13 ➵ Rua de Compaixão
Rua das Flores | Hyunlix
COMO APENAS uma batida das asas de uma minúscula borboleta pode criar o caos, Hyunjin estava sendo imposto por Félix que era a borboleta mais selvagem, e sua batida interferia no interior do capitão que estava desesperado segurando o corpo mole nos braços, os lábios em formatos de coração estavam secos e nos braços a duquesa segurava a cabra tentando protegê-la.
— Ajuda ele, por favor. — as lágrimas grossas escaparam dos olhos, as bochechas estavam coradas e o corpo pequeno tremia.
Park Jisung estava deplorável, a perna esquerda estava presa nos escombros, ele não respondia nada e o rosto estava branco, Lee soluçava vendo aquilo e se culpava como se fosse um bárbaro, como se a culpa dele estar ali naquela tempestade fosse sua. Céus. Como a culpa era corrosiva, um mau que fazia a mente da duquesa rodar incessantemente no momento em que deixou-o sozinho, poderia ter feito mais. E na sua mente a voz de sua mãe alfa o culpava, Deus, era tudo por sua causa, tudo de ruim vinha de si. Como cuidaria de Jisung se era o próprio ímã de problemas e de ruindade?
— Preciso que tirem isso. — a voz de Soojin vez a duquesa soluçar, tentou sair dos braços do capitão desesperado, deveria fazer algo para que nada de pior acontecesse, se é que já não tinha. — Ei! Tire ele daqui, se o outro acordar pode ficar agitado e precisamos do caminho livre. — ordenou a médica alfa, Chan junto com Jay tiraram o pedaço enorme de madeira, a perna de Park estava roxa.
— Vou levá-la, Chan assim que levarem o ômega me avise para começar a reconstruir o navio. — condisse com eles, Soojin era a melhor médica que tinha conhecido, aquele ômega ficaria bem. Todos ali balançaram a cabeça e se prepararam para obedecer a médica, Hwang segurou com mais força a duquesa que se debatia desesperada, mesmo que aquilo não fosse nada, já que suas forças estavam esgotadas.
Caminhou rapidamente até sua cabine, deixaria o ômega ali até ter a confirmação de Soojin, tentaria ajudar Lee por enquanto, mesmo que aparentemente ele só estivesse fraco e desidratado, torcia para que o outro estivesse bem, pois mesmo sem ter contato diretamente, podia ver os olhos transbordando da duquesa em desespero, mesmo que fosse apenas um servo qualquer que ele tinha trago.
Abriu a porta com dificuldade, Lee tinha parado de se estapear, deixou deitado em sua cama e foi até o pequeno varal em que tinha peças brancas da última vez que tinham usado com machucados, molhou com bastante na água e voltou até o ômega molhando os lábios rachados. Aquilo foi um choque para o ômega, engoliu a água desesperado, suspirou aliviado buscando mais da água, notando aquilo, o capitão pegou um copo enchendo até transbordar, levou até os lábios do ômega dando o bastante, porém mantendo uma quantidade pouco para que não engasgue.
— Está melhor? — inquiriu de forma pacífica, a duquesa balançou concordando e então lembrou novamente de Park, céus! Como pôde deixá-lo? — O que pensa que está fazendo?
Foi a única coisa que o alfa fez quando Félix levantou-se agitado, o ômega mesmo cansado e com as costas latejando em pura agonia, foi até a porta e sua mão estava trêmula, Hyunjin viu ela tremer quando levantou para abrir a maçaneta, pelos oceanos, por que aquela duquesa tinha de ser tão teimosa? O que lhe custava ter paciência? Não. Aquele ômega sempre queria tudo naquele momento e nada parecia o suficiente para si, aquilo irritava o mais profundo ser do alfa.
— Abra essa porta, imediatamente. — determinou com a voz imponente, as pernas vacilaram e quase foi de encontro ao chão se o alfa não tivesse se levantado e segurado a cintura do ômega. — Vamos!
— Não. — não? Pensou Lee encarando sério para o lúpus, ele disse tão firme que se encolheu, estava vulnerável. — Ele está em boas mãos, você precisa se acalmar que logo Soojin vem o ajudar também. — aquele alfa era um vagaroso acomodado, isso irritava profundamente a duquesa, um sonso que não tinha empatia pelo próximo.
— Você não está entendendo! Eu preciso. — a voz saiu extremamente aguda, estava sem forças e nervoso, estava totalmente acabado.
— Já disse, Félix! Porra. Se acalme, ele é apenas um servo e Soojin sabe fazer as coisas. — apenas um servo? Aquilo foi o ápice para irritar Lee Félix, ele se virou rosnando para o alfa, aquilo fez o lúpus arregalar os olhos por não esperar aquilo.
— Ele é meu irmão, seu insensível, estúpido! Jamais diga algo assim dele, você não manda em mim, não me conhece. — soluçou no final, a voz saiu quebrada e o rosto manchado pelas lágrimas de antes voltou a ficar úmido.
— O que? Você é a duquesa, ele é apenas um ômega trabalhador! — contrapôs o alfa contra a duquesa, que se sentiu ultrajada, humilhada e agora raivoso ao ponto de bater no peito do alfa com força, ele encolheu-se arrependimento pela forma a qual o lúpus o olhou.
— Jamais diga algo assim dele, Park é minha família! — gritou, em meio às lágrimas e a dor, saiu cortada expressão a certeza nas palavras e o lúpus arregalou os olhos em descrença, não conseguia conceder, porém o lobo do capitão ficou acuado se sentindo um monstro quando o rosto do ômega se contorceu em tristeza.
— Tem razão. — aquilo foi uma colisão entre dois pólos, ambos eram areia e mar, porém daquela vez foi a duquesa sendo violenta como o oceano chocando contra a pobre areia. Quando Hyunjin deu razão a ela, Félix suspirou lembrando da palavra que ouvia na igreja: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” e céus, jamais imaginou que aquilo fosse acontecer consigo.
— Desculpa. — sussurrou cobrindo o rosto e virando de costas tentando esconder sua fraqueza, porém aquilo piorou, pois suas costas estavam com o vestido rasgado e o alfa viu.
Estava roxo.
Nem mesmo o ômega tinha notado, apenas sentia o local doer desde quando caiu sobre as madeiras, estava tão cheio de adrenalina e preocupado com Park que sua dor física parecia minúscula, mas o capitão estava observando claramente o roxo na pele clara, arregalou os olhos enchendo o peito de preocupação, tocou o lugar arrancando um gemido alto de dor da duquesa, então seu corpo começou a corresponder com o machucado, fazendo ele se encolher dolorido.
— Fique aqui. — a voz era grave e rouca, porém transmitia segurança, como se estivesse falando com uma criança indefesa.
Afastou-se do ômega se aproximando da cômoda o qual tinha utensílios de cuidados, já que depois daquele dia que a duquesa cuidou de si, temeu novamente precisar daqueles objetos e ter que incomodar alguém e mostrar seus machucados, era o capitão e ninguém poderia vê-lo fraco, mesmo que fosse uma pessoa como qualquer outra, mesmo com uma cura mais rápida e força.
Segurou o pote de gel de folhas medicinais e se aproximou do ômega, colocou bastante da gosma transparente e deixou o pote sobre a mesa com mapas, usou a mão limpa para acariciar os ombros nus do ômega, aquele gel estava gelado e possivelmente iria arder em contato com a pele quente e dolorida. Encostou lentamente, o gel fez arrepios subir pelo corpo do ômega, que para se mostrar forte mordeu o interior da bochecha segurando qualquer ruído que lhe fosse emitido.
— Já estou acabando, princesa. — sussurrou, as mãos grandes cobriam quase toda a pele do ômega, o gel logo se espalhou por toda parte e queimava, ardia demais, mas Félix sentia confiança no lúpus de que aquilo seria bom para si. — Terminei.
— Obrigado. — falou baixinho, com certeza se Hwang não fosse um lúpus não teria escutado, sorriu e virou de costas, iria cuidar do seu próprio machucado nos braços.
Acreditava que a duquesa ficaria virada tempo o suficiente para fazer, até porque era necessário fazer, o céu já estava voltando a brilhar e a luz invadiria a cabine logo, precisava estar bem novamente e seria rápido. Tirou a blusa branca de tecido finos, no escuro era impossível notar as manchas de sangue, deixou ali em qualquer canto e foi encher uma bacia para lavar os braços, já tinha feito tantos machucados que aquele parecia pequeno. O capitão era mestre em ter machucados físicos.
E a duquesa era ótima tendo machucados interiores, seu coração a cada segundo quebrava mais o pedaços que já estavam partidos.
Félix suspirou e virou-se para o alfa buscando respostas, queria saber quando poderia ir atrás de Park, mas quando o fez, encontrou a pouca luz invadindo iluminado as costas largas do lúpus, ele estava sem camisa e parecia concentrado em algo. As bochechas arderam, porém balançou a cabeça se achando patético, mordeu os lábios em curiosidade para saber o que ele fazia, aproximou-se lentamente e ficou na ponta dos pés para ver o que tinha ali, quando o fez seus olhos pequenos se arregalaram em comoção, os braços do lúpus estavam machucados da pior forma possível, o sangue pingava e a pele que ainda tinha estava irritada.
— Hyunjin? — o capitão levou um susto com a voz doce tão perto de seu ouvido, porém não moveu um músculo, seus braços estavam dentro da bacia e a água estava ficando vermelha. — Céus! Como fez isso? Tire seus braços daí, quer perder mais sangue, seu imbecil? — o lúpus não se conteve, abriu um sorriso de canto se divertindo com a preocupação genuína da duquesa. — Está esperando o que?
— Como quiser, boneca. — falou desleixado com um sorriso malandro, Lee ainda estava abalado emocionalmente, não notou nada e virou-se vendo aquela cômoda com coisas o suficiente para ajudá-lo, até mesmo sorriu pegando a erva a qual tinha usado no primeiro machucado do alfa.
— Mal-me-quer? — questionou retórico para o lúpus, que inocentemente sorriu para a duquesa vendo ela se virar com a planta nas mãos.
— Eu perguntei para Jisung o que era, quis a deixar aqui. — não deu exatamente a resposta verdadeira, na verdade deixou ali para lembrar de como o ômega ficou lindo o encarando preocupado e com compaixão.
— Minha mãe me ensinou. — comentou melancólico transformando a mal-me-quer em um creme para os braços do lúpus, talvez estivesse se tornando divertido cuidarem um do outro.
— Ela deve ter sido uma mulher incrível. — Lee não disse nada, apenas concordou jogando água no pequeno pote que usava, o lúpus estava curioso sobre a árvore genealógica da duquesa e do motivo daquele servo ser o seu irmão, mas não sentia que deveria falar sobre Park, provavelmente a duquesa voltaria a ficar triste e talvez fugisse atrás do ômega.
Não falaram mais nada, não sabiam o que dizer e o silêncio era confortável enquanto Lee passava aquela erva sobre os machucados do lúpus, Hwang sentiu coceira no começo, estava agoniante, mas não faria nada para atrapalhar a duquesa que estava concentrada, procurando uma forma de se distrair, os olhos felinos do lúpus encontraram os lábios com pelinhas fazendo um biquinho, as sobrancelhas franzidas passando com toda a delicadeza o creme nos braços grandes.
Estava perdido e atingido pelo redemoinho que Lee era, pois se estivesse em alto mar prestes a morrer, preferia ser levado pelo mais violento redemoinho, mergulhar profundamente de corpo e alma, porque Félix era profundo e complexo demais para apenas tentar conhecê-lo em uma vida.
— Pronto, está coçando? — questionou sério, estava preocupado e queria agradecer o lúpus, ele estava sendo bondoso.
— Um pouco. — as mãos delicadas passaram sobre os braços arrastando rápido tentando aliviar, e tinha conseguido, o lúpus agradeceu baixo. — Me perdoe.
— Perdoá-lo? Por quê? — sorriu confuso, aquilo tinha feito o coração dele parar, achou que tinha morrido por segundos.
— A forma que falei sobre o outro ômega. — não recordava o nome dele, mas tinha certeza que a duquesa entenderia, ela era inteligente demais e o deixava interessado em saber como aprendia tanto assim.
— Ah, sim. — o rosto dela voltou a ficar sério e arrogante, aquilo talvez irritasse mais o lúpus do que a ansiedade dela de fazer tudo rápido.
— Não quis ofender. — tentou ser cordial e quebrar novamente aquele muro refeito.
— Sim. — pelos oceanos!
— Não quis ser rude.
— Sim.
A duquesa se afastou novamente apressada, pegou o tecido para enfaixar e proteger o machucado, mas já não estava com um biquinho ou sorrindo, isso vez o lobo do capitão se encolher mal com aquilo, jamais quis machucá-lo e agora estava se sentindo um monstro insensível.
— Nós somos uma família. — começou temeroso e pensando em palavras que não fizesse o ômega querer matá-lo. — Cuidamos uns dos outros, apenas fiquei exaltado pela sua agitação e usei palavras erradas, mesmo vocês estando aqui por apenas um curto período. — "curto período" aquela palavra saiu tão estranha de seus lábios como chegou péssimas no ouvido do ômega. — Jamais deixaria nada de ruim acontecer, somos uma família.
— Família? — algo que para Lee se limitava entre ele, Park e Jade, agora estava surpreso, tinha muitos marujos ali, sua família então tinha aumentando em um piscar de olhos.
— Claro. Eu sou o capitão, minha função é cuidar de todos e do navio como uma família, sei que somos diferentes das regalias que conhece, mas nada de ruim acontecerá com vocês, dou minha palavra. — aquela tinha sido a coisa mais genuína que tinha ouvido em toda sua vida, nem mesmo sua mãe alfa tinha lhe dito algo assim, apenas sua mãe ômega e Park Jisung que eram bons consigo.
Céus! Um pirata estava lhe deixando feliz. Aquilo sim era surpreendente, o deixava com uma sensação boa, algo que desaparecia ao lembrar que estava cada dia mais perto de voltar para Heresia.
— Obrigado. — o capitão não esperou por aquilo, na verdade esperava sim ser beijado, mas não nas circunstâncias atuais.
A duquesa se aproximou rapidamente segurando o rosto do lúpus entre as mãos, a boca pequena encontrou os lábios grossos, foi apenas um encostar e foi a sensação mais estranha na vida de ambos, foi um frio na barriga deles, mesmo que o clima estivesse quente. O capitão segurou a cintura do ômega deixando o corpo pequeno próximo do seu, ele era quente e o aroma de melancias deixou inebriado e simplesmente eufórico, afastaram os lábios e as testas tocaram uma na outra, o corpo do lúpus emitia um calor bom de proteção e pela primeira vez, nenhum dos dois sentiu desejo carnal, mesmo com o Hwang sem camisa exibindo sua beleza e a duquesa com parte do vestido rasgado.
Se o sol não fosse apaixonado pela grande e inigualável lua, diria que aquela era sua nova paixão.
A duquesa se afastou primeiro do alfa, pegou o que restou da mistura de ervas e mexeu o restinho que sobrou ali, teria de guardar bem aquilo, aquele lúpus aparentemente tinha um ímã de machucados, estava entretido quando alguém bateu à porta da cabine, apenas o grande capitão notou e foi até lá abrindo a porta lentamente, Jisung entrou balançando as mãos aparentemente nervoso, mas parou vendo a duquesa ali mexendo algo naquela tigela de barro, se aproximou sorrateiro vendo a mistura verde e ficou desconfiado.
Ela era uma nobre, não? Todos sabiam que as cidades estavam sob as ordens dos juízes das igrejas, e a duquesa estava usando de ervas para fazer algo que ajudava os machucados, estava intervindo nas vontades de Deus, como era conhecido em qualquer ato além das orações. Lee seria queimado e jogado no rio por bruxaria, céus, tinha algo de errado com ele.
— Jisung? — a voz rouca do alfa tirou a atenção do ômega da tigela, aproximou-se desesperado do beta segurando os braços dele.
— E Park? Ele está bem? — perguntou com as finas lágrimas escorrendo pelas bochechas repletas de sardas, estava com tanto medo, tanta angústia.
— Soojin disse que foi apenas um machucadinho, ele está com um troço gelado na perna, ela disse que pode ir. — o beta falou compreensivo, não terminou ao menos de falar, a duquesa saiu correndo da cabine do capitão, não estava preocupado com seu vestido ou no líquido viscoso em suas costas.
Andou rápido e logo notou que não sabia onde aquela médica estaria, céus, aquele navio era o inferno, não sabia ao menos para qual lado deveria ir, parou no meio do convés perto da cozinha, quando viu o lugar seu corpo arrepiou trazendo más lembranças daquele cômodo, o som da tempestade caindo sobre suas cabeças, por Deus! Onde aquela tal Soojin poderia estar com seu irmão?
Encarou os lados e encontrou aquele alfa, o que tinha falado consigo pela primeira vez sobre Jade, a qual tinha perdido, se aproximou dele tocando o braço do tamoreiro, por ser um tanto medroso, se virou já com uma expressão assustada, Lee arregalou os olhos também assustado, estava no auge de sua fragilidade.
— Onde fica a Soojin? — pediu fraco, o alfa balançou a cabeça se acalmando, apontou para uma pequena porta do lado da cozinha.
— Aquela porta é uma escadaria parecida à da cozinha, mas leva para o segundo andar, assim que chegar vai ver a Soojin. — Jay falou calmo, uma lentidão que irritou o ômega, ele ao menos terminou de falar, a duquesa correu quase caindo ora sendo pelo vestido ora pela fraqueza.
Desceu as escadas rápido, quase se desequilibrou, respirou alto cansado, chegou no segundo andar encontrando luminárias a vela, a alfa estava ali e Park parecia minúsculo encolhido assustado segurando sobre os joelhos, a calça que usava estava rasgada até ali em cima, correu até ele e respirou fundo se acalmando para não o machucar caso fosse desesperado. Abaixou o suficiente para abraçar ele, foi sutil e delicado, o ômega machucado fungou retribuindo o abraço maternal do ômega nobre, Lee segurou o rostinho dele deixando beijos castos pela testa e cabelo de Park.
— Desculpa, Parkie. — soluçou se entregando as lágrimas, jamais sentiu tanto arrependimento quando viu o ômega deitado naquele colchão segurando aquele troço estranho sobre o joelho esquerdo.
— Não, Lix, foi um acidente e você ficou comigo o tempo todo. Nós dois juntos, sempre. — sorriu para a duquesa transmitindo tranquilidade e amor.
Park era a única pessoa da vida de Lee que mesmo fazendo tudo de ruim, jamais o julgou ou lhe dirigiu palavras ruins, na verdade ele sempre via o melhor de todos, o mundo não o merecia.
— Você está bem mesmo? Céus, eu fiquei desesperado. — acariciou os fios castanhos e suspirou, continuou agarrado a ele.
— Eu ficaria melhor tendo algo para comer. — a duquesa olhou o ômega, os dois caíram na mais inocente das risadas, até mesmo a alfa médica riu com aquilo preparando insumos para o ômega sair da enfermaria e poder cuidar do machucado.
Eles ficaram ali o restante do dia, Soojin ainda observando ele, Félix trazendo algo para comer e notícias sobre a cozinha está sendo reerguida e do capitão, para o sorriso secreto da duquesa que tentava afastar aquelas bobagens a todo custo. Ficaram abraçados até dormir de cansaço e de exaustão emocional, iriam embora no dia seguinte.
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A noite não pôde contemplar o casal que divertia seu reino noturno mórbido, porém escutou cada sussurro dado pelo alfa e ômega, se a lua realmente fosse uma pessoa, daria um de seus sorrisos mais apaixonantes escutando as palavras de agradecimento um do outro, porém a lua foi imposta ao grande deus sol, que novamente lutava pelo seu trono.
Assim como os deuses no céu, o oceano também acompanhava aquilo sem pausas, porém agora era sua deixa, o casco do grande Esmeralda estava a poucas distâncias da ilha, após um dia de agitações, ninguém pode reparar na gloriosa areia de ouro e árvores concentrados naquela parte em meio ao gigantesco mar.
Hwang já estava de pé antes mesmo do sol se reerguer, Changbin e Jeongin também estavam no convés ansiosos para reencontrar as bruxas que na última vez tinham dito que tudo mudaria, e levar um nobre que seduziu o capitão no navio era uma mudança enorme.
— Terra à vista! Terra à vista! — tocando o sino, Jeongin gritou, o navio inteiro escutaria os berros do alfa, aquilo ecoava no oceano.
— Diminuir velas, desçam as âncoras! — a voz grave do capitão foi prontamente atendida, os poucos marujos que subiram logo obedeceram rodando as duas âncoras do Esmeralda, as velas foram abaixando diminuindo a força do navio.
Capitão Punho Negro arrumou a espada na cintura e observando o navio encontrou a duquesa, seus olhares se chocaram e como se fosse novamente o destino afetando diretamente na vida deles, ambos os lobos uivaram, mas ignoraram novamente desviando os olhares um do outro, porém a duquesa se aproximou lentamente com o servo apoiado em si, apenas a perna esquerda ainda latejava e estava melhor, ambos hidratados graças aos cuidados de Jisung e Soojin, porém os dois ainda estavam com a mesma roupa de dois dias.
— Bom dia, capitão. — a voz saiu neutra, algo novo para o alfa, mas não odiou e também não gostou.
— Bom dia, princesa. — anunciou caloroso, se virou para o ômega calado de cabeça baixa e sorriu para ele, mesmo que não fosse vê-lo. — Bom dia, criança.
— Eu? Oh! Bom dia, senhor capitão. — sussurrou envergonhado, as mãos pequenas da duquesa acariciaram o rostinho fofo do servo, o capitão olhou aquela cena surpreso, como não tinha notado tamanho carinho entre ambos?
O navio tremeu como se tivesse se chocado contra algo, os dois ômegas se abraçaram forte, Félix mostrou firmeza e confiança ao Park, ambos olharam para o capitão, que andava calmamente para a ponta do navio, desviaram apenas para encarar o lugar verde e amarelo, tinha algumas casas, porém o que mais se destacava ali era as árvores enormes e a areia amarela, algumas mulheres estavam ali, com roupas coloridas e dançando alegremente.
— Sejam bem-vindos à Ilha das Bruxas Perdidas
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