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24. ʀᴇᴜɴɪãᴏ ғᴀᴍɪʟɪᴀʀ

NATÁLIE DIXON

Todos estávamos tomando café da manhã, quando Rick apareceu. Ele perguntou algumas coisas para Glenn e Daryl, e nem olhou direito para nós. O homem disse que teria que voltar para dentro, e saiu sem dar atenção aos filhos.

一 Glenn eu vou com vocês na busca. - digo, e todos me olham.

一 Não, nem pensar. - Daryl resmunga nervoso. 一 Você não vai sair sozinha por aí.

一 Primeiro, não vou sozinha, Glenn e a Maggie estaram lá também. E depois, eu matei duas dezenas de errantes sozinha, acha que não sei me cuidar? - levanto uma sombracelha, e cruzo meus braços. Meu irmão me olha irritado e depois vira para o coreano.

一 Se ela não voltar...

一 Eu sei, você me mata. - Glenn o completa e todos rimos. Até mesmo Carl deu uma pequena risada.

(...)

一 Vai ficar bem? - Carl me pergunta, enquanto caminhávamos até o carro próximo ao portão.

一 Vou cowboy. - paro de andar, e me viro de frente para ele 一 E você?

一 Vou. - ele responde simples e se aproxima para me dar um beijo rápido. 一 Se cuida. - Carl se virava para ir, mas eu o puxei, roubando um outro beijo dele.

一 Agora você pode ir. - deixo um último selinho em sua boca, e vou até Maggie e Glenn.

Entro no carro e Axel abre o portão para o coreano logo passar por ele, deixando a prisão para trás.

O silêncio no carro era confortável. Alguma vez ou outra conversávamos sobre algo aleatório.

Depois de uma hora, Glenn para o carro em frente à um mercado. Descemos do carro, com nossas armas em posição. Glenn e Maggie começaram a se beijar, então eu limpei a garganta para eles notarem minha presença.

一 Desculpa, mas se vocês não sabem, eu estou aqui! - digo, e o casal começa a rir.

一 É Nate, a gente sabe. - Glenn diz e logo abre a porta do mercado, fazendo vários morcegos saírem de dentro da loja. 一 Eu vou entrar, fiquem aqui de guarda. - assentimos e o coreano foi pegar as coisas para a bravinha.

一 Pega o pato Glenn. - Maggie aponta o brinquedo no chão. 一 Uma criança, crescendo em uma prisão, vai precisar de brinquedos.

一 Tudo bem. - ele ri e pega a pelúcia. 一 Também encontrei feijões, pilhas, e outras coisas. Podemos voltar à prisão daqui. - ele concluí.

一 Nenhuma revistinha nova japa? - forcei uma cara triste e Glenn me olha sorrindo.

一 Mais três, está bom para você? - ele balança os gibis e eu concordo com a cabeça, totalmente animada.

Hora, hora... - ouvimos uma voz vinda de um dos carros, e apontamos as armas para o homem. 一 Temos uma pequena reunião familiar por aqui. - quando o sujeito se revelou, eu abaixei um pouco a minha arma, totalmente em choque.

Merle?! - pergunto surpresa, e meu irmão se vira para mim.

一 Pirralha, você está viva! Achei que o fim do mundo tinha te matado. - ele debocha, e eu volto a mirar minha pistola. 一 Está com eles?

一 Está sim. O que você quer Merle? - Glenn responde por mim.

一 Primeiro, vocês poderiam me mostrar onde o Daryl está. Sabe, precisamos fazer uma reuniãozinha de família. - meu irmão ironiza, e me olha sorrindo forçado.

一 Não vai rolar cuzão. - digo. 一 Você nem se importou quando eu fui embora. E Daryl me contou sobre Atlanta...

一 A gente voltou por você, poderia ter esperado. - Glenn completa minha fala.

一 É, mais não esperei. - Merle atira no vidro de trás do nosso carro, fazendo a gente se espalhar para se proteger.

Dei a volta no mesmo e encontrei ele segurando Maggie no chão, enquanto Glenn apontava a pistola para sua cabeça.

一 Solta ela Merle! - digo, e meu irmão me olha com desdém.

一 Não é você que manda aqui pirralha. Agora, solta a espada e entra no carro. - fiz a contra gosto, para ele não machucar Maggie. 一 Você vai nos levar para um lugar rapaz. - abraço Maggie, que foi colocada ao meu lado no banco de trás, e vejo Merle levar Glenn até o lado do motorista, e depois o mesmo entrar no passageiro.

(...)

Não vimos para onde fomos levados, já que Merle tampou nossos olhos assim que paramos o carro. Ele só tirou nossas vendas, quando estavamos dentro de uma sala. O local era um tipo de galpão, sem muito iluminação e um pouco vazio.

Fui colocada na cadeira que estava no meio das de Glenn e Maggie, Merle se sentou em uma a nossa frente. Fiquei olhando o braço metálico que ele usava, onde continha uma faca na ponta.

一 Gostou maninha? Foi o xerife Grimes que me deu isso. - ele diz com seu jeito debochado. 一 Vou tentar conversar com vocês, e espero que falem alguma coisa, porque se não vou chamar o Governador. Aí as coisas vão ser do jeito dele.

一 Governador? - franzo meu cenho. 一 Quem é esse?

一 É o manda chuva daqui. - Merle explica. 一 Porque fugiu? - ele me pergunta irônico, talvez para me provocar. Mas eu não cairia no papo dele.

一 Queria conhecer o mundo. - respondo no mesmo tom.

一 Vamos lá pirralha, não faça as coisas ficarem mais difíceis. - meu irmão curva um pouco o corpo, até ficar frente a frente comigo. 一 Onde é o acampamento de vocês?

一 Não vou falar. - respondo simples, e o encaro. 一 Nem deveria estar falando com você. Como pôde mentir para o Daryl? Você nem mostrou o bilhete para ele! - falo com raiva.

一 Não menti, falei a verdade. - Merle encolhe os ombros. 一 Não quero lavar a roupa suja agora, só quero saber onde é a porra do lugar que vocês estão ficando!

一 Já dissemos que não vamos falar! - Glenn diz, também encarando meu irmão com raiva.

Merle, já teve sua chance. Agora é comigo. - uma voz rouca fala do outro lado da porta.

一 Governador, eu... - Merle engoliu em seco. 一 Poderia me deixar tentar mais...

Não. - a voz diz firme. 一 Agora saía e traga o casal com você.

一 Sim senhor. - meu irmão abaixa o tom e volta até nós. Ele segura Maggie e Glenn pelos braços. 一 Sinto muito pirralha.

一 Sente merda nenhuma Merle. - rosno para ele.

Merle abaixa a cabeça antes de sair da sala, levando os dois aos protestos com ele.

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