15 ➵ Come Back to Me
Lotto | Hyunlix
HYUNJIN NUNCA se sentiu tão sozinho.
Haviam se passado dois meses, tão rapidamente que o coreano nem se deu conta. Nesse meio tempo muita coisa mudou em sua vida, até mesmo uma loja de móveis ele tinha aberto — sugestão de um certo australiano — mas nada lhe dava ânimo para continuar com qualquer coisa. E tudo isso por pura culpa e remorso.
— Cara você precisa sair dessa, viver sua vida. — Jeongin, que fazia companhia ao Hwang, tenta o amparar.
Hyunjin o encara e volta a fixar o olhar na televisão que transmitia o jogo de seu time preferido, sem nada dizer. No mesmo instante, Minho apareceu com uma sacola cheia de bebidas e alguns tipos de salgadinho.
— Trouxe comida 'pra vocês, já que os dois quiseram me acompanhar no mercado. — disse sarcástico, jogando uma lata de cerveja para cada um. Hyunjin abriu a bebida, a bebericando, mas ainda assim, nada dizendo. — Jeongin, posso ter uma conversinha rápida com o Hyunjin?
— Cara, eu não tenho a mínima ideia do que aconteceu para que o Félix tenha ido embora e eu também me sinto culpado por ter feito aquela proposta estúpida, de verdade. — começou o Lee, assim que Jeongin saiu. — Mas ou você resolve as coisas com ele ou então segue sua vida porque ninguém merece ver você com essa cara de enterro.
— Você não entende, Minho. — suspira. — Ele não quer olhar na minha cara e eu não tenho a mínima ideia de onde ele esteja.
— Bom, você tem a quem perguntar. — o encarou sugestivo. Rapidamente a mente de Hyunjin se ilumina, o fazendo arregalar os olhos. — Muito bem, já que eu ajudei você a pensar, você vai me ajudar com uma coisinha.
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Um pouco distante dali, exatamente na bolsa de valores, Félix estava tendo uma tediosa reunião com seu chefe, os acionistas e Seungmin. O australiano queria sair daquele lugar, estava cansado e entediado, mas não podia pois esta reunião era decisiva para sua vida profissional. Finalmente o chefe de Félix diria quem ficou com o cargo tão esperado por ele.
— Pois bem, agora vamos para a última parte da nossa reunião. — disse e Félix agradeceu mentalmente. — Parabéns Lee Félix, o cargo é seu.
De repente todos começaram a lhe aplaudir e o australiano levantou para agradecer. Estava esperando tanto por aquilo que ao menos acreditou que poderia chegar ao ponto de disputá-lo com alguém, quem dirá ganhar tal responsabilidade.
— Obrigado senhor Choi, não vou decepcioná-lo. — sorriu fazendo uma breve reverência. Porém, no instante seguinte seu sorriso morreu quando uma frase lhe veio à cabeça. Ele estava mesmo certo do que iria fazer? — Quer dizer, acho que vou decepcioná-lo sim.
— O que está dizendo? — o Choi o encarou confuso.
— Por que não dá o cargo a Seungmin? Ele é bom, merece e além disso eu acho que ele realmente gosta de ser infeliz. — direcionou o olhar para o outro, este que o encarava de forma curiosa.
— Sabe o que está fazendo? — Seunghyun arqueou o cenho e lhe encarou incerto.
— De verdade? Eu não sei. — suspirou, um pouco frustrado. — Mas acho que o objetivo é esse. Eu prefiro não fazer nada do que fazer algo que eu não goste.
Sorriu triste para o chefe e se despediu de todos ali naquela sala, pegando suas coisas e lembrando-se de dar um tapinha nas costas de Seungmin enquanto desejava um breve "boa sorte". Saiu da sala o quanto antes e tinha que admitir, nunca sentiu seus ombros tão leves como agora.
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Hyunjin havia decidido ir à casa de seus pais naquele mesmo dia. Depois da conversa com Minho, algumas ideias estavam perambulando por sua mente mas não sabia ao certo se as colocaria em prática. Ele não tinha certeza nem auto confiança, não mais. O Hwang estava agora, almoçando com seus pais, quando o Hwang mais velho ali se pronunciou.
— Estou orgulhoso que agora se dedique mais ao negócio da família, filho. — começou. — Mas...
— O que tem de errado dessa vez, pai? — bufou irritado.
— Cometeu um erro com aquele rapaz.
— Foi um erro idiota, uma farsa. — retrucou o loiro, tentando aquietar seu próprio coração ao saber que Félix era o assunto principal daquele almoço.
— Pode ter sido um erro mas uma farsa não foi. — agora foi a vez de sua mãe entrar no assunto.
— Qualquer um que passou um tempo com vocês pode dizer isso. — completou o pai, desta vez. — Então pare de agir como um grande idiota e faça algo. Ou devo dizer para não fazer e talvez você termine? — olhou sugestivo para o filho, que engoliu em seco.
Aquilo foi como um soco desferido em seu rosto. Hyunjin se sentiu pior do que estava, mas ao mesmo tempo, foi como se tivesse acordado daquele mundinho que se permitiu viver durante os dois meses. Suspirou lembrando que até mesmo Minho havia tentado lhe acordar, mas bastou seu pai dizer o mesmo que de alguma forma o loiro criou coragem.
— Eu tenho que fazer algo então. — se levantou da cadeira e sentiu o sorriso orgulhoso de seu pai sobre si.
Caminhou então até a porta, se despedindo apressadamente dos pais, e correndo para o lado de fora. Sabia perfeitamente o que fazer, mas antes tinha algo pendente.
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— Como assim ele sumiu? — Hyunjin praticamente grita, apertando as mãos contra o balcão do bar onde Jisung trabalhava. Sim, Jisung era a única pessoa que o Hwang fazia ideia de que talvez pudesse saber onde Félix estava. Mas Hyunjin não deu sorte desta vez.
— Ele surtou. — disse simplista. — Largou o emprego, desligou o celular. Foi embora. Escuta, eu não gosto muito de você e gostaria de matar aquele seu amigo atrapalhado, é sério! — continuou o Han, vendo Hyunjin arquear o cenho. — Mas por algum motivo você foi a única pessoa que o Lix conseguiu ser o que realmente é. Então eu gostaria de dizer de verdade onde ele 'tá, mas eu não sei.
— Então, o que você sabe? — suspirou frustrado por não ter uma pista sequer.
— Bom, se você estivesse na pior e quisesse ser feliz de novo, 'pra onde você iria? — o Hwang ponderou um pouco até sorrir para Jisung. — O que foi?
— Obrigado! — sorriu ainda mais para o outro, este que o olhava de forma estranha. Estava quase saindo do bar quando lembrou de algo. — Jisung, tenho algo para você.
Abriu a porta do estabelecimento, vendo Jisung se inclinar no balcão curioso. Logo em seguida, uma figura muito bem conhecida pelos dois apareceu e finalmente Hyunjin saiu dali.
— Oi Sungie. — Minho se aproximou do balcão e abriu seu famoso sorriso estilo coringa.
— O que você 'tá fazendo aqui? — perguntou sem expressão alguma.
— Eu vim resolver um assunto pendente entre nós dois. — explicou. — Mas dessa vez como adultos.
Então Jisung riu, olhando para os lados e por fim dando atenção ao ruivo.
— Certo, pode começar Lee.
— Eu sei que a gente começou mal e eu vivi-...
— Você pode ir direto ao ponto, por favor? — o Han o interrompeu.
— Vocêaceitasermeunamorado? — falou tão rápido que Han suspirou alto em frustração, o mandando repetir devagar dessa vez. — Han Jisung, você quer ser meu namorado?
— Está me pedindo em namoro em um bar? — reclamou apenas por implicância, segurando o riso quando o ruivo corou.
— B-bem, é onde você trabalha e eu-...
— Eu aceito. — soltou uma risada gostosa quando o outro arregalou os olhos minimamente. — Agora vamos sair daqui, vamos ter um encontro decente dessa vez.
Pegou a mão do rapaz o puxando para fora. Talvez ele não fosse tão idiota quanto Jisung dissera, ele só devia dar uma chance para os dois.
°$$•
Hyunjin sentia seus pulmões queimarem enquanto corria. Precisava de ar, mas não poderia parar agora. Ele estava próximo à uma praia ali existente, o sol não era tão forte e ele agradecia aos céus por isso, já que suas roupas não estavam nada apropriadas para a situação.
Avistou um farol próximo e sorriu, parando aos poucos de correr e tirando algo de seu bolso. Era o porta retrato de Félix, o mesmo possuía a imagem de um farol muito semelhante ao que o Hwang se encontrava. O australiano havia se esquecido daquilo quando levou suas coisas embora do apartamento do outro.
Hyunjin sabia perfeitamente, após o relato do australiano, que aquele lugar era muito importante para si. Então por que este iria esquecer o bendito porta retrato ali?
Talvez quisesse que Hyunjin o achasse.
Quando se virou para o outro lado, tendo uma visão perfeita para o mar, de longe o loiro avistou uma figura pequena que ele conhecia muito bem. Félix estava disperso, olhando também para o mar só que este se encontrava na areia e sentado. Suas madeixas rosas balançavam na direção do vento e certamente se Hyunjin tivesse uma câmera consigo, não hesitaria em fotografar tal cena.
Caminhou sem pressa até o menor e se sentou ao lado do mesmo.
— Você me achou. — disse o australiano após um bom tempo em silêncio, ainda sem desviar o olhar do mar.
— Eu achei isso. — entregou o porta retrato para Félix. — E vim te trazer de volta.
Félix nada disse, apenas apertou a fotografia contra seu peito. Seu olhar nunca era direcionado ao Hwang e isso estava lhe matando.
— Sabe quantos faróis existem a cinquenta quilômetros leste da cidade? — tentou puxar assunto.
— Quantos? — riu soprado.
— Cinco.
— Sério? — não parecia nada surpreendente quando sua voz chegou aos ouvidos do maior.
— É, caso queira saber.
— Bom, você veio até aqui só pra me devolver isso? — mostrou o objeto e desta vez Félix o encarou. Hyunjin sentia falta de seu olhar sobre si.
— Vim. Já entreguei e agora vou embora. — se levantou e começou a caminhar pela areia. Após exatos três passos, se virou novamente e suspirou vendo que Félix também estava de pé. — Certo, agora é a parte que eu te conto o verdadeiro motivo. — comprimiu os lábios vendo o outro sorrir. Félix havia sorrido, e era para si.
— Vá em frente.
— Quando nos casamos, eu era horrível, depravado, malandro e essa foi a melhor época que eu já tive. — se aproximou do menor, vendo seu olho brilhar. Ele estava a ponto de chorar. — Você apostou em mim, Félix. E me fez querer apostar em mim mesmo, então não pense em mais ninguém e responda isso para você.
Em instantes Hyunjin se ajoelha na areia, se apoiando em um dos joelhos enquanto o outro estava rente ao chão. Félix entende perfeitamente o que está acontecendo ali e isso faz seus olhos dobrarem de tamanho.
— Você quer se casar comigo... de novo?
— Sabe, por muito tempo eu tentei agradar todo mundo e não tentando agradar você, acho que eu me tornei eu mesmo de novo. — diz sentindo seu olhar vacilar. — Eu quero muito me casar com você de novo.
Hyunjin então, levanta apressadamente e sorrindo como nunca. Seus braços vão em direção a cintura do outro e a abraçam de forma ligeira, tomando seus lábios assim que os delicados braços de Félix abraçam sua nuca. Ambos os lábios se movem em uma sincronia perfeita e mesmo que o beijo se inicie tímido, se torna intenso à medida que a necessidade se torna maior, simplesmente por conta da saudade. O beijo então é cessado quando os pulmões imploram por um pouco de ar, ambos sorriem enquanto colam suas testas.
— Eu saí do meu emprego. — Félix diz após recuperar seu fôlego. — E agora eu não tenho a mínima ideia do que eu vou fazer.
— Ainda bem que eu tenho… que a gente tem muito dinheiro. — o menor ri.
— É mesmo, parece que tiramos a sorte grande. — sela os lábios do outro, de forma breve.
— É, eu tirei.
Mesmo que possuísse todo o dinheiro do mundo, agora, Hyunjin tinha certeza que a sua sorte se encontrava somente em uma pessoa. Somente em Félix. E ele não trocaria isso por nada no mundo.
The End
Infelizmente esse é o último capítulo dessa obra. Uma obra com seus momentos de comédia, raiva e principalmente com um casal que demorou a largar o orgulho de mão e finalmente confessar seus sentimentos. Foi muito satisfatório acompanhar esses dois com todos vocês, e espero que vocês tenham gostado de mais uma das adaptações do perfil. Quero agradecer por tudo, comentários, votos, tudo em geral, mas, principalmente pelo apoio que vocês tem dado a conta, eu queria agradecer um por um, mas como não é possível, agradeço mesmo assim, e espero que todos saibam que sempre terão um cantinho especial aqui no perfil, tanto pra conversar, ler ou só buscar um pouco de conforto, e quero relembrar que sempre estarei disponível caso alguém queira desabafar ou simplesmente bater papo, não tenham medo, eu sou como qualquer um de vocês ksks.
Até a próxima ♡♡♡
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