𝒒𝒖𝒊𝒏𝒛𝒆. planos sombrios
QUINZE. planos sombrios
A tensão pairava no ar como uma neblina densa, envolvendo Hogwarts em um clima de medo e incerteza. Evie não conseguia se concentrar nas aulas, o pensamento de seu amigo Theo sofrendo nas garras de Dolores Umbridge a atormentava incessantemente. As detenções de Umbridge eram notoriamente cruéis, e a ideia de Theo suportando tamanha tortura fazia seu estômago revirar. A atmosfera na escola estava carregada, os sussurros sobre as punições de Umbridge corriam pelos corredores, criando um senso de medo e impotência entre os alunos.
Na sala de detenção, Theo sentou-se em uma cadeira dura e desconfortável, seus olhos fixos na pena cruel que estava prestes a usar. A pena não exigia tinta; em vez disso, utilizava o sangue de quem escrevia. Umbridge, com seu sorriso frio e seus olhos cheios de uma maldade disfarçada de autoridade, entregou-lhe a pena.
"Vai aprender a respeitar as regras, Sr. Nott," ela disse com um tom açucarado, que só aumentava a sensação de repulsa em Theo. Sua voz tinha um timbre agudo, cada sílaba pingando veneno.
Theo pegou a pena com uma mão trêmula, mas seu olhar permaneceu desafiador. Ele começou a escrever: "Não devo falar fora de hora." Com cada palavra, a dor lancinante rasgava sua pele, gravando a frase repetidamente em sua mão. A dor era intensa, quase insuportável, mas Theo se recusava a mostrar qualquer sinal de fraqueza. Seu rosto estava pálido, mas seus olhos brilhavam com determinação.
O sorriso frio de Umbridge apenas intensificava sua dor, mas ele não deixaria que ela visse suas lágrimas. Ele sabia que mostrar fraqueza seria uma vitória para ela, e ele não daria esse prazer a alguém tão desprezível. Ela observava com um brilho cruel nos olhos, regozijando-se com o sofrimento que causava.
A cada linha escrita, a frase se gravava mais profundamente em sua pele, deixando marcas que ardiam e sangravam. A dor física se misturava com a raiva e o ódio que ele sentia por Umbridge. Seus olhos, fixos na página, brilhavam com um ódio contido, enquanto ele repetia a frase sem parar. Seu punho se apertava a cada palavra, a caneta se movendo com força enquanto ele se recusava a ser quebrado.
Theo manteve-se firme, mesmo com a dor latejante. Ele escrevia com um olhar de ódio, cada palavra gravada em sua pele era um lembrete de sua resistência e de sua determinação em não ceder à crueldade de Umbridge. Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, ela o dispensou, deixando-o sair com as mãos feridas e uma raiva fervilhando dentro de si.
"Merda," Theo resmungou baixinho enquanto olhava para sua mão machucada. As palavras ainda sangravam, e ele sentia a pele latejar de dor.
Ele saiu da sala com passos firmes, escondendo a mão ensanguentada dentro da manga de seu robe. Ao passar pelos corredores, ele encontrou Evie, que estava esperando por ele, seu rosto pálido de preocupação.
"Theo..." ela sussurrou, vendo a expressão de dor em seus olhos. Ela estendeu a mão para ele, tentando oferecer algum consolo.
"Estou bem," ele mentiu, tentando parecer forte. Seu rosto estava tenso, mas ele tentou esboçar um sorriso para tranquilizá-la.
Evie segurou a mão dele gentilmente, vendo as palavras gravadas em sua pele. "Isso é desumano," ela murmurou, sua voz tremendo de indignação. "Vamos te levar a ala hospitalar."
"Não se preocupe comigo," ele respondeu, tentando esconder o tremor em sua voz. Ele sabia que ela estava certa, mas não queria mostrar fraqueza.
"Como assim não se preocupar com você?" Evie quase riu com o quão idiota Theo podia ser às vezes. "Você sempre acha que pode lidar com tudo sozinho."
"Você sempre se preocupa demais comigo... É desnecessário, étoile." Ele tentou sorrir, mas a dor em sua mão era evidente.
"Até parece." Evie deu uma risada baixa. "Como você sobreviveria sem mim?"
"Não duraria uma semana." ele sorriu, dando um beijo rápido na mão de Evie. Seu toque era leve, mas cheio de gratidão e carinho.
Eles caminharam juntos pelos corredores, Evie mantendo-se ao lado de Theo, pronta para apoiá-lo. Ao chegarem na ala hospitalar, Madame Pomfrey os recebeu com um olhar severo, mas preocupado.
"O que aconteceu aqui?" ela perguntou, olhando a mão de Theo com um olhar clínico.
"Detenção com Umbridge." Evie explicou. "Ele precisa de cuidados."
Madame Pomfrey balançou a cabeça, murmurando algo sobre métodos bárbaros enquanto começava a tratar das feridas de Theo. O brilho suave da varinha dela iluminava o rosto pálido do garoto, e Evie, sempre ao seu lado, sussurrava palavras de conforto, segurando sua outra mão com firmeza.
"Tudo vai ficar bem, Theo. Eu prometo," ela disse suavemente, sua voz carregada de preocupação e carinho. Theo olhou para Evangeline Vaillant naquele momento e, apesar da dor, ele a achou mais bonita do que nunca. Uma vontade intensa de confessar seus sentimentos brotou dentro dele, algo que ele vinha reprimindo há tempos.
"E agradeço por isso, Evie. De verdade," ele respondeu com uma voz suave, os olhos azuis fixos nos dela. Havia tanto que ele queria dizer, mas as palavras se perdiam na confusão de suas emoções.
"Não se preocupe com isso, eu sempre vou estar aqui," ela respondeu, apertando a mão dele com mais força.
"Evie, eu..." Theo começou, mas foi interrompido quando Madame Pomfrey passou um produto para limpar o ferimento, fazendo-o apertar os olhos de dor. Logo em seguida, ela aplicou uma pomada que começou a acalmar a ardência.
"Você está bem, sr. Nott?" a medibruxa perguntou, sua voz profissionalmente calma. Theo apenas acenou com a cabeça, incapaz de falar naquele momento. "Vou continuar então."
Eles ficaram em silêncio por um momento, o som suave dos feitiços de cura e a respiração calma de Madame Pomfrey preenchendo o espaço. A dor começava a diminuir, mas Theo sabia que as cicatrizes, tanto físicas quanto emocionais, levariam tempo para cicatrizar. Ele olhou para a mão agora coberta de curativos, a frase cruel de Umbridge ainda marcada em sua pele.
Finalmente, Madame Pomfrey terminou o tratamento, dando a Theo algumas instruções para cuidar das feridas e garantindo que ele poderia voltar à sua rotina, mas com cuidado. "Descanse bastante, evite esforços desnecessários, e volte aqui se sentir qualquer dor anormal," ela disse, olhando para ele com um olhar sério, mas compassivo.
Evie ajudou Theo a sair da ala hospitalar, e enquanto caminhavam de volta para o dormitório, ela olhou para ele com uma determinação renovada. "O que você queria dizer lá dentro?" ela perguntou, sua voz carregada de curiosidade.
"Eu..." Theo coçou a nuca e deu uma risadinha enquanto pensava em uma desculpa boa o bastante para despistar a curiosidade de Evangeline. "Só que você vai ter que fazer meu dever pelas próximas semanas."
Evie abriu a boca tentando rebater Theo, mas nada saiu. Ela apenas fechou a cara, murmurando alguns xingamentos para Nott enquanto saia caminhando na frente dele. Theodore olhou para a garota com um sorriso brilhante no rosto. Afinal, ele podia deixar Evie cuidar dele de vez em quando.
Enquanto caminhavam pelos corredores de pedra de Hogwarts, a luz das tochas lançando sombras suaves sobre eles, Theo sentiu um calor confortante em seu peito. Evie era mais do que uma amiga; ela era sua confidente, sua protetora, e talvez algo mais que ele ainda não tinha coragem de admitir para ela.
No submundo sombrio da mansão Malfoy, Corvino Vaillant tramava em silêncio, movendo-se com a astúcia e a determinação de um predador à espreita. Com o Baile de Inverno se aproximando, ele via uma oportunidade dourada para pegar as relíquias da família Vaillant, objetos que carregavam poder e história. Ele sabia que, durante a festividade, a vigilância seria reduzida, permitindo-lhe agir com mais liberdade, e a distração das celebrações ofereceria a cobertura perfeita para sua operação.
Corvino se reunia em locais escuros e isolados do castelo, longe dos olhares curiosos e das patrulhas dos professores. Seus aliados, um grupo seleto de estudantes que compartilhavam sua ambição e desdém pelas regras, estavam sempre a postos para ouvir seus planos. Naquela noite, eles se encontraram em uma antiga sala de aula abandonada, iluminada apenas pela luz fraca de velas flutuantes. A atmosfera era carregada de tensão e expectativa.
"Vamos pegar essas relíquias e assegurar nosso poder," Corvino declarou com voz baixa, mas firme. Seus olhos brilhavam com uma ambição fria e calculista, refletindo a luz resplandescente das velas.
Ele desenrolou um pergaminho antigo sobre a mesa de pedra, revelando um mapa detalhado de Hogwarts com marcações precisas nos pontos onde ele acreditava que as relíquias estavam escondidas. "Estes são os locais onde as relíquias podem estar. Cada um de nós terá uma tarefa específica. Precisamos ser rápidos e silenciosos."
Um de seus aliados olhou para o mapa com interesse. "E como vamos passar pelos feitiços de proteção?" ela perguntou, seu tom prático e direto.
Corvino sorriu, mostrando um lampejo de confiança. "Eu tenho estudado os antigos feitiços de proteção de minha família. Com o conhecimento correto e alguns encantamentos adicionais, seremos capazes de neutralizá-los temporariamente. Além disso, durante o Baile, Evie estará distraída, o que tornará mais fácil de localizar a caixa em seu dormitório."
"E se algo der errado? Precisamos de um plano de contingência."
"Não teremos essa possibilidade, porque eu não falho." disse Corvino, sua expressão endurecendo, "Por isso quem irá entrar no castelo será apenas eu, Lolie e Charlie. Os outros estarão fora esperando qualquer sinal, mesmo que não precisemos." Os comensais balançaram a cabeça com um sorriso satisfatório.
"Esta é nossa chance de mudar tudo," Corvino finalizou, sua voz um sussurro carregado de fervor. "As relíquias da família Vaillant darão o poder que Lord Voldemort precisará para realizar sua ascensão. Preparem-se, porque na noite do Baile de Inverno, tomaremos o que é nosso por direito."
Com isso, a reunião terminou. Cada membro do grupo saiu em silêncio, seus rostos marcados pela determinação e pela promessa de poder. Corvino ficou para trás por um momento, olhando o mapa uma última vez. Ele sabia que o sucesso desse plano poderia mudar o destino deles para sempre. O risco era enorme, mas a recompensa seria incomparável.
"Corvino... Você irá deixar Evie e os amigos fora disso como prometeu, certo?" Lolie questionou.
"Claro, querida. Mas para isso, garanta que ela e os amigos estejam fora do caminho." Lolie acenou com a cabeça e saiu da sala rapidamente deixando Corvino sozinho.
Enquanto observava as velas vacilarem na penumbra, Corvino pensava em Evie. Ela era um obstáculo, mas também uma peça-chave que ele precisava manejar com cuidado. Ele sabia que subestimá-la seria um erro fatal. No entanto, ele confiava em seu plano e na habilidade de seus aliados.
Evie estava atormentada com a missão de encontrar seus avós e proteger as relíquias da família Vaillant. A mensagem de sua avó ainda ecoava em sua mente: "Não confie em ninguém..." As palavras soavam como um sino de alerta constante, repercutindo a cada momento de hesitação. Ela não podia compartilhar seu segredo com ninguém, nem mesmo com Pansy, Theo ou Draco, por mais que confiasse neles. O fardo do silêncio era pesado e solitário, uma sombra que a seguia onde quer que fosse.
Ela se lembrava vividamente da última vez que soube alguma notícia da avó. Era uma noite fria e nebulosa, e as últimas palavras que a mulher de cabelos grisalhos dissera foram carregadas de urgência e mistério. No entanto, o desejo de entender seu legado e proteger sua família era esmagador. Cada passo que dava parecia um risco, cada decisão um peso em seus ombros. Evie sentia como se estivesse constantemente à beira de um precipício, tentando equilibrar-se sem cair. O medo de falhar e as consequências disso a mantinham acordada à noite, seus pensamentos um turbilhão de dúvidas e preocupações.
Durante as aulas, seu olhar frequentemente se perdia pela janela, observando os terrenos de Hogwarts sem realmente vê-los. Sua mente estava sempre trabalhando, tentando montar o quebra-cabeça que era sua missão. Ela precisava encontrar seus avós, descobrir mais sobre as relíquias e garantir que elas não caíssem em mãos erradas, especialmente agora que sabia dos planos de Corvino.
Uma das maiores dificuldades era manter a aparência de normalidade. Em momentos como o dia das meninas com Pansy, Evie se esforçava para sorrir e aproveitar a companhia da amiga, escondendo a tempestade interna que a consumia.
"Eu realmente precisava disso." , ela disse a Pansy uma vez, com um sorriso que não alcançava seus olhos. Pansy notou, mas não pressionou. Ela respeitava o espaço de Evie, mas a preocupação era evidente.
"A qualquer hora, Evie." , Pansy sorriu e abraçou a amiga.
Cada noite, antes de dormir, Evie revisava mentalmente suas descobertas e planos. Analisava mapas antigos, estudava os feitiços de proteção mencionados por sua avó e entrava em um dilema de onde guardar as relíquias, já que seu dormitório seria o primeiro lugar que Corvino poderia procurar. Ela sabia que o tempo era essencial, especialmente com a ameaça do ancestral que escolheu o caminho das sombras, ser cada vez mais real e iminente.
À medida que os dias se passavam, a sensação de urgência aumentava. Evie sentia que estava correndo contra o tempo, cada batida do coração um lembrete da responsabilidade que carregava. Mas, no fundo, também sabia que não estava sozinha. Mesmo sem revelar seus segredos, o apoio silencioso de seus amigos lhe dava forças para continuar. A luta seria árdua, mas Evie estava preparada para enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente, com a esperança de que, no final, a verdade prevaleceria e as relíquias da família Vaillant seriam protegidas.
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