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XXVII ➵ Olho por Olho

Dancing with the Devil | Hyunlix

QUEM DIRIA que o verdadeiro rei do inferno e um garoto sem alma acabariam em um quarto de motel barato?

Hyunjin estava conseguindo tudo o que Félix precisava. Como não tinha alma, era difícil para ele comentar sobre estar com fome, sono, cansaço ou doença. Estava apenas seguindo um rumo desconhecido. Três dias se passaram, e foi finalmente quando o menor chegou a Incheon, que dirigiu para um motel, forçado por seu marido, que conseguiu um quarto naquele lugar apenas olhando nos olhos do gerente, dizendo claramente "Dê tudo a ele. Tudo o que ele precisa".

O quarto era médio, aconchegante e frio. Tinha uma cama, um armário com espelho, dois quadros baratos e um banheiro extremamente pequeno. Depois de se instalarem, já estavam lá há mais de duas horas. Félix estava na cama, descalço e com as mãos na barriga, olhando para o teto. O Diabo ficou em um canto com o caderno de Félix em suas mãos repletas de anéis, lendo o exorcismo que Félix havia escrito e, entre as páginas, encontrando coisas adoráveis como, "Hyunjin + Félix", "13/11/67" e frases de músicas dos cantores favoritos do seu garoto.

Apesar do latejar em seu peito, o Diabo também sentia raiva. Como havia sido tão estúpido ao ponto de se descuidar desta maneira? A realidade é que não tinha como saber que o menino que vigiava desde pequeno poderia se tornar algo tão importante. Não sabia que iria querer protegê-lo de forma a arriscar tudo, não sabia que iria...

— Bem. — o menor interrompeu seus pensamentos, trazendo seu olhar para Hyunjin enquanto se sentava abruptamente em sua cama. — Se não é ninguém do lado de Deus e nem do seu lado, quem sobra?

O rei do inferno olhou para cima para vê-lo de uma maneira ruim, voltando à realidade. Três dias atrás, à noite, ele o segurou em seus braços, e até se beijaram, mas foi errado. Este Félix não era seu Félix, não deveria ter se deixado levar.

Suspirou enquanto fechava o caderno, deixando-o sobre o único móvel do quarto.

— Esse é o problema. Não consigo encontrar uma maneira de saber se alguém de qualquer um dos lados a possui.

— De qualquer forma, por que alguém iria querer ela? O que essa coisa tem de tão importante para alguém roubá-la? — Hyunjin olhou para cima novamente, observando-o. Não tinha pensado em tal possibilidade. A alma de Félix teria um preço? — Ou é apenas alguém que quer te irritar?

Hyunjin tinha alguns inimigos, sim. Ser o Diabo significava ser mal visto ou não se dar bem com seres associados ao de cima, então havia uma boa chance de que fosse alguém que quisesse irritá-lo, porque eles sabiam que Félix era a única coisa com que Hyunjin se importava.

— Logo saberei. — disse ele, e se aproximou da mochila do mais novo, tirando dela um saco de salgadinhos e deixando-o sobre a cama, ao lado do marido. — Come.

— Quem, além do demônio que matou Jisung, iria querer nos machucar? — Félix o ignorou, continuando no mesmo assunto.

— Muita gente, mas ninguém ousaria. Eles sabem o quão poderoso eu sou, e é por isso que ainda não entendo muito bem quem poderia ser. Agora cale a boca e coma alguma coisa.

O menor suspirou antes de pegar o saco de salgadinhos, cruzar as pernas e mastigar a porcaria sem vontade. Estava pálido, havia perdido alguns quilos e tinha bolsas escuras visíveis sob os olhos. Parecia que costumava passar muito tempo com o marido, só que agora não parecia frágil... agora apenas parecia que não se importava.

Ela parou de mastigar quando uma grande ideia passou por sua mente, e colocou o saco de batatas fritas de lado, levantando-se. Hyunjin rosnou com isso, prestes a exigir que ele se alimentasse novamente.

— Você me disse uma vez que minha alma deveria estar com a sua.

Hyunjin o encarou, sem saber aonde essa conversa poderia levar.

— Isso mesmo. — afirmou em um tom seco, encostando-se na parede novamente.

— Como?

— Pude sentir o momento em que sua alma foi criada. Senti isso dentro de mim, senti aquela alma nova e pura.

— E como você a encontrou? Como me achou?

— Eu... me concentrei. — ele disse, parando no meio da frase ao entender a teoria de seu garoto. Ele era inteligente mesmo sem alma. — E então consegui sentir. — franziu a testa um pouco, começando a se concentrar sem nem mesmo avisar. — Eu podia sentir algo, apenas...

— Aí está. Enquanto isso… — Félix se virou, caminhando em direção ao armário do outro lado do quarto. — Eu vou-...

Hyunjin interrompeu sua concentração quando ouviu um baque repentino contra o chão. Desviou o olhar em direção ao mesmo, e encontrou o garoto de joelhos, de costas para si. Aproximou-se imediatamente, notando as mãos trêmulas do marido, o rosto erguido e os olhos bem fechados.

Via a escuridão, cócegas em seu peito, duas mãos cheias de veias pretas e sentiu uma dor inevitável em seu braço.

— Ei. — o Diabo ajoelhou-se diante do menor, e agarrou-o pelo rosto. — Félix, garoto. Droga, acorde. — o moveu um pouco quando percebeu que sua respiração havia parado, e ele estava prestes a movê-lo novamente, se não fosse a inspiração repentina e aguda do mais novo, que já estava com os olhos abertos e respirava profundamente. — Calma, respire. — sequer percebeu que estava acariciando seu rosto. Tinha se tornado um instinto proteger o jovem? Sempre foi assim? Baixou as mãos até os ombros do garoto, notando a magreza. — O que aconteceu? Você não tem se alimentado direito? — quase rosnou, tentando manter a calma.

Félix balançou a cabeça depois de alguns segundos, piscando confuso e envergonhado.

— … Estou bem.

— Você tem que comer, e agora.

— Não é isso. — o humano respondeu rapidamente. — Eu vi alguma coisa.

O arcanjo permaneceu com os olhos fixos no rosto inexpressivo de seu marido.

— O que viu?

O notou engolir em seco antes de começar a se levantar. Hyunjin o ajudou a fazê-lo até que estivesse de volta na cama.

— Acho que não sei explicar...

— Tente. Pode significar algo. — se agachou em frente a Félix, que ainda negava com a cabeça.

— Acho que não, isso já aconteceu antes. Pode ter sido mais forte agora, já que não tenho mais uma alma. Mas pode ter alguma coisa...

Pouco a pouco foi ficando calado quando notou que as pinturas baratas daquela sala tremiam. Voltou seu olhar para o rei do inferno, que tinha olhos vermelho-sangue e uma mandíbula mais marcada do que o normal.

— ... O que disse?

O jovem piscou lentamente. A reação do outro não o afetou, como esperado.

— Já tive esse tipo de imagem mesmo quando tinha alma. — comentou. Uma das pinturas caiu no chão, mas nenhuma delas pulou. — Acho que você deveria se acalmar.

Isso enfureceu ainda mais o Diabo, e ele imediatamente se levantou.

— Como pôde esconder algo tão importante de mim? — perguntou em voz baixa.

Félix deu de ombros enquanto pressionava o braço contra o peito.

— Não sei. Acho que naquela época eu achava que não era muito importante. — se desculpou, colocando os pés de volta na cama e sentando-se mais no começo, encostando as costas na parede. — Eu sonhei com o futuro. — começou. Houve um curto silêncio. — Ou então eu acho. É assim que parece. Antes do meu aniversário eu vi uma floresta e mãos ensanguentadas. Provavelmente foi uma premonição, porque era a mesma cena em que Jisung morreu, e minhas mãos estavam ensanguentadas por causa da facada de Jisu na costela. Estava tudo igual, mas de outro ângulo. Não fui eu quem viu, e estava um pouco embaçado.

Olhou para cima quando sentiu o Diabo novamente à sua frente, agachando-se e pegando cuidadosamente uma de suas mãos, aquela com o braço dolorido. Colocou sobre a sua a palma fria da menor, que estava quente, e com a mão livre pousou-a no dorso, procurando aquecê-la. Félix não sentiu uma temperatura que não estivesse além do normal.

Hyunjin moveu três de seus dedos com anéis para empurrar a manga da camisa branca do menor além de seu antebraço, liberando-o. Olhou para aquela marca no braço do marido, que ainda era transparente, mas a área estava vermelha. Suas sobrancelhas franziram antes que o Diabo olhasse para os olhos vazios do jovem.

— Conte-me mais sobre suas visões. As tinha regularmente? O que você viu há alguns minutos?

— Eu vi duas mãos, e as veias nelas eram pretas. — respondeu a verdade. Por que mentiria?

O olhar do arcanjo voltou para a marca, e suspirou pesadamente. Tinha suas dúvidas, suas teorias... e nenhuma delas fazia sentido, e poucas provavelmente estariam certas... simplesmente não as queria para seu marido.

Tentou ser paciente, realmente estava tentando.

— Você tem que me dizer quando isso acontecer.

E Félix assentiu, mas parecia perdido em pensamentos, olhando para um ponto fixo no quarto. Piscou rapidamente quando um pensamento cruzou sua mente.

— Pode ser...

O rei do inferno voltou a encontrar seus olhos.

— Diga.

O menor também devolveu o olhar.

— Acho que sei quem tem minha alma.

⸸⸸

Se não fosse o fato de que não havia mais de um segundo em que Hyunjin fez o marido fechar os olhos apenas tocando uma parte de seu corpo, eles teriam discutido a viagem inteira.

"— Não.

— Me leve com você.

— Não. Você fica aqui, sem sair. Eu disse que é perigoso.

Félix rapidamente balançou a cabeça, sem se importar, e começou a calçar os sapatos.

— Não vou ficar aqui, quero ficar atento.

— Eu disse não.

— Eu disse para você se apressar para encontrá-la antes que minha opinião mude, mas isso não significa me deixar fora das coisas. Se você for e não me levar com você, eu vou dirigir até lá, não importa se você já tenha ido. Eu vou e vou garantir que você não me encontre.

O olhar do Diabo permaneceu fixo nos olhos do menor. Já sabia que este não tinha alma, mas por alguma razão, muitas vezes procurava aquele brilho puro e incomparável que tanto gostava.

Aproximou-se e pôs as duas mãos nos ombros do menor.

— Durma. — ordenou."

Conseguiu sentir a escuridão em Félix começando a crescer. Ela era rápida e despreparada. Sabia que levá-lo seria um problema, mas também sabia que deixá-lo sozinho poderia ser ainda pior.

— Acorde.

Os olhos castanhos do mais novo se arregalaram, piscando lentamente para clarear a visão e deixar a tontura para trás, olhando em volta. Reconheceu a casa do tio, aquele lugar onde vivera os piores momentos de sua infância: a primeira vez que viu o pai erguer a mão para a mãe em um dos quartos ao fundo do único corredor do local, ou quando era o aniversário de Gyumin e ele e seus amigos espalharam o boato de que Félix era gay e beijava todos os meninos que viam.

Infelizmente, lembrar de coisas assim não era como alguns dias atrás.

Foi estranho. Não sentia carinho, nostalgia ou qualquer emoção por todas aquelas lembranças ruins, mas sentia um leve formigamento no peito, como se fosse um relógio que tiquetaqueava com o passar do ponteiro dos segundos, movendo-se lentamente, e algo aconteceu quando chegou ao topo, ao lado da outra agulha.

Alguns passos próximos o fizeram olhar para cima, e ele sentiu a agulha imaginária acelerar ao ver seu primo, Geunsoo, andando assobiando, uma xícara de chá quente nas mãos. Parecia relaxado, com roupas confortáveis e cabelos bagunçados. Ele provavelmente havia dormido recentemente.

Como era possível que pudesse dormir em paz depois de ter causado um assassinato?

Geunsoo olhou para cima e congelou no lugar, ofegante quando a xícara escorregou de suas mãos para o chão, respingando líquido quente e vidro se espalhando a seus pés.

— ... Deus, não. — sussurrou. É então que ele pisca, e atrás do primo aparece uma figura alta, vestida de preto, que pensou já ter visto antes. Então fica difícil respirar, ele sabe quem é aquela coisa. — Goeun! GOEUN!

Novos passos estavam presentes, e o segundo irmão apareceu, observando a cena enquanto seus olhos se arregalavam. O sorriso frio e falso de Hyunjin tornou-se visível. Aquele sorrisinho do lado que causava tudo menos algo bom.

— Olha o que temos aqui. — disse ele. O jovem à sua frente não falava, porque a escuridão que envolvia seus sentidos não o permitia, e a súbita sede de vingança mantém sua boca ainda mais apertada. Hyunjin acenou com a cabeça para o chão, onde estão os restos da xícara de chá. — Você até tinha feito uma xícara de chá, fingindo que estava tudo em paz e resolvido... que eu não viria tirar satisfação por causa dos idiotas que começaram tudo isso.

— Félix. Félix, eu te imploro, pelo amor de Deus... tenha misericórdia. — Goeun começou, levantando os braços em modo de defesa e recuando até colidir com uma parede.

Um movimento de um dos dedos do arcanjo fez com que ambos os humanos fossem jogados para o outro lado da sala, contra uma parede. Eles gemiam, de dor e com a respiração agitada pelo susto.

As pupilas de Félix estavam mais do que dilatadas quando ele ouviu em seus próprios ouvidos seu coração batendo forte, mas ainda  lento. Suas mãos coçavam de vontade irremediável de esmagar a cabeça dos primos. Ele deveria fazer isso...

Mas respirou fundo para se controlar. Hyunjin não pareceu notar isso e deu um passo à frente.

— Comece a confessar, e você terá uma morte rápida. — disse ele com firmeza. — Devolva-me a alma.

A sala ficou em silêncio enquanto os irmãos se entreolhavam em confusão e terror antes de olhar para o Diabo novamente.

— O-o que?

O sorriso de Hyunjin desapareceu quando seus olhos começaram a ficar cor de vinho.

— Você está realmente me pedindo para repetir? — moveu o dedo novamente, apenas um pouco para fazer os humanos baterem na parede. — Tenho pouca paciência para essas coisas.

— Não sabemos o que você quer! — Geunsoo exclamou desesperadamente ao ouvir seu irmão soluçar baixinho. — N-nós simplesmente não entendemos o que você quer dizer. Por favor, eu imploro.

Hyunjin se concentrou novamente, como quando estava no motel antes de Félix ter as estranhas visões. Não a sentia perto, a sentia bem longe na verdade. Rosnou, farto e deu alguns passos para frente, parando e agarrando a camisa de Goeun, puxando-o para perto de seu rosto.

— Diga-me onde está a alma dele, quem a tem, ou vou quebrar todos os ossos do seu corpo

— E-eu não... eu não sei. Por favor, eu realmente não sei... AAAHH!

Hyunjin apenas pressionou o pulso de Goeun, que quebrou. Para o Diabo, o som do osso quebrando era música para seus ouvidos.

E iria continuar aproveitando, realmente iria. Mas então sentiu que o outro irmão estava fugindo, após quebrar a perna daquele que segurava, deu um pulo quando seu olhar foi para outra pessoa além dos irmãos, e escutou um grito alto ao mesmo tempo que um som nojento se fazia presente.

Hyunjin se virou e soltou o menino quebrado na cena diante de seus olhos. Não sabia como reagir.

Félix estava segurando um dos ombros de Geunsoo com uma mão, e a outra estava com uma faca de cozinha afiada mergulhada direto no rosto do menino, que estava com os olhos arregalados e ofegante enquanto suas mãos tremiam.

O mais novo retirou a faca com esforço, e fez uma linha rápida e profunda no pescoço do primo, espirrando sangue antes de lançá-lo para vê-lo cair no chão, morrendo.

Foi um alívio. Era como ter bebido depois de dias sem beber nem um pouco de água. Era uma sensação deliciosa, e seus dedos coçaram para tentar novamente, mas já estava satisfeito o suficiente.

Se virou para encontrar o olhar do arcanjo, seu rosto inexpressivo manchado de sangue. Limpou a faca na camisa depois de algumas piscadas e a colocou no bolso.

Entre os gritos altos de Goeun em direção ao irmão, o Diabo saiu de seu transe e caminhou rapidamente em direção ao marido, pegando-o pelos ombros, sem lhe dar tempo nem de fechar os olhos para sumir dali.

⸸⸸

A sala dos primos sumiu e logo o casal reaparece no quarto escuro do motel.

A única coisa que se ouvia era a respiração pesada dos dois. Hyunjin o pressionava com força — não o suficiente para machucá-lo — os ombros do mais novo, que ainda piscava lentamente, sem saber realmente o que havia acontecido, mas agradecendo-lhe internamente.

— … Félix.

Houve um curto silêncio.

— Sinto muito, Hyunjin.

O Diabo fechou os olhos com força. Sua voz era tão doce que parecia a do velho Félix, mas não era ele. Não mais, e ele precisa descobrir uma maneira de encontrá-lo novamente. Precisava de seu marido novamente.

— Não, você não sente.

— … Pois é. — respondeu, concordando. Olhou para cima lentamente, e seus olhos se encontraram. — Eu precisava fazer isso... eu queria fazer isso.

Era muito estranho vê-lo assim. Félix... Félix era a pessoa mais doce e frágil, e forte ao mesmo tempo. Ele chorava muito, sempre recorria a alguém para confortá-lo, mas tinha sido muito forte em muitas situações ao longo da vida. Suportou espancamentos do pai, zombaria dos primos, insultos na escola, hipocrisia na igreja. Suportou a morte de Han Jisung e voltou para casa depois de ser esfaqueado. Félix era forte, Félix era uma boa pessoa, e esta versão dele era um verdadeiro pesadelo.

Hyunjin levou as mãos ao rosto do menor, limpando os vestígios de sangue. Não mais do que esse toque seria permitido.

— Você tem alguma ideia de quanto você vai se odiar quando sua alma retornar ao seu corpo? — não conseguia nem pensar nisso. O Diabo queria levar toda aquela culpa, realmente queria.

O menor apenas olhou para ele por alguns longos segundos antes de encolher os ombros ligeiramente.

— Olho por olho, Hyunjin. Isso é entre... eu e minha alma, terei que lidar com isso. Uma parte de mim queria isso no meu aniversário e sei que em um futuro próximo serei grato pelo que fiz.


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