Dois meses após a viagem de Busan.

A família se encontrava reunida em mais um jantar mas dessa vez em um restaurante famoso pelas redondezas de Seul.

O clima estava calmo a noite era fria e ótima pra degustar um bom vinho tinto, estavam todos confortáveis enquanto conversavam.

O relacionamento de Yongbok e Hyunjin corria perfeitamente bem, estavam organizando as coisas do garoto para a futura mudança de casa, ocorreu um pedido de namoro nada simples vindo da parte do Hwang, que presenteou seu loiro com um carro de alto luxo e algumas jóias raras.

Estavam namorado a um mês e meio e a decisão de morar juntos veio do loiro e seus pais, Hyunjin já queria mas estava com receio dos sogros acharem cedo demais.

Estava tudo ótimo.

── Engellein, já decidiu o que vai comer? Esta a um bom tempo olhando pra mesma folha do cardápio.

Hyunjin perguntou interessado já que o loiro olhava específicamente pra algum prato do cardápio.

O moreno colocou a mão tatuada na coxa nua e apertou fraquinho apenas pra chamar a atenção dele.

── O que houve? Você está bem?

O pai do garoto perguntou preocupado quando viu que o filho estava meio acuado.

Yongbok apenas levantou da cadeira confortável e correu até o banheiro e Hyunjin nao ficou pra trás, foi atrás do garoto sem ao menos se importar com os sogros.

Entrou no banheiro e foi até a única cabine fechada, escutou o garoto choramingar e seu aroma ficar mais cítrico.

── Ômega, você está bem?

O mais velho abriu a porta da cabine vendo o Lee ajoelhado enquanto deixava toda a refeição feita pela manhã dentro do vaso, sentiu seu corpo inteiro esquentar e se ajoelhou ao lado dele.

── Porra, você comeu algo que te fez mal? Ou viu algo que te fez querer provocar, amor?

Perguntou preocupado enquanto colocava os fios loiros pra trás, vendo os olhos cheios de lágrimas do menino.

── Ômega, você está chorando? Meu bem... O que aconteceu?

O alfa perguntou preocupado e a vontade de chorar junto com ele já se fazia presente, a algum tempo o Hwang vem sentindo que Yongbok estava mal ou triste com alguma coisa, a marca no pescoço os fazia um só, mas ele não entendia o que estava acontecendo.

── Hyun. .. Tem um bebê aqui...

Levou a mão do maior até sua barriga e o corpo do alfa ficou tenso.

O moreno arregalou os olhos grandes e abriu a boca, sem pensar no que estava fazendo levantou do chão gelado e puxou o menino pelos braços o pegando no colo.

── Engellein, você... Você está grávido?

A voz do alfa saiu baixa e fraca e tudo veio como um clarão em sua cabeça, lembrou dos enjoos e das vezes que ele não sentia fome pela tarde, o que não era tão normal.

Escutou o chorinho do loiro e abraçou o corpo gorducho contra o seu, aquela sensação de estar completo era incrível.

O garoto de fios loiros concordou baixinho totalmente sensível, a algumas semanas ele vem se sentindo meio estranho, algumas dores sem sentido, o apetite bem mais aflorado, a vontade de fazer coisas estranhas que nunca ao menos tinha feito como comer coisas extremamente estranhas.

A alguns dias ele veio fazendo testes de farmácia, e todos eles deram positivo, ele ficou com medo no começo, mas não tinha sentido ter medo naquele momento, seu alfa e seus pais eram incríveis e tudo seria perfeito.

── Meu amor...

O sussurro do Hwang acalmou o coração do pequeno ômega, esse que estava bastante sensível pelo momento tão inesperado ao dizer que carregava o furto de noites amorosas com seu Alfa dentro do ventre.

── Eu te amo tanto... Você é tão bom pra mim, ômega. Obrigado, meu bem, obrigado por me fazer ser um Alfa tão feliz.

Yongbok podia sentir pela marca o quão sensível seu Alfa estava, sentia o nervosismo e a ansiedade boa que se embolava com o monte de pensamentos sobre o filhote.

O loiro sabia que agora teria o triplo ou o máximo de atenção e cuidado possível, tanto dos pais quanto do alfa, a ficha havia caído agora... Estava grávido, carregando um bebê em seu ventre, gerando uma vida, seu corpo estava sendo morada para um outro alguém.

Sem ao menos perceber, começou a chorar, a chorar muito enquanto se agarrava nos ombros do moreno que não o soltou em momento algum, estavam protetores demais um com o outro para conseguirem se soltar.

Hyunjin saiu da cabine com o loiro no colo e sentou ele na grande pia do local, colocando a destra na barriga ainda pequena do ômega, acariciando ali enquanto selava o rostinho molhado.

Estavam tão felizes que criaram uma bolha de feromônios dentro do banheiro bem decorado do local.

── Eu te amo, Hyunjinnie.

A voz doce murmurou baixinho e o Hwang mais velho se derreteu pela fofura do próprio ômega, aquilo era algo que nunca iria cair em sua rotina, o escutar falar aquelas três palavrinhas tão importantes e para si.

── Eu te amo ao quadrado, meu amor.

─── 👄 ───

A gravidez do ômega ocorreu bem, onde ele era mimado mais e mais a cada dia que passava, tendo seu alfa a disposição para fazer tudo o que queria e sonhava.

Hyunjin passou por poucas (muitas) e boas, saindo às três da manhã para comprar um sorvete e alguns legumes, escalando até o topo de uma árvore para pegar uma fruta específica que seu ômega gravídico queria, comprando comidas que Yongbok odiava comer apenas por que ele estava com desejo e o mais difícil entre todos esses: acalmar seu garoto quando ele tinha alguma crise sobre ser pai/mãe, pela gravidez seus hormônios e sentimentos estão muito mais aflorados e isso faz com que ele sinta um medo maior, uma insegurança maior, um desconforto maior e também faz com que a autocrítica virasse algo normal em seu dia a dia.

O Hwang pequeno tinha medo de não ser um bom ômega para seu alfa e de não ser um bom ômega para seu bebê, tinha medo, tanto medo que não sentia vontade de nada.

Mas ele tinha sua família e seu alfa o dando apoio sempre, a cada momento ele nunca esteve sozinho e isso o fazia ser grato a todos aqueles que amava.

Agora Yeji já tinha um aninho, era uma alfa tão esperta e amorosa quanto seus pais, uma garotinha de olhos castanhos e fios escuros, sua pele era branquinha como a neve e tinha bochechas enormes como a de seu papai ômega.

A alfinha era um amor, sempre foi uma garota tão educada e bem cuidada, seus pais eram seus maiores exemplos de quem seguir.

── Filhota! Vem aqui na sala, papai Bok quer assistir Enrolados com você!

Hyunjin gritou do andar debaixo da casa grande e escutou os passos rápidos de Yeji, que desceu as escadas com cuidado e se jogou no colo de seu pai.

── Oi meu amor, ansiosa pra assistir Enrolados pela centésima vez?

── Sim papai, sim!

Yeji falou animada já que aquele era o seu filme favorito, a garota dizia que seu papai Bok era a Rapunzel e seu papai Hyun era o José Bezerra, e no seu aniversário de dois aninhos queria que eles se fantasiassem dos personagens do filme de romance.

Yongbok olhava aquela cena sorrindo totalmente bobo, quem diria que hoje estaria casado com o Homem de sua vida e cuidando de sua primeira filha enquanto esperava o segundo bebê em seu ventre, mas isso ainda era um segredo para os dois alfas abraçados ao pé da escadaria.

Eram uma família completa e feliz, Yongbok e Hyunjin finalmente poderiam falar que se amavam ao quadrado já que agora teriam dois filhos frutos de todo o seu amor.