🏄🏼‍♀️

❛ 𝗖𝗔𝗣𝗜𝗧𝗨𝗟𝗢 𝟬𝟬𝟭 ¡¡ ❜
no calor do momento

ㅤㅤㅤVirginia estava pedalando sua bicicleta, enquanto sentia seus cabelos, presos em uma bandana, baterem em suas costas por causa do vento. Em seus fones de ouvido uma alta música estava tocando. Havia acabado de sair da casa de Kiara, onde passou toda a manhã com a amiga, e estava voltando para a sua própria; não demorou para chegar no local, encontrando com o irmão sentado na grama e tomando uma cerveja.

ㅡ Hey, JayJ! - a loira cumprimentou, pulando fora da bicicleta e desligando sua música.

ㅡ Onde 'cê 'tava, Gigi? - JJ perguntou, observando-a se sentar ao seu lado. A garota tomou a lata de sua mão e virou o último gole do líquido.

ㅡ Na Kie. - respondeu Ginny com um sorriso.

ㅡ Então, estavam salvando tartarugas ou assistindo Diário de uma Paixão pela milésima vez? - ele debochou. ㅡ Hoje o programa foi a gosto de quem?

ㅡ Eu nem sou viciada dessa forma em Diário de uma Paixão! - Virginia se sentiu ofendida. Seu irmão riu, sabendo a resposta da pergunta anterior. ㅡ Pensei que iria ajudar o tio Richie na loja hoje.

ㅡ E vou. - JJ suspirou. ㅡ Só estava te esperando chegar.

Ginny o observou, logo notando que algo havia acontecido. Olhou para a porta da cabana atrás deles e também suspirou, abaixando a cabeça por um instante. A garota voltou a olhar para frente e finalmente sussurrou para o irmão:

ㅡ Vocês brigaram não foi? - JJ ficou em silêncio, mas aquela pergunta não precisava de uma resposta explícita. ㅡ Ele te bateu?

ㅡ 'Tava tão chapado que não teve forças nem para isso. - JJ respondeu em baixo tom. ㅡ Eu só o mandei se ferrar e empurrei no sofá, e lá mesmo ele ficou.

Os dois permaneceram em silêncio. Falar sobre Luke sempre era um ponto extremamente desconfortável entre eles, que faziam o possível para evitar, principalmente nos verões; não queriam tornar suas férias ruins ao pensar no pai.

Por isso que durante os verões, já que não tinham a escola para ir, eles sempre faziam o possível para permanecerem fora de casa, dormindo nos amigos - principalmente no John B e Greg, que sempre os recebiam sem perguntar o porquê estarem ali -, surfando e indo em festas, e também pegando alguns bicos de trabalho no quiosque de Richard.

ㅡ A gente pode ir pro Castelo. - Ginny disse, quebrando o silêncio. ㅡ Ou você vai para o quiosque e eu converso com o Johnny. Depois a gente se encontra lá, e vai surfar um pouco. - e ela completou olhando para o irmão: ㅡ Ele não vai mesmo ligar pra nossa ausência.

ㅡ Só quero qualquer coisa para distrair e não deixar essa merda estragar nosso verão.

ㅡ Puff, não vai! - Ginny sorriu, levantando-se e estendendo a mão para o irmão. ㅡ Pode usar a festa de hoje à noite para se distrair, JayJ.

ㅡ Festa com gatinhas? Acho que agora você conseguiu minha atenção, Gigi. - JJ debochou, abraçando os ombros da irmã.

Ginny revirou os olhos, também abraçando-o pelos ombros, enquanto caminhavam para dentro da casa, apenas para que pudessem pegar algumas roupas antes de saírem novamente.

🌊

Ginny havia seguido sozinha para o Castelo, enquanto JJ realmente foi até o quiosque de Richard na praia. A garota entrou na casa carregando sua prancha de surfe debaixo dos braços. Procurou por John B, e o encontrou do lado de fora balançando na rede, até então não notando sua presença.

Com um sorriso traveso ao perceber o fato, a Maybank deixou com cuidado sua prancha no chão e caminhou na ponta dos pés até o amigo, satisfeita por vê-lo deitado com os olhos fechados. Ela se aproximou o bastante, tocando de uma vez nos ombros e dando um grito. John se assustou, pulando na rede e quase se desequilibrando, o que fez a garota cair na risada.

ㅡ Caramba, Ginny! - John B disse em um suspiro, colocando o braço sobre o rosto. Ouvindo a exagerada gargalhada da Maybank, ele logo não resistiu e também riu.

ㅡ Você está devendo, Johnny Boy? - Ginny debochou, ainda recuperando das risadas. Ela se sentou na rede com ele, colocando suas pernas sob seu colo. John se ajeitou para olhá-la.

ㅡ Para falar a verdade sim. E já achei que fosse uma das cobranças chegando. - ele entrou na brincadeira, sorrindo com a risada da outra. ㅡ Tudo bem, Sereia? - perguntou, enquanto naturalmente sua mão era apoiada na perna da amiga.

ㅡ Melhor impossível! - a garota sorriu. John a observou, notando que obviamente algo havia acontecido, mas a Maybank não iria contar. ㅡ O juizado continua no seu pé? - ela disfarçou.

ㅡ Sim. Inclusive me ligaram e preciso estar lá amanhã de manhã para conversar com a assistente social. Estou ansioso! - John debochou.

ㅡ A previsão diz que tem um tornado se aproximando. Talvez ele chegue a tempo de te livrar disso. - ela disse. Os dois se olharam, e a garota sorriu como se tivesse dito a coisa mais incrível. ㅡ E então, 'tá afim de surfar comigo?

ㅡ Ãh... sabe... preciso ficar aqui relaxando na minha rede. De boa. - John se esticou no lugar, apoiando a cabeça nos braços. ㅡ Estar com as energias revigoradas para a festa.

ㅡ Vocês têm que começar a pensar em desculpas melhores para não surfarem comigo. - a Maybank disse rindo. ㅡ Ou simplesmente falarem que têm medo de passarem vergonha!

ㅡ Como é? - John B riu, se levantando e olhando-a com falsa indignação. ㅡ Sereia, Sereia! Eu não tenho medo de surfar com você. Até acho que estou no seu nível! - ele estufou o peito.

ㅡ Ah tá! - Ginny riu, jogando a cabeça para trás antes de olhar o amigo outra vez. ㅡ Nem você acredita nas suas palavras, Johnny Boy!

ㅡ Seu ego com o surfe é bem inflamado, sabia?

ㅡ Vocês o alimentaram, eu só entro na onda... literalmente! - Ginny encolheu os ombros. Os dois riram juntos.

ㅡ A gente não pode mudar os planos e ficar por aqui? Em silêncio, só curtindo a companhia um do outro? - John murmurou, dizendo com o olhar perdido no fim da tarde iluminado no mangue em frente.

John se virou e a observou com um pequeno sorriso, balançando minimamente a cabeça. Ginny sustentou seu olhar por algum tempo, até que se sentiu levemente constrangida; quando corou, abaixou a cabeça e deu um tímido sorriso para disfarçar. Ela ajeitou seu corpo na rede, disfarçando outra vez o olhar para a paisagem em frente deles.

ㅡ Prefere trocar uma tarde de surfe pela minha companhia, Johnny Boy? - Ginny perguntou, com uma sombra de sorriso no rosto.

ㅡ Prefiro. - John respondeu confiante. Ele se virou para a garota, completando depois de encarar seus olhos cristalinos: ㅡ Eu gosto da sua companhia, Sereia.

O Routledge continuou observando involuntariamente os movimentos da garota. Uma sombra de sorriso brincava em seus lábios ao olhar para o perfil do rosto de Ginny, traçando cada detalhe, desde cada pintinha marcada em sua pele até a pequena cicatriz abaixo de seu queixo. Sorriu ao notar que os cabelos louros estavam presos como de costume com a bandana que tinha presenteado-a há algum tempo atrás.

Ele suspirou fraco ao se despertar do transe, percebendo que havia passado muito tempo olhando a amiga. Tentou desviar sua atenção completamente, mas novamente seus olhos haviam sido puxados para a direção de Virginia. John queria a olhar. Sabia que era uma zona de perigo, mas já havia aceitado o significado de toda aquela vontade de manter a Maybank ao seu lado.

Não se lembrava quando, mas os sentimentos haviam chegado há algum tempo. John havia se apaixonado pela irmã do seu melhor amigo, que coincidentemente também era sua melhor amiga. O maior clichê que poderia existir, mas ele não se importava. Não podia evitar sentir-se apaixonado por Virginia Maybank.

Porém, ainda não havia criado coragem para contar à ela como se sentia. Haviam tantas coisas o fazendo mudar de ideia sempre que pensava em iniciar o assunto. O medo de ser um sentimento não correspondido e isso estragar sua amizade era o maior fator.

John então apenas guardou os sentimentos, buscando o dia e oportunidade que finalmente poderia se abrir para ela.

Ginny se virou para ele, encontrando-o já lhe olhando, e ambos sorriram involuntariamente. A garota suspirou e se levantou da rede, decidida em não deixar o silêncio cair outra vez sobre eles:

ㅡ Vamos lá, Johnny Boy, a folga acabou! - ela disse sorrindo. Estendeu uma mão para o Routledge, então completou: ㅡ Disse ao JJ que iria levá-lo para a praia hoje, nem que fosse arrastado. Como você prefere?

John a encarou, jogando a cabeça para trás e caindo na risada. Olhou para Ginny outra vez, aceitando a 'ajuda' para se levantar.

ㅡ Vou sozinho. - John disse. Ginny sussurrou "Boa escolha!", fazendo-o rir. ㅡ Até porque não conseguiria me arrastar por aí, Gigi!

ㅡ Como é?! - ela exclamou em indignação. John riu ainda mais, desviando-se de um beliscão no braço. ㅡ Está me desafiando, John Booker Routledge?!

ㅡ Nunca! - John disse entre as risadas, vendo a amiga apertar suas costas. ㅡ É claro que acredito que conseguiria me arrastar por ai! - debochou, balançando a cabeça e com o rosto franzido.

ㅡ Obrigada pela confiança, John! - Ginny disse, saindo na frente dele para alcançar sua prancha. Olhou para o amigo outra vez, com um sorriso vingativo: ㅡ Prometo descontar nas ondas!

John sorriu quando ela virou de costas, balançando a cabeça e soltando um fraco suspiro entre os lábios. Ele a seguiu até sua kombi.

Os dois logo estavam na praia, com John estacionando bem em frente ao quiosque de Richard. O lugar era uma espécie de bar na beira da areia, mas o Lawrence também vendia artigos para surfe e pesca. Tinha um movimento bom, principalmente no verão, e todos na ilha sabiam que precisavam parar ali ao irem até a praia.

ㅡ Ginny! John B! - o senhor Lawrence sorriu ao vê-los, saindo de trás do balcão especialmente para preenchê-los em um único abraço. ㅡ Estão com fome, crianças?

ㅡ Olha, na verdade eu tô sim! - o Routledge disse.

ㅡ Viu, essa é uma boa desculpa! - Ginny sussurrou para ele. Olhando para o Lawrence, ela respondeu: ㅡ Sem fome, tio Richie. Vim mesmo pelas ondas!

ㅡ Achei que tivesse vindo ajudar! - JJ protestou, se aproximando e se apoiando no ombro de Richie. No seu próprio havia um pano de prato. ㅡ Você disse que viria ajudar!

ㅡ Não, não! Disse que iria chamar Johnny para virmos para cá, nunca prometi que ajudaria. - a garota disse, com um sorriso sapeca. O loiro abriu a boca em indignação. ㅡ Mas, claro, se o Richie quiser minha ajuda...

ㅡ Não, Sereia. Os garotos dão conta hoje. - o homem disse sorridente. ㅡ O movimento não está grande, e logo estaremos fechando!

ㅡ Sabe, você nem esconde mais quem é o filho favorito, pai! - Gregory se aproximou, cruzando os braços e segurando uma bandeja vazia entre eles. ㅡ Acho que precisa trabalhar mais nessa questão, se quiser continuar dizendo "não tenho um favorito!" - protestou, imitando falhadamente a voz do pai. JJ apontou para ele, concordando.

ㅡ Vocês exageram. - Richard revirou os olhos. Se afastou, desfazendo o toque de JJ, o que fez o garoto vacilar e quase cair. ㅡ Vamos, voltem ao trabalho logo! Vamos, vamos! - e tocou eles com duas palmas altas. John observou tudo prendendo o riso. ㅡ Vem, JB, vou preparar alguma coisa para você. E, Ginny, sabe que pode pegar o que precisar!

ㅡ 'Tá bom, Richie! - ela disse, ainda rindo da cena anterior entre ele e os garotos.

Gostava de como Richard tratava ela e JJ como seus filhos. Mesmo que se chamassem de 'pai e filho/a' apenas em momentos descontraídos como aqueles, ela sabia que aquele era um sentimento verdadeiro. O Lawrence havia feito muito aquele papel na vida dos gêmeos, criando um carinho por eles e não se importando de ser chamado daquela forma pelos dois.

Da mesma forma que Gregory também não achava ruim em dividir o pai. Na verdade ele adora. Ele, Ginny e JJ eram tão unidos e cúmplices, que facilmente o Lawrence poderia se passar pelo terceiro gêmeo deles (se não fosse seus cabelos pretos).

Não eram uma família de sangue, mas eram uma família. E isso bastava.

Ginny percorreu o salão do quiosque, dando a volta em um dos balcões e botando a mão por baixo dele. Pegou um pedaço de parafina, logo saindo do quiosque em direção da praia - não antes de mandar um beijo debochado no ar para JJ, que o rebateu levantando o dedo do meio disfarçadamente, já que atendia um cliente -. A garota se sentou na areia, começando a passar o produto em sua prancha.

Ao terminar e ficar apenas de biquíni, Ginny correu em direção da água e logo se preparou para pegar a primeira onda. O mar parecia mais nervoso naquele final de tarde, talvez, por conta do clima ventoso que estava em Outer Banks. A garota sorriu para cada onda, satisfeita por cada manobra que acertava e fazia com perfeição.

Depois de longos minutos, John, Gregory e JJ pararam no degrau do portal do quiosque que dava naquela direção, e estavam observando de longe a garota. Os dois últimos ainda carregavam o pano e bandeja que usavam em seu atendimento, enquanto o primeiro estava segurando um prato cheio de frios que Richard havia lhe entregado.

ㅡ Como será que ela consegue fazer isso sem ao menos errar uma veizinha?! - Greg perguntou, tombando levemente a cabeça para o lado. ㅡ E mais! Como Ginny não se cansa?!

ㅡ Ela já errou algumas vezes. - JJ disse, cruzando ainda mais os braços.

ㅡ Quando ela tinha sete anos e estava começando não conta, JJ! - o Lawrence rebateu com um riso anasalado. O outro estalou a língua.

ㅡ Ela é a Sereia, não tem como errar. - John B murmurou. Não havia desviado os olhos de Ginny em nenhum instante. Nem mesmo agora, quando ela apenas estava sentada na prancha, esperando as próximas ondas subirem no mar. ㅡ Como a Kie diz, o mar é o lugar da Ginny. Eles têm essa conexão doida.

ㅡ 'Tá pegando as manias da Kie, cara. - JJ disse com um sorriso. ㅡ 'Tá começando falar essas frases de efeito clichê de filmes.

ㅡ Daqui um pouco vai estar ajudando a Ginny cantar "Para o mar eu vou, encarar quem sou, me atirar enfim..." - Greg também debochou, puxando a última nota da canção. John franziu o cenho para ele.

ㅡ Acabou de citar Moana, Gregory?

ㅡ Claro! É o favorito da Ginny, e eu preciso dizer o porquê? - Gregory disse. JJ riu ao seu lado.

ㅡ Vocês são dois idiotas. - John balançou a cabeça e começou a descer os degraus. ㅡ Não tinham que estar ajudando Richie com os clientes? - perguntou, se virando para mostrar para aos amigos um sorriso cínico.

ㅡ Olha, eu não vejo a hora de chegar o dia de vocês ajudarem! - JJ disse a ele, antes de se virar. John riu, se virando outra vez. ㅡ Vou fazer questão de sentar e assistir vocês! - o Maybank ainda gritou.

John B riu sozinho, balançando a cabeça e continuando seu caminho pela areia. Ele se sentou ao lado das coisas de Ginny, colocando com cuidado o prato no colo e continuando comer. Levantou a cabeça para procurar a amiga no mar, mas se surpreendeu ao encontrá-la já fora da água e caminhando em sua direção.

O garoto resolveu desviar a atenção para o prato em seu colo outra vez, enquanto engolia com dificuldades um pedaço de queijo. Notou a sombra da garota se aproximando de si, e logo a prancha da Maybank estava sendo fincada na areia.

ㅡ Ei! - ela finalmente cumprimentou, ainda com a respiração cansada. Tentou escorrer um pouco da água de seus cabelos, enquanto novamente olhava para John B. ㅡ Deixou alguma coisa para mim? Agora sim eu estou com fome! - e deu um sorriso largo, o qual o Routledge ficou encantado.

ㅡ Ãh... claro! Ainda tem muita coisa aqui! - ele respondeu, estendendo o prato para Ginny. ㅡ O Richie disse que era para comer isso para aguentar o jantar.

ㅡ Não recusou o convite indireto dele né? - a Maybank pegou um pedaço de salame, presunto e queijo, ignorando as azeitonas. Não era fã delas.

ㅡ Não, nunca poderia! - John respondeu sorrindo. Ele, pelo contrário, pegou uma das bolinhas verdes. ㅡ Disse que deixaria um espaço para a melhor comida de Outer Banks!

ㅡ E foi assim que você aumentou o ego do velho Richie, JB. - os dois viraram para trás, encontrando Greg e JJ se aproximando deles. O Lawrence quem havia dito: ㅡ Elogie a comida do meu pai e ganhe alguns pontos gratuitos com ele.

ㅡ Bom saber, vou fazer mais vezes. - o Routledge disse. Todos riram.

🌊

Quando a primeira hora da noite finalmente chegou, os quatro adolescentes voltaram para o quiosque e ajudaram Richard fechar o lugar. Limparam as mesas, arrumaram as cadeiras, lavaram as louças, e tiraram os lixos daquele dia. Ao finalizarem, os Maybank's e John B seguiram os Lawrence's para sua casa, para o jantar que o mais velho havia prometido.

Havia sido uma refeição muito boa, desde a hora do preparo até quando estavam limpando a cozinha. Risadas estavam preenchendo a casa a todo momento, sendo resultados principalmente das palhaçadas de JJ e Greg, e das histórias que Richard contava aos mais novos.

Todos saíram mais tarde da casa apenas quando estavam com suas barrigas cheias, e após ajudarem Richard com a louça suja. O homem sabia de sua festa, e apenas passou os pequenos avisos para se cuidarem naquela noite. Os jovens então finalmente se despediram, entrando juntos na kombi de John B e indo em direção ao Castelo.

Rapidamente se preparam, bem a tempo do horário marcado para o começo da festa. Kiara e Pope foram os primeiros a chegarem, e aquele grupo de Pogue logo embalou a primeira rodada de bebidas e conversas da noite, sentados em volta da fogueira que havia sido acessa no quintal da casa.

Em pouco tempo o local havia se enchido de conhecidos e convidados. Todos Pogues. Bebidas, conversas e a música vindo de uma caixa de som estavam preenchendo o quintal da casa de John B.

Ginny virou um copo de bebida, após perder um desafio de ping-pong, e deu risada ao comemorar com um grupo de pessoas. Não lembrava do nome da maioria, mas aquilo não importava naquela noite. Ela riu, afastando-se ao avisar que pegaria outra cerveja, e caminhou pelo gramado.

A garota avistou o irmão conversando com uma garota afastado, parecendo prestes a conseguir algo, e riu ao pensar que provavelmente estava conseguindo aquilo com algumas mentiras. Ela também cumprimentou com o olhar Gregory, que também estava embalado em uma conversa na varanda da casa. Ao entrar na casa, Ginny suspirou fundo e aliviou-se ao encontrar o lugar vazio.

Ela foi até a geladeira e puxou uma garrafa de cerveja, abrindo a tampa sem dificuldades com a mão. Se jogou no sofá e colocou os pés para cima, enquanto ainda ouvia o som abafado da festa no lado de fora. Precisava apenas de um descanso para recuperar as energias.

Revirou disfarçadamente os olhos ao ver que a porta estava prestes a ser aberta, mas aliviou a expressão ao ver que se tratava de John B. O garoto a olhou confuso, e Ginny sorriu, encolhendo os ombros enquanto tomava sua cerveja.

ㅡ Te garanto que esses bêbados e chapados não estão sentindo minha falta. - ela comentou. John riu, indo até a cozinha.

ㅡ Bem... - ele parou outra vez em frente à ela. Além da sua, havia mais duas cervejas extras em suas mãos. ㅡ Não sai daqui! - disse, depois de muito ponderar, e depois saiu correndo da casa.

ㅡ Pode apostar que não vou, Johnny Boy. - a Maybank murmurou, colocando sua garrafa sob a mesinha de centro.

Virginia colocou a mão no bolso do seu shorts e puxou um baseado - que havia roubado do irmão mais cedo sem que percebesse - e seu isqueiro. Acendeu o cigarro e deu um longa tragada, se encostando no sofá e jogando a fumaça para cima em seguida. Um suspiro fraco escapou de seus lábios, e a garota desejou que o efeito chegasse logo em seu corpo, para talvez assim voltasse a se divertir um pouco mais.

Continuou naquela posição mesmo quando ouviu a porta da sala se abrindo outra vez, agora parecendo com um pouco de urgência. Ginny estreitou um pouco os olhos para confirmar ser John B, sorrindo ao vê-lo caminhando em sua direção com um pequeno sorriso. Quando o Routledge se sentou no sofá, a garota tombou a cabeça para seu direção.

ㅡ A bebida está acabando, significa que logo todo mundo vai embora. - John começou o assunto, quebrando o silêncio.

ㅡ Achei que iriam amanhecer aqui. - Ginny riu. Ela alcançou sua cerveja, tomando mais um pouco do líquido.

ㅡ Eu não duvido que façam, mas a esse ponto só a bebida importa. E logo não terá mais. - John também sorriu. Ele mordeu o interior da boca, franzindo o cenho antes de perguntar para a garota: ㅡ Ficou com alguém essa noite, Sereia? - e disfarçou tomando a própria bebida.

ㅡ Nah! - ela estalou a língua. ㅡ Só queria me divertir um pouco, mas sem essa parte.

John levantou as sombrancelhas, concordando. Ginny o observou, tentando decifrar sua pergunta e reação diante da resposta; também tentava controlar o próprio peito acelerado de repente - mas isso ela culpou toda a bebida tomada naquela noite; mesmo que não tivesse nada a ver -. Notou como o amigo estava tenso ao seu lado, brincando com a garrafa de bebida nas mãos, e lhe lançando olhares rápidos.

ㅡ E você, Johnny Boy? - Ginny perguntou em baixo tom. ㅡ Quantas pegou? - ela riu.

ㅡ Não peguei ninguém. - John respondeu. Sério de mais, tensionando ainda mais o corpo.

Ginny franziu o cenho. Tomou o resto de sua bebida e colocou a garrafa vazia na mesa. Se ajeitando no sofá, a garota ficou de frente ao seu melhor amigo. John B ergueu lentamente o olhar para ela, que rapidamente acompanhou e entendeu para que direção seus olhos haviam caído: sua boca. Seu peito errou uma batida, e a Maybank virou-se disfarçando e começou a apagar o restante do baseado na madeira da mesa em sua frente.

ㅡ Você é minha melhor amiga, Ginny. - John sussurrou. Ela havia se virado outra vez para o Routledge, que se arrastou no sofá para ficarem ainda mais próximos.

Ginny queria se levantar e fugir dali, mas ela não conseguiu. Estaria se enganando se afirmasse que aquele era seu real desejo no momento. Ela poderia muito bem culpar seu baseado e acreditar que tudo fosse apenas fruto de sua imaginação, mas as reações de seu corpo e desejos do mesmo eram muito verdadeiras para serem apenas uma alucinação.

Ouviu aquela frase de John ecoar em sua cabeça mais uma vez. Os dois estavam próximos o bastante para seus joelhos se tocarem. Trocavam olhares intensos e compartilhavam das respirações lentas.

John tomou coragem para erguer seu braço e tocar o rosto da garota, retirando uma mecha de seu cabelo para trás da orelha. Sua mão no cabelo e bochecha de Ginny a fez se arrepiar, errando seus suspiros e erguendo novamente os olhos para os do Routledge. Ele fez o mesmo, depois de olhar novamente nos lábios dela.

O Routledge tentou se conter, mas logo havia se aproximado e pressionado seus lábios contra os da garota. Ginny não teve reação, apenas sentiu o beijo e arregalou os olhos, se afastando rapidamente em seguida. John sentiu o balde de água fria, percebendo que havia feito uma besteira.

ㅡ Ginny, me desculpa, eu...

ㅡ Pogue não pega Pogue, John. - Ginny sussurrou. Seu peito estava acelerado, e queria mostrar logo que John não havia feito uma besteita. ㅡ Pelo menos não no nosso grupo! As coisas poderiam ficar estranhas... Sabe disso?!

ㅡ É só uma regra idiota! - John disse, franzido o cenho e completando destemido: ㅡ Eu não me importo de quebrar ela por uma noite.

ㅡ Ótimo... nem eu! - Ginny murmurou, antes de puxar o garoto pelo rosto e colar novamente seus lábios.

John pareceu surpreso, mas prontamente estava correspondendo ao beijo. Seu mão foi para o cabelo da garota, intensificando o momento, e ambos suspiraram quando sentiram o contato de suas línguas. Ginny arrepiou-se com a mão que passeava por sua perna e cintura, antes de novamente agarrar sua cintura.

Ainda sob os beijos, Ginny passou sua perna sob o colo de John e se sentou ali, sentindo-o com as mãos em sua bunda e a puxando para aproximar mais seu contato. Os dois separaram os lábios para soltarem suspiros pesados, mas logo a garota havia o puxado para voltarem com o contato de suas línguas.

Ginny passou suas mãos pelo cabelo comprido de John B, agarrando os dedos nos fios e os puxando levemente. Seu quadril se mexeu lentamente sob o garoto, que continuava apertando as próprias mãos em suas coxas e bunda. Com a falta de fôlego, os dois soltaram-se dos lábios, enquanto ainda mantiveram as testas coladas.

A Maybank balançou a cabeça, afastando a voz baixa da sua consciência que ecoava no fundo de sua cabeça. Um sorriso nasceu em seus lábios e ela logo suspirou, mordendo-os quando John B começou a depositar beijos em seu pescoço - ainda continuando com as mãos bobas pelo seu corpo -.

ㅡ Que droga, Johnny. - Ginny sussurrou, criando coragem para abrir os olhos. Ela sorriu quando os dois trocaram olhares. ㅡ Nós somos amigos... - alertou em baixo tom.

ㅡ Sem pressa, Sereia. - John passou a mão em seu rosto e parou em seus cabelos, sorrindo para ela: ㅡ Pode ser só isso... ou podemos repetir e ver até onde vai.

ㅡ Isso parece boa ideia para você? - perguntou olhando-o nos olhos.

ㅡ Arriscada. Mas eu gosto de desafios. - John respondeu em brincadeira.

Os dois sorriram próximos, e logo estavam trocando mais um beijo intenso naquele sofá, enquanto a festa ainda rolava no lado de fora. 

Talvez Ginny se arrependesse daquilo quando estivesse sobria na manhã seguinte, mas agora não estava se importando. Queria correr o risco. Queria sentir os toques de John em seu corpo e aproveitar o beijo pelo qual havia fantasiado por muito tempo.

Na manhã seguinte ela poderia se preocupar com as consequências daquilo. Poderia lidar com seus sentimentos confusos outra hora.

𓏸  ．🏄🏼‍♀️   notes of author ˖    !

só queria dizer que esse beijo
não significa que as coisa vão
ser rápidas para eles. na manhã
seguinte a ginny vai ter um pequeno
surto, talvez 🤡

masss uma amizade colorida
não faz mal né?

enfim, o que acharam do capítulo?
o próximo já começa o plot da série,
vocês têm teorias? me contem que
estarei de olho nos comentários 👀

Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo! 💙

𝐩𝐚𝐫𝐚𝐝𝐢𝐬𝐞 𝐨𝐧 𝐞𝐚𝐫𝐭𝐡 🏝