70. ᴏ ғɪᴍ ᴅᴇ ᴜᴍ ʟᴇɢᴀᴅᴏ
CARL GRIMES
Chegamos em Hilltop pelo amanhecer. Daryl me mandou ir até a enfermaria, para Siddiq me ajudar com um novo curativo.
Depois que ele acabou, saí de lá e fui até a escadaria do casarão. Me sentei ali e fiquei brincando com Judy e Jp.
Enid se aproximou e se sentou ao meu lado, pegando o garoto no colo.
一 Onde a Nate está? - ela pergunta, e eu solto um longo suspiro.
一 Ficou em Alexandria. Acredito que logo ela chegue com meu pai e a Michonne.
一 Maggie e Glenn estão sentindo falta dela. - ela diz, depois de um pequeno silêncio.
一 Aqueles dois são como pais para ela. - digo baixo, e rindo um pouco.
Antes que nós pudessemos continuar com nossa conversa, os portões de Hilltop são abertos para meu pai e Michonne entrarem. Não vi Natálie com eles e os dois tinham expressões tristes no rosto. Coloquei minha irmã sentada ao lado e me levantei, descendo os poucos degraus.
Vi meu pai conversando com Daryl e abraçando o caçador em seguida. Quando os dois, junto com Michonne, se viraram na minha direção, soube que algo tinha acontecido.
一 Carl... - a mulher se aproximou. Ela estava com lágrimas nos olhos e o colete de Nate nas mãos.
一 Não... - digo balançando minha cabeça negativamente. 一 Não, não, não! - repito com raiva, fazendo Enid se levantar e se aproximar de nós também.
一 Filho... - meu pai se aproxima de mim e me abraça.
一 Ela morreu?! - pergunto de uma vez. Ele assentiu fracamente, e eu me sento outra vez. 一 Como isso aconteceu? - começo a chorar.
一 Eu e Michonne a encontramos jogando explosivos nas ruas. - meu pai começa a me explicar. 一 Quando íamos saindo, os homens jogaram uma bomba próxima a nós... - nesse ponto, Michonne já estava chorando também. 一 A explosão foi muito próxima a Natálie e... e... a gente não viu mais o corpo dela depois. - Rick também chorava silenciosamente.
一 Isso não pode ser verdade... - seguro meus cabelos com força. 一 Eu preciso dela! - digo alto. 一 Eu quero ela comigo... - murmuro e sinto um braço em volta da minha cintura. Olho para o lado e vejo que era Michonne. Não digo nada, apenas deito minha cabeça em seu ombro e choro.
一 Ela me entregou isso também. - a mulher coloca os coleres de Nate em minha mãos, e eu aperto com força o cordão dos mesmos.
A porta da casa foi aberta, e Jesus - junto de Glenn e Maggie - saíram de lá. Quando a mulher nos vê nesse estado, principalmente eu e Daryl, ela para de andar.
一 Cadê a Nate?! - ela se aproxima do meu pai, que só abaixa a cabeça em resposta. 一 Não... - Glenn abraça a esposa, e os dois também começam a chorar. 一 Minha menina não. - ela diz em meio ao choro desesperado.
"Nunca vou te perder de vista. Você é meu alvo de caça, lembra?!"
Enquanto meu choro se misturava com o de Maggie, lembrei da minha garota e todos nossos momentos. Eu ainda não acredito que minha história com a Princesa Dixon acabou dessa forma.
(...)
O dia havia amanhecido, ninguém havia dormido, ou pensado em fazer isso. Fiquei o tempo todo sentado na varanda da casa, com o colete e colares de Natálie na mão. Minhas lágrimas não pararam em nenhum momento.
A porta atrás de mim se abriu e alguém se sentou ao meu lado. Não precisei olhar para saber que era Glenn.
一 Como Maggie está? - pergunto, sem me virar para ele.
一 Agora que ela dormiu. - o asiático responde, entre um suspiro. 一 Onde ele vai?! - olho na mesma direção que ele, vendo Daryl sair com sua moto da comunidade.
一 Ficar sozinho.
一 Precisamos ir atrás dele. E se Daryl fazer uma besteira? - antes dele se levantar, seguro seu braço.
一 Ele vai ficar bem. - sinto meu olho se encher de lágrimas. 一 Esse só é o jeito Dixon de lidar com a dor. Eles fogem dela.
Glenn me olhou por alguns segundos e depois para o portão, que já estava sendo fechado outra vez, e desistiu. Ele sentou outra vez ao meu lado e soltou um longo suspiro.
一 Ela quem te falou isso, não foi? - assinto com a cabeça, olhando para meus pés. 一 Não acredito que ela se foi. - o coreano comenta em um tom baixo.
一 Nem eu. O Jeffrey me perguntou sobre ela. - digo baixo. 一 Não soube o que responder. Minha sorte, foi que Michonne entrou na sala e o levou para brincar com Judy.
一 Natálie era minha amiga, mas eu a considerava como uma filha. - Glenn diz, me fazendo o olhar. 一 Enid diz que ela me chamou de pai um dia. - ele sorri, com os olhos brilhando por conta das lágrimas.
一 Acho que ela foi sincera. - sorri para conforta-lo. 一 A dor nunca vai passar, mas vamos ter que conviver com ela.
一 E você, principalmente, vai conseguir isso. - Glenn toca em meu ombro e se levanta.
Após ele se despedir e entrar outra vez na casa, coloquei a mão no bolso e retirei uma foto de lá. Era a que Glenn havia tirado na prisão e me dado. Ela já estava amassada e com uma das pontas cortadas, mas a imagem ainda continuava linda.
"Não quero te perder." - lembrei da fala de Nate a duas noites.
一 Quem diria... foi eu quem te perdi, Princesa Dixon. - digo triste, olhando o papel. 一 Eu sempre vou continuar te amando. Pode passar o tempo que for. - dou um pequeno beijo na foto e a guardo de volta no bolso.
Entro na casa, indo até o quarto que Jesus arrumou para mim e Jeff. O garotinho estava dormindo na cama de casal, agarrado com a sua girafa de pelúcia.
Deixei as coisas de Nate na cadeira, junto com meu chapéu. Deitei na cama e o puxei para perto de mim. O garotinho logo se acomodou em meu peito, o que me fez sorrir.
一 Vou sempre te proteger, pequeno Dixon. - dei um beijo em sua cabeça, e logo adormeço.
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