𝟬𝟬𝟯.ㅤ› the friendly policeman . . .
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ㅡ CAPÍTULO 003 !! ꕀ
o policial amigo
ㅤㅤDois meses completos haviam se passado desde o início daquele apocalipse. Sem nenhuma ajuda do governo indo ao encontro daquele grupo de sobreviventes na pedreira, que haviam desistido de esperar depois de muito tempo sem qualquer resposta no rádio - que também havia parado de transmitir a mensagem sobre o grupo de refugiados em Atlanta há algum tempo -.
A vida naquele lugar parecia realmente estar funcionando; trabalhavam em grupo para aquilo acontecer. Agora dividiam os suprimentos, caçavam mais, e água era trazida do riacho abaixo da pedreira para seu consumo. As roupas eram lavadas duas vezes por semana, coziavam juntos, e durante a noite se reuniam em volta de uma baixa fogueira na pedreira.
Ainda haviam alguns tumultos feitos por Merle, que agora era controlado pelos irmãos antes mesmo de começar. Um ou dois membros do grupo - como o marido de Carol - também davam problemas vez ou outra, mas nada que um sermão de Shane não resolvesse as coisas.
As buscas em Atlanta continuaram sendo feitas por Glenn e Frederick, mas agora tinham a companhia de Rebecca, que demonstrou ter as mesmas habilidades para o trabalho. Os três iam com frequência até a cidade atrás de suprimentos de sobrevivência para todo o acampamento.
As armas que haviam encontrado tempo atrás eram usadas para as caças na floresta e buscas na cidade. Suas munições estavam começando a ficarem em pequenas quantidades, então passaram a usar mais armas brancas - ou apenas evitar os errantes -. O que era um trabalho fácil, já que nenhum havia chegado até aquele ponto da pedreira. E em Atlanta, o trio que ia até lá aprenderam atalhos para evitá-los.
No dia em que chegaram da cidade com as armas, Fred pegou três pistolas extras e as guardou consigo. Depois de um tempo, deu uma para Dominic e as outras para Sabrina e Bryan; queria convencer a si próprio que sempre estaria por perto para protegê-los, mas estaria mentindo. Então os ensinou da maneira mais prática que conseguiu sobre o manuseio da arma, e os fez prometer que ela seria usada apenas em grande caso de necessidade.
Agora, no começo daquele novo dia de acampamento, uma nova ida para Atlanta estava sendo preparada. Glenn, Fred e Becca estavam prontos, mas precisando lidar com alguns voluntários que haviam surgido para os acompanhar.
ㅡ Olha, isso não é um passeio, 'tá legal?! - o Dixon disse, massageando o nariz. ㅡ Atlanta está infestada de cabeças podres!
ㅡ Nós temos que ser totalmente silenciosos, e por isso que vamos em menor número! - Glenn completou.
ㅡ Mas precisam de mais ajuda para carregar um número maior de suprimentos. - Morales disse. ㅡ Nós apenas queremos ajudar!
Fred e Glenn trocaram um olhar, e xepois se viraram para Rebecca. A Barnes encolheu os ombros; sabia que seus colegas não iriam desistir de sua decisão.
ㅡ 'Tá! 'Tá legal, vocês podem ir! - Fred disse, com um suspiro um pouco irritado. ㅡ Mas sob uma condição: silêncio. E vão fazer tudo, tudo mesmo, que a gente falar! - completou.
ㅡ Vocês quem mandam! - Andrea disse sorrindo para ele.
Ela, Morales, Jacqui e T-dog saíram para se prepararem para a viagem. Ainda era bem cedo, e teriam alguma hora até Atlanta; agora iam a pé para a cidade, já que decidiram que assim era ainda mais silencioso - além do fato que precisavam economizar no combustível, caso houvesse uma fuga inesperada -.
Fred viu os quatro saírem por um lado. Assim que virou-se para frente novamente, ainda viu que Merle continuava parado ali. Ele havia sido um dos voluntários, o que surpreendeu o mais novo, mas não podia protestar contra a decisão do irmão.
O Dixon viu que Dominic chegava até ele, carregando uma mochila nas costas e a arma na cintura. Isso o fez abaixar os ombros e negar a cabeça, dando um forte suspiro.
ㅡ Nem pensar! - Fred disse, antes do garoto protestar. Ele se virou e começou a andar, mas ouviu o filho e irmão lhe seguindo. ㅡ Olha, Merle ir é uma coisa. Não posso impedir isso. Agora você? Sou seu pai, posso dizer que não vai e ponto! - continuou falando: ㅡ Ainda é menor, tenho algum poder sob isso!
ㅡ Eu só quero ajudar! - Dominic protestou, agora o acompanhando ao lado. ㅡ Sair e ver como está lá fora também! Ficar aqui é entediante sabia?! - ele suspirou. ㅡ Eu prometo que vou obedecer você. Fazer o que o senhor mandar, e ficar grudado do seu lado, mas me deixe ir, pai!
Frederick parou de andar se virando para o garoto; ele o olhou e suspirou outra vez. Suas mãos passaram em seu rosto, enquanto novamente olhava o filho, que esperava sua resposta com expectativa. O mais velho olhou para cima e suspirou pela terceira vez, mais fraco e quase convencido em aceitar aquilo.
ㅡ E seu irmão, Dom? - perguntou.
ㅡ Está com o tio Daryl caçando. E não é surpresa que Muffin está com eles. Você sabe disso! - Dom o olhou com uma sombrancelha erguida. ㅡ Sabrina está brincando com Sophia, e a senhora Peletier pode ficar de olho nela por algumas horas! Merle vai com você, e isso significa que vou ficar sozinho aqui.
ㅡ Pensei que tinha feito amizade com Vicent. - Fred disse, se controlando para não deixar claro que havia debochado do filho.
Dominic o olhou quase como se o pai havia acabado de lhe ofender.
ㅡ Conversamos uma vez, e ele é um idiota. Eu tirei essas conclusões! - ele respondeu. ㅡ E o que isso tem haver com eu querer ir? Acha que vou ficar grudado nele se ficar aqui?! - o garoto forçou a risada.
ㅡ Isso é você quem está dizendo. - Fred voltou a andar. O que Dominic não tentou impedir, já que assim o pai não pôde ver seu rosto levemente ficando vermelho. ㅡ Você já ditou as condições, garoto, sabe como vai funcionar. Fique perto de mim e atire apenas no último caso.
ㅡ O que?! - Dominic se despertou, sorrindo e se apressando em alcançar o pai. ㅡ Sério que está me deixando ir?!
ㅡ É. - Fred suspirou. ㅡ Acho que sua avó estaria gritando comigo agora. - ele deu um pequeno sorriso com a lembrança.
ㅡ Como ela gritou quando me deu meu primeiro skate?
ㅡ Lembra disso?!
ㅡ É! - Dominic riu. ㅡ Eu tinha o que... uns seis anos?! Vovó ficou uma fera. - disse.
ㅡ E tudo piorou quando você caiu pela primeira vez naquela coisa, que resultou nada mais que seu braço quebrado. - Fred balançou a cabeça, ainda ouvindo a risada do filho. ㅡ Ri agora, mas no dia você fez o maior escândalo!
ㅡ Falando assim até parece que fui dramático!
ㅡ Você sempre foi. E ainda continua sendo um rei do drama, Dom! - Frederick riu com a cara de indignação de Dominic.
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A ida daquele grupo para Atlanta foi feito sem quaisquer problemas; entraram na cidade silenciosamente e seguiram direto para uma rua totalmente deserta, mesmo ainda podendo ouvir os errantes grunhindo longe dali.
ㅡ A avenida principal está totalmente infestada, por isso vamos ficar longe de lá. - Glenn começou a dizer. ㅡ Entramos nas lojas através dos telhados, usando as escadas de emergência que geralmente ficam nos becos. - ele apontou um próximo do local que estavam parados.
ㅡ E também as portas dos fundos ou outra que não tenha errantes atrapalhando. - Fred completou. ㅡ Limpamos o lugar com as armas brancas e depois pegamos o que precisamos. Saímos sem sermos vistos e voltamos para o acampamento. Entendido?
Todos concordaram sem problemas.
ㅡ Porque armas bracas? - Merle perguntou. ㅡ Temos as pistolas e o trabalho seria bem rápido com elas.
ㅡ Sabe que elas atraem os bichos. Usamos apenas se houver uma emergência, ou se ficarmos encurralados. - Fred explicou, meio impaciente, para o irmão.
Merle bufou e o seu irmão ignorou, apenas dando a ordem para começarem seu trabalho.
O grupo seguiu para o novo mercado que Glenn, Frederick e Rebecca haviam encontrado da última vez que estiveram em Atlanta. Ainda estava bem abastecido, e tem sido a fonte de suas buscas recentes. A porta de entrada ficava na rua principal, mas estava interditada; usavam os fundos para entrar, e a barricada era um bom desvio para ficarem invisíveis para os errantes que estavam infestando a avenida.
Eles entraram no mercado, separando-se pelo local em duplas - com os Dixon's sendo o único trio -, onde cada um ficou responsável para pegar itens em um setor.
Fred e Dominic já haviam pegado sua parte no corredor de higiene junto com Merle - que agora havia se afastado para dar uma olhada pelo local -, e, antes deles se reunirem com o grupo, foram até o setor de petshop. O Dixon mais velho colocava algumas latas de ração que estavam na validade dentro da sacola que seu filho segurava. Buscava pegar todas que conseguia, e logo havia enchido-a.
ㅡ Muffin também vai gostar disso. - Dominic disse, pegando alguns sacos de petiscos.
Fred se virou e concordou com o filho, sorrindo ao vê-lo animado ao colocar o alimento de Muffin naquela sacola. Assim que finalizaram e se preparavam para voltar à porta dos fundos da loja, onde todos já deviam estar reunidos, ouviram um série de tiros começarem não tão longe dali.
A dupla correu para o restante do grupo, que também estava assustado e confuso com aqueles sons.
ㅡ Precisamos sair daqui! - Glenn disse, ao ver um pequeno grupo de errantes se virando na rua rapidamente em sua direção.
ㅡ Para o telhado daquela loja, rápido! - Fred gritou, guiando todos para a escada em frente deles. ㅡ Rápido! Rápido!
Todos sumiram junto com aquelas diversas sacolas que carregavam. Frederick ficou por último, usando sua faca no errante próximo antes de subir a escada atrás de Dominic. Assim que chegou, presenciou T-dog usando seu martelo para finalizar o único caminhante que estava ali.
ㅡ O que acham que foi isso? - Andrea perguntou, na beirada do telhado.
ㅡ Veio da rua principal. - Glenn disse ao seu lado. Morales pegava seu binóculo.
ㅡ A loja está limpa. - Jacqui avisou, já que ela e T-dog haviam saído para verificar. Fred acenou para eles.
ㅡ Viu alguma coisa? - perguntou em seguida para Morales.
ㅡ É... isso com certeza é alguma coisa! - o homem disse, passando o binóculo para o outro.
Fred observou a rua principal. Um número muito maior de errantes estavam totalmente concentrados em volta de um tanque do exército; observando com mais atenção, os notou devorando um cavalo caído. O Dixon os viu arrancando toda a carne e entranhas do animal, e rapidamente desviou da cena.
ㅡ Eu vi um homem também. - Morales disse. ㅡ Ele quem estava atirando, antes de se esconder embaixo do tanque.
ㅡ Acha que ele conseguiu entrar? - Rebecca perguntou.
ㅡ Só tem um jeito de saber. - Frederick disse, logo correndo para suas mochilas.
T-dog o ajudou sintonizar o rádio, enquanto todos estavam aguardando ao seu lado. Fred pegou o objeto, fechando o olho e suspirando irritado consigo mesmo, perguntando por um segundo porque estava ajudando um idiota que, provavelmente, havia encurralado todos ali e nem mesmo poderia ter sobrevivido.
Afastando aqueles seus pensamentos, o Dixon apenas tornou a voltar sua atenção para o rádio, apertando o botão do mesmo e conectando ao tanque. Disse finalmente:
ㅡ Ei, seu cuzão. É você mesmo ai no tanque, idiota. - chamou. ㅡ Ainda 'tá vivo?
Houve silêncio.
Aquele grupo olhava com espectativa para o rádio, aguardando que o mesmo fizesse qualquer sinal. Fred voltou a olhar para o tanque, e antes que baixasse suas expectativas, se despertou para o objeto em sua mão outra vez quando ouviu o ruído do mesmo.
ㅡ Alô! Alô! É, eu estou aqui! - o estranho respondeu.
ㅡ Isso é bom. - Fred disse, trocando um olhar com seu grupo. Involuntariamente todos estavam sorrindo, ainda desacreditados que o novato realmente havia sobrevivido. ㅡ Achei que algum cabeça podre já havia comido seu trasseiro, cara. - debochou.
ㅡ Consegue me ver?! Onde está? Na rua?!
ㅡ Consigo. - Fred já completou: ㅡ E não vou mentir, sua situação está bem ruim.
ㅡ Temos que ajudar ele! - Glenn quem disse. Fred olhou para ele. ㅡ Podemos ir para o beco em frente do tanque, subir para o telhado daquele prédio e usar as escadas de emergência para voltar aqui. - disse, depois de rapidamente olhar a rua.
ㅡ Ei, está aí? - o estranho chamou pelo rádio.
ㅡ Vamos fazer isso. - Fred disse ao coreano. Ele apertou novamente o botão do rádio e voltou a conversar com o homem: ㅡ É, estou. Escuta: vamos tirar você daí. Mas temos pouco tempo e precisa me escutar. - houve uma confirmação do outro lado. ㅡ Tudo bem. Você ainda tem munição?
ㅡ Eu deixei uma bolsa cair, ela está cheia de arma e munição.
ㅡ Sem chances. - Morales disse, enquanto olhava pelo binóculo. ㅡ Está caída no meio dos infectados. - completou.
ㅡ Esquece a bolsa. - Fred suspirou. ㅡ Não tem nada aí com você?
ㅡ Espera. - o estranho desligou, mas voltou em poucos segundos: ㅡ Tenho uma pistola com um pente e quinze balas. - respondeu.
ㅡ Diga para ele sair por cima. - Morales disse, olhando o tanque outra vez. ㅡ Tem só um lá em cima. Os outros estão distraídos com o cavalo.
ㅡ Bom, use direito. - Fred disse ao estranho. ㅡ Você vai precisar sair por cima do tanque. Tem só um em cima e os outros desceram para o cavalo caído. Siga direto para o beco em frente do tanque. Haverá gente te esperando lá. - ele repassou.
ㅡ Certo. - o estranho concordou. Houve um silêncio, mas logo o rádio se ligou outra vez, e ele disse: ㅡ Qual seu nome?
ㅡ Você não me escutou?! Seu tempo está acabando, cara! - Frederick disse, desligando seu rádio. ㅡ Vão até a porta dos fundos da loja e esperem. Nós vamos vir por lá. Limpem aquele beco quando chegarmos, vou avisar pelo rádio.
ㅡ Está bem. - Rebecca disse. ㅡ Tomem cuidado!
Fred e Glenn saíram no segundo seguinte. Desceram pelas escadas de emergência do outro lado do prédio e correram pelo beco que havia por ali. Atravessaram um rua e desviram de errantes; subiram mais uma escada e desceram outra, até que chegaram no beco que indicaram pelo rádio e puderam ouvir os tiros do estranho sendo disparados outra vez.
ㅡ Vai! - Fred indicou para Glenn, enquanto pegava sua arma e disparava nos errantes pelo caminho dele.
Glenn abriu o portão e não demorou para uma arma ser apontada em sua cara.
ㅡ Não sou um errante! - ele disse rápido. ㅡ Vem!
Ele puxou o estranho, que se virou enquanto corria e continuou disparando contra os errantes. Glenn o puxava e gritava para correr. Muitos errantes os seguiam. E enquanto isso, outra vez na plataforma de segurança, Fred gritava para os dois:
ㅡ Andem logo! - ele usou uma bala em um errante próximo de Glenn. ㅡ Subam logo! Subam logo aqui! - gritou, se abaixando para estender a mão para os dois.
O novato havia sido segurado pelo tornozelo por um errante. Enquanto o chutava, Fred usou uma única flecha de sua crossbow para acertar a cabeça daquele infectado, já que as munições de sua arma havia acabado; ele caiu, e logo o Dixon e Glenn ajudaram o novo homem a terminar de subir as escadas.
Os três se apoiaram no suporte em sua frente, com suas respirações ofegantes e ainda olhando para o monte de errantes embaixo de si. Tentavam, de alguma forma, subir para alcançá-los, mas seu esforço era em vão. Fred fechou os olhos e puxou fortemente o ar pada seus pulmões, o soltando logo em seguida.
ㅡ Mandou bem, Clint Eastwood. - Glenn disse, ainda com a respiração pesada. ㅡ É o novo xerife que veio limpar a cidade com seu cavalo?
Frederick soltou um riso anasalado, enquanto o novato respondia:
ㅡ Não era minha intenção.
ㅡ É, mas você ainda continua sendo um cuzão por isso. - o Dixon disse. O xerife o observou, notando pelo sotaque que o homem também não era de Atlanta. ㅡ E agora esta me devendo uma flecha, xerife! - o homem soltou um fraco riso, enquanto se virava para o loiro e se apresentava:
ㅡ Sou Rick. - ele disse. ㅡ Obrigado. Aos dois!
ㅡ Glenn. Seja bem-vindo. - o coreano pegou em sua mão, antes de oferecer a mochila para Rick guardar sua arma. ㅡ E esse aí é o Frederick, o cara que falou contigo no rádio.
ㅡ Só Fred. - o Dixon disse, apertando a mão estendida do policial. Ele olhou para baixo novamente, ouvindo que alguns errantes estavam tentando subir a escada. ㅡ Merda.
ㅡ Vamos logo. - Glenn sugeriu, olhando para a escada em cima deles: ㅡ A boa notícia? É a queda que vai matar a gente.
ㅡ Sério, cara? - Fred soltou um riso anasalado, abaixando a cabeça e balançando a mesma enquanto ria.
ㅡ Sou um cara otimista. - Glenn disse.
ㅡ É, eu sei! - Fred riu outra vez. ㅡ Faça as honras, xerife. - disse, apontando para Rick ir bem atrás de Glenn.
Eles subiram de novo pelo aquele telhado, correndo por ele e se preparando para descer novamente por um alçapão. Rick parecia ainda meio surpreso com todo o estado da cidade e como estava lotada de infectados; claramente não era o cenário que esperava encontrar.
ㅡ Porque decidiram me ajudar lá no tanque? - o novato perguntou.
ㅡ Foi idéia do Glenn. - Fred disse.
ㅡ Eu acho que sou ingênuo de pensar que se fosse eu naquela situação alguém faria o mesmo por mim. - o Rhee respondeu, começando a descer. ㅡ Mas também não se engane, Fred também ajudou. Pode não parecer pela aparência de durão, mas ele tem um bom coração.
ㅡ Okay, coreano, sem sentimentalismo! - Fred disse, indo atrás dele. Rick veio em seguida, fechando a porta do telhado.
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Os três correram dentro daquele prédio de escritório, saindo pela outra porta de emergência e descendo nas escadas que haviam ali. Correram por ela, e quando estavam próximos do beco da loja, Fred avisou pelo rádio:
ㅡ Voltamos. Estamos com uma pessoa e quatro podres no beco.
ㅡ Vocês quem fizeram a barricada? - Rick perguntou, olhando o ônibus tampando a entrada da rua para o beco.
ㅡ Não, alguém fez. - Glenn respondeu. ㅡ Talvez quando a cidade foi infestada, mas não esperavam que essas coisas iriam passar por ela.
No mesmo momento, a porta da loja se abriu e T-dog e Morales saíram carregando pedaços de madeiras; eles abateram os dois errantes perto da porta, enquanto os outros homens corriam para dentro da loja. Assim que entraram e a porta se fechou, Andrea encurralou o novato e apontou a arma para ele.
ㅡ Desgraçado! Devíamos matar você! - a loira gritou.
ㅡ Andrea, se acalma. - Jacqui pediu.
ㅡ Me acalmar?! - a outra protestou. ㅡ Vamos morrer por causa desse imbecil.
ㅡ Pega leve, Andrea. - Fred se aproximou e pediu. Ele olhou para Rick e viu que ele parecia confuso, mas não assustado. ㅡ Então atira logo, vai! - falou para a mulher.
ㅡ Estamos todos mortos por sua causa! - ela disse, finalmente abaixando a arma e se afastando.
ㅡ Eu não entendi. - Rick disse.
ㅡ Viemos para a cidade buscar suprimentos para nossa sobrevivência! - Morales começou, puxando Rick pela loja. ㅡ Sabe o que isso significa? Entrar e sair em silêncio, não ficar atirando pela rua como um cawboy!
ㅡ Todos os caminhantes há quilômetros daqui ouviram seus tiros. - T-dog completou.
ㅡ Você tocou o sino do jantar. - Rebecca disse, enquanto Rick desviava o olhar para a porta.
Haviam diversos infectados batendo no vidro e tentando alcançá-los. Assim que conseguiram quebrar uma parte, o grupo se assustou e voltou para trás; Fred puxou Dominic pelo braço, colocando-se em frente do filho involuntariamente.
ㅡ O que estava fazendo lá fora afinal? - Andrea perguntou para Rick.
ㅡ Tentando avisar um helicóptero.
ㅡ Helicóptero? - Fred franziu o cenho. ㅡ Não tem helicóptero aqui, cara. Você viajou!
ㅡ Eu sei o que vi! - Rick protestou.
ㅡ Aí, tenta o rádio de novo. - Morales pediu para T-dog. ㅡ Tenta avisar os outros.
ㅡ O centro de refugiados? - Rick perguntou.
ㅡ É, eles vão estar nos esperando com biscoitinhos e água fresca. - Jacqui disse a ele com sarcasmo.
Frederick olhou para todos, franzido o cenho. Olhou para Dom, e ele pareceu notar o mesmo que si naquele momento. Os dois procuraram em volta mais um pouco, e por fim o mais velho suspirou, perguntando:
ㅡ Aí, cadê meu irmão?
Antes que alguém respondesse, um tiro foi disparado do telhado. Frederick gritou um palavrão e saiu correndo na frente. Subiu de dois em dois os degraus da escada e abriu a porta com um forte empurrão; assim que chegou no telhado, viu Merle disparando um rifle na beirada dele.
ㅡ Seu idiota, o que está fazendo?! - perguntou irritado para o irmão.
ㅡ Ei, irmão! - Merle deu uma risada seca. Fred franziu o cenho. ㅡ É melhor ter cuidado com um cara armado. Questão de bom senso!
ㅡ Você está gastando as balas que não temos! Está trazendo os mortos para cá! - T-dog disse, assim que chegou com os outros.
ㅡ Já não basta o chicano me enchendo o saco, agora vou ter que receber ordens de você?! - o Dixon mais velho disse. ㅡ 'Tá pra nascer o dia!
ㅡ 'Tá pra nascer o dia?! - T-dog franziu o cenho.
ㅡ T, não. Me deixe resolver! - Fred se aproximou rápido. ㅡ Desculpe por isso, mas deixe pra lá. Não vale a pena com o Merle. - disse ao colega. ㅡ E você, cala sua boca para seu próprio bem. Já temos problemas demais! - ele completou gritando para o irmão.
ㅡ Espera, deixe me falar o dia para ele! - Merle ignorou o irmão e continuou se aproximando de T-dog. ㅡ Está pra nascer o dia que vou receber ordens de um crioulo!
T-dog tentou acertar Merle, mas ele foi mais rápido e bateu a arma no rosto do negro. E depois mais um soco. E outro. Fred tentou o segurar, mesmo recebendo algumas cotoveladas no rosto; não parou, mesmo sendo em vão suas tentativas.
ㅡ Para, idiota! - ele segurou no ombro do irmão e o acertou, depois que Merle jogou T-dog num pedaço de metal.
Merle revidou o soco e também derrubou Fred, mas esse não desistiu. Já haviam estado muitas vezes naquela posição, e o mais velho sabia que seu irmão lutava assim como ele. Os dois rolaram no chão, com o restante do grupo gritando em sua volta.
Porém Fred havia ganhado alguns socos fortes no rosto, e ficou desorientado por alguns segundos. Quando voltou, viu o irmão tirando a arma e apontando para seu rosto; ficou assustado e parou de se mexer. Ouviu o grito dos que estavam em sua volta, e também Dominic implorando para Merle parar.
Fred olhou o bolso do irmão, vendo algo ameaçando sair dali e franziu o cenho. Um riso ácido saiu de sua boca, e ele tornou a olhá-lo com mais raiva.
ㅡ Está chapado, não é, cuzão?! - ele sussurrou. Merle ficou quieto também. ㅡ Por isso que quis vir. Sua despensa ficou vazia e veio atrás de mais carga!
ㅡ Cala boca, pirralho! - Merle bateu o cabo da arma no rosto de Fred e se levantou em seguida.
Dominic correu para o pai, ajudando-o se sentar, logo analisando o sangue em seu rosto. Os outros fizeram o mesmo com T-dog, que mesmo tendo apanhado menos que Fred, estava pior - por receber alguns pontapés no estômago e costelas -.
ㅡ Vamos conversar agora. Esclarecer quem realmente está no comando! - ele gritou para todos. Seu sorriso era ainda mais maníaco, agora cheio de sangue. ㅡ Eu voto em mim! Alguém mais? Levantem a mão, pessoal!
Morales levantou lentamente, a contra gosto e também com medo. Glenn e Rebecca fizeram o mesmo. Fred levantou o dedo do meio para o irmão, e Jacqui e Dominic repetiram seu gesto. Por último Andrea ergueu a própria mão, irritada e olhando da mesma forma para o Dixon mais velho.
ㅡ Isso aí! Eu sou o chefe! - Merle riu. ㅡ Alguém mais?
ㅡ Eu!
O Dixon se virou, sendo nocauteado de surpresa por Rick. O policial o segurou e empurrou para um pedaço de metal próximo, onde o prendeu com uma algema; em seguida colocou Merle sentado e o encarou bem de perto, enquanto ainda segurava suas vestes.
ㅡ Quem é você, cara?! - Merle perguntou.
ㅡ O policial amigo. - Rick respondeu, enquanto tirava a munição da arma do Dixon. ㅡ Escuta aqui, Merle, não existem mais negros, 'tá legal? E muito menos branquelos lixos como você. - ele dizia, ignorando o olhar de deboche do outro. ㅡ Existe carne branca e carne escura. A gente e os mortos! Vamos sobreviver trabalhando juntos.
ㅡ Vai se ferrar, cara. - Merle disse.
ㅡ Já vi que tem dificuldade de entender as coisas.
ㅡ É? Vai se ferrar outra vez.
Rick pegou a própria arma, destravando-a e apontando para a cabeça do homem.
ㅡ É melhor ser educado com um cara armado. Questão de bom senso. - disse ele.
Todos estavam observando em silêncio a cena. Fred não sentia nada diante do seu irmão sendo um "refém"; no fundo, estava agracendo a Rick por aquele gesto.
ㅡ Você não atiraria. - Merle disse com a voz trêmula. ㅡ É policial!
ㅡ Tudo o que eu sou agora é um homem procurando pela sua esposa e filho. - Rick disse. ㅡ Se alguém se meter no meu caminho, vai perder! Eu vou te dar um tempo para pensar nisso.
Rick finalizou, começando a revistar os bolsos de Merle. Achou o lugar onde Frederick havia visto anteriormente, e tirou de lá um pequeno saquinho com pó branco. Debochou do Dixon, se levantando e caminhando para a beirada do telhado.
ㅡ O que vai fazer? - Merle perguntou. ㅡ Não! Não! Filho da puta, isso é meu! - ele gritou, quando o homem jogou a droga para baixo.
Fred deu um sorriso de satisfação. Logo rangeu os dentes, enquanto tentava se levantar. Dom o impediu, estendendo também um pano para o pai.
ㅡ Isso 'tá bem feio. - o garoto disse, enquanto Fred limpava o sangue do rosto. ㅡ Mas, seu soco de direita nunca falha! - ele deu um sorriso.
ㅡ E nunca falhou. - Fred entrou na brincadeira. Ele finalmente se levantou, apoiado na parede do telhado. ㅡ Eu 'tô bem, garoto. - disse com a mão no ombro do filho.
ㅡ Eu sei, você sempre está. - Dominic sorriu.
Frederick correspondeu com dois tapinhas em seu braço, antes de sair mancando até o local onde Rick havia se afastado no telhado. Chegou ao lado do policial, disfarçando não ver sua mão tremendo levemente; o Dixon apenas continuou com o pano no rosto, segurando a ferida que provavelmente estava aperta em um pequeno corte.
ㅡ Se não falasse, nunca iria suspeitar que eram irmãos. - Rick quebrou o silêncio. ㅡ São duas pessoas completamente diferentes.
ㅡ É, eu e Daryl sempre ouvimos isso. - Fred murmurou. ㅡ Merle é um babaca desde sempre, não compensa muita das vezes brigar. Daryl e eu já desistimos. - completou olhando-o. ㅡ Não é policial daqui, 'né?
ㅡ Não. Sou do interior. - Rick respondeu.
ㅡ Bem, eu também. Viemos de Canton. - Fred disse. ㅡ Seja bem-vindo à cidade grande, policial amigo que vem lá do interior. Você vai adorar a vista daqui!
Os dois olharam para baixo do prédio, onde milhares de errantes ainda caminhavam pela rua. Estavam cercados naquele lugar.
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Fred e Rick voltaram para perto do restante do grupo logo em seguida; T-dog estava com o rádio em mãos e ainda tentava contato com o acampamento. Merle resmungava algumas vezes, mas era ignorado. E os demais também observavam a situação na rua principal, assim como agora os dois homens que voltavam a juntaram à eles faziam.
ㅡ Como está o sinal, T-dog? - Morales perguntou mais uma vez.
ㅡ Aposto que como o cérebro do Merle. - Fred quem disse. E completou olhabdo o irmão por cima dos ombros: ㅡ Pequeno e inexistente.
T-dog concordou. Merle levantou o dedo do meio para eles, e seu irmão mais novo soltou um riso anasalado satisfeito com sua reação. Fred voltou a virar o corpo e sua atenção em direção da avenida embaixo deles.
ㅡ Temos que pensar em um jeito de sair daqui. Talvez os esgotos? - Rick disse.
ㅡ Sem chances. - Rebecca avisou. ㅡ Meu irmão e eu tentamos esse caminho algumas vezes quando estávamos na cidade. Alguns estão com as saídas trancadas e outros interditados com os caminhantes.
ㅡ Ótimo! - Andrea suspirou frustada.
ㅡ Pensaremos em outra coisa. - Rick perguntou para ninguém em específico: ㅡ O que vocês sabem sobre eles? - se referiu aos infectados.
ㅡ Bem, eles andam em grupos, são atraídos por sons e também cheiro. - Glenn respondeu.
ㅡ Cheiro? - o Grimes indagou.
ㅡ É, cara. Meio óbvio isso, não é? - Fred disse, ganhando a atenção do homem. ㅡ Eles cheiram podre, à morte. Nós não. Somos carne fresca para eles.
Rick pensou por um instante ao ouvir aquela informação. Depois, disse que tinha a seguinte idéia: iriam se camuflar com as entranhas dos mortos para atravessarem a rua e chegar até o canteiro de obra no final da mesma; usariam um dos caminhões para sair da cidade.
Ele contou o plano enquanto desciam as escadas outra vez para a loja no térreo. Os demais ouviram com total indignação, e apenas quando chegaram e ouviram toda aquela idéia absurda do Grimes foi que Morales pôde protestar:
ㅡ É idiotice o que está sugerindo!
ㅡ Se existisse uma modalidade de "ideias ruins" nas olimpíadas, essa ganharia medalha de ouro facilmente! - Glenn disse, enquanto Rick lhe empurrava luvas de borracha nas mãos. Rebecca ao seu lado não resistiu uma risada.
ㅡ Está parando para ouvir o que está sugerindo, xerife?! - Frederick abordou o Grimes. ㅡ Isso tem tudo para ser uma idéia suicida!
ㅡ Mas estamos ficando sem tempo para pensar em algo melhor, certo? - Rick avisou.
ㅡ Então, o seu plano é se cubrir disso e simplesmente sair lá fora?! - Fred perguntou.
ㅡ Não, eu já disse! - Rick parou em sua frente, ofegando com o tempo que perdiam. ㅡ Vamos até aquele canteiro de obras, pegamos um caminhão e tiramos todos daqui!
ㅡ E pensou também em um jeito de se livrar de todos aqueles cabeças podres, policial?! - Dom parou ao lado do pai, sustentando uma expressão de indignação parecida com a do mais velho. ㅡ Porque, caso não tenha notado, estamos cercados nesse lugar por eles! - o garoto ditou o óbvio.
ㅡ Pensarei nisso depois. - Rick disse, empurrando um jaleco e luvas na direção de Fred antes de deixá-los.
O Dixon viu o homem passando por si outra vez; no mesmo instante, também olhou para a fachada da loja e viu o mar de errantes que havia se acumulado por ali. Ele suspirou, um pouco irritado, apertando o jaleco em mãos e seguindo o grupo para a sala de estoque do prédio - não antes de trocar um olhar com seu filho, que compartilhava seus sentimentos diante a idéia.
Morales e T-dog haviam saído no beco e puxado para dentro um dos corpos que haviam abatido um pouco mais cedo, enquanto o grupo terminava de se vestir com aqueles jalecos e as luvas de borracha em suas mãos. Assim que o corpo foi jogado em sua frente, todos o observaram.
Houve um profundo silêncio de todos, até mesmo Rick. Ele, que estava com um machado em mãos, observava o morto com um expressão indecifrável; suspirava, criando forças para mover seu corpo e ter alguma atitude. Assim que finalmente fez e avançou, todos ofegaram e viraram os rostos, mas o Grimes não abaixou o machado em suas mãos.
Fred notou seu impasse, e também quando o homem deu as costas ao errante outra vez. O viu naquele dilema mais duas vezes, até que Rick jogou a arma no chão e retirou suas luvas. Ele se abaixou, revistando os bolsos do corpo, até que tirou uma velha carteira da parte de trás da calça.
ㅡ Wayne Dunlab. - Rick leu em um documento retirado da carteira. ㅡ Ele é da Geórgia. Nasceu em 1979. Tinha vinte e oito dólares no bolso quando morreu, e a foto de uma garota bonita na carteira. "Com amor, da sua Rachel." - o Grimes virou a foto, também lendo a assinatura que havia ali. ㅡ Ele era como a gente. Preocupado com as contas, futebol, trabalho... Se eu encontrar minha família, vou dizer a eles sobre o Wayne. - o homem concluiu.
Frederick ajeitou sua postura, erguendo o olhar para uma janela, assim que viu Rick se levantando para colocar sua viseira de proteção e luvas outra vez. Ele estava determinado, e dessa vez o machado não parou no ar. Os outros ofegaram, enquanto o Grimes acertava várias vezes o corpo do errante, o abrindo e deixando suas entranhas de fora.
ㅡ Eu acho que vou vomitar. - Glenn murmurou, enquanto Rick pediu para Morales continuar a acertar o corpo.
ㅡ Depois. - o Grimes lhe disse. ㅡ Todos estão de luva? Não deixem cair na pele e nem nos olhos. - e ele foi o primeiro a se abaixar para pegar entranhas e passar em seu corpo.
ㅡ Por Deus... - Andrea murmurou, enquanto também se abaixava, para ajudá-los.
Fred sentia seus olhos arderem, já que tentava segurar um pouco da respiração para evitar inalar aquele cheiro forte de podridão. Sentiu a textura das estranhas em suas mãos cobertas com as luvas de borracha, e logo estava passando-as na frente do seu corpo. Soltou um suspiro e balançou a cabeça para disfarçar a vontade que teve de vomitar.
ㅡ Isso é completamente insano! - ouviu Dominic murmurando, enquanto o garoto lhe ajudava. Ele não controlava sua expressão de nojo ao manusear as entranhas do errante.
ㅡ É muito horrível! - Glenn também murmurou, com o tom de voz apavorado. Ele fechou os olhos e levantou o rosto, evitando olhar novamente para seu corpo sendo coberto de sangue podre.
ㅡ Pense em outras coisas... em crianças e filhotes. - Rick disse.
ㅡ Crianças e filhotes mortos! - T-dog disse friamente.
ㅡ Dog! - Fred exclamou indignado ao homem, ao mesmo tempo em que Glenn se virarava e vomitava no outro lado da sala.
ㅡ Isso é crueldade, T-dog! - Andrea disse.
ㅡ Temos o cheiro deles? - Rick perguntou.
ㅡ É, pode apostar que têm! - Dom falou, franzindo o nariz.
ㅡ Ótimo.
ㅡ Glenn... - Andrea o chamou. ㅡ Toma, caso precise. - ela disse, colocando sua arma no cós da calça do rapaz.
ㅡ Se voltarmos, estejam prontos. - Rick disse para os que ficariam.
ㅡ "Se"?! Vocês vão voltar! - Rebecca disse seriamente, num tom que os homens ficariam com medo de desobedecer.
ㅡ Rick, e quanto ao meu irmão? - Fred perguntou ao Grimes antes de saírem. ㅡ Ele é um otário, mas ainda é família. Minha família! E eu não abandono nenhum deles.
Rick observou o homem, mas não respondeu nada; ao invés, ele apenas tirou uma pequena chave do bolso da calça e jogou para T-dog. O Dixon olhou para ele, acenando levemente sua cabeça em um mudo agradecimento.
ㅡ Me dê o machado. - Rick se virou em seguida para Morales. ㅡ Precisamos de mais entranhas no corpo. - disse, e de uma única vez abaixou o machado no corpo no chão. Todos, pegos de surpresa, ofegaram e exclamaram em horror diante a cena.
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Frederick, Rick e Glenn saíram pela porta dos fundos do departamento, diretamente no beco isolado. O primeiro, antes de sair completamente do lugar, lançou um olhar para Dominic, preocupado e pedindo que se cuidasse; o garoto sorriu minimamente, acenando em concordância, antes de ver o pai deixá-lo na porta da loja.
Os três homens desaceleraram seus passos, começando a andar arrastando seus pés; o único errante que havia ali se virou para eles, mas pareceu os ignorar. Seguindo o caminho, eles se apressaram para passar por baixo da lixeira que barrava a entrada do beco.
Já na rua principal, com ainda mais errantes em sua volta, o trio caminhou com menos pressa ainda. Seus pés arrastavam no chão, e evitavam mexer suas cabeças. Fred obsevava tudo apenas com sua visão periférica, percebendo que realmente pareciam estar conseguindo passar despercebidos pelos errantes.
ㅡ Não acredito que está funcionando. - Glenn murmurou.
ㅡ Apenas continue andando sem chamar atenção. - Rick o alertou.
Uma errante se virou para a direção do coreano, se aproximando um pouco mais; o rapaz fez seus pés se arrastarem com mais força no asfalto e começou a imitar falsos grunhidos dos infectados. Fred, que os seguiam de trás, deu um sorriso de canto e achou graça mentalmente da personalidade do Rhee.
No instante seguinte, um alto trovão ecoou pelos céus. Os três sentiram finas e curtas gotas de chuva em seu rosto; trocaram tensos olhares, e de alguma forma aceleraram seu ritmo, ainda mantendo o jeito arrastado de andar entre os errantes.
Porém, a chuva se tornou mais grossa. Fred sentiu a água cobrir seus cabelos e olhou para baixo, notando que grande parte dos pedaços de entranhas em seu jaleco haviam sido lavadas. Glenn e Rick notavam o mesmo em seus próprios corpos. Os três pararam de andar, com um errante se virando e avançando em sua direção.
ㅡ O cheiro saiu, não foi?! - Glenn perguntou apavorado.
ㅡ Não, não saiu. - Rick tentou acalmá-lo, enquanto via aquele errante mais próximo e outros também os notarem.
ㅡ Para com isso, cara. Essa merda falhou sim, confessa! - Fred disse, já arrancando sua faca do coldre.
ㅡ É, talvez tenha. - o Grimes disse, acertando o machado em um errante que havia se aproximado e tentado lhe atacar.
Frederick usou sua faca para lutar, acertando em um único golpe seguido dois errantes. Ele e os outros começaram a correr pelo restante da rua, desviando-se dos caminhantes pelo caminho e ignorando os diversos que agora os seguiam. O Dixon usou sua faca mais algumas vezes, e também usou sua força para empurrar alguns corpos pelo caminho.
Os três logo chegaram na grade do canteiro de obras, e não esperaram para começarem a escalar. Assim que caíram do outro lado, os homens tiraram com urgência os jalecos sujos de seus corpos.
ㅡ A chave não está aqui! - Glenn disse, após ir conferir um caminhão próximo.
Rick correu até o quadro onde guardavam as chaves e por sorte a encontrou ali. Ele correu para o veículo, enquanto Fred atirava uma flecha no único errante que havia conseguido pular a grade; em seguida, após recuperar o objeto, o Dixon pulou para dentro do veículo com os dois homens. Assim que fechou a porta, uma batida no vidro os assustaram.
Era um errante de um trabalhador da obra, que logo foi deixado para trás por Rick, que acelerou o caminhão. Glenn e Fred se seguraram enquanto o Grimes pisou mais ainda no acelerador, não parando diante do portão fechado e cheio de errantes. O homem quebrou o local e atropelou todos aqueles corpos, logo deixando os que sobraram para trás.
ㅡ Eles estão em todas as partes! - Glenn disse.
ㅡ Vocês precisam levar eles para longe. - Rick disse aos dois. ㅡ Sabem aquelas portas de correr na frente da loja? Precisam deixar essa parte limpa! Digam aos outros para desceram e ficarem prontos! - ele completou ao asiático.
ㅡ Como acha que vamos fazer isso?! - o Rhee perguntou.
ㅡ Barulho. - Fred murmurou, vendo Rick parar em frente à uma garagem de carros luxuosos.
Compreendendo o plano, Fred foi o primeiro a descer do caminhão. Mesmo admirado por todos aqueles caríssimos modelos bem à sua frente, praticamente abandonados, o homem se controlou e foi para perto do primeiro da longa fila.
ㅡ Isso ajuda? - Rick perguntou, estendendo uma chave de fenda para o Dixon.
ㅡ Dá até um aperto no peito de fazer isso com essa belezinha. - ele murmurou, antes de acertar o vidro de um Dodge Challenger. Logo o alarme começou a disparar por toda a rua, em um som alto que até mesmo os incomodavam por estarem tão próximos. ㅡ Isso me faria ser preso por roubo, não? - o Dixon perguntou, abrindo a porta e se abaixando abaixo do volante.
ㅡ Isso não vale mais, não é? - Rick respondeu, com as mãos na cintura.
Fred sorriu, sem que os dois pudessem ver, já que estava abaixado mexendo em alguns fios da parte elétrica do carro. Ele ainda murmurou consigo mesmo:
ㅡ Um dos únicos pontos positivos do apocalipse. - e mais um sorriso cresceu em seu rosto, quando colocou aquela chave de fenda na ignição e ouviu o ronco do motor do Dodge Challenger.
Fred ficou ali mesmo, enquanto Glenn deu a volta e se sentou no banco do passageiro. Rick disse mais uma vez para afastarem os infectados e avisarem o grupo, antes de ir até o caminhão e seguir por outra rua.
ㅡ Os planos desse cara são muitos ruins, mas funcionam de uma maneira esquisita no final das contas, isso não é doido? - Glenn disse com um meio sorriso. Fred balançou a cabeça com o mesmo sorriso, incapaz de discordar daquilo. O Rhee disse ao rádio: ㅡ Nas portas de correr que dão para a rua, encontrem a gente lá!
No mesmo instante que desligou, Glenn precisou se agarrar firme ao banco. Fred sorriu ao pisar no acelerador de uma vez e testar a potência do carro; correu naquela rua livre, mudando as marchas e pisando no freio tão rápido para que fizesse as curvas derrapando pelo asfalto, deixando marcas pelo mesmo.
ㅡ Fred! - Glenn exclamou, num misto de pavor e risada mal contida. Olhando o amigo, o viu se virando em sua direção e dando uma risada, parecendo animado de uma forma que ainda não havia visto. ㅡ Cara! - o coreano chamou em alerta daquela vez, se segurando rapidamente no suporte sob a porta.
ㅡ Qual é! Ninguém que está nas ruas vai sair ferido. Me deixe brincar um pouco! - Frederick disse. Glenn riu outra vez. ㅡ E a propósito, isso está funcionando. É o que importa! - ele completou, olhando pelo retrovisor e notando que alguns errantes se viraram para si ao passarem.
Fred voltou a olhar para frente; pisou nos pedais do carro e novamente mexeu na marcha. Girando completamente o volante e outra vez soltando o pé do freio, ele fez com que o Dodge Challenger fizesse a curva totalmente aberta naquela avenida; o barulho no asfalto durou alguns segundos, e os homens comemoraram juntos quando voltaram a andar em linha reta.
ㅡ É como estar naqueles filmes de rachas ilegais nas ruas! - Fred riu ao comentar.
Em frente, puderam notar a porta em que haviam pedido para o grupo os esperarem. Haviam alguns errantes ali, e o Dixon olhou pelo retrovisor para ver os demais que os seguiam. O homem diminuiu a velocidade e Glenn colocou metade do corpo para fora do carro, começando a gritar para que os infectados os seguissem; o coreano batia na lataria e Fred buzinava - além de novamente fazer com que o motor soasse alto -.
Fred olhou novamente para o retrovisor, agora com todos aqueles errantes o seguindo. Glenn continuou chamando sua atenção, e o Dixon acelerou para longe daquela rua. Os errantes começaram a se dispensar pelo caminho, bem quando já estavam longe há tempo suficiente para o grupo sair da loja.
ㅡ Acha que conseguiram? - Glenn perguntou, entrando novamente no carro.
ㅡ Com certeza. - Fred disse, acelerando mais e virando em duas esquinas seguidas para conseguir dispensar os errantes deles próprios daquela vez. ㅡ Vamos embora agora!
Fred acelerou novamente, dessa vez em direção à saída de Atlanta, mas fazendo questão de fazer curvas e testar a potência do motor do Dodge Challenger. Ele e Glenn riam a cada errante que acabavam atropelando, e o Dixon roncava o motor do carro para comemorar.
Os dois gritaram quando chegaram na rodovia principal de Atlanta. Seus gritos de adrenalina ecoando pela rodovia junto com o alarme ainda ligado do Dodge Challenger. Fred pisou no acelerador, sorrindo e fazendo alguns batuques no volante; realmente estava feliz pelo simples motivo de estar dirigindo um carro daquele nível, que achou ser possível apenas em seus sonhos.
ㅡ Lá estão eles! - Glenn apontou para o único caminhão que os acompanhava na estrada.
ㅡ Vamos, xerife. Esse é seu melhor? - Fred riu, enquanto acelerava outra vez e ultrapassava o caminhão, dirigido por Rick.
Fred buzinou, enquanto Glenn gritava e olhava para eles por fora do vidro. Assim que voltou para dentro, o coreano riu junto ao Dixon, que olhava para frente outra vez, ainda com pé no acelerador - como se fosse ainda possível aumentar a velocidade em que estavam -.
𓂃 。゚ㅤnotes of author !
Fred e Glenn amiguinhos sim 😭💖
Merle como sempre sendo um
babaca, mas aqui ele ainda vai
piorar com o Fred, por águas do
passado 👀
E já disse que amo a skin do
Fred sendo papai? É tão fofo
ele com os meninos - e ainda
vamos ter a Nina mais pra
frente 😭
O que acharam do capítulo?
Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo! ❤
𝐟𝐢𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐚 𝐬𝐚𝐥𝐯𝐨 🧟♂️
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