━━━━━ 𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗤𝗨𝗔𝗧𝗢𝗥𝗭𝗘
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𝗲́ 𝗽𝗼𝘀𝘀𝗶́𝘃𝗲𝗹 𝘀𝗲𝗿 𝗮𝗺𝗮𝗱𝗼?
QUANDO A CHUVA CAIU sobre o céu de Tokyo, Chishiya e Hyuna não tinham outra escolha a não ser procurar um lugar para dormir urgentemente. Caminharam entre a chuva forte quase a noite toda enquanto se perguntavam se havia um lugar pelo menos seguro para uma única noite de sono.
Até então finalmente acharem uma loja de conveniências o mais perto possível.
—— Alí! —— Gritou Hyuna entre a chuva puxando o namorado para dentro da loja destruída.
Estavam ensopados de água, e o frio estava começando a se alastrar entre o corpo de ambos que já tremiam de frio e fome.
—— Eu vou procurar roupa secas —— Chishiya completou andando para outra direção da loja. Hyuna apenas concordou andando entre as prateleiras
A garota andou lentamente pelas prateleiras sentindo roupa molhada que grudava no próprio corpo, pegou alguns salgados que ela esperava que prestassem e garrafas de água para beber.
Ouviu passos lentos do outro lado, e notou Chishiya totalmente molhado com roupas secas em mão.
Pegou algumas e então andou lentamente até a sala de abastecimento do mercado segundo seguida pelo garoto que levava as roupas e a comida, era mais seguro dormir alí do quê expostos em destroços.
—— Eu... Vou trocar de roupa —— Hyuna disse sem graça caminhou até atrás de algumas caixas do mercado escondendo boa parte do seu corpo, deixando apenas suas costas amostra.
Respirou fundo e tirou a cabeça molhada ficando alguns segundos nua da cintura para cima esperando que sua pele conseguisse secar um pouco.
Chishiya caminhou até o outro lado da caixa e começou a tirar a roupa também, permitindo a própria pele a relaxar um pouco.
Mesmo que sua mente fosse racional o suficiente, o garoto não conseguiu segurar o suficiente quando observou seus próprios olhos caminharem pelas costas nuas de Hyuna. E principalmente em seus cabelos molhados que ela havia colocado para cima impedindo que molhasse o resto da sua pele.
—— Quem fez isso? —— Chishiya perguntou baixo, seu corpo respondia de forma totalmente anormal que a sua mente.
Caminhou os dedos até a parte de trás do pescoço de Hyuna observou as fracas marcas de dedo que até outro momento estavam sendo escondidos pela coleira do jogo.
—— Foi em um jogo, rei de paus —— Hyuna respondeu ainda de costas.
—— Espero que a outra pessoa esteja bem pior —— Chishiya completou tirando as mãos da garota.
—— Pode ter certeza que sim —— Hyuna riu baixo.
Hyuna respirou fundo, escondeu os peitos com os braços cruzando eles na frente de si e então se virou para a frente de Chishiya.
Os olhos do garoto ficaram apenas no rosto de Hyuna, que parecia relaxado como se permitisse que ele olhasse qualquer coisa que ele quisesse. Quando seus olhos caminharam pelo resto de pele, ele percebeu como havia coisas no mundo real que ele nunca teria como tinha naquele.
Hyuna segurou a própria respiração, caminhou até o outro lado da caixa ficando de frente para o garoto que estava apenas com a calça molhada, e Hyuna que estava apenas com a roupa íntima de baixo.
—— Você pode me beijar se quiser, sabe disso não é? —— Hyuna perguntou baixo.
—— Eu sei, mas eu gosto de olhar pra você —— Chishiya respondeu caminhando suas mãos até o rosto de Hyuna.
O garoto acariciou seu rosto de leve, sorriu pela primeira vez de forma tão leve e nem um pouco discreta, que havia surpreendido até mesmo a namorada.
Hyuna tirou os braços da frente do próprio peito, caminhou as duas mãos até o pescoço o garoto e então aproximou seus rostos.
Chishiya caminhou suas mãos por toda a pele úmida de Hyuna, até que elas chegassem na sua cintura e ele pudesse juntar seus corpos molhados e um pouco gelados um no grupo. Suas línguas quentes invadiam a boca um do outro em perfeita sintonia, seus corpos estavam esquentando um ao outro. Parecia uma sensação infinita.
E quando Hyuna afastou os lábios dela do garoto, observou Chishiya ainda de olhos fechados como se nunca mais quisesse voltar para a realidade doentia em que estavam.
Hyuna apenas abraçou o garoto forte, sentindo o batimento forte e lento do garoto, sentindo sua pele arrepiada e a pele dele envolta dos seus braços.
—— Não me abandona —— Chishiya pediu quase em sussurro. —— Por favor.
(...)
Quando finalmente colocaram as roupas secas, haviam comido o quê conseguiram e agora estavam deitados sobre o chão frio com alguns panos envolta que pudesse amortecer um pouco a noite.
Hyuna olhava para o teto em silêncio deitada, enquanto Chishiya continuava sentado no chão olhando para a namorada em completo silêncio.
—— Eu não vou —— Hyuna disse baixo.
—— O quê?
—— Eu não vou abandonar você —— Hyuna completou. Observando Chishiya a olhar surpreso.
Hyuna se sentou na frente de Chishiya que levantou a cabeça que estava apoiada na parede olhando para a garota a sua frente.
—— Se você for embora desse mundo, eu vou também —— Hyuna disse. —— Se você morrer aqui, eu morro junto.
—— Não diz isso —— Chishiya negou com a cabeça.
—— São os meus idéias —— Hyuna explicou. —— Eu vivi usando os motivos de outras pessoas pra viver, e depois usando pessoas para continuar viva.
Hyuna engoliu seco, as palavras de Niragi sobre ambos serem iguais não havia saído da sua mente, estava a perturbando por dentro a muito tempo.
—— Eu não quero errar de novo, se eu perder você, eu aceito perder o jogo também —— Hyuna continuou.
Chishiya se sentiu surpreso, a verdade é que ele nem ao menos sabiá o quê era o amor, seu pai não era do tipo que havia sido presente o suficiente para mostrar como valia a pena demonstrar.
Nem seus pais se amavam, provavelmente sua mãe só dormia com seu pai com a intenção de ganhar a cadeira da presidência do hospital.
E quando ele entrou naquele mundo, as coisas pioraram, por quê ele demonstraria algo? Todos ali iriam morrer de qualquer forma. Mas quando ele encontrou a Hyuna, e percebeu que mesmo eles tão iguais, ainda assim conseguia demonstrar algo, ele sentiu que também podia.
—— Você acha que conseguiria gostar de mim fora desse mundo? —— Chishiya perguntou. —— Eu era médico, Hyuna.
A garota ficou surpresa, não que duvidasse da capacidade de Chishiya, mas nunca imaginou o garoto salvando vidas, não a vida de outras pessoas que não levassem ele a alguma vitória.
—— Eu queria descobrir se realmente me importava com vidas e queria ver se salvar vidas poderia me ajudar a encontrar interesse pela vida —— Chishiya continuou.
—— Você encontrou? —— Hyuna perguntou baixo.
—— Hyn, eu só realmente quis viver, quando encontrei você —— Chishiya respondeu. —— Eu só não quero que você desista de mim do outro lado disso tudo.
—— Eu ainda quero tentar do outro lado —— Hyuna respondeu. Juntou o seu corpo com o de Chishiya em um abraço forte.
O garoto implorou a tudo que fosse verdade, que do outro lado desse mundo ela ainda pudesse ver esperanças nele, mesmo que ele talvez não fosse o mesmo.
—— Você nunca me contou seu passado —— Chishiya virou seu olhar para Jouki. —— Me diz Jouki, quem é você?
—— Eu não era ninguém importante, mas só mais uma no meio de toda Tokyo —— Hyuna respondeu.
—— Impossível, se você fosse qualquer uma no meio de toda Tokyo eu teria encontrado você —— Chishiya rebateu. —— Você deve ser do tipo inalcançável do outro lado.
Hyuna riu, Chishiya parecia impossível de entender as vezes, ela sabia que se não fosse por borderland. Talvez o coração de Chishiya jamais fosse dela, e assim, ela jamais saberia qual é a sensação de amar e ser amada.
(...)
Quando a manhã do outro dia chegou, Chishiya acordou observando Hyuna já em pé, a garota estava vidrada em um mapa da cidade de Tokyo atentamente.
—— O quê está pensando? —— Chishiya perguntou se aproximando do balcão da loja observando a garota.
—— Nos jogos, falta muito pouco —— Hyuna respondeu.
Apontou para duas partes do mapa que indicavam outras arenas de jogos.
—— Qual o plano? —— Chishiya perguntou curioso.
—— Se dividir e jogar os jogos que forem mais fáceis pra gente —— Hyuna respondeu. —— Tem um jogo de ouros aqui perto, e um de espadas do outro lado de Tokyo.
—— Tá dizendo pra gente se separar de novo? —— Chishiya perguntou inquieto.
—— É o mais lógico, você é mais inteligente e eu sou melhor em jogos físicos —— Hyuna respondeu observando o namorado em silêncio. —— O quê foi?
—— Não quero me separar de novo, é muito chato —— Chishiya respondeu.
—— Mas se a gente não fizer isso, não vai zerar mais rápido —— Hyuna explicou.
Chishiya apenas suspirou, colocou a mão no bolso da calça e andou para longe do balcão.
—— Tudo bem, você é quem manda —— Chishiya completou.
Pegaram mais algumas coisas e então observaram os mapas que indicavam lugares bem afastados um do outro.
—— A gente vai se ver de novo —— Hyuna confirmou, quase como uma promessa.
—— Bem, evite levar algum tiro, perder um membro ou cair de um lugar alto —— Chishiya disse calmo.
Hyuna apenas concordou com a cabeça, se aproximou do namorado e então o abraçou forte. Chishiya ainda estava se acostumando com tantas demonstrações de carinho.
Mas o garoto ainda assim se permitiu abraçar mais forte ainda, beijando o topo da cabeça de Hyuna uma última vez antes de partirem para outros jogos diferentes.
Hyuna olhou para trás uma última vez, ela sabia que Chishiya não olharia, mas mesmo assim ela ficou alguns segundos observando o garoto partir andando devagar até a outra arena de jogos.
Olhou para o próprio mapa em mãos observando o jogo da rainha de espadas que logo ela enfrentaria.
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