정 Tire - me deste pesadelo
Era difícil pensar claramente quando a única cena se repetindo na cabeça de Hyunjin uma e outra vez era o cadáver de Felix jogado no chão. Sua garganta fechava com força sempre que ele deixava sua mente vagar, arrependendo-se instantaneamente.
Ele não permitiu que seus olhos se fechassem, com medo do que poderia acontecer com ele de outra forma. A mesma cena se repetia toda vez; Felix deitado no chão, sem vida, sua pele cor de mel adquirindo uma cor esbranquiçada quanto mais sangue deixava seu corpo.
Seus ferimentos estavam abertos, sangrando e formando um caminho vermelho abaixo de seu corpo até atingir os sapatos de Hyunjin.
E ele estava desamparado, incapaz de ajudar o garoto cuja vida havia sido injustamente arrancada dele.
Ele acordava daquele pesadelo suando e gritando o tempo todo, chamando o nome de Felix, tentando alcançá-lo e salvá-lo.
O corpo inteiro de Hyunjin tremeu. Ele sentou na cama e engoliu com a garganta seca, limpando o suor do lábio superior e estremecendo quando algumas gotas caíram de seu cabelo.
Então ele decidiu parar de dormir.
Se ele não dormisse, não teria pesadelos. Não veria Felix morrer toda vez que fechasse os olhos.
Ele começou a fazer a única coisa que acalmava sua mente.
Ele desenhou.
Ele desenhou e desenhou, até que seus dedos estivessem doendo e completamente pretos de giz. Até que ele retratou cada pensamento fugaz em sua tela enorme e engasgou com o grande número de cadáveres deitados na extensão branca, todos eles pertencentes à mesma pessoa.
Félix.
Ele não sabia quantos dias se passaram. Ele não acompanhou e nem quis, temendo que o plano do pai já estivesse florescendo e chegando ao fim, significando que tudo em sua mente poderia estar acontecendo naquele mesmo momento.
A porta acabou se abrindo um dia.
Mas não era um dos guardas trazendo-lhe comida, nem uma empregada limpando o quarto escuro.
Era Changbin.
Os olhos de Hyunjin se abriram rapidamente no momento em que avistou o corpo corpulento de seu primo do outro lado da sala, cruzando a porta apressadamente e respirando pesadamente, como se estivesse correndo.
─ Changbin? - Ele rapidamente se levantou do banco e correu até ele. ─ O que há de errado?
─ Temos que ir, Hyunjin. - Changbin começou a andar apressadamente para dentro do quarto, pegando algumas calças e uma camisa que Hyunjin tinha jogado sobre uma poltrona e empurrando-as em sua direção.
─ O que aconteceu? - A cabeça de Hyunjin estava girando, seu coração batia forte e o empurrava para mais perto dos pensamentos doentios que cruzavam sua mente, pensando que já era tarde demais.
─ Não posso falar com você aqui, precisamos ir embora. - Seu primo correu até ele e não parou de olhar ao redor.
─ Meu pai-
─ Seu pai não pode saber onde estamos. - Ele o interrompeu, empurrando as roupas sobre o peito e respirando fundo pela primeira vez. ─ Vista-se.
Hyunjin então notou o suor escorrendo pelas têmporas de Changbin, seus olhos furtivos e sua postura alerta.
─ Você encontrou algo. - Ele disse em voz alta, mais para si mesmo do que para Changbin, relembrando a última conversa que tiveram.
Changbin engoliu em seco, mas não disse nada. Em vez disso, ele se virou para o outro lado e deixou Hyunjin se trocar rapidamente.
Tudo aconteceu num piscar de olhos. Changbin olhou envolta da sala, e sinalizou para Hyunjin fazer o mesmo, mantendo a compostura e olhando para cada canto escondido dentro da casa.
Hyunjin avistou um corpo caído ao lado de sua porta. Jungsu havia sido nocauteado, provavelmente por Changbin.
Ele olhou fixamente por um momento a mais, seu primo o agarrou pelo braço e o puxou para atravessar o grande corredor com ele.
─ Eu não o matei. - Changbin esclareceu, referindo-se ao braço direito de Kangdae. Mas a verdade era que Hyunjin não se importava se ele estava vivo ou morto. Sua única preocupação era encontrar Felix e entender o que estava acontecendo. ─ Pegue isso.
Changbin empurrou uma arma na direção de Hyunjin, ele rapidamente a pegou e a colocou no coldre.
O complexo estava vazio. Era estranho ter a casa toda livre de homens armados e luz brilhante. Mas eles ainda estavam cautelosos, sabendo muito bem que escuridão não significava segurança.
Nada significaria segurança até que eles chegassem ao carro e estivessem fora do território de Kangdae.
Changbin guiou Hyunjin pelo local e dobrou os dedos para apontar para seu carro preto escondido atrás das grandes árvores no campo ao redor do complexo.
Estava quase pronto, mas sem ter a mínima ideia do que estava acontecendo, Hyunjin ainda sentia que estava em perigo.
Ele sabia de uma coisa, no entanto. E era que ele confiava mais em Changbin do que em seu pai.
Eles rapidamente seguiram pelo caminho de terra, sem perder um minuto quando Changbin ligou o carro e pisou no acelerador, deixando o complexo para trás.
Hyunjin se virou e observou a enorme mansão ficando menor até desaparecer. Não havia visão do grande campo.
Ambos se permitiram respirar fundo, então. Hyunjin estalou o pescoço e sentiu os músculos do pescoço enrijecerem por causa da tensão acumulada.
─ O que diabos aconteceu, Changbin? - Ele perguntou então.
Seu primo respirou fundo, aparentemente organizando seus pensamentos e se preparando para jogá-los para Hyunjin.
─ Tudo explodiu, Hyunjin. - Ele começou, passando a mão pelo cabelo e mordendo os lábios nervosamente. ─ O stripper loiro, Chan. Eu fugi para vê-lo algumas vezes.
─ O quê?! Eu fui preso pelo mesmo motivo!
─ Cale a boca. Deixe-me terminar. - Hyunjin resmungou, mas ficou em silêncio, acenando para Changbin continuar.
─ Eu não fui tão descuidado quanto você. Eu não o vi em particular, então ninguém percebeu que estávamos conversando. - Changbin explicou. ─ Eu te contei sobre o cara que matamos, como ele não era quem Kangdae nos disse. - Hyunjin assentiu, ele se lembrava de toda a conversa. ─ Eu meio que entrei no escritório do meu pai.
─ Você fez o quê? - Hyunjin não estava bravo, mas surpreso com o quão determinado seu primo parecia estar.
─ Estava tudo tão estranho, Hyunjin. Eu precisava de respostas e sabia que também seria preso se perguntasse em voz alta. - Changbin tinha sido mais inteligente do que ele. O orgulho de Hyunjin caiu um pouco ao saber que tudo poderia ter sido diferente se ele não tivesse sido tão descuidado. ─ Então roubei alguns documentos, contratos de compra e contas bancárias ocultas. Nada fora do comum.
Hyunjin franziu a testa, sentindo que havia mais a dizer.
─ Mas?
─ Mas os contratos foram assinados por duas partes, Hyunjin. - Changbin parou por um momento e se virou para olhar para o chefe da máfia mais jovem. ─ Seu pai e Geomgyu.
As sobrancelhas de Hyunjin se ergueram, ele imediatamente balançou a cabeça tentando se livrar desse pensamento.
─ Você está dizendo que meu pai está trabalhando com Geomgyu?
Sua pergunta foi respondida com silêncio, o que apenas confirmou que Changbin estava dizendo exatamente isso.
Seu pai estava tendo contato direto com Geomgyu, e não para assumir seus negócios.
─ No começo eu pensei que era algum tipo de estratégia de Kangdae, que ele estava tentando fazer Geomgyu pensar que estávamos ao seu lado. - Changbin suspirou, estragando que suas suposições não eram verdadeiras. ─ Mas então eu pesquisei, e seu pai tem lidado com Geomgyu desde anos atrás, Hyunjin.
A confusão surgiu no rosto de Hyunjin. Ele tentou defender seu pai de alguma forma, para encontrar uma desculpa para não apenas lidar com o inimigo, mas também escondê-lo de todos os outros.
─ Não faz sentido. Ele disse que estamos assumindo o controle, ele ainda quer fazer isso, o plano dele-
─ O plano dele pareceu mudar ao longo dos anos, Hyunjin. - Changbin suspirou. ─ Estamos tomando Geomgyu, mas não do jeito que seu pai nos disse.
─ O que você quer dizer?
─ Kangdae está comprando todas as propriedades que Geomgyu possui. Tudo, incluindo pessoas.
─ Pessoas? - O coração de Hyunjin parou, engolindo o nó na garganta. ─ Ele está comprando pessoas?
O pai dele era um chefe da máfia, Hyunjin era um chefe da máfia, mas eles lidavam com drogas, não com pessoas. Era o que a mãe dele costumava dizer a ele quando ele era jovem, e ele gravou isso em seu crânio, certificando-se de que nunca esquecesse.
─ Os clubes de Geomgyu, suas plantações, suas lojas, seus disfarces. Tudo vem junto com as pessoas que trabalham neles. - Changbin mordeu o interior da bochecha, olhando para a estrada com uma cara triste. ─ O clube de strip...
A cabeça de Hyunjin levantou-se de repente ao ouvir a menção do clube de striptease, rezando a Deus para que Changbin não dissesse o que pensava.
─ Não. - Ele balançou a cabeça, apertando a ponta do nariz e ficando tenso, tentando bloquear a audição.
─ Os strippers, Hyunjin. Eles estão trabalhando para seu pai.
Hyunjin parou de respirar. Ele não conseguia parar de passar as mãos suadas pelos cabelos. Ele havia perdido toda a fé em seu pai.
Tudo o que eles sonharam, tudo o que eles construíram e tornaram possível, mesmo que o destino não estivesse do seu lado, foi subitamente destruído em um único momento.
Tudo acabou, e para quê?
Dinheiro?
─ Eu sei que é muita coisa para processar. - Changbin era compreensivo, ele sempre foi. Mas ambos sabiam que a situação era crítica, e em algum momento alguém notaria a ausência de Hyunjin.
─ Temos que fazer alguma coisa, Bin. - Hyunjin se sentia responsável por tudo isso. Mesmo que ele não tivesse a mínima ideia de tudo o que seu pai estava planejando em suas costas.
Changbin engoliu em seco, ponderando suas possibilidades. Sabendo que era impossível para eles nocautear uma multidão inteira sem apoio.
─ Não podemos, Hyunjin. Precisamos de ajuda.
─ Mas e eles? - Os trabalhadores daquelas instalações estavam trabalhando explorados, sem receber outra chance e sendo solicitados a fazer coisas inimagináveis. ─ E Felix? E Chan? Jisung? Seungmin?
O maxilar de Changbin apertou-se com a menção desses nomes. Porque, no fundo, Changbin e Hyunjin não eram pessoas más. Eles tinham um trabalho difícil, nasceram em uma família complicada e foram ensinados a ter um estilo de vida diferente.
Mas eles tinham maneiras e princípios. E nenhum deles era insensível.
─ O que você sugere?
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