𝒗𝒊𝒏𝒕𝒆. as consequências da escolha
VINTE. as consequências da escolha
Evie acordou em um sobressalto, o coração batendo descompassado no peito. Ela estava de volta à sala escura e sombria, as paredes de pedra úmida e fria ao seu redor. Uma única tocha tremeluzia, lançando sombras dançantes que pareciam se contorcer como espectros ao seu redor.
Ao longe, ouvia-se o eco de risos malévolos, risos que ela conhecia muito bem. Evie virou-se lentamente e viu Voldemort parado diante dela, seus olhos vermelhos brilhando com uma intensidade maligna. Seu sorriso era um misto de desprezo e prazer perverso enquanto seus Comensais da Morte se moviam silenciosamente nas sombras.
"Você pertence a mim, Evangeline," disse Voldemort com voz suave, mas carregada de ameaça. "Você sempre pertenceu."
Evie tentou recuar, mas suas pernas não respondiam. Ela estava presa, enraizada no chão de pedra fria. Os risos dos Comensais ecoavam em sua mente, cada um uma lembrança dolorosa de terror e opressão. Sentiu-se cercada, encurralada pela escuridão que se fechava ao seu redor.
De repente, as vozes se transformaram em gritos familiares. Ela viu seus pais, enclausurados em uma cela escura, gritando por ajuda. Seus avós estavam presos em correntes, gemendo de dor e desespero. Theo estava algemado, olhando para ela com olhos cheios de tristeza e acusação.
"Você nos abandonou, Evangeline," sussurraram as vozes em uníssono, ecoando como uma sentença.
Evie tentou gritar, mas nenhum som saía de sua garganta. As figuras ao seu redor se fundiram em uma massa escura e sinistra, envolvendo-a em um abraço gelado de desespero. Ela fechou os olhos, tentando afastar a visão horrível, mas o pesadelo se agarrava a ela como um manto sombrio.
Então, uma luz fraca começou a brilhar no fim do corredor. Uma voz suave chamava seu nome, dissipando as trevas ao seu redor. Evie abriu os olhos lentamente e viu Theo correndo em sua direção, os olhos cheios de preocupação e amor.
"Evie, acorde!" gritou Theo, agarrando suas mãos com força. "Está tudo bem, foi só um pesadelo."
O toque quente e reconfortante de Theo dissipou as últimas sombras do pesadelo. Evie respirou fundo, sentindo o coração acalmar aos poucos. Ela estava de volta ao dormitório em Hogwarts, a luz suave da lua iluminando seu rosto pálido.
Theo a abraçou com ternura, segurando-a como se nunca mais fosse deixá-la partir. Evie entrelaçou os dedos nos cabelos dele, grata pelo conforto de sua presença.
"Estou aqui, Evie," murmurou Theo suavemente. "Sempre estarei aqui."
Foi quando ela finalmente relaxou, que os olhos de Theo ficaram vermelhos e ele deu um sorriso maligno. Evie deu um grito agudo e escutou vozes rindo, risadas bizarras.
“Ah, Vaillant. Você leva tudo muito a sério.”, disse um dos Comensais da Morte, zombando dela.
Evie suspirou e o observou sair do quarto que ela estava. A corvina se encolheu, abraçando suas pernas. Então era isso que Theo sentia. Toda aquela escuridão e o vazio no peito. O sentimento que sua alma estivesse aos poucos se esmaecendo de seu corpo.
A sala sombria parecia se fechar ao seu redor, as paredes de pedra fria se tornando uma prisão física e mental. A Marca Negra pulsava em seu braço, uma lembrança constante do fardo que agora carregava. Cada batida do seu coração ecoava o tormento que sentia, uma batalha interna entre manter-se firme e sucumbir à desesperança.
"Eu fiz isso por vocês," sussurrou Evie para si mesma, tentando encontrar algum consolo nas suas próprias palavras. Mas a escuridão parecia rir dela, zombando de suas intenções e sacrifícios. Ela ergueu o olhar para a porta fechada, desejando poder sair daquele pesadelo e encontrar uma saída para a liberdade.
Mas a liberdade parecia distante, como uma estrela apagada no firmamento. Evie sabia que precisava ser forte, que precisava lutar contra a escuridão que ameaçava consumi-la. Abraçando suas pernas com mais força, ela fechou os olhos e respirou fundo, tentando encontrar uma centelha de esperança dentro de si.
Cada segundo sem ela era uma tortura, e o vazio em seu peito crescia à medida que ele processava a realidade cruel do que havia acontecido. Apesar de não sentir mais nada relacionado à Marca Negra, sua escuridão e seus demônios interiores, Evie ainda era sua luz e havia sacrificado tudo por ele e pela família dela. Theo sabia que precisava fazer alguma coisa urgentemente.
Nos corredores vazios de Hogwarts, Theo estava em um frenesi controlado. Sua expressão misturava raiva e determinação, uma chama interna que queimava com intensidade crescente. A lealdade de Evie e sua coragem eram inquestionáveis, mas o estigma da Marca Negra trouxe divisão entre aqueles que a apoiavam, de certa forma, e aqueles que temiam seu novo vínculo com Voldemort. A notícia da Marca Negra de Evie se espalhou entre os estudantes de Hogwarts, criando um clima de tensão e desconfiança. Alguns estavam chocados, outros preocupados.
Nos corredores, sussurros ecoavam. “Ela realmente se juntou a Voldemort?” “Será que podemos confiar nela?” “Ela não era da corvinal?” Theo ouviu um grupo de alunos cochichando enquanto passava, e seu sangue ferveu. Ele parou abruptamente, virando-se para encará-los.
“Se não pararem de falar dela, vou dar a vocês o que realmente comentar.” Theo olhou com ódio para os alunos, que se dissiparam rapidamente, murmurando desculpas. Ele respirou fundo, tentando controlar a raiva crescente. Sabia que precisava manter a cabeça fria se quisesse ajudar Evie.
Theo voltou para a Comunal da Sonserina, especificamente para seu quarto e sua cama. Decidiu matar as aulas do dia após toda essa loucura. Mesmo que quisesse, ele não conseguiria se concentrar, sua mente ficava voltando para Evie o tempo todo. Ao fechar a porta, ele escutou passos e um barulho na janela. Rapidamente, virou-se com a varinha já em posição.
“Theo.” A voz sussurrante de Lolie, mãe de Evie, chamou sua atenção. Ele estreitou os olhos, ainda em posição de defesa.
“O que estão fazendo aqui?” Theo continuou com a varinha levantada. “Vocês que causaram isso,” disse ele entre os dentes, tremendo de raiva.
“Theo, fizemos isso por ela,” Charlie suspirou, agarrando a mão de sua esposa.
“Não. Vocês fizeram isso por vocês!” Theodore continuou, sua voz cheia de rancor.
“Precisamos que você venha conosco,” Lolie disse calmamente.
“Ele também me quer agora? Não teve o suficiente de mim?”
“Vamos voltar para buscá-la,” Charlie disse. “E você vem conosco.”
“Não sei se perceberam, mas não é o momento para uma reunião de família.”
“É exatamente o que precisamos,” disse uma voz atrás de Theo. Ele virou-se e viu Eloide, avó de Evie. “Precisamos da sua ajuda, Theo. De você, acima de tudo.”
Theo suspirou, abaixando a varinha. “Tudo bem... Mas estou trazendo Pansy e Draco comigo.”
“A vontade,” Charlie balançou a cabeça.
“Só para vocês saberem, não faço isso por vocês, faço pela Evie.” , o sonserino virou para os sogros, apontando novamente a varinha para eles.
“Sabemos disso, Theo e agradecemos muito por sua lealdade a nossa estrela.” Lolie disse, tentando oferecer um sorriso de apoio.
“Vamos avisar Corvino sobre o plano,” Antoine, avô de Evie, disse para sua Eloide.
“Espera… Corvino?” Theo perguntou, confuso.
“Quando Evie aceitou a Marca, ela pediu para Voldemort liberar toda a sua família. Corvino foi incluído e está infiltrado, digamos,” Antoine respondeu.
“Ele é nossa surpresa para Voldemort,” Charlie sorriu, um brilho de determinação nos olhos.
A tensão no ar era palpável, misturada com a determinação silenciosa de cada um deles. Theo percebeu que, apesar de sua raiva e desconfiança, precisava trabalhar com os pais de Evie e seus avós para trazê-la de volta. Ele virou-se para pegar suas coisas, a mente já formulando o plano que precisariam executar.
Ao retornar para a Comunal da Sonserina, Theo sentiu uma onda de cansaço e desespero lavar sobre ele. O peso da situação era quase insuportável, mas ele sabia que não podia se dar ao luxo de fraquejar.
Quando finalmente chegou à comunal, foi recebido pelo olhar preocupado de Pansy e Draco. Estavam sentados lado a lado, suas expressões graves e atentas. Ele observou Pansy acariciando o braço de Draco onde ficava a Marca Negra, e a cena fez o coração de Theo apertar ainda mais.
Pansy, normalmente a primeira a fazer algum comentário sarcástico ou piada, estava completamente silenciosa, os olhos fixos em Theo com uma intensidade que ele raramente via. Havia uma determinação feroz em seu olhar, uma promessa silenciosa de que ela estava com ele até o fim. Draco, por sua vez, parecia estar lutando para manter a compostura. Suas mãos estavam, uma na mão de Pansy que segurava seu braço e outra no joelho dela, como se buscasse força no contato físico.
A sala estava envolta em um silêncio tenso, apenas o crepitar distante da lareira interrompendo a quietude opressiva. Theo respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas. Ele sabia que precisava ser forte, não apenas por ele, mas por Evie, acima de tudo.
"Vamos buscar Evie," Theo disse, sem preâmbulos. Sua voz soou mais forte do que ele se sentia, mas isso era o que importava naquele momento.
"Estamos com você," Pansy respondeu, firme.
Draco assentiu. "O que precisamos fazer?"
"Ainda não sei... Pelo visto, a família da Evie está com tudo sob controle," Theo disse, suspirando e passando as mãos pelo cabelo. "Mas precisamos estar preparados para qualquer coisa."
Pansy olhou para Theo com preocupação. "Eles têm um plano?”
Theo balançou a cabeça. "Eles dizem que sabem onde ela está e como resgatá-la, mas parece que dependem de nós para a parte mais arriscada."
Draco franziu a testa, a dúvida claramente visível em seus olhos cinzentos. "E você confia neles? A família dela?"
Theo hesitou por um momento, sentindo o peso da pergunta. Ele queria acreditar que a família de Evie estava fazendo o que era melhor para ela, mas a realidade era muito mais complicada. A desconfiança e a raiva ainda queimavam dentro dele, mas ele sabia que precisava colocar os sentimentos pessoais de lado pelo bem de Evie.
"Não," Theo finalmente respondeu, sua voz firme, mas carregada de sinceridade. "Mas sei que amam Evie tanto quanto eu. E se há uma chance de salvá-la, precisamos tentar."
Pansy assentiu, a determinação brilhando em seus olhos verde-caramelo. Theodore suspirou, deixando-se cair no sofá em frente à lareira ao lado de Pansy e Draco. O crepitar das chamas lançava sombras dançantes pela sala, e a sensação de calor e segurança que normalmente sentia na Comunal da Sonserina parecia distante agora.
“Você está bem, Theo? Sei que não totalmente, mas não sente algum alívio de ter tirado todo o peso de você?” Pansy perguntou, sua voz suave contrastando com a dureza da situação.
Theo olhou para Pansy, sua expressão cansada, mas agradecida. “Eu me sentia assim com Evie,” ele admitiu, seus olhos encontrando os dela. “Ela tem um jeito especial de transformar meu caos em calmaria.” Theo soltou um suspiro pesado, como se liberasse parte do peso que carregava. “Não posso perdê-la.”
“E é por isso que faremos tudo o que for necessário para trazê-la de volta,” disse Pansy, a determinação em sua voz renovando a esperança em Theo.
Theo não pôde deixar de sentir que, apesar de tudo, havia uma luz no fim do túnel. E essa luz, tênue mas persistente, era Evie. Ela era sua estrela-guia, e ele faria qualquer coisa para salvá-la, assim como ela sempre o salvou.
Theodore se jogou na cama, o peso da exaustão finalmente alcançando-o. Estava ele e sua solidão, um silêncio opressor preenchendo o quarto escuro. Draco estava com Pansy, deixando Theo um pouco sozinho para lidar com seus pensamentos. Era difícil, nessas horas, saber o que dizer, e Draco não era conhecido por seus ótimos conselhos.
Theo virou-se na cama, tentando encontrar uma posição confortável. Seus pensamentos estavam em turbilhão, e a imagem de Evie não saía de sua mente. Ele podia quase sentir a presença dela ao seu lado, como se o toque suave de seus dedos ainda estivesse ali, acalmando-o. Mas a realidade era cruelmente diferente.
Ele fechou os olhos, lembrando-se dos momentos que passaram juntos. A maneira como ela sorria, como seus olhos brilhavam quando falava sobre algo que amava. As risadas compartilhadas, os segredos sussurrados no escuro, os planos para o futuro. Agora, tudo parecia tão distante, quase inalcançável.
Theo sentiu uma lágrima solitária escorrer por seu rosto. Ele não costumava chorar, mas a dor da ausência de Evie era insuportável. Cada segundo sem ela era uma tortura, e o vazio em seu peito crescia à medida que ele processava a realidade cruel do que aconteceu. Ele sabia que não podia perder tempo, mas, naquele momento, a exaustão física e emocional o dominava.
"Eu sempre quis sair daqui," Evie comentou, a voz suave e distante.
"Sério? Achei que gostava de Hogwarts," Theo se remexeu um pouco na cama, tentando observar o rosto de Evie no escuro.
"Não sei, só a ideia de explorar novos lugares parece bem tentadora pra mim."
"Diz a garotinha que sempre sonhou em ser Medibruxa," Theo a olhou com um sorriso, o que a fez dar uma risada baixa. "Tudo o que você vai ver são paredes do hospital o dia inteiro."
"Você sabe o que eu quis dizer."
"Sei."
"E você, Theodore Nott? O que quer fazer depois de tudo?" Evie perguntou, a curiosidade brilhando em seus olhos.
Theo suspirou, um som profundo e reflexivo. "Me casar com você."
Evie sentiu suas bochechas esquentarem levemente e as borboletas quase pularam do seu estômago. "Theo…" ela sussurrou.
"O quê? É sério. Minha única função seria cuidar da casa, dos nossos filhos e ser o herdeiro da fortuna dos Nott." , ele sorriu colocando um braço atrás da cabeça.
"Teddy, você sabe que é muita responsabilidade e…"
"Eu não me arrependeria de nada," Theo segurou o queixo de Evie, forçando-a a olhar para ele. Mesmo com uma pequena fresta da janela iluminando o quarto com a luz da lua, ele conseguia ver seus olhos brilhando para ele. "Eu quero fazer tudo isso com você. Se você quiser, é claro."
"Eu seria uma idiota se não quisesse, Theo," Evie sorriu, seu coração acelerando com a intensidade do momento. Theo rapidamente colou seus lábios nos de Evie, aprofundando o beijo, enquanto ela passava as mãos de seu peito aos seus cabelos castanhos claros.
Os lábios de Theo eram quentes e firmes contra os dela, transmitindo uma paixão que parecia queimar de dentro para fora. Cada toque, cada movimento, falava de uma promessa de futuro juntos. A sensação dos dedos de Evie deslizando pelos cabelos de Theo era uma mistura de conforto e desejo, uma âncora que a mantinha presente no momento enquanto seu coração se enchia de amor e esperança.
"Eu te amo, étoile," Theo sussurrou contra os lábios dela, suas palavras carregadas de sinceridade e devoção.
"Eu também te amo, Teddy," Evie respondeu, sentindo as lágrimas de felicidade se acumularem em seus olhos. Era como se, naquele momento, todas as dúvidas e medos tivessem sido dissipados pela certeza do amor que compartilhavam.
Eles se afastaram ligeiramente, as testas ainda juntas, respirando o mesmo ar, compartilhando a mesma intimidade. Evie olhou nos olhos de Theo, vendo neles a mesma determinação e esperança que sentia. Era como se o mundo ao redor tivesse desaparecido, deixando apenas eles dois e a promessa de um futuro que estavam dispostos a lutar para conquistar.
Agora, deitado na cama sozinho, a ausência de Evie era um peso esmagador em seu peito. A lembrança daquela noite, de suas promessas e sonhos compartilhados, tornava a situação atual ainda mais insuportável. Ele se virou, afundando o rosto no travesseiro, tentando sufocar o desespero crescente.
Enquanto lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto, Theo prometeu a si mesmo que faria qualquer coisa para trazê-la de volta. Ele faria Voldemort pagar por cada segundo de sofrimento que Evie estava enfrentando. A chama de determinação em seu coração queimava mais intensa do que nunca.
Com um suspiro profundo, Theo se entregou ao sono inquieto, onde os sonhos eram atormentados por imagens de Evie em perigo. Mas, mesmo nesses sonhos, havia uma promessa silenciosa: ele não desistiria. Por mais difícil que fosse, ele encontraria uma maneira de trazê-la de volta. Porque, sem ela, o mundo simplesmente não fazia sentido.
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