27 ➵ O Mistério Im e o Segredo de Maeum
Secret Love | Hyunlix
VOLTAR PARA Incheon depois de toda aquela confusão foi estranho para Maeum.
A propriedade onde ela e Jihun moravam era grande. Parecida com a fazenda do vovô, a diferença era que não havia grandes rios, mas sim, uma floresta com algumas horas de caminhada, chegaria a uma linda cachoeira, e uma beleza descomunal Asiática.
A casa onde eles moravam abdicara o porão e construiria algumas casinhas, fazendo um pequeno vilarejo, com recursos naturais providos. Jihun trabalhava duramente para manter a beleza do lugar, construindo um celeiro, trazendo uma plantação rica e algumas vacas para ordenha. Tudo era vendido no mercado local, nas feiras dominicais e doados para a cidade.
Naquele momento, ela estava dentro de casa. Jihun acomodava alguns dos Ômegas fugidos de Seungho nas cabanas vazias, dando-lhe segurança. Muitas crianças vieram, fazendo com que os quartos vazios das meninas virassem um dormitório.
Maeum não via suas filhas fazia meses. O noivado, o namoro e casamento, levaram elas para bem longe de seus braços maternais. Mas ela sabia que era melhor.
Ela se voltou para dentro, parando no jornal. O jornal noturno não falava de outra coisa, e a janela fazia um rangido estranho, o vento batendo como uma sineta maldita de uma preocupação torturante para uma mãe que estava em puro desconforto sob a situação que se encontrava.
— A sociedade ainda está um caos, mesmo depois de uma semana do baile das famílias, onde Hwang Hyunjin rompeu seu noivado com Choi Jisu. As novidades do temeroso caso é que Itan Choi, marido de Choi Yeojin, a herdeira original, entrou com pedido de divórcio, depois de ficar alguns dias em local desconhecido. Não se sabe o motivo da separação, mas fontes confiáveis afirmam que Itan procura um recomeço para sua vida. Ainda sem notícia de onde estarão seus filhos, Choi Yeojin está reclusa em sua mansão desde então.
Ela voltou a mudar de canal.
— A família Han está oferecendo uma recompensa de dez mil para quem tiver o paradeiro verossímil de Han Jisung. Han Jihyun afirma que viu seu filho no baile, que ocorreu há uma semana atrás. Rumores de alguns convidados que Jisung estaria acompanhado de um Alfa e de outros dois Ômegas machos.
Mais uma muda de canal, Maeum suspirou.
— A família Hwang está dividida. Hwang Kwangsun não é visto desde domingo, onde sumiu de sua casa. Hwang Eun está vivendo com a filha Yeji, e Hwang Hyunjin está desaparecido com Christopher Bang. A família Bang no momento, teme que Christopher siga os passos da irmã deserdada, Dawon Nikolashki, que hoje vive na Rússia, como anônima. Não mais, a sociedade caótica vive dias de terror para os Ômegas machos. Foram mais de dezessete boletins de ocorrência registrados na região de Incheon, em menos de quatro dias. O número tende a aumentar, mães foram indicadas a não deixarem seus filhos Ômegas saírem de casa, e a venda de Fenacols e supressores aumentaram.
Ela achou melhor desligar a TV e pegar seu xale. Enroscou-se nele e saiu pela porta. Cruzou com um Jihun suado e cansado.
Eles escutaram o barulho de cascalho sendo pisado e galhos moídos. A respiração ofegante de Jihun encurtou-se em um rosnado de lamento.
Ele encarou a esposa, a linda Maeum. Os cabelos negros dela estavam presos e ela encarava o local de onde surgiu o barulho. Mesmo enrolada, dava-se para ver a marca da mordida que Jihun fez nela, já alguns anos passados. Os caninos ainda marcavam a pele macia dela, demonstrando a ligação forte que eles tinham.
E ninguém poderia quebrar, ele pensou.
Ela encarou o local e viu o vulto se mexer.
Não se falou nada, mas Jihun a encarou com os olhos em alerta e confirmaram sua preocupação. Maeum se enrolou mais no xale e caminhou. Ele bufou e entrou para dentro de casa, enquanto a mulher atravessava as cabanas, onde se escutava as vozes dos casais escondidos, de famílias que não abandonaram seus Ômegas e fugiram com eles. Com pressa, Maeum empurrou as galhas e entrou na mata escura.
Sua visão aguçada facilitou em muito, achar a velha trilha. Ela caminhou até o meio da mata, onde havia um espaço limpo. Vagalumes iluminavam as folhas, as poças de lama da chuva que havia caído. O tronco derrubado com musgo estava lá, esperando por ela.
Quando ela se sentou, o vulto se mexeu com mais precisão.
— Não deveria estar aqui. — ela disse por fim.
— Não tive escolha. — a voz tinha um forte sotaque carregado. — Eu soube do ataque à fazenda.
— Não deveria estar aqui, eu repito.
— E eu repito que não tive escolha. — ele rosnou. — O que aconteceu por lá?
— Apenas a ARO. Ela achou a fazenda, estamos lidando com a proteção dos Ômegas. A caçada recomeçou.
O vulto andou de um lado para outro.
— O que aconteceu com ele?
Ele fechou os olhos.
— Foi levado.
Um rosnado alto fez Maeum ficar com um pouco de medo.
— Onde ele está?
— O Alfa dele o resgatou. Estão juntos, eles conseguiram se transmutar, um feito inimaginável.
— Um feito imaginável. Já era em hora disso acontecer. — a voz ficou mais densa. — Onde eles estão?
— Jecheon.
— Não é muito longe. Preciso vê-lo.
— Não precisa vê-lo. Se afaste dele, por favor.
— Já chega de segredos, Ómoni.
— Não está na hora.
— Seungho disse que já passou do tempo. Já estamos cansados de sermos apenas cochilos noturnos e falas mal acabadas.
— Félix precisa de tempo.
— Eu lhe dei todo o tempo possível.
— Ele sofreu por Hajun!
— E Hajun está vivo. — o vulto tremeu. — Eu soube de tudo, já que minha própria Ómoni não me atualizou de nada!
— Você não irá vê-lo. — ela praticamente gritou. — O deixe!
— Não, Maeum. — ele andou para longe. — Já chega de mistérios. Como Jihun me disse, a verdade precisa vir à tona, mesmo que machuque a mais densa das carnes.
— Adeul! — ela gritou e o vulto parou. Trêmula, Maeum levantou as mãos. — Por favor, apenas o ajude.
— Eu só quero vê-lo. — e com isso, ele desapareceu na mata densa.
「• • •」
Era bem tarde da noite, uma maldição assolava Félix. Hyunjin havia saído para comprar comida com Minho, Christopher se transmutara para fazer uma ronda noturna. Apenas Changbin o fazia companhia.
Ele tocou na ferida. Sua carne estava em processo de cicatrização, Hyunjin sempre estava o lambendo para ajudar com a agilidade. Nem precisava comentar que depois daquele amor bruto, eles se amaram mais um par de vezes, até Hyunjin cair esgotado em seus braços.
Changbin também estava marcado, assim como Jisung. Seus amigos agora tinham uma marca e estavam completos.
Félix se encolheu na poltrona, enquanto Changbin andava de um lado para o outro.
— Estamos aqui faz três dias. — ele reclamou. — E eu não aguento mais.
— Changbin, estamos seguros aqui.
— Misuk precisa de mim, Félix. Minha filha me viu ser cuspido, humilhado e espancado. Eu não pude fazer nada! Nem um paradeiro, nem uma foto. Zhenwei e Hiroki morreram, mas tem outros!
— Eles estão seguros. Pense assim. — Félix ergueu os olhos. — Nós vamos acabar com isso.
Félix esfregou os ombros, sentindo um arrepio involuntário. Algo na brisa da janela atrai sua atenção, mas foi interrompido por Changbin.
— Cadê Jisung?
Na cabana vizinha, Jisung tirava os óculos e esfregava os olhos. Na sua frente, os livros de história dos Alfas, dos Ômegas e Betas, abertos. Páginas com escritas feitas por ele mesmo e um notebook emprestado da caseira, complementavam a mesa da cozinha apertada.
Lá estava ele, com uma pesquisa nas mãos. Os relatos do vovô Lee viraram um motivo de Jisung estudar alguma teoria.
Sua primeira procura foi na família Im. As fotos sumiram de todas as casas das famílias, como se alguém as levasse. Ele encontrou na internet, um relato de Jungmin Bang, avô de Christopher, que alguém invadiu a grande biblioteca e levou os livros que falavam da família Im. Ele tentou se recordar que sua mãe dizia o mesmo.
Como se alguém tentasse apagar a memória deles.
A segunda procura foi o acidente. Uma fotocópia de um jornal antigo, mostrava a carcaça de um carro caro para a época, completamente destroçado. Na manchete, o título era cruel:
Família morta, herança perdida: A morte prematura da família Im e a perda da sociedade.
O acidente foi causado pela tempestade, onde Im Heejun perdeu o controle do carro, e desceu duas ribanceiras, caindo em um fosso de água. O carro foi achado dois dias mais tarde, mas já era tarde: Junseok, Principessa e Heejun estavam mortos.
Jisung tentou achar mais coisas, mas tudo o que encontrou foram algumas fotos bem antigas, e a foto do enterro. Também havia um mistério que toda a mansão pegou fogo, destruindo a herança memorial deles.
Mas uma foto em questão, lhe chamou a atenção. Apertando ctrl e imprimindo na impressora (Também emprestada), Jisung sabia que poderia começar a buscar por ali.
Mais duas digitadas rápidas no Google, ele encontrou o velho endereço da antiga mansão Im.
Anotando nas costas da foto impressa, ele pegou o casaco e as botas de frio, e saiu da cabana, atravessando para entrar na cabana de Félix.
— Acho que encontrei algo. — ele jogou os papéis e a foto. — Acho que temos o necessário para se criar uma teoria.
Changbin arqueou uma sobrancelha.
— De onde conseguiu essa pesquisa?
— Dos meus livros que trouxe e dos relatos do avô de Félix. — ele entregou um papel. — A família Im morreu quase quatro semanas após o baile desastroso, onde Hwang Kwangsun atirou em Im Junseok e Principessa.
— Sim, o que tem?
— Durante essas quatro semanas, a bolsa de valores caiu e as ações das empresas que os Im tinham algo, caíram. — ele entregou outra folha anotada. — Eu fiz minha pesquisa. Os jornais falavam que o patrimônio deles era tão alto que uma simples compra de Heejun, mexia com os banqueiros.
— Ainda não entendo. — Changbin se aproximou. — O que isso tem haver com a morte deles?
— Ainda não sei, mas tem algo. — Jisung se mexeu. — Encontrei mais coisas sobre Im Hwan.
— O que tem ele? — Félix sentou-se perto da janela novamente, encarando a escuridão.
— Hwan era filho de dois Betas, mas seu sangue nasceu puro. — Jisung encostou. — Eu encontrei um relato dele aqui, na internet. Quando eles se casaram, Hwan teve que fornecer seus dados para um hospital. E o hospital deu para um jornal bem antigo da época, para que a sociedade soubesse mais sobre ele.
— Só tem isso?
— Basicamente, a família Im era bem discreta, não tinham fotos. Mas olhe, eu tenho uma foto de Im Junseok, tirada bem antigamente.
Ele empurrou a impressão e um garoto de cabelos loiros e olhar severo, marcava a página.
— Só isso que se tem?
— Não tem muita coisa. — Jisung deu de ombros. — Mas a antiga propriedade deles ficava bem perto daqui.
— Deveríamos bancar o Indiana Jones e ir em uma propriedade densa e escura? — Seo debochou. — Você só pode estar zoando, Jisung.
— É um mistério que temos, Changbin. Pode mudar uma sociedade.
— A sociedade precisa ser destruída e reconstruída. Acha mesmo que a gente pesquisar uma família morta, ajuda em algo?
Eles começaram a discutir, Jisung chamando Changbin de baixinho para irritá-lo. Félix se perdeu na brisa da janela.
De repente, um vento bateu mais gelado e as árvores se mexeram. Félix estranhou, mas continuou a encarar a escura mata, que cercava aquele lado. Se mexia com precisão, como se tentasse mostrar-se a Félix.
Ele estreitou os olhos e então, viu os olhos vermelhos, demoníacos e estranhos, brilharem na escuridão. Um enfuriado fez com que ele escutasse um baixo ruído.
Os olhos vermelhos não desgrudaram de Félix, até que se fez presente, dando um passo para frente. Félix percebeu que a criatura, ou homem, era enorme. Sentiu vontade de gritar, mas estava paralisado. Algo o chamava para fora.
Ele se inclinou mais...
— Félix? — a mão de Hyunjin tocou em seu ombro e ele gritou. — Deus, calma! É apenas eu!
Félix encarou Hyunjin e depois voltou a olhar para a janela. Os olhos haviam desaparecido.
— O que tanto olhava lá fora? — Christopher perguntou, deixando a caixa de comida na mesa.
Mudo, Félix apenas encarou Hyunjin. O Alfa ficou preocupado.
— Félix, você está tremendo.
— Eu... Eu... — ele gaguejava. — Eu... Eu vi algo lá fora. Eu juro, era algo!
Christopher estreitou as vistas.
— Não tem nada lá fora. Eu rondei toda a região. Não tem nada a não ser uns esquilos copulando e um viado saltitando lá fora.
— Não sabia que você sabia pular. — Minho zombou e recebeu um tapa na cabeça de Chris. Changbin gargalhou com Jisung.
Hyunjin deu um beijo na testa de Félix.
— Deve ser nada. Uma coruja, quem sabe.
Félix concordou, e Hyunjin serviu-se de frango com molho.
— Devemos visitar a antiga propriedade dos Im's. — Jisung mordeu uma coxa de frango. — Hoje!
— Jisung acha que tem algo por lá. — Changbin revirou os olhos. — Eu acho que ele ficou doido.
— Deve ser uma boa. — Hyunjin comeu. — Quem sabe, não descobrimos algo.
— O que uma casa queimada e abandonada há mais de três décadas, deve ter?
Félix ainda continuava olhando para a janela.
— Talvez ela tenha mais segredos do que nós. — ele murmurou e fechou a cortina.
A propriedade Im não tinha cerca. Munidos de lanternas, eles atravessaram a mata e chegaram onde deveria haver um lindo jardim.
A antiga mansão ficava há quase quarenta e cinco minutos de Jecheon, em um condado ao sul. A lua dava reflexos, notando-se que parecia uma mansão com a estrutura parecida com a de um castelo.
Félix sentiu-se tonto quando atravessou uma tábua de madeira. Hyunjin o acolheu entre os braços.
— Está tudo bem?
— Esse lugar está me dando... Uma sensação ruim. — ele confessou. — É estranho.
Christopher iluminou o rosto dele.
— Eu também sinto. — deu de ombros. — Mas é preciso. Venha Félix, você pode nos ajudar mais.
Félix tomou a frente com Chris e eles andaram. Hyunjin ficou atrás com Minho, fazendo uma guarda pessoal.
Félix olhou e se lembrou de como o avô descrevia a linda mansão. Que havia dálias e rosas crescendo em todos os lugares, de como o local cheirava a liberdade. Mas agora, era um frio pedaço queimado de uma sociedade esquecida.
A mansão estava com as portas arrancadas, as vidraças quebradas. Quando entraram, deram de cara com uma escadaria antiga, com duas escadas que estavam queimadas. As tábuas em falso tinham ratos e musgos.
— Tem certeza que tem algo aqui? — Changbin fez cara de nojo. — Me sinto preso em um filme de terror.
— Vamos ver. — Jisung apontou para a direita. — Estou vendo o que poderia ser um escritório ali.
Eles demoraram três minutos para atravessar uma sala de presença que tinha um tapete persa completamente destruído e corroído, assim como vasos de plantas quebrados, além de cacos de cerâmica e algumas presenças animais que marcavam seu território.
Jisung parou de frente a uma porta que estava aos pedaços. Christopher chutou a tampa que prendia os ferrolhos e então empurraram.
A biblioteca queimada, era uma beleza assombrosa. Mesmo destruída, se via alguns poucos livros jogados no chão. Molhados e abandonados. Uma poltrona que deveria ter sido branca e macia, estava apenas com os metais e o estofado queimado e mijado. Quadros que enfeitavam a parede, eram apenas lixo no chão escuro.
Félix começou a andar, olhando todo o local. Teria sido linda, ele pensou. Enorme, dava metade do chalé do vovô Lee, uma réplica da biblioteca de A Bela e a Fera.
Ele sentiu algo romper em seus pés.
— Acho que encontrei algo. — ele afastou. — É uma pintura!
Os meninos se aproximaram, Hyunjin soltando a lanterna para erguer a moldura desgastada. Changbin riu.
— Olhe lá. — ele riu. — Caralho.
A pintura tinha um lindo rapaz, de meia idade. Ele tinha os cabelos loiros bagunçados. Usava o que parecia ser um terno branco, com detalhes dourados. Havia ouro em seus brincos e seu piercing no nariz.
Os olhos eram marcantes: Eram tão azuis quanto o mar.
— Quem seria esse? — Minho se inclinou e então viu uma legenda na moldura. Riscando com a chave do carro, tirando a fuligem, ele leu. — Im Hwan, no dia de seu casamento.
— Então esse era Im Hwan? — Jisung ergueu o celular e tirou uma foto. — Olhe, se eu não o conhecesse, eu diria que ele seria um Félix de quase trinta anos atrás.
Changbin encarou.
— É verdade. Félix, você e ele poderiam ser irmãos.
Félix encarou a pintura quase borrada, não se percebia muito do rosto, mas o físico e os olhos eram os que davam a percepção.
— Venham. — Jisung chamou. — Acho que encontrei mais coisa.
Ele soltaram a pintura e foram para uma estante que estava parcialmente cheia. Traças e cupins comiam os livros e a madeira, restando alguns exemplares cheios de fuligem e sujeira. Havia minhocas e ninhos de coruja naquela estante. Mas Christopher puxou um dos livros.
— Olhe, eu acho que isso era um diário. — ele desfez a corda de couro, que se desprendeu facilmente, caindo no chão. — Ainda tem algumas páginas.
O caderno de capa de couro estava queimado no começo das páginas, deixando um mistério sobre quem era o dono da letra e das datas.
— Tem alguns relatos interessantes. — ele passou as páginas e então uma foto caiu nos pés de Hyunjin.
Ele se inclinou e pegou a foto.
— Uma fotografia da família Im. — ele sussurrou.
A foto era em preto em branco, mas dava para se ver: Em uma cama enorme, Im Hwan, de cabelos bagunçados e olhos cansados, segurava um bebê. Ao seu lado, um homem prepotente, de camisa enrolada até os cotovelos, sentado e olhando fielmente para a câmera. Do lado desse homem, um garoto de pouco mais do que nove anos de idade, estava de pé, com um sorriso banguela. No outro lado, dois rapazes de cabelos escuros e olhares silenciosos, estavam sérios.
Hyunjin virou a foto e encontrou algo escrito.
"A última foto de nossa felicidade".
— Acho que esse deveria ser Heejun. — ele apontou para o homem sentado. — Essa foto foi tirada depois do parto da menina.
— Uma foto que antecedeu as tragédias. — Minho entristeceu. — Será que o garoto que ria, sabia que perderia o pai e a irmã em menos de dias?
Christopher se virou.
— Tem um relato aqui, foi um dos últimos. Acho que esse diário era de Junseok.
Ele limpou a garganta e começou a ler:
"Hoje, acordei sabendo que meu destino chegaria nesse momento.
Depois de perder meu Abeoji, minha irmã e meus irmãos, não vejo motivos para continuar a viver nessa mansão. Papa está doente, mal se alimenta. Temo que ele não viva até meu casamento com Principessa.
Minha Kiyomi, minha doce menina que estou olhando enquanto escrevo, está deitada. Os médicos falam em milagre, mas não aceito que o ventre dela esteja intacto.
Eu a amo, e irei casar com ela. Mas algo me diz que ela não poderá me dar filhotes, o ferimento da barriga foi um tanto grave. Mas não se retirou a prova da desonra que meu amigo me prestou.
Hwang Kwangsun para mim, está morto. Eu jamais entregarei nenhum compadre ou companheiro para um Hwang. Me sinto traído e angustiado. A tristeza da vida adulta me deu um amigo mas me devolveu um inimigo.
Hoje, pegaremos o carro. Algo me diz que Papa deseja viver na Coréia, não quer sair da terra onde seu soulmate está enterrado.
Mas o que eu sei é que minha história finaliza aqui. E pretendo deixar você, para que sofra com o tempo maldito e com o abandono tormentoso.
Assim como eu sofrerei".
Todos se encararam, Félix era o mais assustado.
— Eu não sei se isso ajuda em algo. Mas estou assustado.
E de repente, um uivo foi escutado fazendo com que os meninos se assustassem. Uma voz se fez presente e o barulho de um tiro.
— Vocês não deveriam estar aqui!
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