Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

𖦹 XXIV. O QUE FALTA PARA O NADA

24. CAPÍTULO VINTE E QUATRO
a raiva, a dor e o amor, quando se unem, se tornam uma tempestade em que nada sai intacto

VI SOLTOU UM SUSPIRO pesado, tentando expulsar o peso que carregava nos ombros, mas o som ecoou nas tubulações vazias, revelando o que ela não queria admitir. Seus olhos se desviaram da mensagem cravada na parede, mas as palavras queimavam em sua mente, impossíveis de ignorar.

"Veio destruir o que restou da sua família."

Essa possibilidade nunca deveria existir. Não era o que ela queria, nunca foi. O simples pensamento fazia seu estômago revirar, como se o corpo rejeitasse a ideia com a mesma intensidade que sua mente. Mas ali estava ela, encarando o impensável. Jinx estava fora de controle, mergulhada em um caos que destruía tudo ao seu redor.

Vi sabia que não podia deixar isso continuar. Não podia permitir que a imagem de Powder – sua doce e criativa irmã – fosse enterrada sob as ruínas que Jinx criava. Mesmo que o ódio por essa necessidade latejasse em seu peito, havia algo mais forte: a responsabilidade de detê-la.

Ela respirou fundo, mas o ar parecia pesado, quase impossível de puxar. Cada passo que dava era um lembrete cruel de tudo o que havia perdido, de todas as vezes em que falhou.

Então o som ecoou, reverberando pelas encanações como um aviso. Vi abaixou a cabeça, o corpo tenso. Ela sabia que era Scar, se escondendo entre as sombras, observando-a como uma fera que esperava o momento exato para desferir o golpe fatal.

— Não vai dizer nada? – quebrou o silêncio, mas sua voz soou mais hesitante do que pretendia.

— Já falei coisas demais, Violet – a resposta veio fria, cortante, carregada de uma amargura que Vi sentiu atravessar sua pele.

Vi fechou os olhos com força, tentando apagar a dor que aquelas palavras traziam. O tom de Scar era diferente, mais grave, mais duro... era o som de anos que Vi não viveu ao lado dela.

— Eu não vim por você – começou, mas a frase soou vazia até para ela mesma.

Scar riu, um som seco e sem vida que ecoou pelas tubulações como um trovão abafado. Seus passos lentos e firmes sobre a água eram o único aviso de sua aproximação.

— Não sou idiota para pensar que sim – a voz de Scar estava carregada de sarcasmo e algo mais profundo, mais perigoso — Veio por algo pior. E vou ser sincera, nem eu esperava que fosse capaz disso.

Cada palavra de Scar era uma lâmina afiada, cortando uma ferida que Vi já não sabia como fechar. Tudo dentro dela parecia gritar ao mesmo tempo – raiva, culpa, tristeza – mas a pior parte era a impotência. Ela sabia que Scar tinha razão, pelo menos em parte.

— Não é tão fácil quanto parece – sua voz saiu baixa, mas firme o suficiente para cortar o silêncio — Eu não posso permitir que Jinx machuque mais pessoas. Pessoas inocentes, que não têm nada a ver com o rancor que sentem por mim.

Scar não respondeu de imediato. O silêncio foi curto, mas parecia se estender como uma pausa sufocante antes de uma tempestade. Ela emergiu das sombras, seus olhos roxos brilhando com raiva contida.

— Não é fácil? – Scar finalmente quebrou o silêncio, o desprezo óbvio em cada palavra — Eu vejo como foi bem fácil para você, Violet. Vestir esse uniforme ridículo... o símbolo daqueles que destruíram tudo o que você amava. Os mesmos que deixaram tantas crianças sem pais... Você é uma delas.

As palavras de Scar atingiram Vi como um soco. Elas traziam um peso inegável, um pesadelo do passado que ela tentava não se lembrar. Mas não podia. Não naquele momento, não diante de Scar, que era tão parte de seu passado quanto Jinx.

— Acha que foi uma decisão simples? – retrucou, a voz mais alta agora, carregada de emoção — Você acha que eu escolhi isso? Que eu queria isso? Não tive escolha!

— Não teve escolha? – Scar avançou, os olhos ardendo de indignação — Você escolheu se aliar a eles. Com certeza ninguém te obrigou. Não vem tentar justificar isso pra mim.

Vi sentiu a garganta apertar, mas não desviou o olhar. Ela queria gritar, queria explicar, mas sabia que, para Scar, nenhuma explicação seria suficiente.

— Eu fiz o que achei que era certo! — Vi rebateu, a voz tremendo de frustração — Você e Jinx insistem em me culpar pelas escolhas que fizeram, mas eu não tenho culpa. Quando vão entender isso?

— Certo? – Scar deu uma risada amarga, carregada de escárnio — O que aconteceu com a Vi que não suportava ouvir falar sobre os Defensores? Aquela que até mesmo enfrentava o Vander sobre como agir com eles? Você é impressionante, Violet.

— Mas olha só quem fala. Eu não fui a que, na primeira oportunidade, decidiu se tornar uma sádica nas mãos de um monstro. De todas as pessoas, Scar, você e Jinx escolheram se juntar ao Silco!

— E o que você queria que eu fizesse? – Scar retrucou, o tom carregado de mágoa e fúria — Que esperasse por você sentada? Você simplesmente desapareceu, não pode exigir muito.

— Eu desapareci? – Vi riu sem humor, mas havia um amargor em sua voz — Você não faz ideia do que significa estar sozinha, Scar. Do que significa querer voltar, mas não poder.

Scar deu outro passo à frente, tão próxima que Vi podia sentir a tensão pulsando no ar.

— Eu não faço ideia? – ela sibilou — Qual o seu problema? Foi exatamente isso que eu passei. Fiquei sozinha. Porque você preferiu virar as costas, sem esperar por uma explicação!

— Isso não é justo, Scar! – Vi respondeu, a voz falhando por um instante — Eu fiz o que eu pude! Eu tentei, droga!

— Tentou? – Scar bufou, os olhos faiscando de raiva — Tentou e falhou. E agora você volta, jogando palavras vazias, como se isso fosse resolver algo. Mas eu não quero suas desculpas, Vi. Não preciso delas.

Scar virou as costas, mas Vi não recuou. Ela precisava dizer algo, precisava romper aquele muro.

— Talvez você tenha razão, Scar. Talvez eu tenha falhado com todo mundo – Vi respirou fundo, encarando a figura da outra com um olhar intenso. — Mas e você? O que fez? Você e Jinx ficaram loucas e juraram lealdade ao homem que reduziu Zaun a nada bem debaixo dos seus narizes. Que piada.

O silêncio que se seguiu era sufocante, carregado de uma tensão que parecia prestes a explodir.

A provocação era evidente.

E, de repente, a luta explodiu entre elas.

Scar avançou com uma fúria cega, rápida e certeira, como se todo o rancor acumulado ao longo dos anos estivesse à beira de explodir. O primeiro golpe veio direto, um soco poderoso que cortou o ar em direção ao rosto de Vi. Ela desviou por pouco, o vento do impacto fazendo os fios de cabelo voarem. Mas Scar não deu espaço para respirar; o próximo golpe já estava a caminho, um chute com força letal atingindo a lateral de Vi.

A dor percorreu seu corpo, mas ela bloqueou com as manoplas, o som metálico reverberando ao redor, e recuou instintivamente. Os olhos de Vi não saíam de Scar, agora iluminados por uma força descontrolada.

Vi rangeu os dentes, desferindo um soco certeiro, que Scar desviou com uma agilidade impressionante, contragolpeando com uma precisão fatal. Vi mal teve tempo de bloquear, sentindo a potência do golpe irromper pelos seus braços, espalhando dor por seu corpo. Ela tentou reagir com um gancho, mas Scar foi mais rápida, empurrando-a para trás.

A loira usou o momento a seu favor. Agarrando a cintura de Vi, ela a lançou contra a parede. O impacto foi brutal, e Vi sentiu o ar ser arrancado de seus pulmões. Mas não havia tempo para se recuperar. Scar estava sobre ela novamente, punhos cerrados, pronta para atacar.

Vi, com um esforço, ergueu as manoplas e empurrou Scar para longe. Ambas cambalearam para lados opostos, ofegantes, a raiva e a frustração estampadas nos rostos. O olhar de Vi encontrou o de Scar novamente, e, por um segundo, algo diferente passou entre elas. Era quase um reconhecimento, um reflexo do que já foi.

— Não era pra ser assim. Eu nunca quis te machucar – a voz de Vi soou rouca, carregada de dor e arrependimento.

Scar hesitou. Por um instante, seus olhos se suavizaram, quase como se tivesse sido atingida pelas palavras. Mas, antes que Vi pudesse ver mais, Scar avançou com ainda mais fúria, como se as palavras de Vi a tivessem enfurecido ainda mais.

— Você não devia ter voltado! – Scar esbravejou, os punhos atingindo Vi com uma força que fez seus dentes se apertarem. Ela empurrou Vi para trás com brutalidade, acertando-lhe o estômago e fazendo-a cambalear.

Vi estava em desvantagem, mas algo dentro dela se acendeu. Usando o peso de Scar contra ela, Vi girou o corpo e, com um movimento preciso, a derrubou no chão com um estrondo. Antes que Scar pudesse reagir, Vi estava sobre ela, imobilizando-a com as manoplas pesadas contra seus ombros.

O rosto da rosada estava a centímetros do de Scar. Ambas ofegavam, os olhos travados em um confronto silencioso. O ambiente parecia desaparecer ao redor delas, e tudo o que restava era a tensão quase palpável entre seus corpos. Vi queria dizer algo, qualquer coisa, mas as palavras estavam presas na garganta.

Scar, porém, não esperou. Com um grito abafado, ela empurrou Vi com força, fazendo-a bater contra a parede fria. O impacto arrancou o ar dos pulmões de Vi, que escorregou para o chão, o corpo latejando com a dor.

A loira ficou de pé, o olhar fixo em Vi, seus punhos cerrados. Ela tremia, mas não mostrava fraqueza. Seus olhos estavam carregados de raiva, mas havia algo mais, algo que Vi não soube como ler.

— Diz que não me reconhece mais, Violet, mas você também mudou. A Vi que eu costumava conhecer jamais se voltaria contra a própria irmã, e não estaria vestida assim – a voz era ácida, os olhos roxos a observando de cima a baixo.

Um último olhar, antes de Scar desaparecer nas sombras, sem dizer mais uma palavra.

Vi ficou ali, os olhos fixos no teto manchado, sentindo o peso da derrota em seu peito. Não era o corpo que doía mais; era o coração.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro