14 ➵ Segredos Descobertos
Secret Love | Hyunlix
CHOI YEOJIN estava sentada em sua mesa, olhando para a tela do computador. Seus cabelos estavam cortados com um toque de refino do melhor salão de Seul, seu robe perfumado à Channel.
Castanhos com diamante, seu corpo era intocável aos pobres de casta. Carregava o fardo de ser uma Choi, já que era a última da família que poderia dar filhos, já que sua mãe, Jisu, estava velha e caduca demais para um segundo casamento.
Seu casamento com Wan Itan estava um fiasco, onde nem amor e nem paixão existiam mais. Como uma Ômega, ela deveria estar preocupada. Afinal, necessitava de um Alfa. Mas Itan era um lixo que ela apenas se interessaria pelo dinheiro que ele tinha.
Ensinada para ser uma dama, sua mãe, Jisu lhe deu vários bofetões e surras para que ela crescesse e se tornasse uma dama. Primeiro, aprendeu o ódio pelos Ômegas machos. Ela tinha menos de quatorze anos quando a família Im morreu em um devastador acidente de carro. Seu pretendente, Im Junseok estava dentro daquele carro com seu pai e sua "noivinha". Yeojin se lembra que chorou por dias, sem poder sair de casa, pois sua mãe havia feito preces para que a família fosse levada. Mesmo que Junseok estivesse prometido para uma Ômega que era apelidada de Principessa, ela tinha esperanças que eles fossem um dia casados.
A tristeza se transformou em raiva, e ela gostou de nutri-lá.
Sua vida começou a mudar quando conheceu Itan. Ele era um rico empresário italiano, viúvo. Havia um filho Ômega, que protegia do mundo. Tratou de seduzir o homem, usar da tristeza do luto para acalmar o coração ferido e fazê-lo cair em suas mãos. Logo depois do casamento, Yeojin se viu presa a um fardo, que era o filho de Itan. Mas o empecilho foi logo tirado, quando o mesmo foi sequestrado pela ARO durante um passeio em família. Nunca mais se viu o garoto, juntamente com os outros como ele. Itan perdeu o brilho no olhar, que nem mesmo seus filhos com Yeojin — Jisu e Soobin — puderam devolver o amor que ele sentia pelo primogênito.
Anos se passaram. Agora, ela tinha que casar os dois filhos. Soobin era um Alfa belo e bonito, de olhos azuis e sorriso hipnotizador. Jisu, que carregava o nome de sua mãe, era a mais bela Ômega da liga.
Mas eles lhe davam decepção. Soobin se recusava a casar com uma duquesa italiana, que o amava ardentemente. Yeojin não sabia, mas Soobin era apaixonado por um Ômega operário, que chegava suado do trabalho da fábrica, que deixava Soobin possuí-lo durante noites a fio. Escondido entre um vilarejo entre Seul e as cidades pequenas, o Ômega vivia em paz.
E havia Jisu que se recusava a esposar Hwang Hyunjin. Yeojin temia que Hyunjin desistisse da filha, coisa que era bem possível, já que Hyunjin não tinha preconceito com as castas.
Por isso, Yeojin se pôs a perseguir Hwang Hyunjin em todos os momentos. Se ele fosse desistir de sua querida filha, ela não deixaria.
A porta de seu escritório foi aberta e um tímido rapaz entrou.
— Senhora, eu trouxe as informações sobre Lee Félix que requisitou.
Yeojin sorriu.
— É um Beta mesmo?
— Os documentos provam que sim, embora não haja muitas informações sobre ele. Digo, do passado.
— Ele mora aonde?
— Em um bairro de operários, juntamente com um amigo de infância, que é um Beta.
— Hwang Hyunjin tem algum envolvimento diferente com este rapaz?
— Nenhum, senhora. Não há testemunhas sobre.
— Um bom trabalho, mas preciso saber mais sobre quem o Hyunjin convive. Fique de olho no Bang, ele não é confiável. Aquele idiota de merda está para corromper Hyunjin para que ele fique com Ômegas. Certifique-se.
— Sim senhora. — o rapaz de terno fino e caro saiu da sala, mas antes, encontrou com Itan em sua frente.
— Sr. Choi, me perdoe.
— Pode me chamar de Itan, Hye.
O rapaz deslocou-se, corado e tímido para o lado, enquanto Itan fechava a porta e fulminava a esposa com o olhar.
Em um terno Hugo Boss, Itan era um homem deveras atraente: Seus cabelos negros estavam escovados para trás, mostrando alguns cabelos brancos nas laterais, a barba de lenhador em um amparamento perfeito, e seus olhos azuis, cor de safiras polidas, encarava a esposa maldita que ele tanto gostaria de se divorciar.
— Agora deu para seguir Hyunjin? — ele esbravejou. — Seu nível de loucura está chegando ao limite, Yeojin!
— Meus filhos, minhas regras. O que você está fazendo aqui? Não deveria estar fazendo sua caridade com aqueles impuros de merda?
Itan quase explodiu.
— Seu preconceito é tão nojento quanto seus atos!
— Meus atos são certos para fazer nossos filhos felizes.
— Felizes? Soobin não está comendo direito faz dias, devido sua maldita pressão dele se casar com Juliane. Sabe que ele não a ama. E tem Jisu que só sabe chorar e chorar.
— Eles vão me agradecer quando tiverem com dinheiro e filhos que valerão a pena. — ela pegou o telefone. — Organizaremos um baile no salão de festas, para trazer um pouco de felicidade para eles então.
— Eles não querem festas. — ele a segurou pelo braço. — Eles querem ser felizes com quem eles amam!
— Amor não existe, Itan.
— Para pessoas como você, não existe mesmo. — ele a soltou. — Mas quando eu era feliz com a minha finada Nabi, eu sabia o que era amor.
— Não adianta mencionar aquela morta para mim. — ela cuspiu. — Ela deve ter morrido de desgosto por ter parido um filho Ômega e ter um marido Alfa fraco como você.
Itan sentiu a dor das palavras e então, saiu da sala.
— Eu que estou morrendo de desgosto por ter aceitado você em minha vida, Yeojin. — ele sussurrou, antes de ir para o quarto de Soobin.
O jovem Soobin estava sentado na janela, deixando o livro de lado, sorriu tristemente.
— Pai?
Itan sorriu amável para seu filho. Se lembrou de seu pequeno anjo, seu filho Ômega, que foi tirado de seus braços há tantos anos atrás. Soobin e ele seriam amigos de longa data e irmãos.
A simples lembrança dele sendo levado por homens e Itan ferido no chão, fez com que ele segurasse a maçaneta da porta com força.
Soobin tinha cabelos negros como ébano e seus olhos eram azuis como de Itan.
— Sua mãe organizará um baile em alguns dias.
— Diga a ela para engolir todo o luxo e as festas com aquela maldita boca dela. — Soobin voltou a olhar a paisagem.
— Porque não traz ele?
Ele... Seu amado e querido Yeonjun, que estava trabalhando na máquina da fábrica. Seus cabelos escuros, olhos castanhos mel, e seu jeito extremamente adorável...
Soobin o amava.
— Podem sentir o cheiro dele e não quero que ele sofra.
— Use supressores e o traga, filho.
— Irei pensar. — ele se levantou. — Fale para a louca de sua esposa, que passarei a noite fora.
— Estará com ele?
— Sempre estou com ele, pai. Seja em alma ou em memória. — ele pegou a jaqueta de couro. — Cuide de Jisu.
— Ela estará bem.
Eles saíram do quarto, quando Itan esbarrou com Ryujin, que carregava um cesto de roupas. Discretamente, Itan pegou Ryujin pelo braço.
— Tire Jisu de casa hoje. — ele entregou um bolo de notas de dinheiro. — Leve-a para sua casa. Compre inibidores e supressores. A devolva antes do sol nascer. Enrolarei Yeojin.
— Ela está bem, senhor?
— Ela precisa de você. — ele murmurou. — Cuide-a. Confio em você, Ryujin.
— Sim senhor.
Itan fazia o possível para o bem de seus dois filhos, mesmo que o bem custasse sua paz de espírito dentro de sua própria casa.
「• • •」
— Sabia que os cientistas acreditam que os puro-sangue podem transmutar-se em lobos? — Changbin falava, enquanto caminhava para o prédio. — O último lobo registrado foi Jungmin Bang, o bisavô do Chan.
— Você anda bem curioso. — Félix apagou o cigarro e continuaram a andar, enquanto ele jogava a bituca no lixo. — Você está interessado em Christopher?
— Acho que aquele beijo deve ter mexido com meus neurônios. — Changbin fechou o livro de curiosidade. — E aquele cheiro... Meu Deus, eu poderia ter gozado em minhas lindas calças.
Félix revirou os olhos. Changbin piscou.
— Você pode parar.
— O quê?
— Você acha que vai me esconder sobre Hyunjin? Você deve estar morrendo de felicidade por vê-lo.
— Não exagera.
— Não estou exagerando, estou afirmando.
— Você é um porre.
— Então é verdade.
— Changbin, a gente precisa trabalhar. — ele fechou a porta do elevador. — Ainda mais, Hyunjin e eu somos apenas... Dois desconhecidos.
— Que se beijaram.
— É...
— Escuta. — Changbin o virou. — Talvez seja essa a nossa chance de ser feliz. Lembra da maçã dourada que o papai contava para a gente antes de dormir?
— "Que mesmo que a macieira produzisse frutos podres, um dia, ela produziria a mais linda maçã do mundo, que seria dourada como mel. Mas para alcança-lá, deveríamos nos ferir e nos cortar nos galhos malditos da árvores e sofreria a queda da busca, mas depois poderíamos degustar o sumo mais doce do mundo". — Félix citou Seo Minkyu. — Eu odiava essa história.
— Eu a amava. — a porta do elevador se abriu. — Eu acho que o Chan é minha maçã dourada.
— Deve ser mesmo, porque ele tem um terno dourado ridículo que usa toda a semana.
Changbin lhe mostrou a língua.
— Pare de falar mal dele e volte para seu trabalho.
Félix riu e andou até sua mesa.
Mas em sua cadeira, Hwang Hyunjin estava sentado.
— Félix. — a voz dele soou tão grossa, tão dominante...
— Sr. Hwang. — ele tremeu. — Como se sente hoje?
— Com sede de várias coisas... Mas devo referir ao trabalho. O que tem para mim?
— Deixei tudo em sua mesa.
Hyunjin se levantou e olhou os dois lados do corredor.
Félix ficou nervoso. Sentia que seu cheiro estava ficando mais forte. Ele não estava tomando supressores e nem inibidores fazia exatos seis dias.
Hyunjin sentiu o cheiro de Félix antes dele chegar à mesa.
— Sabe, Ômega... — Hyunjin se levantou. — Me deu uma saudade de você quando eu estava sozinho em meu apartamento.
— Hyunjin, por favor...
— Não implore... Me faz imaginar coisas. — ele rosnou. — Venha até mim, agora.
Félix andou, como uma marionete controlada. Hyunjin tirou sua bolsa carteiro de lado e a jogou na mesa.
As mãos de Hyunjin subiram pela lateral de sua cintura, com a ponta dos dedos. Félix tremeu quando o hálito quente de Hyunjin bateu em seu rosto, o cheiro de tabaco, bebida e menta.
Hyunjin estava nervoso, então, tratou de beijá-lo com vontade e desejo. Quando seus lábios tocaram nos de Félix, ele gemeu e o puxou para mais perto.
O beijo tinha gosto de saudade de Hyunjin e de desejo por Félix. As mãos de Félix foram de encontro à gravata de Hyunjin, desfazendo o nó perfeito, e Hyunjin buscava fundir o corpo do Ômega no seu.
— Você é meu. — Hyunjin rosnou, buscando ar durante o beijo. — Apenas meu.
Félix suspirou quando escutou tais palavras.
— Quem te garante que sou apenas teu?
— Eu garanto e eu desejo. — Hyunjin murmurou contra a boca ávida de Félix. — Apenas meu. Digas que é meu, Félix.
Mas quando Félix abriu os lábios, a porta se abriu e Minji entrou no ambiente.
— Chefe?
Hyunjin empurrou Félix discretamente.
— Srta. Kim. O que devo de sua visita nesta ala?
A secretária sorriu.
— Eu vim entregar alguns papéis.
— Na minha sala. Lee, volte ao trabalho.
Mas o que Hyunjin não esperava é que Minji havia sentido um aroma diferenciado no ambiente e então, começara a desconfiar do Beta.
O almoço no dia da companhia deixou todos os corredores vazios e livres para todos. Menos para Hyunjin e Christopher.
Os assistentes trabalhavam calados, Changbin escutando músicas na sala de arquivo, enquanto Christopher prestava atenção no rebolado de Changbin quando o mesmo entrava e saía da sala, com as caixas de arquivos.
Era quase uma e meia da tarde, quando Félix sentiu seu corpo suar. Ele estava tão concentrado na planilha das empresas concorrentes que deixou de comer.
Mas ele sabia que isso não era por causa do alimento que estava faltando.
Seu abdômen estava doendo, suas pernas bambas e estava tremendo. Seus curtos caninos estavam doloridos de uma maneira ruim.
Ele fez as contas e então percebeu que seu heat poderia estar próximo.
Sentindo-se mal, ele tentou ficar de pé.
Ele escutou passos e então, Christopher Bang estava na sua frente, segurando alguns arquivos. Usando apenas uma camisa azul de botões abertos e calças sociais, ele estava bonito e sedutor.
O cheiro de um Alfa pós rut era muito tentador. Cheirava a algo rude e delicioso, algo que atraía os Ômegas.
Para piorar, o faro aguçado de Christopher poderia complicar para Félix.
— Ah, Lee, que bom te ver.
Félix se segurou na mesa.
— Sr. B-Bang...
Christopher passou a mão nos cabelos e então sorriu.
— Você está bem?
— Ah, eu... Só preciso beber água.
— Eu pego pra você. — ele tentou se aproximar. Félix sabia que se Christopher desse um passo em falso, ele sentiria seu cheiro.
— Não! Por favor, eu pego. — Félix tentou, mas Christopher levantou a mão.
— Eu pego, pode deixar... — mas Christopher parou quando deixou as folhas na mesa.
Suas pupilas dilataram, e ele abriu a boca.
— Cheiro bom... Cheiro de... Ômega. — ele farejou. — Lee?
Félix se agarrou na parede, sentindo a dor abdominal dominar-lhe.
— Eu... Eu...
Christopher começou a se aproximar.
— Lee... Que cheiro é esse?
— Por favor, se afaste...
Christopher rugiu.
— Um Ômega... Seu cheiro fica mais forte quando eu me aproximo...
Félix estava preso entre a parede e o corpo de Christopher.
— Me solta, por favor...
— Seu cheiro... Meu Deus, o seu cheiro...
Rosnando, Christopher pegou-lhe pela cintura.
— Eu sabia que eras um Ômega. Eu sempre adorei Ômegas. E tem um em minha frente, em meio a um heat. Como Hyunjin ousou em te esconder de mim?
Félix ia gritar, quando duas mãos possessivas agarraram os ombros de Christopher, o empurrando para trás.
Rosnando como um selvagem, Hyunjin estava tentando segurar Christopher.
— Changbin! — Hyunjin gritou. — Changbin, venha aqui agora!
— Você mentiu para mim! — Christopher gemeu, meio rosnando. — Me escondeu um Ômega debaixo do meu nariz!
— Ele escondeu dois Ômegas debaixo do seu nariz. — Changbin surgiu. — Olá Sr. Bang.
Changbin, por mais que gostasse de debochar de seu superior, correu até Félix, que escorregou até o chão.
— Supre... Supre...
Changbin abriu a necessárie da gaveta de Félix. Ele sabia que havia as doses extras escondidas debaixo do tecido. Desesperado para ajudar o amigo, Changbin ficou nervoso.
— Sinto muito amigo, mas supressores não ajudam. — ele procurou a agulha. — E sinto muito por isso. Maldito cabeça oca, eu lhe disse para cuidar melhor de você.
Carregando duas doses de alto risco de inibidores, Changbin bateu na veia de Félix. E aplicou a injeção.
O jato da substância queimou as veias de Félix, o fazendo gemer.
Christopher ainda rugia, tentando sair dos braços de Hyunjin, que também se segurava para não ir em Félix.
Quando a dose foi ministrada na veia, Félix acabou por desmaiar. Seu cheiro lentamente se dissipou no ar.
Christopher se acalmou lentamente.
— Precisamos tirar ele daqui. — Changbin quebrou a seringa e enrolou no papel. — Ele não vai acordar por agora.
Changbin sentiu uma dor lateral.
— E eu preciso realmente ir pra casa. — ele continuou. — Preciso da minha dose semanal, agora.
Hyunjin levantou.
— Como vamos tirar ele daqui?
Christopher se ergueu.
— Vocês mentiram para mim! Você é um maldito, Hyunjin!
Changbin revirou os olhos.
— Não temos tempo para seu teatro. — ele abanou as mãos. — Precisamos tirar Félix daqui. O cheiro dele pode atrair um pouco. Sorte que o andar está vazio.
Christopher olhava o corpo miúdo de Félix.
— Elevador de serviço. — ele resolveu ajudar. — Se é pra tirar ele daqui, que seja discretamente.
Changbin concordou e foi pegar sua bolsa na outra ala. Hyunjin tentou erguer Félix, mas sentiu a mão de Christopher em seu pulso.
— Eu confiei em você, Hyunjin.
— Pare de pensar com a cabeça do seu pau e me ajude. — ele se soltou do aperto. — Eles não servem só para sexo.
— Sabe o que eu te disse, sabe o quão é importante para mim.
— Primeiro, tratemos de salvar Félix e Changbin. — Hyunjin tirou seu paletó e jogou no corpo de Félix. — Depois, você e Seo poderão conversar.
Changbin apareceu na porta e então, recolheu as coisas de Félix.
— Sejamos rápidos.
Christopher também ajudou e foram seguindo para o elevador de serviço, na esperança de ninguém ter percebido algo.
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