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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐢𝐱. the tameless courage

─ CHAPTER NINE
a coragem indomável.

APÓS A RAPOSA DISSERTAR SOBRE seu plano, todos concordaram em seguir, mesmo que com um pé atrás com medo de que algo desse errado e tudo fosse por água abaixo. Mas, com a ajuda de Lúcia e a do restinho de esperança que brotava em seus corações, decidiram confiar na raposa. Agora todos se encontravam numa enorme árvore que estava quase ao lado da passagem secreta de onde haviam saído. Estavam separados por duplas em troncos; Lúcia e Susana, o sr. e a sra. castor e, por fim, Bella e Pedro.

Os seis tentavam permanecer em silêncio, mas era uma situação complicada. Bella se sentia apavorada e ficava soltando e puxando o ar pela boca, como se tentasse acalmar seu coração incerto. Segurava com força o tronco da árvore ao seu lado esquerdo, como se quisesse que todas as energias negativas que a rodeavam passassem para o tronco, a fim dela se sentir melhor, mas isso era impossível.

Pedro a observava, notava seu nervosismo e em como normalmente não conseguia agir sobre situações de tensão. Ela ficava muito agitada, isso foi possível ver mais cedo quando ela quase teve um ataque de pânico no dique antes de conseguirem fugir. Ainda não sabia como se controlar e isso era completamente compreensível. O garoto suspirou profundamente e pegou o braço direito dela com delicadeza, passando por cima de seus próprios ombros. Bella lançou-o um olhar surpreso e ele apenas sorriu minimamente, movendo sua cabeça em seguida para o local em que havia escutado um barulho de passos, podendo visualizar em poucos segundos um lobo enorme. Bella ignorou aquilo e fez o mesmo que Pedro, passando a observar o que ocorria junto a raposa.

Os lobos haviam chegado com seu bando a todo fervor, não pareciam nada contentes. Rapidamente rodearam a raposa e ela apenas permaneceu com um ar cômico, um sorriso pendendo nos lábios. Seu bigode o deixava ainda mais gracioso, pensou Bella ao notar quão fofo seria se não estivessem numa situação trágica naquele momento.

── Saudações, primos.── disse ele, virando-se para poder observar todos os da matilha, que, em resposta, rosnaram.── Perderam alguma coisa?

── Não tente me enganar!── rosnou um deles.── Eu sei de quem você é aliado. Procuramos os humanos.

A raposa apenas riu.

── Humanos? Aqui em Nárnia? Está aí uma informação valiosa, não acha?── ele atuava como um verdadeiro descrente das tais profecias. O plano parecia estar dando certo.

Um lobo atacou a raposa como num piscar de olhos, mordendo-o com força. A raposa choramingou ao sentir a dor repentina, o que fez Bella trancar um grito na garganta e sentir as lágrimas se acumularem em seus olhos. Ela olhou para o lado e viu que os outros não estavam totalmente diferentes dela; Susana havia tampado a boca de Lúcia, provavelmente para que ela não gritasse; a sra. castor abraçou o marido com muita força e ele tentava acalentá-la; Pedro, na adrenalina, havia puxado Bella mais para si e apertado mais ainda o abraço na cintura dela. A garota pareceu não ligar, ao contrário, ela virou-se novamente para o garoto e escondeu seu rosto no ombro dele. Pedro, meio desengonçado e sem saber exatamente como agir, permaneceu lá parado, intacto, como se qualquer movimento fizesse com que Bella saísse dali e, estranhamente, ele não queria que isso acontecesse.

── Sua recompensa é viver!── a pobre raposa chorou ainda mais. O lobo riu.── Não é muito mas, mesmo assim, onde estão os fugitivos?

Estavam torturando a raposa praticamente e isso gerou um enorme incômodo em Bella. A garota encolheu-se ainda mais no abraço de Pedro e o garoto fortaleceu o abraço, fechando os olhos para que não pudesse ver a cena. Todos ali, juntamente de Pedro e Bella, estavam desesperados de que algo de ruim acontecesse com a raposa. Todos ali tremiam feito vara-verde.

── Norte.── falou, com a voz arrastada de dor.── Ele fugiram para o norte…

── Farejem-os!── ordenou.

O lobo que segurava a raposa o lançou para longe, apenas mais uma maneira de fixar a sua maldade. Logo em seguida toda a matilha seguia para a direção que o animal ferido havia lhes indicado.

Bella finalmente conseguiu respirar adequadamente, aliviada de que o perigo havia ido embora no momento. Nem havia notado que chorava mas, ao ergueu sua cabeça e observar a raposa jogado na neve, ela automaticamente levou a costa de sua mão até as bochechas, onde limpou seus resquícios de lágrimas. Ela trocou um rápido olhar com Pedro, logo ambos viraram-se para verem como estavam os outros. Todos estavam ótimos. Menos a pobre raposa, a quem Bella já estava devendo a vida.

Desceram da árvore o mais rápido que conseguiram e Bella ajudou ao sr. castor a acender uma fogueira, Pedro e Susana se encarregaram de ajudar a sra. castor, estes distribuíram torradas para todos ao redor da fogueira. Menos a raposa, que recusou gentilmente.

Estavam sentados ao redor da fogueira. Bella estava entre Pedro (que estava à sua esquerda) e o raposo (que estava à sua direita). Susana estava bem a sua frente e ao lado dela Lúcia permanecia sentada, encolhida em seu casaco. O sr. castor estava ao lado direito de Susana, sentado juntamente com a esposa. Tentavam ao máximo se esquentar enquanto ouviam a raposa ditar suas aventuras.

── Estava ajudando Tumnus. A feiticeira chegou aqui antes de mim.── explicou antes de resmungar alto de dor.

Bella, como sempre boa com animais, havia ficado responsabilizada de fazer o curativo no mais novo amigo com os utensílios que tinha. Então ela rasgou um pequeno pedaço de sua saia preta e estancou o sangue, era o máximo que poderia fazer já que não haviam remédios ali. Quando escutou-o urrar de dor, a menina rapidamente levou a mão até o ferimento e o pressionou com delicadeza, verificando se estava bem colocado.

── Você está bem?── questionou Lúcia, seu rosto exalando preocupação, assim como os demais.

── Adoraria dizer que cães que ladram não mordem…── e choramingou mais uma vez quando Bella pressionou com força, sem querer quando ele tentou se erguer.

── Perdão, sr. raposa.── pediu ela, baixinho. Ele apenas assentiu levemente.

── Oh, pare de se mexer! Está pior que o castor nos dias de banho.── a sra. castor o repreendeu.

── O pior dia do ano.── comentou o sr. castor e, de certa forma, ele deixou o clima mais leve, fazendo as crianças darem uma risada fraca.

── Agradeço pela gentileza. É uma pena mas não disponho mais de tempo.── dissertou o animal de pêlo flamejante, se levantando com dificuldade.

── Você irá partir?── perguntou Bella e Lúcia em uníssono.

── Foi um grande prazer, minhas rainhas e uma honra.── fez uma reverência.── Mas o tempo é curto e Aslan em pessoa me enviou para reunir mais tropas.

Todos exclamaram chocados com a última fala do novo amigo. As crianças entre olharam-se animadas e os castores arfaram em surpresa.

── Você viu Aslan?

── E como ele é?

A sra. castor mexia as patinhas de maneira agitada, como se não pudesse conter toda sua felicidade. Bella sorriu boba ao ver a animação do casal que estavam agraciados com a notícia da raposa.

── Ora, como sempre ouvimos dizerem. Será um prazer ter vocês ao nosso lado na batalha contra a feiticeira.

E um clima pesado recaiu-se sobre os humanos, como se houvesse expulsado a felicidade com uma só ordem. A angústia prevalecia entre os pequeninos, a ideia de lutar em uma guerra não os agradava nenhum pouco.

── Mas não pretendemos lutar na guerra.── Susana arriscou-se a quebrar o silêncio profundo.

── Mas com certeza o rei Pedro… a profecia!── havia virado para Pedro, seus olhinhos escuros brilhando em esperança. Ao não receber respostas do rei, virou-se para Bella.── Oh, rainha Bella, necessitamos de sua bravia e indomável coragem para erguer a espada! Quem fará isto se a senhorita não fizer?

A garota abaixou a cabeça, sentindo-se indisposta para aquela missão. Como poderiam esperar tanto dela? Era apenas uma garota de quatorze anos que não tinha coragem nem para matar baratas. Não se achava digna de tal papel. Praticamente tudo estava em cima dela e de seus novos amigos. Eram apenas crianças. Como Aslan esperava que lutassem em uma guerra?

── Não iremos a guerra sem vocês.── avisou o sr. castor.

Pedro suspirou e disse:

── Só queremos nosso irmão de volta.

Bella estremeceu, sentindo todos os seus ossos congelados. Escolheu-se e abraçou seus próprios joelhos, equilibrando a cabeça ali. Por fim inalou o ar gelado e deixou-o escapar pela boca, observando a fumaça branca que ali se formara. Parecia ter saído em forma de um leão e ela sorriu fraco com aquilo. Ergueu sua cabeça novamente e moveu a cabeça para intercalar o olhar entre Pedro, Susana e Lúcia.

── Faremos de tudo e um pouco para salvar Edmundo.── alegou, voltando-se para a raposa.── Guerras não duram para sempre, minha tia costumava dizer isso. E, bom, se Aslan precisa de nós e é o único a nos ajudar, assim faremos.

── Vejo que és mesmo como a profecia conta, rainha Bella.── a raposa parecia esboçar um sorriso.── Possui a coragem indomável de um dragão.

Bella sentiu as maçãs do rosto ficarem avermelhadas, envergonhada com os olhares indecifráveis que pairavam por cima de si. Sentiu Pedro empurrar-lhe de leve o ombro e direcionou o rosto na direção do rapaz, encarando-o da maneira mais indignada que conseguia naquela situação.

Pedro moveu os lábios e formulou as palavras "indomável coragem" sem produzir som, ele também se curvou para ela e fingiu retirar o chapéu. Bella revirou os olhos mas com um sorriso bobo no rosto. Todos soltaram risadinhas com a performance do futuro rei.

── Bem, é chegada a hora de partir.── anunciou a raposa.── Espero que nos vejamos em breve, queridos amigos. Agradeço novamente por me ajudarem, não sei o que seria de minha vida sem vocês. Aquele lobo me machucou de jeito.

── Tem certeza que está bem o suficiente para ir? Pode passar a noite conosco se preferir, acho que Aslan…

── Tenho certeza de que Ele não se incomodaria se é isso que deseja dizer, querida rainha.── a raposa interrompeu Lúcia.── Mas não quero deixar meu trabalho de lado, acredito que devo continuar. Graças a ajuda da senhorita Bella estou bem melhor e até consigo caminhar. Se algo acontecer, as corujas estão acordadas neste horário enquanto todos os outros animais estão adormecidos. Acho que elas me ajudarão, conhecem bastante sobre ervas e podem me arranjar uma que me ajude. Obrigado a todos e espero nos vermos em breve. Até, queridos amigos.

E se curvou mais uma vez, seguindo caminho e adentrando a mata, desaparecendo em poucos segundos.

Ao ter a afirmação de que ele estava longe o bastante para não os escutar, Bella virou-se para a sra. castor.

── Todos aqui falam bonito assim?── questionou impressionada.── Ele parecia estar atuando numa das peças do próprio Shakespeare!

── Nem todos falam assim, somente os mais antigos. Ele provavelmente queria passar uma boa imagem na frente das próximas rainhas e do próximo rei.── a sra. castor disse, sorrindo meio confusa, sem saber quem era o tal de Shakespeare.── Agora terminem de comer. Vamos dormir por aqui e acordaremos antes do amanhecer. Vocês ainda são crianças, precisam descansar. Aqui, queridos, peguem isto. Coloquem no chão, irão dormir sobre eles para não terem que deitar-se nessa neve gelada.

Horas mais tarde todos adormeceram feito anjinhos. A sra. castor e o sr. castor estavam encolhidos, parecendo bolinhos de pêlo lado a lado. Lúcia e Susana haviam dormido abraçadas, Bella havia dito que assim era mais provável de se esquentarem. Os casacos ajudavam mas não repeliam o frio. Já Bella analisava as estrelas brilhantes no céu enquanto estava deitada com as mãos atrás da cabeça. Um sorriso pendia em seus lábios ressecados. Ela se impressionava com a beleza nítida de Nárnia até no inverno; na opinião da Evans, tudo ficava mais triste no inverno, o esplendor da primavera escorregava pelos dedos da mãe terra e chocava-se no chão enquanto o outono era o próximo a ser moldado e em seguida viria o inverno. As flores iam embora e os galhos secos ficavam.

Mas em Nárnia parecia diferente. Quando entrou ali, notou uma certa áurea triste, mas parecia que tudo havia ido embora há algum tempo. Tudo, os troncos, os galhos, até as folhas pareciam estar envolvidas numa camada dos mais caros e residentes vidros que estavam apostos para finalmente serem quebrados. A neve se assemelhava ao algodão e até era confortável. O céu nunca ficava feio, sempre brilhando no fabuloso céu azul. As crianças pareciam ter aberto as portas para o paraíso.

Ela foi fechando os olhos lentamente, sentindo a calmaria entrar em si e o medo de antes sumir pelos seus lábios assim que soltou um último suspiro antes de cair num sono profundo. Estava ansiosa para as aventuras que iriam percorrer no dia seguinte. Ainda não se sentia completamente capaz, mas tudo parecia estar mudando em seu interior.

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