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𖦹 XXVIII. DECLÍNIO

28. CAPÍTULO VINTE E OITO

CONSIDERANDO TODO O histórico da vida de Violet, estar nessa situação não era, nem de longe, o pior momento de sua existência. Na verdade, acreditava estar muito bem – ao menos sob sua própria perspectiva.

Quando mais nova, não compreendia muitas coisas, embora se considerasse experiente o bastante para acreditar que todas as merdas pelas quais passou não eram sua culpa. Mas isso não mudava os fatos. Mesmo achando que estava bem, ela estava afundando.

Completamente destruída.

E havia motivos de sobra para pensar que era, sim, culpa dela. A única pessoa capaz de sua destruição.

Scar.

Não queria admitir, mesmo que não houvesse como escapar da realidade: Scar continuava presente em sua vida, mesmo quando estava a quilômetros – e anos – de distância.

Sete anos não eram como sete minutos – Violet sabia disso. Sete anos podiam ser uma vida inteira, uma eternidade de memórias e feridas. Mas era tão difícil aceitar que alguém que se infiltrou em cada pedaço do seu ser, fez parte de sua história, pudesse se transformar em uma estranha, que mudara tanto ao ponto de nem mesmo seus olhos serem reconhecíveis.

Ainda assim, por mais que negasse, Violet sabia que cada pedaço do que era – ou do que restava – ainda tinha a assinatura dela. Como uma tatuagem feita a fogo, cravada tão fundo que nenhuma distância, nenhum tempo, parecia apagar. O ódio que sentia por si mesma não era apenas por tê-la perdido, mas por tê-la deixado escapar.

E agora, tudo o que restava era essa sombra. Não a Scar de antes, mas a de agora, essa presença incômoda que roubava seu sono, que a perseguia até mesmo em Piltover, e em cada pensamento turvo. O pior de tudo era saber que sentia raiva dessa nova versão tanto quanto a amava.

Porque a verdade cruel era que Scar havia se tornado tudo o que Violet jurou destruir. E, ao mesmo tempo, tudo o que ela queria proteger.

Era estranho, quase doloroso, perceber como a memória de alguém podia virar um refém. Violet se sentia sequestrada por essa lembrança, por esses traços que, mesmo borrados, ainda brilhavam como neon em meio à escuridão da cidade.

“Deveria odiá-la também”, pensava. “Deveria sentir repulsa.” Mas a realidade era mais sádica. Sentia saudade. Uma saudade que rasgava o peito, que a fazia implorar, ainda que só para si mesma, por uma chance de corrigir tudo – ou ao menos entender.

E era isso que a matava lentamente. Não a dor. Não a forma que Scar pisava em cada célula do seu corpo. Mas essa ausência inexplicável. Essa lacuna. Scar não era apenas uma pessoa; era uma cicatriz, um lembrete constante de que, por mais que tentasse ser forte, ou que se reinventasse, ela ainda era apenas Violet.

𒅌

As lutas não eram apenas um escape; eram o único jeito que Violet encontrou de liberar a tempestade que carregava dentro de si. Cada soco desferido, cada golpe recebido, era como abrir uma válvula para o que a sufocava. Ali, no calor da batalha, ela não precisava pensar, não precisava sentir – apenas existia.

Os machucados, todas as dores que se intensificavam no dia seguinte, eram irrelevantes. Eram um alívio. A prova física de que, de alguma forma, ela ainda estava ali, enfrentando o mundo. A dor do corpo era infinitamente mais suportável do que a dor que lhe corroía por dentro, e, ao menos naquela arena, ela tinha controle.

A cada luta, Violet sentia como se estivesse se despedaçando e se reconstruindo ao mesmo tempo. O sangue em suas mãos não era só de outros – era seu também. Era a metáfora cruel do que se tornara: alguém tão acostumada a ferir e ser ferida que nem sabia mais como se curar.

Mas, no fundo, ela sabia.

Por trás de cada golpe havia um nome, um rosto, uma lembrança que ela tentava esquecer e que sempre voltava para atormentá-la. Cada soco era para ela. Para punir a mulher que havia arrancado seu coração. Para punir a si mesma por ainda sentir sua falta.

O copo foi deixado em cima do balcão, a música alta reverberando em seus ouvidos. As luzes coloridas pulsavam pelo ambiente, borrando rostos e silhuetas, transformando tudo em uma confusão indistinta. Violet não se importava.

Os dedos envolveram o copo, por mais tempo do que o necessário, atraindo o olhar de Vi. Seus olhos pesados levantaram lentamente, e, à medida que sua visão se ajustava, a figura ganhava forma.

Cabelos loiros, pele clara, bochechas rosadas, o sorriso ladino nos lábios...

Porra.

━━━ Por quanto tempo mais vai continuar bebendo? — Loris perguntou, a voz se elevando pelo barulho enquanto se aproximava dela.

Vi o olhou de canto, empurrando o corpo grande e musculoso dele com um movimento de ombro.

━━━ Não sei.

━━━ Não sabe ou não quer saber?

━━━ Cara, você só está aqui porque quer — respondeu, esfregando as têmporas com os dedos ━━━ Pode ir.

Loris ficou em silêncio por alguns segundos, os dedos batendo suavemente no balcão enquanto observava Vi virar o líquido do copo em um único gole.

Ele inclinou levemente a cabeça, os olhos fixos nela com uma mistura de curiosidade e preocupação mal disfarçada. Ele acreditava conhecer Vi o suficiente para saber que ela não estava bem – e isso era evidente –, mesmo que ela tentasse esconder. O jeito como seus ombros pareciam mais pesados, o olhar perdido entre as sombras do bar, e o modo agressivo como o copo encontrava o balcão após cada gole eram sinais claros de que algo estava fora do lugar.

━━━ É a Comandante que está te deixando assim?

Vi franziu o cenho, os dedos machucados agarrando o copo com força enquanto esperava que ele fosse preenchido novamente. Uma risada seca e desdenhosa escapou de seus lábios, e ela lançou um olhar cansado ao amigo.

━━━ Não tem nada a ver com ela, Loris — começou, a voz baixa, mas carregada de sarcasmo ━━━ Porque, veja bem, minha vida é uma merda tão grande que nem preciso de ajuda para isso — ela girou o dedo ao redor, rindo.

Ótimo, o humor bêbado.

A mesma garota loira voltou e encheu o copo de Vi novamente, os olhos atentos enquanto observava a de cabelos – agora – escuros, curvada sobre o balcão. As costas de Vi subiam e desciam em um ritmo lento, marcado por respirações pesadas.

━━━ Cara... não me faça parecer um pai preocupado, quando na verdade sou o mesmo que te incentivou a virar meia garrafa na última bebedeira — disse Loris, cruzando os braços e inclinando-se ao lado dela ━━━ Você deveria ir para onde está ficando e dormir um pouco, Vi.

━━━ Eu deveria encher a cara — rebateu, erguendo o copo com os dedos, os olhos baixos fixos no líquido como se ele fosse a solução para tudo ━━━ E é exatamente o que estou fazendo.

Loris respirou fundo, as mãos indo de encontro aos bolsos, juntando as moedas douradas.

━━━ Quanto mais você vai beber?

━━━ Não sei...

Ele suspirou, colocando os discos metálicos sobre o balcão, onde círculos úmidos denunciavam o paradeiro de copos e garrafas. Em silêncio, ele se virou para Vi enquanto se levantava do banco, o olhar carregado de algo entre frustração e preocupação. Vi, por sua vez, sorria de forma desajeitada para a garota que limpava a superfície ao seu lado.

━━━ Preciso ir. Você vai ficar bem aí?

━━━ Claro. Devo ir embora depois, quem sabe.

━━━ Certo... Até depois.

Quando Loris se afastou, Vi ficou ali, sozinha, os dedos ainda envolvendo o copo quase vazio. Seu olhar perdido observava a movimentação ao redor: rostos desconhecidos iam e vinham, alguns rindo alto demais, outros curvados em sussurros inaudíveis. O cheiro de álcool e fumaça pairava no ar, misturando-se à melodia abafada.

Por um momento, ela se permitiu apenas existir naquela bolha – parte invisível de um lugar que não parava de girar. As risadas, os sons de passos apressados e os tilintares de copos soavam distantes, como se o mundo ao redor tivesse ficado em segundo plano, deixando-a apenas com o silêncio incômodo de seus próprios pensamentos.

Vi tentou puxar conversa com a garota, mas as palavras pareciam escorregar pelos lábios sem direção. Talvez estivesse bêbada demais, cansada demais, ou talvez a loira simplesmente não estava interessada nos desabafos desconexos de uma estranha. O silêncio desconfortável que se seguiu foi suficiente para que Vi desistisse da interação, voltando a encarar o copo vazio.

Mais tarde, depois de uma briga desnecessária – ou talvez necessária – com dois caras que pareciam estar implorando por um confronto, Vi saiu do bar em passos vacilantes. A cabeça girava, e seu corpo protestava a cada passo, mas ela não se importava. Não sabia exatamente sobre o tempo, mas estava claro que já passara muito desde que Loris havia partido, deixando-a sozinha para afundar no abismo que criava para si mesma.

Ela tropeçou algumas vezes enquanto subia a escada, o corpo inclinando-se pesadamente contra o corrimão de pedra. Seus pés arrastavam-se a cada degrau, suas botas desgastadas ficando presas algumas vezes. Cada movimento parecia exigir mais esforço do que deveria, e a sensação de desequilíbrio a acompanhava como uma sombra insistente.

No fim, Vi se deixou desabar contra o chão frio, as pernas esticadas, os braços abertos e as costas pousando nos degraus ásperos. Era desconfortável, claro, mas ela não se importava. O cansaço a consumia rápida e inevitavelmente, como um cobertor pesado que a puxava para longe de qualquer pensamento.

Finalmente, um pouco de paz.

Ao longe, ouviu algo que soou como uma risada nasal, mas não teve forças para abrir os olhos. Com um movimento preguiçoso, colocou o antebraço direito sobre os olhos, bloqueando a luz irritante que vinha de algum lugar acima.

O som de passos ecoou pelo corredor, aproximando-se lentamente, acompanhado de um suspiro longo, quase arrependido. Vi não precisava abrir os olhos para saber que alguém estava ali, parado, observando-a. O silêncio voltou a tomar conta do ambiente, mas a presença persistia, tão palpável quanto o frio do chão e do vento contra as partes de sua pele que estavam expostas.

━━━ Vá embora — murmurou, a voz rouca e embolada pela exaustão.

A pessoa não respondeu. O silêncio foi preenchido apenas pelo som do vento uivando entre as paredes, ecoando como um sussurro distante que parecia zombar de sua fraqueza. Vi franziu o cenho sob o antebraço, esperando, talvez, por uma resposta que nunca veio.

O desconforto da presença alheia pesava mais que o cansaço insuportável em seu corpo, fazendo com que a quietude ao redor se tornasse insuportável. Ela esperou, contando os segundos entre o som de sua respiração lenta e o murmúrio do vento, mas a figura permanecia imóvel, como uma sombra obstinada que recusava partir.

━━━ Eu falei pra ir embora — resmungou com um suspiro, movendo-se apenas o suficiente para mudar a posição ━━━ Você não ouviu?

━━━ Ouvi, sim. Mas, admito, fico um pouco decepcionada. Você costumava ser mais receptiva à minha presença.

Aquela voz.

Foi o suficiente para Vi, mesmo sem querer, retirar o antebraço que cobria seus olhos e levantar o pescoço, os músculos doloridos resistindo ao movimento, apenas para encontrar algo que ela jurava não ver nunca mais.

━━━ Parece que você está na pior, hein, Violet — Scar zombou, o sorriso despretensioso se espalhando pelos lábios, como se a cena à sua frente fosse apenas mais uma piada em seu repertório de ironias.

Scar estava ali, não como uma figura difusa de seus sonhos, um simples vulto que sumia no momento em que acordava, mas como uma presença concreta, desafiadora. Era realmente ela.

A pele dela brilhava sob a luz fraca do poste à frente, destacando-se na escuridão. O capuz escuro que usava não cobria completamente a cabeça, deixando à mostra a mecha azul que se agitava suavemente com o vento, como se zombasse da própria imensidão ao redor. Ela estava cínica e desgraçadamente linda, como sempre.

Não estava tão bêbada a ponto de criar uma ilusão tão perfeita. Ou será que estava?

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