24 ➵ Os Lobos
Secret Love | Hyunlix
HWAN ESTAVA deitado na grande cama de dossel. Seus cabelos negros e seus olhos claros buscavam algo no quarto, onde só havia apenas o silêncio. Coçando o rosto, ele se levantou um pouco e se encostou melhor nos travesseiro, sentindo que o bebê chutava.
— Ai. — ele gemeu. — Wow, menino. Não precisava disso, mamãe só ficou mais confortável para você.
O bebê ficou quieto novamente, e se mexeu dentro do ventre de Hwan, que sentiu a vida que crescia lentamente. Apesar de doente, ele estava feliz. Seria o quarto filho de uma família que estava correndo riscos de ser extinta. E graças ao amor dele e de Heejun, nascera dois Ômegas e um Alfa.
Passou a mão na barriga grande, até ver que com uma câmera fotográfica entre as mãos, Heejun havia tirado uma foto dele.
— Estou enorme de inchado e descabelado e você tira fotos minhas. — Hwan enfiou uma uva na boca. — Eu te odeio.
— Você está tão perfeito, Kiyomi. — Heejun sorriu. — Eu te amo tanto que chega a doer.
— Heejun, pare. — ele suspirou. — Estou com hormônios sensíveis.
— Como está o nosso pequeno monstrinho hoje?
— Ele me chutou tantas vezes que me sinto um saco de pancadas. Acho que ele já quer sair.
— Junseok conta os dias para ver a irmã ou o irmão. — Heejun se aproximou e tocou o ventre de seu Ômega. — Será lindo como você.
— Terá seus olhos. — Hwan passou a mão no rosto de seu Alfa, sentindo que este fechara os olhos para receber o toque. — Terá nosso amor, nosso futuro e nossos ensinamentos. Assim como Junseok e Principessa estão sendo criados.
— Ela está muito feliz. Apenas está tímida. A perda dos pais a fez ficar um tanto isolada.
— Precisa cuidar dela, Heejun. Prometeu ao seu primo.
— Eu sei. — Heejun se sentou. — Fico meio perdido sem você.
Hwan encarou mais seu Alfa e abaixou os olhos.
— Se um dia eu for morrer, o que fará sem mim?
— Morrerei com você.
— Heejun, não poderá fazer isso. Junseok precisará de você, como uma figura paterna forte.
— Mas sei que se você for, ficarei sem sentido para ir, sem luz em minha manhã.
— Eu estarei com você. — Hwan beijou sua testa. — Seja em alma ou em pensamento, eu estarei com você. Afinal, me marcaste como teu, tens o meu amor. Sou teu, Heejun. Até depois da minha ida.
Heejun deixou uma lágrima escorrer. Hwan a secou.
— Prometa-me que cuidará de Junseok. Criará ele longe de Jisu, longe de tudo que nos fez e nos fará mal. Se algo acontecer comigo, cuide de nosso menino. Jongsu e Jaesang são adultos, estão casados. Não me preocupo com meus meninos, mas com Junseok. E com você.
— Cuidarei de nosso menino. Eu prometo.
Heejun voltou a tocar no ventre de seu Ômega e o beijou lentamente, saboreando o gosto do amor.
— Eu te amo, além de nossos mundos. — Hwan suspirou. — Eu te amo para todo sempre.
A barriga voltou a chutar e ele sorriu.
— E claro. — ele alisou. — Amo você também.
「• • •」
Quando um Ômega dava à luz, seu filhote saberia reconhecer seu cheiro. Mesmo distante, o cheiro da mãe ficava em sua memória. O cheiro era a forma de fazer com que o filhote se acalmasse. Se uma criança fosse tirada de sua mamãe, ela chorava até voltar a ficar perto. Ela saberia rastrear o cheiro até uma certa idade, quando se passaria a dependência. Foi assim que Hajun se sentiu quando sentiu o cheiro de Félix, de sua mamãe.
E no momento que a criança sentiu o cheiro, ela começou a querer sair dos braços de seu pai e ir para sua mamãe.
— Fique quieto, moleque. — Hiroki esbravejou. — Só porque a putinha da sua mãe está aqui, não quer dizer que vai escapar de mim.
Félix rosnou. Durante todos esses meses, achara que seu filho estava morto. Que havia sido uma das ossadas encontradas. Que seu menino havia ido embora para todo sempre. Mas ele estava ali, na sua frente. Usando um macacão vermelho, com chupeta e os olhos brilhando de lágrimas de desespero por querer se desvencilhar do pai. Félix sentiu-se com tanta raiva que seu peito estava doendo.
— Meu filho sempre estava com você, seu filho da puta! — ele chorava e rosnava. — Me privou de ter meu filho, me privou de ser feliz.
— Meu filho. — Hiroki se virou. — Desse ventre sujo e maldito que foi o seu.
— Meu ventre carregou essa criança. Eu a amei mais do que você pode ter imaginado.
— A amou, mas amor não vale nada. — Hiroki cuspiu. — Eu só fiquei com ele pois nascera Alfa.
Félix empalideceu.
— Alfa?
— Alfa puro. — Hiroki sorriu maldosamente. — Eu fiquei com ele pois eu o criarei para odiar sua raça.
Mas Hiroki sabia que Hajun não seria como ele. Não o chamava de Hajun, mas de Sungjin, o nome que ele resolveu dar. Assim que a criança saiu dos braços de Félix, chorou tanto que ficou vermelha. Durante os meses que tentou criar a praga que tirou de Félix, o garoto apenas adormecia abraçado ao pedaço velho de tecido do Ômega que Hiroki rasgou do corpo dele antes de sair fugido da polícia. Sungjin tinha os olhos de Hiroki, mas os cabelos loiros de Félix e toda a forma do rosto.
Hiroki havia ficado com dó de cortar a garganta do bebê, e resolveu criá-lo. Mas pelo jeito, Sungjin era tão fraco quanto Félix.
Mas era engraçado brincar com ambos os dois. O choro de Sungjin ao sentir o aroma de sua mamãe era algo tão sádico que Hiroki poderia se deliciar.
Vendo Changbin com lágrimas nos olhos, lembrou-se que Zhenwei ainda tinha Misuk. Criaria a menina para ser uma das melhores escravas sexuais do mercado. Mas até lá, Misuk tinha um longo caminho para percorrer. Mas seria legal que Changbin visse sua menininha.
Chamaria Zhenwei.
— Eu adoro ver o seu desespero. — Hiroki murmurou para Hajun que ainda berrava. — Vai ficar cada vez pior.
— Solta o meu filho. — Félix bateu nas grades. — Se não soltar, eu mesmo cortarei seu pescoço.
— Tente a sorte, Félix. — ele sorriu, passando a língua entre os dentes. — É um fraco até pra sair dessa cela. Eu voltarei mais tarde.
Ele deu às costas, mas antes de sair, fulminou um olhar tórrido para Changbin.
— Ah, antes que eu me esqueça. — ele se virou. — Misuk tem os seus olhos, Changbin. Mas ela nasceu tão linda. Dará uma bela putinha de luxo aos vinte anos.
Foi a vez de Changbin avançar na cela.
— Eu vou matar você e Zhenwei com os meus dentes. — ele gritou. — Encostem um dedo em minha filha, eu vou matar todos vocês.
Changbin se ajoelhou, gritando e chorando. Félix tentava acalmar ele, sabendo que não conseguiria tão rápido. O susto e a dor estavam novamente em seu corpo.
Voltava ao inferno, ele pensou. Agora, como sair dele, eu não sei.
「• • •」
— Hyunjin, acorda. — Jihun deu uma cutucada nele. — Hyunjin...
Hyunjin roncou e se virou. Jihun perdeu a paciência e o chutou da cama.
Com um estrondo, Hyunjin caiu de cara no chão.
— Mas que porra... — ele esfregou a cabeça. — Mas que porra foi essa?
— Se não acorda por bem, acorda por mal. — ele jogou algumas roupas na cama. — Vamos.
— Que horas são?
— Duas e quinze da manhã. — ele abriu a janela, completamente escuro e frio. — Precisamos ir.
— Para aonde?
Jihun se virou.
— Vamos salvar meu filho. E seu Ômega.
— Acha que vai ser fácil assim? — Hyunjin pegou as calças caídas no chão
— Só vamos. — ele foi rude e frio.
Andando para a sala, Hyunjin viu todos de pé, apenas na sua espera. Maeum olhava perdidamente para a janela, enquanto os meninos estavam sentados.
Seungho estava entre eles, em uma poltrona. Usando sua bengala e um casaco elegante, encarava fielmente ao Alfa.
— Jihun conseguiu achar eles.
Hyunjin suspirou e Christopher ergueu-se.
— Podemos então, buscar?
— Claro. — Jihun irrompeu-se. — Mas precisamos ter uma profunda cautela. Não se sabe, mas eles estão há alguns quilômetros daqui. Em um galpão abandonado, entre as fronteiras das cidades. Não estimei quantos homens tem por lá, mas há uma probabilidade de ter dez ou vinte. Além disso, pode ter alguns Alfas que podem prejudicar nossa busca explosiva.
— E Ômegas?
— Deve ter alguns. — Jihun mordeu a bochecha. — Vamos. Você vai comigo. Jisung, você e Minho ficarão responsáveis por proteger as fronteiras, enquanto os outros Alfas comecem a cercar. Maeum, fique aqui com as visitas.
— E eu vou com o Christopher. — Seungho levantou.
— Não senhor, você fica. — Jihun sentou o pai. — Está velho demais para emoções.
— Eu te criei sozinho, não tem emoção maior do que criar um Alfa bruto como você. — ele se levantou de novo. — Vamos Christopher, antes que eu acerte a bengala em você.
Christopher espantou-se.
— Sim senhor.
Quando saíram para fora, Hyunjin viu Jisung tirar a camisa e as calças e se transmutar em um lobo feroz e sair andando. Minho estava ao lado dele, deixando um beijo carinhoso na testa de Jisung transmutado. Eles saíram andando, Minho com uma arma na mão.
Jihun e ele foram na caminhonete, em silêncio. Hyunjin mordia os lábios e mexia nos dedos.
— Bem... Por que você me odeia? — ele soltou no meio do caminho. Jihun encarou ele.
— Alfas prejudicaram meu filho e mataram meu neto. Originais estragaram a sociedade livre e justa que vivíamos. Você é a fusão do meu ódio.
— Você é um Alfa.
— Sim, eu sou. Por isso, permito generalizar minha espécie.
— Isso é errado.
— Como se eu ligasse.
Voltaram em silêncio. Hyunjin sempre nervoso.
— Eu só quero cuidar do Félix. Não entende o quão eu amo?
— Hyunjin, amor não é só dizer eu te amo e que o ama para os outros. Isso dizemos até mesmo sobre nossos animais de estimação e amigos. Quando se fala de Alfa e Ômega, todos esperam um laço poderoso.
— Como assim?
Jihun suspirou e mexeu na história.
— Eu vi um laço quando criança. Eu era muito jovem, mas eu o vi. Do jeito que eles se tocavam... De como se beijavam, de como havia preocupação e amor de ambos os lados. Era o laço mais bonito que eu testemunhei. Mas houve tristeza e fúria, e isso não os abalou. Era isso que eu queria, tanto para mim quanto para meu filho. Antigamente, quando transmutados, os Alfas e Ômegas conseguiam sua transmutação por dever ao seu companheiro. Por isso, muitos deles se transformavam quando viam eles em situação de risco.
— Entendo. O que aconteceu com o casal que vira?
— A vida aconteceu. — Jihun ligou o rádio. — A vida...
Depois de minutos, eles chegaram em uma estrada vazia de terra, onde se via um galpão. Ainda estava escuro e eles pegaram as armas e se posicionaram atrás da enorme pedra que havia, onde se tinha uma vista privilegiada.
Seungho se agachou.
— Precisamos ser um pouco rápidos.
— O senhor fica. — Jihun grunhiu. — Se acontecer algo, eu vou surtar e Maeum me mata.
— Quem é o mais velho aqui? — Seungho esbravejou. — Vamos ter que esperar alguns minutos.
— Por que?
— Aquela ronda vai trocar. — ele apontou para os três Alfas sentados. — São quase quatro da manhã, ou seja, a ronda troca. Percebe que eles estão olhando para o relógio e se movimentam lentamente. Precisamos esperar mais uns minutos.
Hyunjin se sentou na grama. Não queria esperar. Queria Félix, queria seu Ômega.
「• • •」
Félix cuspiu sangue. O grito de Misuk quando ela viu que sua mamãe estava caída no chão, com um olho completamente inchado acordou os outros Ômegas presos.
Hiroki estava sentado na cadeira, com Misuk e Hajun no colo. Changbin encarava a filha: Ela tinha seus olhos, castanhos mel. Os cabelos eram negros lisos, presos em presilhas coloridas, tão linda quanto um anjo. Ela usava pijamas e estava chorando. Zhenwei estava adorando a sessão de chutes e socos.
Foram acordados com tapas e beliscões.
— Ora, vamos. — Hiroki cuspiu. — Vocês aguentam um round, mas não aguentam um soco.
Félix se levantou, mas caiu para trás. Hajun esticava os braços para ele.
— Mama! — ele gritava. — Mama!
Hiroki revirara os olhos e batia na mão do garoto que começava a chorar. Misuk tentava escapar, mas era tão pequena quanto uma flor. Changbin estava preso pela dor de seu corpo lesionado.
— Solte... Ela. — Changbin se erguia, mas Zhenwei o batia novamente para colocar a cara dele presa no chão frio e sujo.
Félix pensou que gostaria de morrer ao passar pela aquela tortura. Niki, Jungwon e Sunoo estavam sentados, com lágrimas nos olhos, pedindo para que ele ficasse forte.
Mas ele seria forte. Por Hajun.
Por Hyunjin.
Por ele.
「• • •」
— Vão. — Jihun bateu no ombro de Hyunjin que juntamente com Christopher, desceram para a ronda que estava saindo. Se fossem rápidos, conseguiriam imobilizar eles.
Christopher foi na frente e pela sua força, conseguiu jogar um deles contra uma tábua de madeira maciça, vendo o sangue escorrer da ferida aberta da cabeça e dar um soco no outro. Hyunjin conseguira dar um soco no peito de um, que perdeu o ar e no outro, o cegou temporariamente com terra e o derrubou. Christopher pegou o outro e jogou longe.
— 3x1. — ele riu. — Está fraco.
— Ainda não me viu em ação. — Hyunjin fez sinal para que Jihun descesse. — Vamos salvar eles.
「• • •」
— Mais emoção. — ele pedia. — Zhenwei, você está devagar...
O chinês sorriu.
— Eu gosto de ir lento. Assim como eu entrava no Changbin. — ele abriu as calças. — Eu posso fazer isso de novo...
— Saia de perto dele. — Félix gritou e empurrou Zhenwei, que caiu para trás. — Se tocar em Changbin, eu mato você.
Zhenwei pegou a faca.
— Seu insolente...
— Zhenwei, não faça isso. — Hiroki rosnou. — Eles ainda são importantes.
— Um corte ou outro não mexerão na mercadoria. Eu só quero ensinar ele...
— Zhenwei. — ele aumentou seu tom. — Não.
Félix agradeceu e foi de encontro a Changbin.
— Aguente firme. — ele pediu. — Não me deixe.
「• • •」
Hyunjin abriu a porta, sentiu o cheiro de fuligem e de sangue.
— Vamos andando.
Mas tudo foi interrompido com um Alfa.
— Invasores!
E um alarme soou.
「• • •」
O sinal vermelho fez com que Hiroki se levantasse.
— Merda! — ele gritou. — Ela disse que ninguém nos acharia aqui.
Em um momento de distração, Félix se levantou. Olhou para a cadeira de metal de frente á ele. Se fosse para bater em alguém, bateria em Hiroki, mas ele segurava seu filho. Zhenwei estava de costas.
Chega de apanhar.
Foi tudo muito rápido quando Félix pegou a cadeira e a bateu nas costas de Zhenwei, que gritou. Hiroki assustou-se e saiu correndo com as crianças que gritavam.
— Eu vou acabar com você. — ele gritou. — Isso é por ter ferido meu amigo.
E ele bateu com a cadeira de novo, vendo que uma das pontas penetrava na pele de Zhenwei. Changbin, tonto e ferido, se levantou para abrir a cela dos outros.
「• • •」
Hyunjin arremessou uma faca em um deles, onde atingiu a garganta. O sangue jorrou como água.
— Pegarei o corredor sul. — ele gritou. — Chan, me encontre!
Saindo, Hyunjin começou a andar. Mas antes, viu que um Alfa com duas crianças estava correndo.
Crianças?
Ele o seguiu, passando pelos corredores subterrâneos do porão. O Alfa gritava algo.
— Pegue as crianças! Pegue as crianças. — ele gritava. — Elas não podem ficar aqui.
Ele abriu uma porta e subiu as escadas. Hyunjin correu. Quando alcançou, escutou o barulho de rodas e uma voz feminina.
— Seu filho da puta, como o deixou descobrir? Chame os outros. — ela gritava e um choro estridente de criança se fez presente, Hyunjin tentou subir, mas foi atingindo por um Alfa, que o levou para outro corredor em um empurrão forte.
— Seu merda... — ele rosnou e atacou o homem. Ele tinha um sorriso de escárnio. Ele viu o vulto do outro Alfa maldito descer as escadas e passar pelo corredor.
— Acharam que estávamos sozinhos? — ele cuspiu as palavras. — Tem muito mais, e vocês vão morrer.
— Quem eram aquelas crianças? Onde elas foram?
— Eu não lhe devo explicações.
Um soco bastou para que o sangue inundasse a boca do Alfa. Hyunjin rosnou.
— De quem são filhos? Fale logo ou eu te matarei com a minha mão na sua garganta, seu filho da puta!
— São filhos de dois... Dois Ômegas. — ele forçava a voz, enquanto Hyunjin apertava-lhe pela garganta. — Ômegas que pegamos ontem. Na fazenda do velho.
Hyunjin sentiu como um gelo percorrer pelas suas veias, irrompendo a adrenalina que sentira. Hajun estava vivo.
Félix vira seu filho e agora, eles foram levados… De novo.
— Onde eles foram? Para quem você trabalha?
Ele estava ficando vermelho, o sangue bloqueando sua respiração.
— Eles foram levados para serem usados. Não os acharão, eles serão mortos pois nasceram do ventre da vergonha de um Ômega.
Ele riu e Hyunjin desferiu mais socos.
— Pode me matar, mas não somos poucos. — ele riu maníaco. — Eles estão vindo. A fazenda do velho é só o começo.
Mais um soco e Hyunjin o desacordou. Precisava buscar Félix, antes que mais deles surgissem.
Hyunjin correu e encontrou Christopher. Eles estavam parados na porta de metal e escutaram um grito. Hyunjin entrou em desespero e abriu a porta.
「• • •」
Quando entraram, viram Zhenwei e Hiroki, que erguiam Changbin e Félix pelo pescoço. Zhenwei sangrava como um porco pelas costas, e Félix tinha sangue entre as mãos. No chão, três Ômegas feridos e assustados, que gritavam para soltá-los.
— Chegaram as visitas. — Hiroki jogou Félix no chão. — Nem vai dar tempo de fazer mais um filhotinho no ventre de seu Ômega, Hwang.
— Eu vou te matar. — Hyunjin rosnou e avançou. Foi tudo muito rápido, quando Christopher e Hyunjin viram seus Ômegas, feridos e machucados. Félix estava ficando desacordado, enquanto era puxado pelos outros, em busca de acolhimento.
Christopher sentira a mesma coisa quando viu Changbin, com um olho inchado e chorando, pedindo ajuda.
"Quando transmutados, os Alfas e Ômegas conseguiam sua transmutação por dever ao seu companheiro. Por isso, muitos deles se transformavam quando viam eles em situação de risco".
As palavras de Jihun nunca fizeram tanto sentido. O calor emanava e Hyunjin sentiu seu corpo doer, quando ele e Christopher empurraram os dois Alfas para fora, o esbarrão encontrando-se com a parede da cela, que não resistiu a força dos corpos e quebrou. Hyunjin sentiu algo e então, abriu a boca em um uivo de pura tortura.
「• • •」
Seungho olhava tudo lá de cima, protegido. Tinha uma cena linda da vista. Batendo a bengala, viu o carro que sumira com as crianças.
Ele ligou para Maeum.
— Elas estão vivas. — ele disse. O silêncio fincou-se do outro lado.
— Hajun...
— E Misuk. Vivos, como a esperança dos homens na paz mundial.
— Seungho…
— Eu sei quem está com elas e quem está por trás.
— E o que devemos fazer?
Seungho sorriu.
— Esperar. Ela não vai conseguir escapar mais.
「• • •」
Félix abriu os olhos e viu Niki.
— Você está vivo. — ele levantou Félix. — Vem, vamos...
— Hyunjin... Eu o vi.
Niki ficou estático.
— Bem, você o viu sim, mas não sei se irá reconhecer ele agora.
— Por que? Hiroki o feriu? O matou.
Félix foi levantado por Niki, sendo arrastado para o rombo da parede. Changbin e os outros estavam lá, com dificuldade de se manterem de pé, mas não tiravam os olhos do que estavam acontecendo.
— Changbin... — Félix gemeu. — Changbin...
Changbin acolheu o amigo entre os braços.
— Eles vieram nos salvar, eles vieram.
— E onde estão eles?
Changbin, trêmulo e nervoso, apontou para a frente, no campo aberto.
Félix pensou em ter delirado.
No campo aberto, entre diversos corpos feridos e desmaiados, um feroz lobo cinza, com o peito branco e olhos cor de chocolate, jazia com um Hiroki já morto na boca. O sangue escorria-lhe dos dentes e pingava no chão. E um outro lobo branco, de olhos também castanhos mel, estava arrastando um dos corpos com a boca.
Quando viu Félix, o feroz lobo cinza andou até ele. Se sentando na frente de Félix, ele jogou o corpo desfalecido de Hiroki em sua frente e abaixou a cabeça. Félix, mesmo tonto, ergueu os olhos.
E encarou aquelas íris tão conhecidas.
Hyunjin.
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