정 Salve - me
Estava quente, quente demais para a hora tardia.
Felix estava dançando como sempre, mas seu humor não era o mesmo. Ele subiu em uma mesa no momento em que um velho enrugado jogou um maço de notas em sua direção.
Ele não se sentia mais ansioso para ser observado. Desde o começo, ele havia encontrado alguma paz na arte da dança, sabendo que seu corpo era o desejo de todos e o suficiente para tirar grandes quantias de dinheiro dos bolsos de cada alma viva.
Mesmo que ele fosse forçado a trabalhar e sacudir a bunda para quem pedisse a maior quantia de dinheiro, ele realmente não se importava com isso.
Félix tinha esperança de sair dali em algum momento, então tentou enganar sua mente e tornar a experiência o mais agradável possível até chegar a hora.
Mas isso nunca aconteceu.
E ele percebeu naquele momento que esse momento nunca chegaria.
Então seu espírito era diferente.
Ele esfregou a virilha contra a barra fria do poste enquanto balançava a bunda para trás para exibi-la para o mesmo homem que havia pago para assisti-lo.
O rosto de Felix estava sem emoção, no entanto. Até entediado e cansado. A alegria e a brincadeira foram esquecidas há muito tempo e ele só conseguia pensar em todas as decisões ruins que havia tomado na vida, e como todas elas o guiaram até onde ele estava.
A verdade é que ele perdeu a fé no dia em que Hyunjin voltou.
Ele pensou que Hyunjin seria diferente, que ele o tiraria de lá. Ele se comportou e falou como se fosse capaz, como se quisesse.
Mas, para a desgraça de Felix, ele não passava de outro pervertido tentando entrar em suas calças.
E o que ele mais se arrependeu foi de ter confiado em Hyunjin e dado a ele o que ele mais preservava e deveria manter longe de todos os clientes.
Ele ouviu um apito vindo do outro lado da cabine, virou a cabeça e encontrou Doyun, o guarda que sempre o escoltava até as salas privadas.
Ele sentia falta de Hyunjin por muitas coisas, mas uma delas era por tratar Doyun como ele merecia. Ele olhou para ele com desespero e desgosto, como se soubesse de tudo que Felix tinha passado por causa dele.
─ Geomgyu quer falar com você. - O rosto despreocupado de Doyun se quebrou quando um pequeno sorriso começou a surgir em seus lábios.
Félix sabia o que isso significava.
Isso significava que ele errou.
Então ele engoliu o nervosismo e saiu da mesa, sorrindo falsamente para o cliente e fazendo uma reverência antes de seguir Doyun para os fundos.
Felix caminhou apressadamente atrás do guarda, coçando a pele dos dedos e mordendo o interior das bochechas nervosamente.
Ele nunca foi chamado para os fundos.
Ninguém reclamou dele, Geomgyu o cobriu de elogios e, mesmo sendo o cara mais nojento que Felix já conheceu, ele sabia que tinha uma queda por ele.
Então ele tentou jogar a seu favor, embora nem sempre funcionasse.
Doyun o guiou para um quarto escuro e fechou a porta, ficando em frente a ela com as mãos cruzadas sobre a barriga.
─ O que você fez, loirinho? - O guarda perguntou a ele com um sorriso doentio nos lábios rachados.
Felix o ignorou e mordeu os lábios com mais força, quase tirando sangue.
Ele sentia falta de Hyunjin, sentia muita falta dele. Era em momentos como aqueles que ele percebia o quanto sentia falta dele.
Quando todos ao redor não paravam de tratá-lo como um pedaço de carne. Ele se lembrava das palavras gentis e dos gestos doces que o ancião tinha com ele, da quantidade de vezes que ele o deixava cruzar a linha e não ficava bravo por isso. Como ele não usava seu privilégio para dar ordens a Felix, mas para deixá-lo tomar suas próprias decisões, nunca o apressando em nada.
Ele estremeceu quando a porta se abriu novamente, revelando um Geomgyu furioso atrás dela.
Sua testa estava úmida de suor e havia um contorno de suor abaixo de suas axilas, abraçando seu corpo gordinho.
Ele passou por Felix e começou a andar pela sala, usando o punho para limpar a saliva branca acumulada nos cantos da boca.
─ Você me traiu. - Geomgyu resmungou.
─ eu-
─ Você me traiu! - Seu chefe o interrompeu, gritando na cara dele e parando de andar para parar na frente do garoto. ─ Você achou que eu não saberia? Você acha que eu sou tão burro e impotente?
Felix engoliu em seco, escondendo as mãos atrás das costas e abaixando a cabeça. O que quer que Geomgyu estivesse falando, ele sabia que tinha a ver com Hyunjin.
─ Diga algo!
─ Eu- . - Ele tentou de novo, mas sua voz falhou. Ele estava com muito medo de falar, ele não sabia como se defender. ─ Sinto muito.
─ Você está arrependido? - Geomgyu levantou uma sobrancelha, rindo feito um louco. ─ Você me disse que não queria foder. Eu respeitei isso e minha única condição foi: se você não quer ser uma prostituta, você não fará sexo com ninguém. Eu lembro de você concordar com isso, não é?
Felix assentiu, ainda incapaz de levantar a cabeça e olhar o homem nos olhos.
─ Você quer foder agora? É isso? - Geomgyu pediu para Felix falar, mas o garoto ficou sem palavras, ele sabia que não havia nada que pudesse dizer para mudar o que estava prestes a acontecer com ele. ─ Você acha que tem o poder de escolher com quem foder?
─ Não, senhor. - Felix mordeu a língua e conteve as lágrimas. Desistir de seus direitos a um homem doente havia acabado com sua liberdade. Ele não conseguia decidir sozinho nem mesmo o detalhe mais dispensável.
─ O que aconteceu com você, Lixie? - Geomgyu levantou o rosto de boneca de Felix com seus dedos amarelados e fedorentos, olhando para ele como se ele fosse uma causa perdida, com decepção nos olhos. ─ Os clientes começaram a reclamar da sua atitude, sabia?
Felix segurou as lágrimas com unhas e dentes. Ele estava com medo, assustado. Ele sabia do que aquelas pessoas eram capazes, ele sabia o que acontecia com seus colegas de trabalho quando eles não eram mais úteis.
Ele nunca pensou que seria um deles.
─ Eu vou melhorar. - Ele prometeu.
─ Você não pode andar pelo clube com essa cara de cachorrinho chutado, né? Eles vão pensar que nós o mantemos aqui contra sua vontade. - Seu chefe fez beicinho, claramente rindo na cara de Felix. Porque eles o estavam mantendo lá contra sua vontade.
Mas Félix apenas assentiu e engoliu as palavras, não havia espaço para orgulho ali.
Geomgyu suspirou e se virou, sentindo falta do suspiro de alívio que Felix soltou quando soltou seu rosto.
Félix observou o homem andar com as mãos na cintura, como se estivesse pensando profundamente em algo.
─ Como foi?
Felix olhou para cima, interrogativo, ainda abaixando a cabeça.
─ O cara. Valeu a pena essa porra? - Felix sentiu sua garganta apertada, uma bola pressionada em sua traquéia e impedindo que o ar chegasse aos seus pulmões. O pior de tudo é que ele nem fodeu Hyunjin.
Se ele soubesse que teria que pagar as consequências igualmente, ele pelo menos teria se permitido aproveitar um pouco mais.
Geomgyu pareceu perceber o que seu silêncio significava, porque um momento depois ele estava voltando para ficar na frente de Felix e riu dele.
─ Ele voltou depois?
Felix ainda não respondeu. Ele engoliu em seco e olhou para os pés novamente.
Ele se sentiu tão estúpido.
Estúpido, usado, idiota, assustado.
─ Ahh, então ele só queria uma foda rápida, não é? - O jeito que Geomgyu continuou rindo dele não estava ajudando, só o afundava mais fundo em sua miséria. ─ Okay, eu entendi. Você não quer falar sobre isso.
Geomgyu soltou um último suspiro enquanto parecia tomar uma decisão.
─ Você sabe que temos que punir você, certo garoto?
Felix estremeceu, franzindo a testa ao único pensamento do que poderia acontecer com ele. Seu corpo começou a tremer de medo, ele tentou parar e parecer composto. Mas não adiantou.
Geomgyu passou por Felix e estendeu a mão para a maçaneta da porta.
Felix respirou, por um momento pensando que Geomgyu teria misericórdia dele. Mas quando ele começou a relaxar, ele ouviu as próximas palavras:
─ Faça o que quiser com ele. - Geomgyu ordenou ao guarda, fechando a porta atrás dele.
─ O quê?! - Felix se virou, encontrando o olhar feroz de Doyun e seu sorriso doentio em exposição. ─ Não. - Ele deu um passo para trás, sentindo as lágrimas se acumularem em seus olhos, deixando sua visão embaçada.
─ Oh, sim. - Doyun riu, dando passos largos perseguindo Felix pela sala.
O stripper correu até a porta e começou a gritar por socorro, batendo apenas para descobrir que estava trancada.
─ Não! Por favor! - Ele sentiu duas mãos descuidadas o agarrarem pela cintura. Ele foi repentinamente jogado no sofá como se fosse um brinquedo. ─ Por favor, não.
Ele implorou, subindo no sofá, tentando fugir do homem que estava prestes a alcançá-lo, mas Doyun apenas agarrou seus tornozelos e puxou para baixo.
─ Não resista e será mais fácil. - O guarda sorriu, jogando-se em cima de Felix e prendendo seus dois pulsos ágeis sobre sua cabeça.
─ Não. - Felix tentou empurrá-lo para trás com os pés, lutando com toda a força do corpo, dizendo a cada músculo para ficar tenso e libertá-lo de seu destino.
Mas não adiantou.
Doyun era mais forte que ele, maior que ele, e ele estava excitado por algum motivo. Ele não se mexeu e não pareceu incomodado pelos empurrões constantes de Felix.
Ele se pressionou entre as pernas de Felix e começou a plantar beijos molhados por todo o seu pescoço. Ele cheirava a tabaco e perfume barato, estava fazendo o estômago de Felix revirar.
─ Não me toque! - Ele gritou, estremecendo e sentindo náuseas com a língua daquele cara tentando lamber seu lóbulo da orelha.
─ Fique parado, pelo amor de Deus! - Doyun grunhiu, segurando Felix com ainda mais força, machucando seus pulsos e quadris com seu peso pressionado sobre ele.
Os olhos de Felix se arregalaram quando uma mão calejada pousou em sua virilha, seu coração disparou e seu corpo ficou paralisado por um momento.
Mas ele rapidamente voltou aos seus sentidos, o medo era mais forte dessa vez. Ele tentou chutar e bater em Doyun, suas mãos pareciam nojentas nele, elas queimavam um buraco onde quer que tocassem.
Lágrimas desesperadas começaram a correr pelo seu rosto, ele estava desistindo a cada momento, sabendo que não conseguiria continuar e não seria capaz de parar.
─ Não! - Ele disse mais uma vez, soluçando e virando o rosto para o outro lado quando Doyun tentou beijá-lo.
A porta se abriu bruscamente. Um baque alto ecoou na pequena sala quando a porta bateu na parede.
Felix virou a cabeça e, de repente, seu mundo parou.
Ele parou de oferecer qualquer resistência e piscou para o homem que apareceu atrás da porta.
─ H-hyunjin? - Saiu como um soluço. Doyun pareceu perceber a interrupção e estava pronto para chutar Hyunjin para fora dali.
Mas Hyunjin foi mais rápido.
E mais irritado.
Seu rosto se contorceu em um único segundo, Felix observou enquanto os olhos de Hyunjin tremiam e seu olhar ficava escuro e injetado de sangue.
─ Fique longe dele, porra! - Ele rosnou.
Felix sentiu o ar frio atingir seu corpo quando Hyunjin de repente agarrou a camisa de Doyun por trás e o empurrou para longe de Felix com tanta força que seu corpo atingiu o chão.
─ Seu pedaço de merda! - Hyunjin chutou o guarda nas costelas, respirando com dificuldade pela boca enquanto acertava um soco forte em seu rosto.
Doyun estava desorientado, seu estado de torpor excitado ainda nublava sua mente e o tratamento severo de Hyunjin só estava piorando a situação.
Felix se arrastou para fora do sofá e engasgou ao ver Doyun sendo espancado por Hyunjin. Havia sangue por toda parte e os barulhos vindos do guarda eram perturbadores, o som de ossos quebrando e carne mofando penetrou em sua mente.
Mas de alguma forma, ele se sentiu mais calmo. Hyunjin estava lá, ele estava lá e o salvou. Nada de ruim aconteceria com ele.
Hyunjin pareceu notar a presença de Felix atrás dele. Seu cérebro embaçado se acalmou por um momento e voltou aos seus sentidos quando ele se virou e viu de relance a expressão quebrada de Felix.
As lágrimas ainda escorriam pelo seu rosto, mas ele não estava mais chorando, seus olhos estavam arregalados e seus lábios vermelhos e rachados.
─ Precisamos ir embora. - Hyunjin disse, se aproximando de Felix.
─ Sair? Sair para onde? - A voz de Felix estava quebrada, era tão doloroso ouvir e assistir.
Barulhos altos vinham de dentro do clube, Hyunjin caminhou rapidamente até a porta e deu uma olhada ao redor antes de chamar Felix.
─ Eu explico tudo depois, agora é hora de correr.
Felix engoliu em seco, ele estava assustado .
Ele não se lembrava de um dia de sua vida em que não sentiu medo. Hyunjin estava lá, ele era a opção mais segura, ou assim ele pensava, mas ele realmente era?
Felix não sabia nada sobre ele. Se ele pensasse profundamente sobre isso, ele sabia mais sobre o cara mancando no chão do que Hyunjin.
A discussão durou meros segundos. Seus pensamentos rapidamente se organizaram e se encaixaram. Mas era tarde demais.
Doyun se levantou e o agarrou com força por trás, colocando uma mão sobre sua boca para abafar seus gritos.
Os olhos de Hyunjin se arregalaram no que parecia ser preocupação. Ele não se moveu quando percebeu o copo que Dayun estava apontando para o pescoço de Felix.
─ Correr para onde, hein? - O guarda riu, segurando Felix no lugar mesmo que ele tentasse fugir dele. ,─ Até onde eu saiba, Felix me deve uma foda, não é? - Ele sussurrou próximo ao ouvido do loiro.
Felix se encolheu e arranhou os braços de Dayun, tentando se livrar do aperto áspero. Ele tentou gritar e continuou chorando, mas tudo foi abafado pela mão suja do guarda.
─ Deixe-o ir! - Hyunjin lutou, cerrando os dentes quando viu os olhos marejados de Felix olhando para ele, implorando para que ele agisse.
─ É, acho que não. - Dayun suspirou, cuspindo um pouco de sangue no chão. ─ Você vai embora, e eu o solto. Simples.
─ Não vou deixá-lo aqui. - Hyunjin disse, com segurança em seu tom e isso de alguma forma acalmou os batimentos cardíacos furiosos de Felix.
─ É uma pena que você tenha que vê-lo morrer, então. Pensei que você gostasse dele. - Doyun fez beicinho, fingindo tristeza enquanto aproximava o copo pontudo do pescoço de Felix.
Hyunjin parecia perdido, seu suor escorria por suas têmporas e se acumulava em cima de seu lábio, sua forma tensa não vacilou. Felix soluçou mais uma vez, olhando para Hyunjin, implorando com seus olhos para ajudá-lo.
Ele ainda não estava pronto para morrer.
─ Lix, baby. - Hyunjin falou diretamente com Felix, mesmo que seu olhar ainda estivesse fixo em Dayun. ─ Você confia em mim?
Felix parou de chorar. Ele piscou e libertou seus olhos do embaçamento.
Quando Hyunjin baixou o olhar para ele, Felix engoliu em seco e percebeu que não precisava pensar na resposta.
Ele confiava cegamente em Hyunjin.
─ Feche os olhos.
Eles trocaram um último olhar antes de Felix fechar os olhos, como lhe foi dito.
Ele ouviu um farfalhar rápido, seu corpo deu um leve pulo quando um barulho alto ecoou na sala, parando ao seu lado.
De repente, o corpo que estava atrás dele caiu no chão e, quando ele abriu os olhos, viu uma grande poça de sangue se formando perto de seus pés.
Ele seguiu o caminho e encontrou o corpo de Doyun caído sem vida no chão.
─ Você... - Felix olhou para cima, Hyunjin estava parado na mesma posição de antes, mas ele estava segurando uma arma na mão. ─ Você o matou.
Hyunjin olhou para ele, mas não disse nada.
─ Hyunjin! - Minho apareceu na porta, segurando o batente enquanto tentava acalmar sua respiração rápida. Isso foi até que ele notou o cadáver jogado no chão e o sangue rapidamente se espalhando por todo o cômodo, drenando do homem. ─ O que você fez?!
Minho ficou alarmado, seus olhos estavam arregalados e ele rapidamente levou as mãos à cabeça, puxando seus cachos ruivos.
─ Seu pai... - Minho começou, engolindo o som de sua voz rachada. ─ Kangdae vai te matar.
A cabeça de Felix virou-se rapidamente com isso, ele esqueceu por um momento o líquido quente que lentamente entrava em seus sapatos e se concentrou em Hyunjin, que apenas olhou para ele, ainda sem palavras.
─ Kangdae? - Felix perguntou, lembrando-se de Geomgyu mencionando esse nome sempre que ele reclamava da multidão que o perseguia até a morte. ─ Você é filho de Kangdae?
De repente, tudo fez sentido.
Por que Hyunjin - alguém rico, bonito, arrumado e impecável - estava naquele clube. Por que ele falava como se tivesse todo o poder, por que ele não dava detalhes sobre sua vida privada, seu trabalho ou seus amigos.
─ Hyunjin, você tem que ir, agora! - Minho interrompeu o momento da revelação, rapidamente se jogando no chão e tentando salvar de alguma forma a vida do guarda, mesmo que ele fosse claramente uma causa perdida. ─ Leve-o com você e vá embora!
Felix estava congelado no lugar, havia muita coisa que ele havia descoberto, muita coisa em que ele tinha que pensar. Seus pés estavam quentes e molhados, ele tentou se mover, mas seu peito doía toda vez que ouvia os pequenos sons de sangue pressionando sua pele. Percebendo seu bloqueio, Hyunjin acabou alcançando Felix e o pegando no estilo noiva.
Sem olhar para trás, Hyunjin começou a correr pelo clube, empurrando as pessoas para os lados.
Os olhos de Felix percorreram o cenário. O calmo clube ilícito de alguns minutos atrás havia se transformado em uma casa de gritos. Os clientes foram jogados no chão, ajoelhados na frente de alguém que segurava uma arma em sua direção.
O rosto do mesmo cara relaxou quando ele viu Hyunjin saindo dos fundos.
─ Vamos. - O homem baixo e corpulento guardou sua arma no coldre e foi até a porta da frente, os poucos guardas que sempre andavam por ali estavam caídos no chão, em posições desconfortáveis.
Felix não conseguia parar de hiperventilar o tempo todo, ele fez questão de colocar os braços em volta do pescoço de Hyunjin e puxar com força sua camisa preta, tentando sentir quem havia salvado sua vida, lembrando a si mesmo que ele estava bem, que ele ficaria bem enquanto Hyunjin estivesse lá.
O moreno olhou para ele brevemente e apertou sua cintura confortavelmente, tentando dar a Felix o máximo de segurança possível em um momento como aquele.
─ Não dê mais um passo! - Um guarda apareceu de uma das cabines, apontando uma arma para os dois homens prestes a sair do clube.
Changbin e Hyunjin trocaram olhares, tentando montar um plano em poucos segundos, pensando em todos os movimentos possíveis.
Felix choramingou e escondeu o rosto no pescoço de Hyunjin, deixando suas lágrimas correrem livremente mais uma vez.
Toda vez que ele sentia que conseguiria, algo acontecia e o impedia de relaxar.
Changbin tinha a mão em cima da arma, avaliando suas possibilidades, pensando se valia a pena arriscar três vidas.
Mas ele não teve que pensar muito. Chan apareceu como um anjo por trás das cortinas da cabine e nocauteou o guarda com um gancho forte.
Changbin e Hyunjin piscaram diante da entrada repentina do stripper e de sua força oculta.
Chan apenas engoliu em seco e apertou a mão de dor, mas rapidamente abriu a porta da frente e pediu aos chefes da máfia que a atravessassem.
─ Vamos! Corra!
Mais dois guardas entraram no local vindos dos fundos, abrindo caminho rapidamente pelo clube e gritando com os intrusos, tentando alcançá-los antes que eles saíssem.
─ Ei, você! Não se mova!
Changbin correu até Chan, e Hyunjin seguiu logo atrás, carregando um Felix horrorizado em seus braços, que só conseguia respirar o cheiro de Hyunjin para acalmar seus batimentos cardíacos irregulares e sua respiração ansiosa.
─ Vocês estão mortos, homens! - Os guardas gritaram enquanto os quatro garotos entravam no carro preto de Changbin. Hyunjin rapidamente empurrou Felix para o banco de trás e deslizou para dentro atrás dele enquanto Chan se sentava no assento do copiloto e Changbin mexia nas chaves.
─ Ligue o carro, Bin! - Hyunjin gritou, batendo no ombro do primo.
─ Estou tentando! - Changbin finalmente encontrou a chave certa, ligou o carro e acelerou para sair dali bem quando os seguranças estavam prestes a alcançar o carro por trás. ─ Porra. Nós os perdemos?
Chan olhou para fora pelos espelhos retrovisores enquanto Hyunjin olhou pela janela traseira. As luzes brilhantes de neon e os homens corpulentos vestidos de preto começaram a se distanciar, mas foi só depois que Changbin dirigiu por 15 minutos seguidos que eles decidiram que estavam seguros o suficiente.
─ Porra. - Changbin soltou um suspiro profundo e jogou a cabeça para trás no encosto, secando o suor do rosto com o pulso. ─ Por que você demorou tanto?
Changbin repreendeu seu primo, olhando para ele através dos espelhos com preocupação e raiva nos olhos.
─ Eu tive que matar alguém. - Hyunjin confessou, suspirando quando percebeu o quão ruim isso era.
─ O quê?! - A raiva de Changbin só aumentou, suas duas mãos foram até o volante e começaram a agarrar o couro com força, o sangue não chegou ao seu cérebro corretamente. ─ Você o quê?! Você fez o quê?!
─ Eu não tinha outra escolha! Ele ia matar Felix! - Ele gritou de volta, lembrando das mãos daquele homem nojento vagando por todo Felix, e como ele segurava o objeto afiado em seu pescoço.
─ Oh, Deus. - Changbin balançou a cabeça, apoiando a testa na mão, cansado. ─ Você sabe o que isso significa, certo?
Hyunjin respondeu com um suspiro, copiando a expressão do primo.
Claro que ele sabia.
─ Então, para onde estamos indo agora? - Changbin perguntou em seguida, porque eles não tinham pensado sobre essa parte do plano.
Apenas sobre invadir o clube e tirar Felix de lá. Porque eles sabiam que Kangdae havia contado a Geongyu sobre Hyunjin, e era questão de tempo até que Felix recebesse uma punição.
Uma punição que eles felizmente evitaram e que, de outra forma, teria traumatizado Felix para o resto da vida.
Embora ele provavelmente tenha passado por muitas experiências traumatizantes ao longo da vida.
Hyunjin olhou para Felix, então. O stripper loira sentou-se tensa ao lado do chefe da máfia, com olhos arregalados e temerosos.
Felix parecia um gato assustado, o coração de Hyunjin se partiu ao vê-lo daquele jeito.
Ele colocou a mão no queixo de Felix, acariciando cuidadosamente a pele macia ali e sentindo o tremor tomar conta do loiro de repente antes que ele relaxasse completamente sob seu toque.
─ Lar.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro