𝐬𝐞𝐭𝐞. feliz aniversário, Bob!
capítulo sete. feliz aniversário, Bob!
❛ I could say I'm sorry But I don't
wanna lie
I just wanna know if staying
Is better than goodbye
The skies are black and blue
I'm thinking about you. ❜
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⠀⠀⠀⠀⠀ A Base Aérea de Miramar estava cheia de energia naquela manhã de verão. O céu era de um azul impecável, e o sol brilhava intensamente, refletindo nas fuselagens reluzentes das aeronaves alinhadas na pista, como se também celebrasse o dia especial. O som de risadas e conversas ecoava pelos corredores, misturando-se com o ruído dos motores ao longe, criando uma atmosfera de excitação.
Era o aniversário de Bob, um dos pilotos mais queridos da esquadrilha, conhecido por sua habilidade técnica e por ser o "coração" do grupo. Seu jeito tranquilo e bem-humorado fazia com que todos se sentissem à vontade, e ninguém queria perder a oportunidade de retribuir todo o carinho que ele sempre demonstrava.
Os preparativos começaram logo ao amanhecer, e o hangar principal havia se transformado em um verdadeiro quartel-general de festa. Phoenix e Payback lideravam os esforços para decorar o espaço, discutindo onde pendurar as faixas ou ajustar os balões. No centro da decoração, uma enorme bandeira com "Feliz Aniversário, Bob!" em letras garrafais era o ponto de destaque, chamando a atenção assim que alguém entrava no local. A mesa de doces já estava quase pronta, repleta de cupcakes personalizados com pequenos caças desenhados na cobertura.
Cada piloto tinha uma tarefa específica, e a divisão do trabalho refletia a disciplina e a eficiência características do esquadrão. Enquanto alguns cuidavam da comida e das bebidas - uma mistura de lanches caseiros e encomendas de última hora - outros ajustavam detalhes como iluminação e som. Até mesmo os engenheiros e mecânicos da base contribuíram, garantindo que tudo funcionasse perfeitamente.
No entanto, entre toda a agitação, era impossível não notar o entusiasmo de Rooster. Bradley Bradshaw estava particularmente animado, supervisionando cada detalhe com um sorriso no rosto. Bob não era apenas um colega, mas um amigo próximo, alguém em quem ele confiava dentro e fora do cockpit. Para ele, o dia precisava ser perfeito, porque Bob merecia nada menos que isso.
Enquanto ajustava a mesa de presentes - cuidadosamente organizada com embrulhos de tamanhos e formatos variados -, ele percebeu a entrada de Anneliese Graham, mais conhecida como Haze. Ela carregava uma caixa de enfeites adicionais, parecendo concentrada em sua tarefa, mas havia algo na postura dela que chamou a atenção de Bradley. Desde a noite anterior, a tensão entre eles era palpável. Uma conversa interrompida sobre o passado havia deixado as coisas no ar, e Rooster sabia que, mais cedo ou mais tarde, precisariam lidar com aquilo.
Haze manteve-se ocupada, evitando ao máximo cruzar o olhar com ele. Seu foco parecia estar completamente nos detalhes da decoração, mas Bradley sabia que ela sentia o mesmo desconforto que ele. Ele hesitou por um momento, as mãos parando brevemente no meio de uma tarefa, antes de respirar fundo e voltar sua atenção para os preparativos.
A conversa com ela era inevitável, mas como começar? Ele não tinha ideia. Tudo o que sabia era que precisava encontrar uma maneira de abordar o assunto sem transformar o dia em algo que não fosse sobre Bob.
O som de risos ao fundo trouxe Bradley de volta para o presente. Phoenix passava, carregando um bolo decorado com o tema da aviação, e brincou com ele ao perceber o olhar distante. "Ei, Roos! Concentra aí, a festa é daqui a pouco!"
Ele riu, tentando disfarçar. "Já tô concentrado! Só pensando nos últimos detalhes."
Bradley ajeitou uma última fita na mesa de presentes, mas seu foco estava longe dali. O olhar rápido que lançou a Anne foi suficiente para perceber que ela se aproximava com uma expressão hesitante, mas determinada. Quando ela parou ao seu lado e o chamou em um tom baixo e cauteloso, ele soube que a conversa que vinha adiando finalmente estava prestes a acontecer.
"Ei, Roos, podemos conversar?" A voz dela era controlada, mas carregava um peso inconfundível.
Ele suspirou profundamente e se virou para encará-la, já sentindo a tensão familiar se instalar entre eles.
"Haze, eu não quero mais relembrar o passado, tudo bem?" disse ele, a voz baixa, mas firme.
Anne franziu o cenho, surpresa e claramente incomodada pela frieza das palavras de Bradley. "Brad, eu não estou entendendo onde você quer chegar," disse ela, tentando manter a calma, embora sua paciência estivesse se desgastando rapidamente.
Bradley balançou a cabeça, desviando o olhar por um breve momento antes de encará-la novamente. Seus olhos estavam brilhando com uma mistura de determinação e dor mal disfarçada. "Eu só... não posso continuar revivendo isso," ele disse, com uma ênfase que a fez piscar. "É melhor para nós dois se mantivermos as coisas profissionais daqui pra frente."
Aquilo atingiu Anne como um soco no estômago. A frustração crescia dentro dela, borbulhando como lava prestes a explodir. Ela respirou fundo, lutando para manter o controle, mas sua voz já soava carregada de irritação contida. "Era pra termos feito isso desde o começo," disparou, suas palavras afiadas como navalhas. "Talvez assim nada disso teria acontecido."
Bradley abriu a boca para responder, mas hesitou, sentindo o peso das palavras dela. Ele deu um passo em direção a ela, tentando explicar. "Anne, não é assim que eu queria que-"
"Exatamente, Rooster!" Anne interrompeu, sua frustração transbordando. Ela cruzou os braços, como se estivesse tentando se proteger do impacto emocional daquela troca. "Se tivéssemos mantido tudo profissional, nada teria saído do controle. Talvez você não estivesse aqui me tratando como uma estranha agora!"
Bradley sentiu o estômago revirar. Ele sabia que ela tinha razão em partes, mas era incapaz de admitir isso no momento. Havia muita coisa não dita entre eles, e agora parecia que qualquer palavra poderia se tornar uma arma.
A tensão era quase tangível, como uma corda esticada prestes a se romper. Mas antes que eles pudessem afundar ainda mais naquela conversa carregada de mágoas, a porta do hangar se abriu com um rangido alto. Bob entrou, suas sobrancelhas levantadas em surpresa ao ver as decorações coloridas, a mesa cheia de comida e a grande faixa com "Feliz Aniversário" estampada.
"Surpresa!" Todos gritaram em uníssono, suas vozes enchendo o hangar e, por um breve momento, dissipando a nuvem pesada que pairava entre Anne e Bradley.
Bob riu, claramente emocionado, enquanto Phoenix e Payback corriam para abraçá-lo e explicar como haviam planejado tudo. "Isso é incrível, pessoal! Eu realmente não esperava por isso."
Anne aproveitou o momento para se afastar, sua postura rígida enquanto ela fingia estar interessada em ajustar alguns balões. Bradley ficou parado por um instante, observando-a de relance antes de voltar sua atenção para Bob, forçando um sorriso enquanto o grupo se reunia ao redor do aniversariante.
Mas, mesmo com o ambiente agora cheio de risadas e conversas animadas, a tensão entre eles não desapareceu. Era um lembrete constante de que, mais cedo ou mais tarde, precisariam enfrentar o que estava por trás de tudo aquilo.
Bob estava genuinamente emocionado, abraçando cada um de seus companheiros de equipe e agradecendo o esforço de todos com sinceridade. Suas palavras de gratidão misturavam-se às risadas e piadas que ecoavam pelo hangar. A festa logo ganhou vida, com Phoenix e Payback liderando as brincadeiras e outros pilotos se revezando para entregar presentes criativos e absurdos para o aniversariante.
Enquanto o grupo estava absorvido pela celebração, Rooster permaneceu em silêncio, seus olhos frequentemente encontrando Anne do outro lado da sala. Ela parecia estar se divertindo, conversando com Hangman e rindo de algo que ele disse. O sorriso dela era brilhante, mas Bradley sabia reconhecer quando era um esforço para disfarçar. Ele próprio já tinha recorrido a isso muitas vezes.
A frustração crescia dentro dele, como uma chama que ele não conseguia apagar. Ele queria afastar o passado, enterrar os sentimentos que insistiam em voltar à superfície, mas era como se algo mais forte o puxasse para ela. O conflito interno o consumia, mas ele estava decidido a manter sua resolução. "Deixa pra lá, Brad," ele murmurou para si mesmo, virando-se e se forçando a focar na festa.
Anne, por sua vez, sentia o peso de cada interação, mesmo enquanto tentava parecer despreocupada. As risadas, as vozes animadas e o barulho das conversas pareciam abafados, como se ela estivesse distante, presa em um vácuo de emoções conflitantes. Depois de algum tempo, ela discretamente deixou o grupo e caminhou para uma área mais isolada do hangar. A sombra de uma parede a acolheu, oferecendo um pouco de alívio do calor do sol e, talvez, do turbilhão dentro dela.
Encostando-se na parede fria, Anne ergueu os olhos para o céu azul acima, tentando encontrar clareza em meio ao caos de seus pensamentos. Como eles haviam chegado àquele ponto? Bradley tinha sido uma parte tão importante de sua vida, e agora parecia impossível até mesmo manter uma conversa sem que o passado se infiltrasse como um fantasma indesejado.
Natasha, sempre atenta, percebeu o desaparecimento da amiga. Com passos determinados, Phoenix se aproximou, interrompendo os pensamentos de Anne.
"Ei, Ann', você está bem?" A voz de Natasha era suave, mas carregava uma preocupação genuína que só ela sabia expressar.
Anne sorriu, embora fosse um sorriso fraco e distante. "Sim, Nat. Só... muita coisa acontecendo na minha cabeça." Ela não precisava dizer mais nada; Phoenix entendia.
Natasha cruzou os braços, observando a amiga com cuidado. "Olha, eu não vou forçar nada, mas sabe que pode me chamar pra desabafar ou até pra fugir daqui, se quiser." O comentário trouxe um sorriso mais verdadeiro ao rosto de Anne.
"Obrigada, Nat," disse ela, com sinceridade. "Mas eu vou ficar bem. Só preciso de um tempo."
Phoenix assentiu, satisfeita. "Só não some por muito tempo. Você sabe que esses idiotas não sabem sobreviver sem a gente," ela brincou, piscando para Anne antes de voltar à festa.
Sozinha novamente, Anne permitiu que seus pensamentos a alcançassem mais uma vez. O que a incomodava não era apenas a conversa com Bradley, mas o que vinha depois. Ele parecia disposto a encerrar tudo, colocar um ponto final onde ela mal tinha conseguido processar o que sentia. Mas, para ela, aquele ponto final não parecia definitivo. Era mais como uma pausa... um ponto seguido de reticências, deixando espaço para o que poderia vir depois.
Enquanto Anne pensava, Bradley, do outro lado do hangar, também lutava contra seus próprios demônios. Ele achava que tinha encerrado o capítulo com Anne, mas algo o incomodava, como uma página que se recusava a ser virada. Talvez fosse o olhar dela, ou o jeito como sua risada parecia diferente agora. Talvez fosse o fato de que, por mais que tentasse, ele não conseguia tirá-la da cabeça.
★★★
"A usina de urânio, que é seu alvo, entrará em operação antes do esperado," começou Warlock, com um tom de voz grave que imediatamente capturou a atenção de todos. "O urânio bruto será entregue na usina em dez dias. Como resultado, a missão foi adiantada uma semana." O silêncio no hangar era quase palpável enquanto os pilotos processavam a informação. Eles se entreolharam, trocando olhares tensos.
"Para evitar a contaminação do vale com a radiação," continuou ele, enfatizando a urgência.
Payback foi o primeiro a quebrar o silêncio. "Senhor, ninguém aqui fez um voo rasante com êxito." Sua voz não soava como uma objeção, mas como uma constatação dura da realidade.
"As ordens são para prosseguir," afirmou Warlock, com firmeza. Ele virou-se para Maverick. "Capitão."
Maverick deu um passo à frente, encarando a equipe. Seu tom era mais direto, mas ainda carregava a gravidade da situação. "Temos uma semana para nos concentrarmos na fase dois. É o estágio mais difícil da missão. Um ataque rápido com mergulho, que exige dois milagres consecutivos."
Os rostos dos pilotos refletiam a tensão crescente. Ninguém ali subestimava o desafio. Maverick continuou, traçando a estratégia: "Duas duplas de F-18 voam numa formação colada. Trabalho em equipe. A coordenação exata das aeronaves é essencial para o sucesso da missão e para a sua sobrevivência."
Ele caminhou até o mapa tático projetado na tela, apontando para a área do alvo. "A usina fica entre duas montanhas. Na aproximação final, vão virar no dorso e mergulhar fundo. Isso permitirá manter a altitude mais baixa possível e alcançar o único ângulo de ataque viável."
"O alvo é um ponto de impacto com menos de 3 metros de largura," continuou ele, virando-se para a equipe. "Uma aeronave de dois lugares marcará o alvo com laser. A primeira dupla romperá o reator, lançando uma bomba guiada a laser na abertura de ventilação. Isso criará uma brecha para a segunda dupla. É o milagre número um."
Haze e Phoenix trocaram um olhar tenso, enquanto Maverick continuava. "A segunda equipe realizará o abate, destruindo o alvo. Isso é o milagre número dois."
Payback olhou para Fanboy, que estava quieto ao lado, como se buscasse conforto no parceiro. A pressão era evidente.
"Se uma equipe errar o alvo," completou Maverick, "a missão falhou."
"Abandone numa puxada apertada e com todo G." , disse Maverick.
"Nessa velocidade, dará, no mínimo, oito Gs," Jake calculou, os olhos fixos no mapa.
"Nove, no mínimo," corrigiu Maverick, sem hesitar.
Rooster, sempre técnico, acrescentou: "O limite estrutural da fuselagem do F-18 é de 7.5."
"Esse é o limite aceito," respondeu Maverick. "Para sobreviver, puxarão além disso, mesmo que entorte a estrutura."
O silêncio voltou ao hangar, pesado com o peso das palavras de Maverick. Ele olhou ao redor, vendo a seriedade nos rostos dos pilotos. "Darão uma puxada tão forte que pesarão cerca de 900 kg. O crânio esmagando a coluna, os pulmões implodindo como se um elefante sentasse no seu peito. Lutando com todas as forças para não desmaiar. E é aí que estarão mais vulneráveis."
Cyclone, ao lado, suspirou profundamente, balançando a cabeça. Ele sabia o que estava por vir, e todos os pilotos também.
"É a Borda do Envelope," continuou Maverick, a expressão sombria. "Presumindo que não colidam com a montanha, subirão direto para o radar do inimigo, perdendo toda a velocidade. Em segundos, serão atacados pelos SAMs inimigos."
Os olhos de Phoenix estavam fixos em Maverick, absorvendo cada detalhe. Quando ele fez uma pausa, ela finalmente perguntou, com uma mistura de ceticismo e seriedade: "Senhor, isso é realizável?"
Maverick a encarou, seu olhar passando rapidamente por todos os pilotos antes de responder. "A resposta a essa pergunta," ele disse, sua voz calma mas cheia de peso, "dependerá do piloto na cabine."
Ele fixou os olhos em Rooster, que manteve o contato visual, a determinação refletida em sua postura. Era como se o próprio Maverick estivesse desafiando cada um deles a provar que poderiam ser os melhores, mesmo diante de uma missão quase impossível.
★★★
Após o acidente com o pássaro que atingiu a aeronave de Phoenix e Bob, o clima no hangar e na enfermaria estava tenso. Anne e Bradley permaneciam do lado de fora, separados por um silêncio desconfortável, ambos digerindo os eventos do dia. A briga de mais cedo ainda pairava entre eles, como um muro invisível que nenhum dos dois parecia disposto a escalar.
A porta da enfermaria se abriu, e Maverick surgiu com uma expressão séria, mas levemente aliviada. "A Phoenix e o Bob ficarão no hospital em observação," anunciou ele, parando próximo aos dois. "Ficarão bem."
"Bom," disse Rooster, em tom seco.
Anne soltou um suspiro curto e acenou com a cabeça, já se preparando para sair. Mas antes que pudesse dar o primeiro passo, Bradley falou, sua voz baixa e carregada de algo que parecia frustração. Ele ainda não olhou para ela ou para Maverick.
"Nunca perdi um ala."
Maverick, com a experiência de quem já viu muito, respondeu calmamente: "Tem sorte. Se voar muito, vai acontecer. Mas haverá outros."
Bradley virou-se para encarar Maverick, sua expressão endurecida, e retrucou: "É fácil para você falar. Não tem esposa, nem filhos." Anne parou ao ouvir isso, sua atenção completamente focada em Brad. Ela sabia exatamente onde ele queria chegar, e sua preocupação crescia. "Ninguém para de chorar por você quando explodir."
"Bradshaw," Anne interveio, tentando cortar o rumo perigoso que a conversa tomava, mas sua voz não pareceu surtir efeito.
Maverick, percebendo a tensão crescente, desviou o olhar para a janela e falou, num tom finalizador: "Vão para casa e descansem. Temos um longo dia amanhã."
Anne, ainda inquieta, levantou-se, passando por Brad sem olhar para ele. Ao chegar próximo a Maverick, parou e o abraçou rapidamente. Ele parecia surpreso, mas retribuiu o gesto com um leve aperto no ombro dela. Ela saiu sem dizer mais nada, deixando Brad e Maverick sozinhos.
Bradley, no entanto, não deixou a conversa morrer. Ele se virou completamente para Maverick, sua expressão agora cheia de mágoa e raiva contida. "Por que invalidou meus documentos na Academia? Porque ficou no meu caminho?" Sua voz era um misto de acusação e desejo de compreensão, como se finalmente estivesse permitindo que anos de ressentimento viessem à tona.
Maverick suspirou profundamente antes de responder. "Você não estava pronto."
"Pronto para quê?" Brad rebateu, aproximando-se um pouco mais. "Para voar como você?"
"Não," Maverick respondeu, mantendo o tom calmo. "Para esquecer as regras. Confiar nos instintos. Não pensar, apenas fazer. Se parar para pensar, morre. Acredite."
Bradley o encarou, sua expressão oscilando entre raiva e incredulidade. "O meu pai acreditou em você," disse ele, cada palavra carregada de dor. "Não cometerei o mesmo erro."
O silêncio que se seguiu foi quase ensurdecedor. Maverick, por um breve momento, parecia prestes a responder, mas se conteve. Ele sabia que, naquele momento, qualquer coisa que dissesse não alcançaria Brad. O jovem piloto estava preso em suas próprias lutas internas, e Maverick só podia esperar que o tempo - e talvez a missão - ajudassem a resolver o que ele próprio não podia.
Anne, que ainda estava ao alcance da voz de Brad, parou por um instante no corredor. Ela sabia que, por mais que quisesse protegê-lo, havia limites para o quanto podia intervir. Ele precisava enfrentar seus próprios demônios. E, naquele momento, ela só podia esperar que ele encontrasse uma forma de sair da sombra do passado.
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