━━━━━ 𝗖𝗔𝗣𝗜𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗡𝗢𝗩𝗘
━━━━━ 𝗖𝗔𝗣𝗜𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗡𝗢𝗩𝗘
𝗺𝗼𝗿𝗿𝗲 𝘂𝗺𝗮 𝗯𝗿𝘂𝘅𝗮
QUANDO PARECIA O FIM, Arisu e Hyuna pareciam ter achado a solução na hora. E lá estavam os três parados, Agni, Arisu e Hyuna. Os três assassinos que mataram seus melhores amigos.
Por alguma razão, Aguni jamais perdoaria o Chapeleiro pelas coisas que fazia, queria deter ele de todas as suas loucuras e esperanças mórbidas. Aguni só queria que seu melhor amigo recuperasse o juízo. Mas como recuperar a sanidade em um lugar como aquele? Como se manter firme.
Aguni lembrava da primeira vez que parou naquele mundo maluco, junto do Chapeleiro, quando ele ainda se chamava de Takeru Danma. Eles haviam sonhado, talvez o Chapeleiro sonhasse mais. A praia séria um refúgio para todos aqueles desamparados, a todos aqueles que precisavam de um refúgio. A utopia, a terra de esperança que agora estava morta.
Agni havia esquecido de quando a sanidade ainda era algo que podia se ver nos olhos de Chapeleiro, ele era um homem insistente e ambicioso. Agni só queria que o amigo voltasse ao normal.
Mas ele sabia, que nunca mais séria igual.
—— O quê vocês acham que sabem? —— Agni perguntou em furia, jogou Hyuna no chão com um soco e logo depois caiu para cima de Arisu novamente.
Tatta e Usagi tentavam impedir o homem que ainda assim era maior que eles, jamais conseguiriam para-lo. Hyuna se levantou do chão mais uma vez, sentindo sua bochecha dolorida, sabia que ficaria uma marca depois, mas não se importava.
Olhou para o Agni que estava segurando Arisu pelo colarinho da camisa cheia de sangue. Pegou a arma e então apontou na direção do homem, já não aguentava mais.
—— Eu também tive que matar a Hana —— Hyuna completou sentindo as lágrimas caírem.
—— Eu tive que matar os meus melhores amigos, eu compreendo a sua dor —— Arisu disse entre o sangue na boca. —— Queria matar todo mundo na praia, porquê sabia que foi por causa delas que seu amigo enlouqueceu, e esse sentimento conflitante foi aproveitado pelo mestre dos jogos.
—— Por isso o naipe de copas é um coração —— Hyuna completou.
—— Cala a boca! —— Aguni jogou novamente Arisu no chão, olhou para Hyuna esperando que ela atirasse nele, esperando que ela acabasse com àquilo.
—— Atira em mim! —— Agni gritou na direção da garota. Hyuna negou com a cabeça, abaixou a arma e então voltou a olhar pela multidão de pessoas alí.
—— Mas então, quem é a bruxa? —— Usagi perguntou.
—— Tinha um jeito de acabar esse jogo, sem que ninguém precisasse morrer —— Explicou Arisu.
—— Isso é um impossível, nós tínhamos que matar a bruxa e jogar ela na fogueira do julgamento.
—— Não, ninguém precisava morrer, porque a bruxa já estava morta —— Arisu apontou na direção do corpo morto de Momoka no chão. —— A Momoka era a própria bruxa.
—— A Momoka enfiou uma faca nela mesma —— Hyuna explicou.
—— Que idiotice! Eu sou a bruxa! Vamos me matem —— Aguni gritou no meio da multidão.
Começou a puxar pessoas para o caos junto dele, micilianos tentavam impedir o homem de machucar uns aos outros em meio ao salão em um caos eterno.
—— Eu vou chamar a atenção do Agni, aproveitem a chance para queimar a Momoka! —— Yazaki completou na direção dos amigos. Yazaki foi até o meio da multidão, e em meio a confusão gritou chamando a atenção de todos alí.
—— Escutem todos! Sou eu quem dá as cartas aqui! —— Yazaki gritou.
Em questão de segundos, um raio vermelho venho do céu a atirou na sua cabeça. Yazaki caiu sobre o chão e então todos ficaram em silêncio. Hyuna olhou para Chishiya, os dois tinham entendido exatamente a mesma coisa, aquele jogo ia muito além de apenas jogadores.
—— A Momoka se matou —— Ann disse vindo junto de Kuina para o salão. —— Eu encontrei as digitais dela na faca, e estavam invertidas.
Momoka tinha apontado a faca para si mesma e enfiou através do peito naquela noite. Elas eram as líderes daquele jogo, estavam fazendo tudo àquilo em prol de um jogo, usando todos ali como brinquedos de algo sádico e macabro.
Mas ao mesmo tempo, ainda eram seres humanos, duas jovens garotas usadas por algo ainda maior do quê elas mesmo.
—— Aguni, vamos parar com isso —— Arisu disse. —— Não faça a morte desses inocentes ser em vão.
—— Ainda estamos vivos! Estamos todos enfrentando o desespero! —— Hyuna gritou.
—— Não menospreze quem ainda está vivo! Estamos tentando! —— Arisu gritou junto, com a garganta quase rasgando. E então notaram o tom laranja atrás de si, o fogo estava se espalhando e logo o jogo acabaria, eles não tinham mais tempo para àquilo.
—— Levem ela para o fogo! —— Usagi gritou. E antes que pudéssem se aproximar do corpo morto da garota, tiros eram levados até os jovens em uma parte com fumaça do salão.
—— Eu queria dizer uma coisa para todo mundo aqui! —— A voz fraca de Niragi soou pelo local. —— Eu devia ter colocado fogo nessa praia de utopia! Eu vou zerar o jogo agora!
Niragi estava com o corpo todo queimado, sua camisa preta estava sobre o rosto como se impedisse o homem de deixar as queimaduras expostas. Pelo jeito o diálogo dele e se Chishiya tinha sido longo e doloroso. Niragi jogou uma lança com fogo em uma parte do salão e começou a atirar sem parar nas pessoas. Ele ria e gritava, de dor e prazer em ver a morte.
Usagi correu na direção do garoto e então tentou impedir o mesmo de continuar atirando. Arisu foi junto e tentou tirar a arma de Niragi e logo percebeu que foi inútil. Jogou os dois para longe e então seus olhos escuros foram na direção de Hyuna.
Hyuna caminhou até a direção de Niragi com uma arma em mãos, a garota jogou a arma no chão e então estava lá, sem armas ou proteção na frente de Niragi. E antes que ele pudesse atirar, a garota correu até a direção de Niragi tentando derrubar o garoto, socou seu rosto ouvindo o mesmo gritar de dor pelas queimaduras.
—— Sua vadia imunda!
Niragi gritou e então socou o rosto de Hyuna, subiu encima da garota e tentou várias vezes bater nela. Hyuna desviou e então pegou uma arma qualquer e socou o garoto com ela que se afastou. Niragi pegou sua arma, observou Usagi e Arisu arrastarem Hyuna para longe dele e então apontou a arma de direção dos três.
—— Eu vou matar você, Hyuna! —— Niragi gritou em ódio.
E logo que atirou, Hyuna fechou os olhos e esperou o fim então chegar. Mas naquele momento sentiu uma sombra na sua frente, Aguni estava correndo na direção de Niragi que tentava atirar no homem. Aguni puxou Niragi consigo como se fosse uma barrigada, e então os dois caírem sobre o abismo de fumaça do outro lado do salao. Não se ouvindo mais nada além do silêncio.
—— Tempo restante; três minutos —— A voz do jogo anúnciou. Fazendo os jogadores despertarem e então pegar Momoka para joga-la ao fogo. E lá estavam todos os últimos jogadores, observando Momoka então finalmente ir para a fogueira do julgamento.
A bruxa havia morrido, e a praia também.
(...)
Hyuna andou pelo salão agora vazio e repleto de fogo, sentindo a fumaça invadir tudo cada vez mais. E lá estava ele, encima de uma mesa redonda branca, o dez de copas intacto e totalmente novo. O motivo pelo qual pessoas inocentes haviam morrido naquela noite.
—— Pegar o prêmio, não é? —— Chishiya disse vindo atrás da garota.
Hyuna rodou a carta pelos dedos e a pegou firme, observou aquele pedaço de papel tão precioso naquele momento de desespero.
—— Vocês são bem persistentes, não é? —— Kuina comentou logo atrás. —— Acho que é por isso que combinam tanto.
—— Eu acho que está sendo bem inútil juntar todas as cartas —— Hyuna comentou observando o papel em mãos.
—— Com essa carta, nós temos todas... Menos as com figuras —— Chishiya explicou. —— Isso quer dizer, que ainda não acabou.
—— Eu quero descobrir isso —— Hyuna completou. —— Acabar com esse jogo.
Chishiya, Kuina e Hyuna então finalmente saíram do resto construção da praia, observando o imenso lugar pegar fogo como se não houvesse mais nada. Os olhos de Hyuna refletiam o laranja chamativo mais longe, a garota não havia mais de ter forças para continuar a lutar.
Ela estava viva, mas a quê custo?
Tantas pessoas haviam morrido pelo caos, tantas pessoas enlouqueceram no meio do caminho, ela perdeu muitos, mas ainda haviam pessoas com ela. Que também não sabia quanto tempo viveriam.
Chishiya se aproximou da garota, pegou sua mão e entrelaçou seus dedos uns aos outros, pela primeira vez o loiro se permitiu mostrar mais do quê apenas sua arrogância e ironia maldita.
—— Estamos vivos, é isso que importa —— Chishiya murmurou perto dos cabelos da garota.
Finalmente Hyuna tinha entendido, não estava vivendo por obrigação, Hana estava morta, morta não naquela estação de trem semana atrás. Estava morta naquela praia, havia morrido junto do Chapeleiro e de todas aquelas almas inocentes. Ela não poderia mais viver por Hana, agora teria que viver apenas por si mesma e somente por si.
—— Me promete que vamos sair juntos daqui —— Hyuna disse segurando firme em Chishiya.
—— Não vou sair daqui sem você, não teria mais sentido —— Chishiya respondeu.
Juntaram seus corpos um ao outro e então se abraçaram forte, mais uma vez estavam lutando pelo mesmo propósito. Chishiya beijou o topo da cabeça de Hyuna e trouxe para mais perto de si, juntando seus corpos como se a garota pudesse desaparecer a qualquer segundo.
Mas dessa vez, com a esperança que daria certo, sem traições ou arrependimentos. Chishiya e Hyuna não teriam mais o porquê ficar separados.
Estavam lutando mais uma vez, dessa vez, para sobreviver.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro