Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

III ➵ O Mau em Pessoa

Dancing with the Devil | Hyunlix

A RESPIRAÇÃO de Félix aumentou assim como sua frequência cardíaca, e mesmo que acreditasse que ainda não havia morrido, poderia jurar que se não morreu ali mesmo foi por pura sorte.

Algo acariciou seu pescoço, e logo seus quadris, no objetivo de mantê-lo no lugar. De qualquer forma, ele não se atreveu a se mexer. O garoto olhou para baixo de maneira extremamente lenta e, apesar de estar simplesmente congelado de medo, foi capaz de processar que as mãos que seguravam seus quadris eram repletas de estranhos anéis de ouro. Eram mãos de um homem, eram mãos humanas...

Aquela coisa atrás dele era humana? Ele sentiu uma respiração perto de sua orelha direita, fazendo com que sua pele se arrepiasse por completo, forçando-o a fechar seus olhos com força.

— Não sabe como fiquei ansioso para que você tirasse essa merda do seu pescoço. — era uma voz normal, até mesmo um tanto macia e baixa. Não conseguiu detectar algo maligno naquela voz, mas, havia algo nela que o provocava calafrios.

Talvez fosse a sua tranquilidade, ou o silêncio ensurdecedor que se formava toda vez que a mesma se fazia presente, exceto pelo zumbido em sua orelha esquerda.

A respiração de Félix falhou assim que seus pensamentos o atingiram: ele iria morrer... ele realmente iria morrer.

— Está pronto? — tentou engolir a saliva, mas ele mal conseguia fazer o ar descer por sua garganta.

Aquela coisa o viraria, e Félix obviamente ficaria com medo, afinal, nada de bom se pode esperar do Diabo. Nada bonito, sequer angelical. Apenas perturbador e horripilante, assim como mostravam as imagens dos livros em sua escola.

Ele continuou com seus olhos fortemente fechados enquanto as mãos em seus quadris exerciam uma pressão no local, virando-o até que o mesmo estivesse de frente para aquela coisa. Era possível ouvir apenas suas respirações, mas logo se fez presente o som de passos no andar de cima.

Ele sabia que deveria abrir seus olhos, precisava enfrentá-lo.

Então, lentamente ele o fez. E sua respiração ficou presa na garganta, admirando o mal em pessoa frente ao seu minúsculo corpo. Não parecia aquela criatura totalmente vermelha, com chifres e uma longa cauda. Sequer tinha um rosto espantoso e infernal, além de ser totalmente diferente daquela coisa que ele tinha visto na estrada, a caminho da igreja.

Definitivamente havia algo, mas nada que seja horroroso... era simplesmente um humano.

O humano/demônio mais precioso que já havia visto.

Ele tinha um corpo magro e alto. Seu cabelo era curto, liso e escuro. Seus lábios eram finos, um tanto avermelhados. Com um nariz pequeno, mandíbula marcada, sobrancelhas arqueadas e, por Deus, seus olhos; tão celestes quanto o céu.

Um quarto da cor era vermelha, a qual — muito provavelmente — se refugiavam milhares de almas. Suas pupilas estavam dilatadas, mas eram simplesmente os olhos mais lindos que Félix um dia já viu.

Mas não pôde apreciá-los por muito tempo, porque quando seus olhos se encontraram, o zumbido em sua orelha esquerda começou a aumentar gradativamente, ao ponto de fazê-lo pensar que sua cabeça iria explodir.

Certo, aquilo foi realmente muito assustador. Ele podia sentir claramente o desconforto de estar a apenas três centímetros de distância daquele ser, sua expressão lhe dava calafrios.

Abaixou seu olhar, agora, fitando sua vestimenta; estava vestindo uma camisa de botões, de mangas largas e totalmente preta. Uma calça comum, também da cor preta, e sapatos extremamente polidos. Pareciam novos e, obviamente, da mesma cor de suas roupas.

Os anéis de ouro em cada um de seus dedos lhe davam memórias confusas, as quais não sabia se eram realmente suas. Ele já havia visto alguém assim, portando diversas jóias e acessórios. Mas não conseguia se lembrar de como ou onde tinha visto essas características.

Bem, ele sequer queria se lembrar de algo assim.

O homem inclinou ligeiramente a cabeça, elevando ligeiramente o queixo em sinal de superioridade. Félix não tinha certeza se estava extremamente impressionado pelo medo ou pela beleza de "o que quer que fosse aquilo" em sua frente.

— Como é que um garotinho como você invocou alguém como eu? — acenou com a cabeça lentamente. — Deve ser algo importante.

Félix permaneceu em silêncio, com os lábios entreabertos. Ainda tentando respirar normalmente.

Diga alguma coisa, seu idiota!

Uma inspiração aguda de sua parte fez com que o rei das trevas fingisse surpresa, levantando ambas sobrancelhas, mantendo uma perfeita neutralidade em seu belo rosto.

— E-eu...

Foi interrompido por algumas batidas fortes na porta de seu quarto, fazendo-o sobressaltar e mudar seu olhar para a direção do som, tentando ignorar o olhar do homem à sua frente sobre si.

— Hey! Primo! Continua conversando com o Diabo? — as risadas dos adolescentes se fizeram presentes. — Sua mãe está mandando você subir para comer bolo. — outra risada é ouvida. — Temos uma fatia para Satan, também.

— E para qualquer amigo imaginário que você tenha.

— Afinal, viadinhos como você não tem amigos de verdade. — e mais gargalhadas.

E em apenas um segundo, os enormes olhos castanhos de Félix começaram a lacrimejar, enquanto seu lábio inferior tremia na tentativa de conter um choro desconsolado. Sentia que tudo estava acontecendo rápido demais, ele não tinha sequer um minuto para poder respirar em paz.

Foi quando o diabo voltou seu olhar para a porta.

— Os Castratis. — murmurou e, mesmo que Félix não houvesse compreendido o termo, acenou com a cabeça lentamente para que o Senhor demônio — segundo ele — não sentisse que o garoto não o tinha ouvido.

Era um tanto engraçado o modo como ele estava tentando ser legal com o suposto ser mais cruel e malvado que existia.

Os primos de Félix continuaram fazendo comentários ofensivos, e devido ao medo junto com a humilhação era quase impossível para ele não soltar um soluço silencioso, fechando os olhos com força enquanto seu corpo tremia cada vez mais. O Diabo pareceu notá-lo naquele momento. Mas quem não notaria o desconforto daquele adolescente?

Claro que o homem notaria, estava ficando bêbado com o cheiro de sua angústia e dor.

— Hey, não... shh. — massageou a parte inferior das costas de Félix secamente. — Não precisa chorar. Não somos covardes para chorar, certo? — não estava de acordo com aquele comentário, mas, devido ao pavor, se encontrou concordando lentamente com a cabeça, fungando o nariz e enxugando as bochechas molhadas rapidamente antes de levantar sua cabeça rapidamente.

O Diabo continuou fitando a porta, ainda com a mesma expressão neutra.

O que ele estava pensando?

O que se passa na mente daquele ser?

Finalmente, seu olhar se voltou para o menor, o qual se assustou um pouco, mandando seu olhar para seus próprios sapatos.

— Que tal eu fazê-los cagar em si mesmos? — mesmo que continuasse a usar o mesmo tom de voz, Félix podia sentir a emoção em suas palavras. — Será divertido.

Aquela situação era perturbadora, e seu corpo ficou ainda mais tenso quando uma das mãos do rei do submundo subiu para o lado de sua própria cabeça, estalando os dedos rapidamente. O que se ouviu a seguir foram sons verdadeiramente desagradáveis, seguido de perguntas.

— Que cheiro horrível é esse?

— ... eu me caguei.

— ... o que?!

— Porra!

— Você também? — houve um breve silêncio. — Oh...

Os passos apressados no andar de cima não conseguiram impedir que algumas risadas confusas escapassem dos lábios de Félix, seguido pelas exclamações de seu tio. O qual reclamava da comida que foi servida ao saber o que aconteceu com os filhos.

O Diabo sorriu de lado quando o garoto precisou cobrir a boca com as duas mãos, tentando esconder a graça que essa situação lhe causou, muito corado pela vergonha alheia.

— Você ouviu? Foi divertido. — murmurou o arcanjo, soltando os quadris do garoto, girando-se e caminhando lentamente pelo quarto, como se estivesse o inspecionando. — Não é como se fosse divertido só porque eles se sujaram, também foi porque... é bom quando você envergonha alguém que merece. — parou em um canto do quarto, se virando para o Lee, deixando seu olhar no mesmo. — Certo?

— Eu... n-não sei. — conseguiu responder entre pequenos gaguejos, encolhendo-se em seu próprio lugar devido ao quão intimidado o mesmo se sentiu.

A verdade era: Félix jamais havia constrangido alguém, pelo menos... não intencionalmente.

Mas logo, um rápido pensamento cruzou sua mente, vivendo perto de si, especificamente no chão. Olhando para o mesmo, Félix buscou pelo crucifixo que anteriormente havia arrancado de seu pescoço. Horas atrás havia sido como um pesadelo para ele, mas sua tia Haeun tinha dado a ele quando o garoto tinha apenas cinco anos e, desde então, o mesmo tem cuidado do colar com todo seu coração.

Costumava ser de sua avó paterna, e sua família havia dito que, devido à fé no mesmo, aquela relíquia possuía muito poder.

— Eu o destruí.

Direcionou seu olhar para o Diabo, o qual não possuía mais aquele lindo sorriso em seu rosto. Estava sério, com a cabeça levemente inclinada para baixo, olhando-o fixamente. Félix não se atreveu a dizer algo a respeito, mas sentiu uma pontada em seu peito. O que sua família diria quando não o vissem com o crucifixo em seu pescoço?

— Você não está mais protegido. — disse o arcanjo, soando um tanto sarcástico enquanto, lentamente, se aproximava de sua "presa". O novo brinquedinho do Diabo, um... completamente diferente. Félix emanava inocência por onde quer que fosse, mas não era uma inocência falsa, era simplesmente a mais pura que já havia visto. — Você me invocou, e não tem ideia no que se meteu.

O garoto começou a se afastar lentamente.

— Eu-...

O rei do submundo parou sua caminhada para, em apenas alguns segundos, estender sua mão direita, dando a entender ao humano que ele deveria pegá-la. E mesmo desconfiado e assustado, o garoto o fez.

O toque queimou um pouco suas mãos enquanto centenas de imagens altamente perturbadoras passaram pela mente de Félix em menos de um segundo. Foi tão rápido que ele até duvidou que foram realmente reais, porque o menor mal conseguia se lembrar de uma.

— Você, Lee Félix, é a primeira pessoa que me vende a alma da forma mais pura que conheço. Mas, sequer sabe o que me pediu.

O rosto do garoto se tornou ainda mais pálido. Félix ainda não entendia completamente o porquê havia convocado aquele ser, entretanto, também notava que, bem no fundo de seu peito, estava determinado a algo.

Ele apenas precisava de um pouco de tempo para entender completamente. O que ele realmente queria? Desaparecer com a maldade em seu redor? Transformar seu pai em um bom marido? Sentir felicidade extrema e constante?

— Assim como você foi um garotinho corajoso por me deixar te afogar quando me aceitou como seu rei, você será ainda mais corajoso quando for dormir e me ver em algum canto do seu quarto. — deu um passo em direção a Félix. — Quando respirar e poder me ver com o canto do olho, te observando... — se deteve, sem deixar de olhar fixamente para o garoto. — Vou cumprir o que te disse quando decidiu me invocar e, em troca disso... vou levar sua alma.

Novamente, o silêncio reinou no quarto por alguns segundos.

— É importante que saiba que o seu Deus não te protegerá nunca mais. — levantou ambas as sobrancelhas enquanto, lentamente, um dos cantos de seus lábios se elevava. — Agora, você me pertence.

O arrependimento e o terror corroiam cada parte do corpo de Félix mas, quando estava a ponto de responder, foi interrompido por algumas batidas na porta de seu quarto. Levou seu olhar rapidamente na direção do som, e quando se virou novamente, para poder voltar a ouvir o Diabo que estava em sua frente, ele havia simplesmente desaparecido no ar.

Mas Félix sabia que ele estava ali, ele o viu com o canto do olho, o perseguindo.

⸸⸸

Ele havia passado o resto do dia agarrado a um dos braços de sua mãe, com a desculpa de que apenas queria passar um tempo junto a ela. A ajudou a fazer a comida, as tarefas e até mesmo o jantar assim que escureceu.

Uma vez que os pratos estavam servidos, sentados em seus respectivos lugares, Seungsu sugeriu que seria uma boa ideia que Félix começasse as orações naquela noite.

Sim, claro! Félix amaria fazê-la! Já havia feito aquilo diversas vezes, ele costumava gostar.

Mas não naquela noite. Até a menção de tal coisa revirou seu estômago, e de qualquer forma, ele não possuía mais a proteção de Deus. O garoto tinha certeza absoluta de que se falasse alguma coisa acabaria vomitando sem parar.

— Eu... sinto muito, pai. Não me sinto muito bem para fazê-la. — mudou sua atenção para sua irmã mais velha, a qual o observava com preocupação. — Poderia fazê-la Jiyeon?

Ao ouvir a fala, a garota não demorou um segundo para começar, entrelaçando suas mãos com as do irmão mais novo.

— Senhor; obrigado pela comida que nos dá todos os dias. Agradecemos infinitamente por nos manter juntos e nos permitir ter um prato de comida nesta me-...

Felizmente, Félix conseguiu ir ao banheiro para vomitar, deixando a sala de jantar de maneira rápida, com uma simples desculpa.

Se ajoelhou na frente do vaso sanitário e, com apenas um suspiro, um líquido transparente saiu de sua boca. Como aquilo era possível? Sequer havia tomado algo durante o dia.

Félix escovou seus dentes entre gemidos, enquanto tentava se tranquilizar. E em momento algum olhando para seu reflexo no espelho ao se lembrar de que, provavelmente, o Diabo estava atrás de si.

Saiu do banheiro e voltou para a mesa, sentando-se com cuidado. Jiyeon havia terminado de rezar, ele estava livre.

— Você está bem? — o garoto assentiu lentamente antes de suspirar e tentar provar pelo menos um pouco da comida. Ele realmente deveria comer algo, mesmo que seja um simples pedaço de vegetal.

Seungsu comentou sobre as coisas que seu irmão lhe disse a respeito da igreja antes de sua discussão sobre o acidente de seus sobrinhos. Félix realmente teria adorado ouvir sobre o assunto se não estivesse enlouquecendo silenciosamente. Ele iria morrer. Em alguns dias, ou semanas, sua família encontraria seu corpo inerte em algum local da casa. Cedo ou tarde, o Diabo levaria sua alma, Félix jamais descansará em paz.

Era capaz de entender?

O crucifixo o havia protegido. Então isso significava que Deus realmente existia...? Por que Deus quis evitar que Félix visse o Diabo, quando poderia ter evitado tudo assim que o garoto implorou por ajuda?

Era injusto como até mesmo o sobrenatural brincou com seu coração.

Graças a Deus, — ou quem quer que seja — a hora de cada membro da casa ir para seus respectivos quartos havia chegado. Minah acompanhou seu filho até o sótão, onde ficava seu quarto, observando como seu garoto implorava para não dormir sozinho.

Para o moreno, depois da invocação, seu quarto havia se tornado um lugar aterrorizante. Sabia que se estivesse sozinho, o Diabo iria aparecer. Félix iria enlouquecer. Ele simplesmente não poderia dormir.

— Lix, não há nada o que temer. — sua mãe o obrigou a entrar em seu próprio quarto. Félix vestia seu pijama quando rapidamente se deitou na cama, olhando tudo ao redor de maneira paranóica. Não havia nada, mas ele sentia. — Certo. Você andou assistindo algum filme de terror? — a mulher disse em desconfiança, franzindo levemente a testa. — Sabe que seu pai não permite esse tipo de coisa aqui.

— Não, não é isso, mamãe. Hoje eu tive... pesadelos. — se encolheu contra sua mãe, a qual acomodou seu filho de cabelos negros e despenteados. Teria que agir normalmente, estava sendo muito óbvio. — Eu vou ficar bem.

Minah riu da mudança abrupta de humor, acariciando docemente o rosto de seu filho. O qual notou um hematoma um tanto escuro em sua bochecha direita, mas não disse nada a respeito. O que ele poderia fazer de qualquer forma? Ninguém acreditaria nele.

Bem, talvez se ele não fosse tão covarde...

— Oh, meu amor. Não se preocupe, essas coisas que te assustam não existem. — Félix engoliu em seco, deixando-se ser mimado quando a mulher apertou suas bochechas com uma das mãos. — Quem é o meu doce bebê com as mais adoráveis sardas?

— Eu... — murmurou com vergonha.

— Você. É claro que é você. — deixou um beijo na testa de seu filho antes de se pôr de pé. Félix sentiu seus olhos lacrimejarem um pouco enquanto seguia os passos de sua mãe, a qual se dirigia para a porta já aberta. — Pode deixar a luz acesa se te fizer melhor, mas só por hoje.

Agradeceu por aquele ato internamente enquanto assentia. Não seria capaz de falar, ele provavelmente iria começar a chorar de forma descontrolada, e consequentemente, teria que explicar milhares de coisas.

Minah saiu do quarto, mas não fechou a porta totalmente, espremendo um pouco seu corpo para dedicar um belo sorriso a seu filho.

— Boa noite, meu amor. Deus te abençoe, e sonhe com os anjinhos. — finalmente se foi, agora, fechando a porta totalmente atrás de si.

Um suspiro saiu dos lábios de Félix, seguido de um gemido assustado quando a luz do quarto se apagou sozinha. Rapidamente jogou todo seu corpo por debaixo das cobertas, começando a hiperventilar enquanto alguns passos — lentos, porém, fortes — se fizeram presentes no quarto, especificamente ao redor da cama.

Não.

Ele não deveria ter medo.

Não deveria...

Na verdade deveria sim, mas já havia vendido sua alma, já estava feito.

Se desenrolou das cobertas com rapidez, observando o quarto escuro, o qual estava um pouco iluminado pela luz da lua que entrava pela pequena janela que havia ali, perto do seu telhado.

— Você não dorme? — a voz próxima o fez pular um pouco no colchão, sentando-se rapidamente enquanto negava.

Ele iria responder, e faria de uma forma normal.

— N-não... e você?

— Não.

Respirou lentamente, agarrando-se às cobertas enquanto sentia suas bochechas molhadas. Havia começado a chorar e apenas notou agora.

— ... onde você está? — ousou perguntar em um sussurro quase inaudível.

— Olhe para a janela. — a resposta foi imediata.

Levou seu olhar para a mesma, aconchegando-se ainda mais no lugar ao ver a silhueta escura em frente à luz que entrava em seu quarto. Podia notar que era o Diabo por ter visto sua cabeça, mas era impossível ver seu rosto.

— Eu... — novamente, começou a se inclinar para trás pouco a pouco até que sua bochecha estivesse contra seu travesseiro fofo. — ... posso dormir?

— Pensei que você não conseguisse.

A figura imóvel e as respostas imediatas foram um tanto perturbadoras para ele, e ele se perguntou se aquele ser maligno poderia vê-lo. Poderia ver seu medo? Senti-lo?

Se sentia mal por ele? Félix não queria o fazer se sentir mal.

— Você gostaria...? — sim, definitivamente ele havia enlouquecido. Deus. O que ele estava fazendo? — Q-quero dizer, se não se importar...? Você quer... se deitar... ao meu lado? Eu, uh, eu não teria... não teria problema algum com isso. — se o arcanjo aceitasse, Félix literalmente morreria de susto.

Mas não houve resposta alguma, simplesmente silêncio, e a figura continuava imóvel em seu próprio lugar, como se nada tivesse acontecido. Félix acreditou que poderia tê-lo ofendido, o suspense do silêncio apenas o deixando mais assustado.

O terror foi tanto que não pôde evitar de, novamente, cobrir seu corpo com as cobertas e, finalmente, não demorando para soltar todo o choro que vinha suportando o dia todo, de maneira silenciosa,e extremamente dolorosa.

O que ele deveria fazer, afinal? Talvez, se ele dormisse, não acordasse mais. Talvez o rei do submundo fosse embora, ou talvez pudesse buscar um padre.

Não, não. Aquele último não.

Minutos depois, depois de passar muito tempo submerso em pensamentos paranóicos, não foi capaz de evitar cair no sono em um pesadelo profundo, alheio ao olhar do diabo sobre si.

Diabo o qual permaneceu de pé em seu lugar, mantendo sua expressão neutra. Pela primeira vez em sua existência ele não soube o que dizer e, aquele dia, depois que o humano mais inocente do planeta o convidou a se deitar para que não ficasse desconfortável em pé...

... naquele dia algo bateu em seu peito.


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro