normal. Ele só brilhava quando ela usava sua magia, ou seja, havia sido muitos estranho ele ter brilhado assim, sem mais nem menos, apenas com a aproximação de Navi.
Bella balançou a cabeça, esquecendo aquele fato e voltando sua concentração para a mesa de bebidas a sua frente.
Encheu sua taça de vinho mais uma vez e pegou outra taça vazia na mesa, enchendo-a em seguida, pensando em oferecer a quem quisesse. Voltou para a multidão da festa, até ver a pequena Lúcia correr até a parte onde continha uma varanda e escadas que davam direto na praia. Tumnus apareceu logo atrás dela, portanto Bella os seguiu.
Ao entrar lá, Bella viu que o fauno estava um pouco afastado de Lúcia, esta que se debruçava pelo parapeito, observando algo muito interessante na areia da praia.
Bella lançou um olhar a Tumnus, que assentiu levemente, como se concordasse com ela. Logo a Evans estava ao lado de Lúcia, vendo que ao longe Aslan ia embora. Ela franziu o cenho, sentindo seu coração apertar.
── Não se preocupem.── disse o sr. Tumnus, chamando a atenção delas.── Veremos ele outra vez.
── Quando?── Lúcia foi rápida em perguntar.
── Na hora certa.── respondeu, se aproximando das crianças com cautela.── Ele há de vir e há de ir-se. Num dia, poderão vê-lo; no outro, não. Não gosta que o prendam e, naturalmente, há outros países que o preocupam. Mas não faz mal. Ele virá muitas vezes. O importante é não pressioná-lo, porque, como sabem, ele é selvagem. Não se trata de um leão domesticado.
── Não, mas ele é bom.── comentou Bella, sorrindo ao lembrar-se dos momentos com ele. De fato sentiria falta de Aslan.
── Pegue ── retirou um paninho de baixo xale e entregou a Lúcia, esta que tinha os olhos marejados.── precisa disso mais do que eu.
A garota aceitou de bom grado, passando a limpar as lágrimas que deram a largada na corrida.
── E acho que o senhor precisa disso tanto quanto eu, sr. Tumnus.── declarou Bella, estendendo uma das taças que havia pegado na mesa.
── Obrigado.── ele agradeceu, pegando a taça e dando um grande gole.
O sr. Tumnus abraçou Bella e Lúcia pelos ombros, observando as crianças já chorarem de saudade do Leão.
Bellatrix não sabia quando o veria novamente, mas sabia que seu coração era inteiramente dele. Amava-o intensamente e mal esperava o dia em que se reencontraríam.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro