
14 ➵ Rua de Ajustes
Rua das Flores | Hyunlix
A ILHA das Bruxas Perdidas.
O lugar mais obscuro do oceano entre Heresia e o restante do mundo. Embora poucos soubessem de sua existência, a Igreja as escondia do restante do mundo, mas não era como se elas também quisessem falar algo, para entrar em contato com elas teria de passar pela maior tempestade jamais vista.
As características das mulheres eram usar roupas coloridas, sempre mudavam de ano em ano, trocando de casas, pois seus costumes eram se mudar de região, porém em uma ilha aquilo era impossível de ser feito, elas também amavam festas e seus cabelos eram longos mostrando fertilidade e poder, todas possuíam nomes e características diferentes e o mais importante: homens não são permitidos permanecer na ilha durante mais de quatro luas, seja alfa, beta ou ômega.
— Lar doce lar! — Minie exclamou agitada, logo pulou do navio, os pés tocaram a água rasa que batia contra o pedaço de areia.
— Lar? — Park sussurrou acanhado para a duquesa, que respondeu fazendo sua cara mais confusa.
— Minie é uma cigana, aqui na ilha pode ter várias mulheres, de diferentes etnias e religiões. — o capitão falou alto pulando do navio pela rampa de madeira, parou na areia, a água batia contra a bota de couro do lúpus.
Capitão Hwang estava com as mãos erguidas como se fosse pegar os dois ômegas no colo, Lee franziu a testa e enrugou o nariz vendo o alfa ali o esperando, segurou o braço do Park o levando para frente o dando para Hyunjin, primeiro o seu irmão, deveria deixá-lo na frente em segurança. O alfa aparentou não ficar contente com aquilo, porém não era Félix que se importaria com aquele pequeno detalhe, Park se encolheu olhando o irmão com receio, aquele pirata era assustador para si com aquele olhar fino com uma cicatriz, com os fios como a noite presos em um coque mal feito que deixava parte do cabelo no rosto dele.
— Venha logo, criança. — a voz rouca era motivo dos pesadelos do servo medroso, se aproximou segurando a mão do alfa que era bem maior que a sua, não demorou muito para a outra segurar as costas do ômega e o erguer do navio como se não pesasse nada, o deixou na areia e Jisung se encolheu sentindo a água geladinha bater em seus pés descalços. — Agora você, princesa.
A duquesa foi em direção ao alfa lentamente, estava um pouco temeroso e não confiava nele, poderia o deixar cair com o rosto na areia e ser levado para o fundo do mar. Céus!
Porém não chegou nem perto e alguém entrou na sua frente se jogando nos braços do lúpus, a duquesa arregalou os olhos colocando as mãos na cintura vendo Jisung se apoiar no alfa para sair do navio, Hyunjin fechou o rosto jogando o beta na areia que quase caiu, porém equilibrou-se e saiu saltitante.
— Obrigado capitão, mas eu tenho um alfa! — aquilo fez Lee cobrir os lábios gargalhando divertido, já Hwang coçou os dois olhos usando o indicador e o polegar negando com a cabeça, Jisung era um imbecil enxerido.
— Mereço. — sussurrou virando novamente para o ômega no navio, este que cobria os lábios rindo, o lúpus só chegou a esta conclusão pois os olhos estavam fechados em uma fina linha e as bochechas estavam destacadas como se estivesse gargalhando, Félix tinha passado o pé sobre o degrau e estava no começo da prancha indo sozinho. — Não quer minha ajuda, princesa?
— Bem, você demorou e ficaria cansado se novamente alguém se aproveitasse do capitão gentil. — os olhos da duquesa não expressavam maldade ou ironia, aquilo prendeu o olhar do lúpus que abriu um sorriso de canto.
— Garanto que dependendo da forma que desejar, eu posso ter energia o suficiente para ajudá-la. — o sorriso malandro induziu a duquesa a sorrir maliciosa logo mordendo o lábio, se aproximou descendo completamente a rampa, os pés descalços e pequenos encontraram a água suave, aquilo tinha sido bom.
— Adoraria que me mostrasse, capitão peruca negra. — provocou convencido, o Hwang suspirou empurrando a língua contra a bochecha magra, encarou o ômega pequeno diante de si e se aproximou, as respirações mesclaram e o tomaria ali mesmo.
Entretanto, novamente algo pulou sobre o alfa, porém foram três coisas, uma vermelha, outra verde e a última com fios escuros em um tom castanho caramelado. Elas eram extremamente altas, Lee se sentiu menor ainda perto daquelas mulheres, além de seu ego ser estraçalhado pelas roupas espetaculares, os seios destacados assim como todas as curvas, os tons vivos e detalhes nos cabelos parecidos com ouro. Porém algo o incomodou, por que elas estavam tão perto do capitão? Ele as olhava como se estivesse maravilhado e não queria acompanhar o olhar do lúpus, mas com certeza ele não estava apreciando o tecido delas.
— Capitão! — a voz arrastada da mais alta fez o ômega puxar o máximo de ar possível, saiu da rampa decidindo ignorar aquilo, aproximou-se de Park que parecia alheio a tudo observando o mar, ficou lado a lado. — Quantas luas! Você voltou!
— Claro que eu voltaria, lindas. — mesmo querendo ignorar tudo, ainda escutava a voz do lúpus, céus, era como se ele quisesse que escutasse toda aquela patifaria.
— A mama Park Bom bem previu que voltaria e traria uma de nós! — aquela voz era diferente da primeira mulher, desviou apenas para sanar sua curiosidade e encontrou elas sorrindo agitadas e o lúpus parecia confuso.
— Minie sempre vem, por que estão surpresas? — a última que não tinha dito nada virou-se na direção de Lee, que logo virou o rosto fingindo que não tinha notado nada, mas então a de fios vermelhos se aproximou do ômega o abraçando como se o conhecesse, da mesma forma que fez com o capitão.
— Você é um de nós? — a voz doce era nova para si, e então Park também foi agarrado pela primeira que falou, a de fios caramelados.
— Acho que é esse! Ele é tão fofo! — as três agora tinham deixado o capitão de lado, agora pareciam urubus rodeando os dois ômegas, na cabeça de Lee elas eram lunáticas.
— Mama Park Bom vai ficar feliz em saber que trouxeram um cigano! — a verdinha que parecia uma maçã, na concepção de Félix, falou se afastando, porém parou e foi em direção a Changbin que saia do navio emburrado e o agarrou também.
— Eu vou contar para ela! — a que estava abraçando Félix o soltou, a duquesa agradeceu por aquilo, aquelas mulheres eram estranhas, porém ainda continuou carrancudo, e aquilo só aumentou quando o Hwang se aproximou de si.
— Vou junto! — largou Park que também a abraçava. Céus! Até o pirralho tinha o traído se aproximando daquela mulher.
Estava odiando aquela ilha.
— Então um de vocês é cigano? Por isso que é um servo? Agora está claro. — Park sorriu tímido para o lúpus, foi até Lee se aproximando como se buscasse proteção. — Gostou daqui? É divertido esse lugar, principalmente as sereias que acabamos de ver, elas são calorosas e porra... — se o olhar de seus inimigos eram assustadores, o de ômegas próximos eram piores, disse o pirata que o criou: Peso Sombrio, e Hyunjin jamais entendeu aquilo, porém antes de terminar de falar tremeu vendo a duquesa baixinha lhe encarar daquela forma e decidiu calar-se.
— Quando vamos embora? — Park virou o rosto surpreso com aquilo, tinha gostado do jeito carinhoso daquelas moças altas, elas tinham cheiro de alfas e sentiu-se acolhido.
— Que foi, princesa? Não gosta daqui? — que Deus lhe ajudasse, mas mataria aquele pirata, principalmente com a ousadia dele de tocar sua cintura o puxando para si. — Está com ciúmes? Não precisa, eu fui criado praticamente aqui, são como minhas irmãs, menos Park Bom. — detalhes desnecessários, apenas serviu para o ômega aumentar o bico que fazia em protesto. — Partiremos logo, em três dias.
O mal sussurrava no ouvido, e com Lee Félix não foi diferente, ele escutou perfeitamente a voz do diabo em sua mente e não pensou antes de obedecer cegamente, seu aroma de melancia ficou extremamente forte, impregnou em tudo e até mesmo os marinheiros no navio conseguiram sentir e em segredo do capitão, sentiram-se excitados com o aroma doce inebriante, porém o próprio capitão não sentiu, afinal, alfas que estavam sendo feitos de propriedades dos ômegas não sentiam nada, algo que ômegas faziam para marcar alfas como seus.
— Eu deveria acalmar meus ânimos, aqui realmente é o paraíso. — passou os dedos sobre o peito grande do lúpus sorrindo cínico para o capitão, que ficou desconfiado, porém nada de estranho tinha acontecido.
— Tens razão, princesa. — Lee afastou-se do lúpus aproximando de Park que se apoiou em si, ambos começaram a andar para qualquer lugar, Lee queria se afastar do alfa devasso. — Espera, quero fazer companhia esta tarde, se me permitir.
Parou. Pensou. E cogitou.
Precisava de roupas e as que tinham por ali pareciam lindas, Park também precisaria e quem sabe poderia beijar quando quisesse o lúpus, talvez até mesmo deitar-se com ele para satisfazer sua abstinência. Não era uma má ideia, e talvez quisesse ficar próximo do lúpus.
— Aceito, capitão peruca negra. — ergueu o rosto o mais alto que pôde, permaneceu parado esperando alguma atitude do lúpus, afinal ele deveria fazer algo, não conhecia aquela ilha e se todas as mulheres fossem calorosas poderia ser rude, mesmo se não quisesse.
— É Punho Negro, princesa. — foi aquilo que o alfa falou andando tranquilamente até o ômega irritadinho, Hwang tocou com as pontas dos dedos na cintura fina da duquesa, que embora não conseguisse esquecer de como sentiu-se no momento em que viu o lúpus próximo das sereias, sorriu gracioso ouvindo a forma que ele lhe dirigia.
— Aliás, porque punho? — Park que estava recebendo a ajuda para andar sorriu, gostava de ver seu irmão feliz, mesmo que fosse com o pirata mau.
— Digamos que eu tenha uma força invejável nas mãos. — a duquesa mordeu o lábio inferior tendo pensamentos sórdidos, apenas não disse nada pois Félix estava ali, jamais falaria coisas capciosas diante dele. — Venha, deixarei ambos em uma pequena pousada que tem aqui, não se preocupem, não partiremos sem os dois.
— Espero que cumpra, pois caso contrário ficará sem suas preciosas economias. — a voz do ômega foi maliciosa, os dois ali encararam a duquesa confusos, tinham acabado de sair da areia e dava para ver a vila pequena e bem colorida.
— O que quer dizer com isso? — desconfiando profundamente da duquesa, o capitão colocou as mãos na cintura arrumando o cinto de couro com a espada e as armas.
— Oh! Não quero dizer nada. — ainda sorrindo abertamente, Lee orgulhou-se de sua perspicácia, encarou o alfa com a sobrancelha erguida. — Apenas que talvez sua mesa tenha perdido uma bolsa com muito ouro.
Hwang arregalou os olhos, está certo que era o pirata mais conhecido pela Europa Asiática, tinha roubado o suficiente para quando chegar sua velhice enterrar em algum lugar, embora parte estivesse espalhada e com mapas no navio mostrando onde, não gostava de ser passado para trás, principalmente se fosse pelo ômega que o seduzia e lhe desdenhava, aquilo o deixava excitado e revoltado, uma deliciosa cena que as árvores ao redor presenciaram.
— Não estou crendo nisto. — sorriu ultrajado negando com a cabeça, encarou o ômega com brandura, realmente aquela duquesa era inesquecível.
Uma bagunça divertida que lhe deixava instigado, e que todos que viam, notavam o quão genuíno era a forma a qual eles se olhavam, uma cáustica da vida.
— Pois não creia então. — debochou corajoso, porque se fosse deixar-se levar pelo olhar mortífero do lúpus, com toda certeza não teria feito metade daquilo.
É. Ele se orgulhava de deixar o alfa irritado.
— Está bem, vamos conhecer a pousada, após isso, se quiser olhar os comércios, os tecidos daqui são belíssimos. — a voz saiu desinteressada, agora o lúpus estava entretido olhando as barracas pequenas que vendiam os mais variados objetos e artefatos.
Andaram em silêncio, com alguns bocejos da duquesa demonstrando seu cansaço pelas emoções que viveu naqueles três dias a mercê da tempestade e suas consequências dolorosas, estava quase desmaiando enquanto ajudava Park. Não demorou muito para o lúpus parar diante de uma casinha de barro, abriu a porta e estava em puro breu e silêncio, Hwang acedeu uma das lamparinas e o pouco que deu para observar foi o quão pequenas eram as coisas ali, dava perfeitamente para Lee ficar ali bem, Park sobreviveria, era apenas alguns centímetros mais alto que a duquesa, agora Hwang morreria ali, sua cabeça tinha de ficar inclinada para não bater no teto.
— Acho que Soyeon exagerou. — falou baixo, não fazia questão dos dois ômegas ouvirem, mas sorriu doce citando a ômega camponesa, seu pai o deixava naquela ilha sempre, era como um irmão mais novo de todas elas e sempre trazia presente para todas quando podia.
— Essa casa é arrumada. — comentou Félix deixando Park sentado em uma das cadeiras pequenas, também se jogou em uma delas suspirando cansado, seus pés ficavam perfeitamente no chão. — Eu gostaria de me retirar, estou cansado, se ainda quiser, poderíamos sair mais tarde. — Hyunjin virou a cabeça rapidamente esquecendo-se de que a pousada era menor que si, bateu a testa com tudo no teto da minúscula casinha.
Félix viu aquilo e gargalhou divertido, achou adorável a forma que o capitão fez um bico irritadiço cobrindo a cabeça e abaixando-se novamente. Realmente aquele lugar era bonito e tinha gosto de casa, infelizmente sua mansão enorme era fria em dias bonitos, desagradável no inverno e cinza na primavera. Não teria problema vivendo ali, mas deveria dormir, talvez fosse o sono lhe deixando um sentimento desagradável, iria dormir até passar qualquer resquício de tanta bondade e pureza.
🏴☠️🏴☠️
A manhã e a metade da tarde não foram suficientes.
Ainda gostava daquela casinha, e parecia que tinha piorado quando sorriu assim que acordou e viu Park na outra cama encolhido dormindo de boca aberta, e mais errado ainda era o sentimento pelo capitão que a própria duquesa não sabia o que era, algo como se sua vontade de o esganar fosse diminuída, ainda queria matá-lo, mas em uma intensidade menor do que antes.
Inferno! Maldito!
Agora seu bom humor foi pisado e destroçado, estava irado e faria tudo com raiva, desde lavar-se até recordar que tinha saído do navio sem peças reservas, teria de ficar com aquele vestido rasgado e com um lilás nas costas. Céus, não podia piorar, já estava na lama comendo com os porcos, e talvez até o mais miserável dos suínos o odiasse e também o quisesse longe, que cordas que a vida insistia em lhe amarrar.
Porém não existia nada que estivesse péssimo que o destino não pudesse terminar de vez em piorar e ali estava sua sentença:
— Princesa, está acordada? — a voz trilhou divertida atrás da porta, estava raivosa e tudo por culpa daquele palerma!
Encarou Park dormindo e acreditou que ele ficaria ali, tinha comida perto da cama, água e caso quisesse fazer suas necessidades tinha duas bacias, uma com água e panos e outra vazia, ali só tinha mulheres e se alguém tentasse algo contra seu irmão a pessoa deveria implorar que Deus o tirasse da terra, pois o mataria da forma mais lenta possível.
Levou as mãos até a porta de madeira e puxou em um movimento só, estava bufando com um bico gigantesco, as sobrancelhas juntas franzidas e o nariz enrugado, a mão livre estava em punho. O capitão que estava apoiado na porta quase desequilibrou-se, deu alguns passos ficando em pé diante do ômega pequeno que parecia um bebê, sorriu por ver que tinham deixado Jade no navio, temia a cabra, ela parecia lhe odiar e infelizmente não poderia fazer nada enquanto a duquesa a protegesse, ao ponto de deixar Jay cuidando do animal.
— Princesa, acordou mal humorada? — estalou a língua no céu da boca, não levantou o rosto pois era impossível se movimentar perfeitamente naquele lugar. — Achei que gostaria de sair agora, tenho algo para mostrá-la.
Lee não respondeu, o lúpus notou a bochecha inchada e com marcas, estava desacreditado que a duquesa apenas estava daquela forma por acordar, sempre acordava de bom humor, então para o alfa era estranho ver que aquele ômega tinha um detalhe tão icônico. Queria gargalhar, mas possivelmente receberia um não agressivo, pois tinha certeza que o ômega não sairia consigo e se por acaso o irritasse mais, teria de ouvir reclamações ao invés de apenas um não simples.
— Tá. — arregalou os olhos, o menor saiu do quarto deixando o capitão com um sorriso desacreditado e balançando a cabeça negativamente. Seria uma tarde divertida.
— Espere, princesa! — falou divertido tendo o ômega andando rápido, abaixou a cabeça para correr atrás após fechar a porta do quarto, o ômega estava andando nos corredores apressado com as pernas curtas. — Você é até rápido para alguém que não alcança o teto.
Aquilo fez a duquesa parar e abrir os olhos ao ponto de parecer que iriam sair, virou novamente para trás encontrando o alfa de cabeça baixa andando, cruzou os braços e irritado bateu o pé esquerdo no chão.
— E você um lento para um pirata. — respondeu ácido e o alfa parou diante do ômega rindo negando. — Qual é a graça, seu estúpido?
— Oh! Talvez seja um ômega apaixonado. — apaixonado? Mas que coisa ridícula! Jamais teria sentimentos assim por um pirata idiota, um... um... um pirata bem charmoso até.
Negou com a cabeça novamente confuso, segurou a portinha e abriu rápido saindo, o sol forte quase o cegou, cobriu os olhos e sentiu uma calmaria quando a brisa fresca balançou seus fios, respirou e pensou em uma resposta a altura, começou sorrindo atraindo o olhar confuso do alfa atrás de si, virou encontrando o corpo grande encostado na porta fechada da pousada.
— Apenas me apaixonaria se você fosse pelo menos um pouco interessante, inteligente e sedutor, mas dentre essas três qualidades você é apenas sedutor e eu gosto de alfas intelectuais. — distribuiu seu sorriso de canto, se fosse um animal seria uma cobra ardilosa, porém aquilo não deixou o alfa abalado, pelo contrário, ele correspondeu malandro mordendo o lábio, realmente era sedutor demais para a tristeza de Lee.
— Me acha sedutor, princesa? — deu um passo aproximando do ômega, precisou abaixar a cabeça para encarar os olhos arregalados em desgosto, aquele estúpido conseguia abalar suas paredes.
— Não muito. — empurrou a língua na bochecha vendo o quão mentiroso Félix poderia ser, tirou o chapéu e passou os dedos longos nos fios negros soltos.
— Inteligente eu talvez não seja, mas você também não faz meu tipo, é arrogante demais. — a duquesa gargalhou desacreditada, ergueu o rosto sentindo a respiração do alfa chocar-se contra a sua, céus, o beijaria ali mesmo em meio aquelas provocações estúpidas.
— Então por que me deseja? Sabe que posso tê-lo em minhas mãos. — ergueu a palma direita ilustrando ao alfa que teria-o ali, em seguida pôs sobre a nuca do lúpus da mesma forma que sentiu a mão grande tocar sua cintura.
Estavam mergulhados no mais profundo oceano que eram, ali mesmo diante das poucas mulheres e marujos que passavam eles estavam próximos, Hwang devoraria a duquesa se tivesse apenas uma confirmação, estava louco por ela e estava mentindo quando disse que não fazia seu tipo, Félix era tudo o que desejava, mas se ele também queria manter aquele jogo estúpido de poder, ele não cederia.
— Então que tal jantar comigo? Quem ceder primeiro deve aceitar que está sendo tolo. — Hwang apostou, seria divertido ter a duquesa afirmando que tinha perdido e sido seduzida pelo pirata tão libertino e estúpido como pensava.
— Então já pode começar a pagar-me comprando coisas, aposto que antes mesmo do jantar já o terei em minhas mãos. — afastou-se colocando a mecha dos fios atrás da orelha atrapalhando sua visão.
Pelos oceanos, o sol gargalhava com aquela estupidez, já sabia que em jogos como aqueles em que os dois travavam, nenhum deles ganhavam e nem perdiam.
Eram duas almas extremamente parecidas, solitárias, quebradas e orgulhosas, mas também possuíam suas qualidades, desconhecidas até o momento para si, mas tinham e aquilo era o que faltava.
— O que quiser comprar, leve isso como cortesia de um pirata condolente.
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