20. ᴠᴏᴄê ɴãᴏ é ᴀssɪᴍ
LIA MONROE
Fomos colocadas em um carro e levadas para algum lugar. No caminho, Paula conversava com pessoas no rádio e perguntava onde elas estavam. Quando paramos, a mulher mais nova nos jogou no chão de uma sala e retirou os sacos de nossas cabeças.
一 Poderia ser mais delicada com os convidados. - ironizei e ela me apontou uma arma.
一 Abaixa isso Michelle. - Paula pede e com certa raiva, a morena abaixa a pistola.
Carol começa a ficar sem ar. Olhei para Maggie e nós duas ficamos sem entender se ela estaria fingindo ou não. Quando Paula a solta, ela volta a respiração normal
一 Me mate! - arregalei os olhos para Carol. 一 Mas não faça nada com Maggie, não machuque o bebê! - a mais velha pediu e começou a chorar.
一 Bebê?! - Paula perguntou irônica para Maggie. 一 Leve-a para a entrevista. - ela disse à Michelle.
一 O que... - tentei levantar mais a outra mulher, gorda e fumante, me puxou de volta para o chão.
一 Sentada pirralha. - ela disse grosseiramente, enquanto dava a última tragada no cigarro.
(...)
Depois das outras duas conversarem durante um tempo com Carol, elas amarraram nossas pernas e braços, e saíram da sala. Fiquei encarando o chão, perdida em meus pensamentos.
"Você vai ficar bem querida." - fechei os olhos e, mais uma vez, minha mãe apareceu.
一 Estou com medo... - disse em grunhido baixo.
"Você vai ficar bem Lia!" - ela disse um tom firme e passou a mão em meu rosto. 一 "Você vai ficar bem..." - sua voz foi abaixando de tom e eu abri os olhos. Carol me olhava, sem nenhuma reação no rosto, apenas um sorriso de lado.
一 Conversa com alguém querido que já se foi não é? - ela perguntou um pouco hesitante e eu apenas balancei a cabeça em afirmação, desviando o olhar para baixo. 一 Tudo bem. Às vezes ainda sinto minha filha comigo. - levantei a cabeça e vi que a expressão da mulher tinha ficado triste e ela segurava algumas lágrimas.
一 O que aconteceu com ela? - perguntei com a voz um pouco baixa.
一 Os zumbis aconteceram... - ela disse e soltou uma única lágrima, enxugando a mesma logo em seguida. 一 Ela foi pega. - Carol me olhou, como se quisesse falar alguma coisa, mas desistiu.
一 Minha mãe... Eu vejo ela em visões e ela fala comigo, me deixa calma às vezes, me protege... - sussurrei a última parte e sorri pelo canto da boca.
一 O que aconteceu? Ela...
一 Não. - a interrompi e soltei um longo suspiro. 一 Morreu quando eu tinha oito anos, dois anos antes disso tudo acontecer. Um cara bêbado estava correndo e bateu no carro dela, fazendo ele capotar e ela morrer na hora. - encarei a mulher e permiti as lágrimas descerem silenciosamente. 一 Meu pai diz que eu pareço com ela. Ele fala que tenho seu jeito doce, mas ao mesmo tempo sou teimosa e faço as coisas por impulso. - sorri.
一 Você lembra dela?! - Carol perguntou.
一 Sim, muito. Lembro de como ela me colocava para dormir, me contava histórias, brigava comigo e com o Jony quando fazíamos alguma coisa errada... - sorri. 一 Lembro também que ela se dava super bem com meus avôs, principalmente com a Deanna. - sorri um pouco triste dessa vez.
一 Qual era o nome dela? - a mais velha me olhou sorrindo, sem mostrar os dentes.
一 Alana. - respondi. 一 Alana Collins Monroe. Hoje, meu anjo da guarda. - disse e sorri. 一 E sua filha?
一 Sophia. - ela respondeu, sorrindo um pouco triste. 一 Sinto muito pela sua mãe. - ela disse sincera.
一 E eu sinto pela sua filha, Carol. - respondi sincera, dando fim para a conversa.
(...)
As mulheres não voltaram. Carol arrumou um jeito e nos soltou das fitas.
一 Ele está morto. - ela disse depois de verificar o pulso do homem. Fui até ele para acertar a cabeça, mas Carol me impediu. 一 Não! Ele vai fazer o trabalho. - entendi e concordei. Me abaixei e peguei a arma do cara.
Saímos da sala e caminhamos pelo lugar. Puxei ela pelo braço para nos escondemos atrás da parede, já que Michelle vinha em nossa direção.
一 Deixa comigo. - sussurei e ela concordou. Esperei a mulher se aproximar e a peguei de surpresa, colocando a mão em seu pescoço e outra na boca. - Boa noite, Cinderela. - falei ironicamente em seu ouvido e finquei a faca em sua têmpora.
Carol me olhou surpresa, mas não disse nada. Na frente, encontramos Paula apontando a arma para Maggie. Quando nos viu, surpreendeu a morena e pressionou a arma em sua cabeça.
一 Vocês são todas vadias! Me enganaram! Mataram toda a minha família! - ela disse com o ódio.
一 Podemos conversar... - comecei a falar. 一 A gente vai embora desse lugar, juntas! Você não precisa ser assim... - fui me aproximando lentamente dela.
一 Não! - ela deu um grito, fazendo Maggie fechar os olhos pelo susto.
一 Sim podemos Paula. - insisti. 一 Você não é assim... - ela começou a soltar Maggie aos poucos. 一 Você não é... - quando ela soltou de vez a mulher, eu a puxei e empurrei para perto de Carol.
Com a surpresa, Paula levantou a arma para mim, mas dei um chute em sua mão e fiz a pistola cair. Ela me segurou pelos cabelos e deu um soco na maçã do meu rosto. Rebati o soco e a empurrei, até seu corpo fincar em uma barra de metal. Os zumbis que estavam próximos, avançaram e atacaram toda sua carne. Dei um passo para trás e passei a mão no canto da boca, onde um pouco de sangue escorria.
一 Você não é assim. - sussurrei olhando para a cena. Maggie e Carol se aproximaram e me puxaram pelo ombro. Ouvimos os outros homens do grupo entrando no local.
一 Nos encontramos na entrada principal. - Carol pegou o rádio de Paula e fez o contato. 一 Tenho um plano. - ela disse para mim e Maggie.
(...)
Chegamos no local marcado e quatro homens entraram em uma sala, procurando pelos outros de seu grupo. Joguei um isqueiro pelo vidro e logo o local estava em chamas. Começamos a andar em direção contrária, ainda ouvindo os gritos de desespero.
Procuramos a saída e, quando íamos abrir a porta, alguém a puxou por fora. Colocamos as mãos no rosto, por conta da claridade. Firmei minhas vistas e pude ver Aaron e Carl me olhando surpresos. Corri até eles e os abracei, dando um beijo rápido no mais novo.
一 Você está bem? - Carl me perguntou, olhando por todo meu rosto e passando as mãos em meu cabelo.
一 Estou. - dei um selinho nele. 一 Todos que nos machucaram, todos eles... estão mortos. - disse e Rick olhou para um homem, provavelmente o que seria trocado por nós.
Rick o perguntou sobre Negan e ele disse que ele era o Negan. Sem pensar, o xerife disparou um tiro na cabeça do homem.
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