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𖦹 XI. DORES QUE AINDA PERSISTEM

11. CAPÍTULO ONZE
algumas memórias não precisam de muito para serem um peso

❝ eu não quero passar por isso, mas eu
vou, tudo por você. ❞

𝗌𝗈𝖿𝗍𝖼𝗈𝗋𝖾 —— the neighbourhood

O porão do navio era abafado, iluminado apenas por frestas de luz que escapavam entre as tábuas desgastadas do local.

Scar estava encostada na parede mais distante, o braço encostado na caixa próxima e a expressão impassível enquanto observava Jinx em pé, os lábios torcidos, desenhando no alçapão de ferro. A cada traço, a garota soltava um comentário ácido, e Scar revirava os olhos, embora no fundo achasse a interação mais suportável do que o silêncio absoluto.

Jinx se abaixou, inclinando a cabeça para observar melhor o desenho. Traços rápidos e despreocupados criavam uma cena caótica, enquanto rastros de tinta escorriam, manchando o metal ao redor. O cheiro forte das tintas improvisadas misturava-se ao ar denso do porão, criando uma atmosfera ainda mais sufocante. Scar continuava imóvel, mas seus olhos acompanhavam os movimentos precisos e quase obsessivos de Jinx, o contraste entre o caos do desenho e a precisão da artista deixando uma tensão sutil no ar.

— Você acha que Sevika sabe desenhar? – Jinx perguntou de repente, com aquele sorriso travesso que nunca revelava se ela estava falando sério ou só tentando provocar.

Scar soltou um som entre o riso e o cansaço.

— Sevika? Desenhar? A mulher mal consegue escrever o próprio nome quando está bêbada. Isso já seria imaginação além da conta.

Jinx gargalhou, quase escandalosa, enquanto acrescentava detalhes ao que estava fazendo.

— Aposto que o desenho dela seria uma barra de ouro... ou uma garrafa de cerveja! – ela pausou por um momento, segurando o pincel de tinta na altura dos olhos — Hmmm, pensando bem, talvez uma barra de ouro dentro de uma garrafa.

— Bem filosófico, Jinx. Impressionante – Scar respondeu, o sarcasmo escorrendo da voz, mas o canto de seus lábios se curvou em um sorriso discreto.

A mais nova se virou para encarar Scar, os olhos brilhando com algo entre desafio e companheirismo.

— E você, Scar? Qual seria o seu desenho? Espera, deixa eu adivinhar... algo sombrio e dramático, como... uma lâmina cravada em um coração?

Scar arqueou uma sobrancelha.

— Bem criativo da sua parte, mas não. Talvez um mapa. De Zaun. Com menos ferrugem e mais liberdade, eu acho.

Jinx piscou algumas vezes, fingindo surpresa. Um pequeno esboço de um sorriso no rosto.

— Olha só, revolucionária e sensível! Quase poético – ela voltou ao seu desenho, mordendo o lábio inferior em concentração exagerada.

O silêncio continuou, interrompido apenas pelos sons que Jinx fazia. A figura se expandia, ganhando mais formas e detalhes, mas mantendo a mesma essência de caos e desordem. Jinx adicionava mais linhas, cada uma mais arremessada que a anterior, como se tentasse capturar a própria natureza do espaço em que estavam.

Scar observava em silêncio, seus olhos se movendo entre o desenho e a entrada, alerta para qualquer movimento vindo de fora. O ar estava pesado, tenso, como se a espera fosse um fio prestes a se romper. As sombras no canto do sótão se esticavam, aumentando à medida que o tempo passava, e o som distante de passos tornava-se mais nítido. Jinx parecia absorvida em sua tarefa, mas a atmosfera de tensão parecia crescer com cada traço.

O som de movimentações excessivas e vozes abafadas ao longe interrompeu o momento. Scar se levantou, os movimentos calculados e rápidos. Se aproximou em passos rápidos, seus olhos fixos na fresta da madeira. Pela abertura estreita, ela conseguiu ver os Fogolumes chegando, seus corpos flutuando nos dispositivos improvisados que usavam para voar, movendo-se com precisão mortal. A visão era breve, mas suficiente para confirmar o que já sabia: um confronto estava prestes a começar.

— Eles estão aqui – murmurou, já puxando uma arma da cintura. Com passos leves, ela se aproximou do alçapão e observou o desenho de Jinx: um macaco com uma expressão maníaca.

— Jinx, isso não vai assustar eles – Scar comentou enquanto estendia um fio fino no chão, fixando-o com pregos improvisados.

— Não é pra assustar. É pra... marcar território! – Jinx rebateu, orgulhosa, enquanto puxava sua arma personalizada e se posicionava ao lado de Scar.

Scar revirou os olhos novamente, mas sua atenção estava nos sons que vinham de baixo. Mais vozes. Passos mais próximos. Os Fogolumes estavam se aproximando. Sem dizer mais nada, Scar fez um sinal para que Jinx a seguisse até uma das vigas do porão, onde poderiam se esconder. As duas se posicionaram em silêncio, embora Jinx tivesse um sorriso animado, como se estivesse prestes a abrir um presente de aniversário.

— O que acha que vai acontecer quando a armadilha disparar? – Jinx sussurrou, com os olhos fixos no alçapão.

— Eles vão se arrepender de ter vindo – Scar respondeu, ajustando a mira de sua arma na direção da entrada e soltando um suspiro curto.

— Adoro arrependimentos! – Jinx sussurrou de volta, quase cantarolando.

O sótão ficou em silêncio, exceto pelo som exagerado dos intrusos confiscando a mercadoria. A armadilha estava pronta, e Scar e Jinx, apesar de suas diferenças, estavam perfeitamente sincronizadas na espera pelo caos inevitável.

Dois deles entraram, os olhos vasculhando o ambiente em busca de qualquer sinal. Seus passos foram cautelosos, mas erraram ao passar pelas laterais, ativando a armadilha com um estalo seco. O som de metal cortando o ar ecoou, trancando-os no porão, e o pânico começou a crescer. Eles se viraram, encarando o desenho, agora iluminado pela luz tênue, o roxo intenso e os traços distorcidos criando uma sensação de ameaça iminente.

— Ela está aqui.

— Você acha que veio com a parceira?

Um deles, de cabelo verde, acendeu uma dinamite, caminhando lentamente pelo local enquanto o outro se posicionava, atento a qualquer movimento suspeito. O ambiente estava tenso, cada passo parecia ressoar mais alto do que o normal.

Jinx, com uma agilidade inesperada, saiu de seu esconderijo e se moveu rapidamente entre as caixas, atraindo a atenção dos dois. Enquanto isso, Scar, com um gesto suave e quase automático, ajustava sua faca, conferindo se estava presa corretamente à cinta. Quando o homem de cabelo verde atirou a dinamite na direção de onde estavam, o fogo já começava a consumir o pavio.

Scar sorriu. O jogo estava prestes a começar.

Jinx deslizou por baixo de um cabo de aço, lançando uma série de bombas nos corpos dos dois, o som do time frenético ecoando pelo ambiente, até que, em um estrondo, uma explosão sacudiu o barco, e a estrutura balançou, ameaçando desabar.

Scar abriu o alçapão com um movimento rápido, a densa camada de fumaça cinza se erguendo e se espalhando pelo espaço. Ela subiu, o som das botas ecoando no chão enquanto Jinx a seguia, com os olhos brilhando de excitação, já se preparando para o próximo espetáculo.

— Oi — disse, sua voz doce e quase infantil, exageradamente melosa. Antes que qualquer um pudesse reagir, ela puxou duas granadas das mãos, retirando rapidamente os lacres de segurança. Com uma expressão séria no rosto, ela lançou as granadas na direção dos mascarados.

Scar se moveu rapidamente, seus passos silenciosos. O garoto tentou se defender, levantando os punhos em uma posição de combate, mas com um movimento fluido, ela deslizou para o lado, agarrando o braço dele e torcendo-o com um giro preciso. A dor fez com que ele soltasse um grito abafado, mas ele reagiu com um soco certeiro, tentando pegá-la de surpresa. Scar, antecipando o movimento, se abaixou e esquivou-se, a energia de seu corpo se concentrando no momento exato para contra-atacar.

Ela usou o impulso dele contra si mesmo. Com um movimento ágil, o empurrou para trás, desequilibrando-o e fazendo com que ele tropeçasse nas próprias pernas. Ele tentou recuperar a postura, mas Scar já estava sobre ele, o pé firmemente no seu estômago, empurrando-o para o chão com força. Quando tentou levantar, ela foi mais rápida, aproveitando o momento para prender seu braço, fazendo-o perder toda a resistência.

Vi?

O som do nome, pronunciado por Jinx de forma surpresa e dolorosa, fez Scar desviar momentaneamente o olhar. O eco da palavra em sua mente foi o suficiente para distrair sua atenção por um breve segundo, o que a deixou vulnerável.

O garoto, percebendo a oportunidade, avançou com rapidez. Em um movimento inesperado, ele se lançou sobre Scar, utilizando a distração dela a seu favor. Com um empurrão certeiro, ele a derrubou no chão e, antes que pudesse reagir, um soco potente atingiu seu rosto, fazendo sua visão turvar por um instante.

Scar, atordoada, sentiu a dor pulsando, mas sua reação foi imediata. Com um movimento instintivo, ela puxou a faca da cintura e, em um gesto rápido, a cravou no braço do garoto, cortando-lhe a pele com precisão. O som do metal rasgando a carne foi abafado pelo barulho crescente da luta ao redor, mas a dor fez o garoto recuar, soltando um grito abafado. Ele tentou afastar-se, mas Scar o manteve à distância, seu olhar feroz e focado.

Enquanto ele cambaleava para trás, ainda tentando se recompor, o som de um disparo ecoou, e Scar viu o movimento no canto de seus olhos. Jinx, com a precisão que só ela tinha, atirou em direção à garota que estava segurando, um tiro certeiro e fatal.

Um dos mascarados, com a respiração ofegante, correu em direção ao corpo sem vida da garota. Nas mãos trêmulas, ele segurava um relógio de bolso, a peça metálica refletindo a luz do fogo ao redor. Ele olhou para Jinx, o ódio emanando de seu corpo, antes de se virar e correr em direção a ela, pronto para atacar com uma fúria cega.

Jinx não hesitou. Os olhos brilhando, ela pegou a metralhadora e disparou uma rajada rápida, as balas saltando e ricocheteando no metal ao redor, criando um som abafado que se misturava com os ecos de seus gritos. As balas cortaram o ar, mas o garoto continuou sua investida, ignorando o perigo iminente. Mas em seguida, pressionados pela intensidade dos disparos, ele hesitou. Jinx não parou, a metralhadora zunindo com o ritmo frenético de sua mente, até que, finalmente, os mascarados se jogaram para fora do barco, saltando para o mar e fugindo dos ataques, deixando um rastro de frustração no ar.

Ela abaixou a arma, ofegante e ainda um pouco fora de si. Scar se levantou rapidamente, aproximando-se e segurando seus ombros, virando-a para encará-la.

— O que aconteceu?

— Eu pensei... – Jinx respirou com dificuldade, os olhos perdidos — Pensei que fosse ela.

Scar ficou em silêncio por um momento, a expressão de raiva tomando conta de seu rosto. Seus olhos se estreitaram, e uma tensão palpável se formou em seu corpo, mas, por dentro, algo completamente diferente se agitava.

O simples som do nome de Vi, mesmo pronunciado de forma tão leve por Jinx, fez com que um nó apertasse seu estômago. O enjoo que ela sentia era quase físico, uma onda de lembranças distorcidas e dolorosas tomando conta dela. A presença de Vi, com seu olhar perdido e suas promessas quebradas, parecia uma ferida antiga que nunca cicatrizava completamente. Ela respirou fundo, forçando sua raiva a tomar conta novamente, enquanto segurava os ombros de Jinx com mais força, virando-a de frente para si.

— Ela não vai voltar, Jinx. Foi a melhor coisa que ela poderia ter feito nas nossas vidas.

As palavras saíram duras, mas por dentro, Scar sentia uma tempestade de emoções turbulentas. Ela não sabia se queria acreditar no que acabara de dizer ou se estava tentando convencer a si mesma de algo que ainda não conseguia processar completamente.

Sevika surgiu furiosa ao lado das duas, empurrando-as bruscamente e fazendo-as se separarem. Scar a encarou com os olhos frios, nublados pela mistura de emoções causadas pelos últimos minutos – os Fogolumes, a carga completamente perdida e a garota de cabelos rosados caída no chão, sem vida.

— Vocês deviam proteger a carga! — Sevika gritou, os olhos fixos em Jinx, que apenas sorriu, com uma expressão quase inocente. Mas, ao desviar o olhar, Sevika encontrou nela a mesma intensidade de raiva que a consumia.

𒅌

Scar caminhava em passos lentos até o escritório de Silco, já imaginando tudo o que ele poderia dizer ou querer saber. A cada passo, a tensão no ar parecia aumentar, como se o peso da missão falhada e da carga destruída estivesse se acumulando sobre seus ombros. O som dos saltos curtos em contato com o chão ecoava pelo corredor silencioso, uma lembrança constante de que o confronto era inevitável.

Ao chegar à porta do escritório, Scar hesitou por um momento, seus olhos se fixando na maçaneta. Ela sabia o que estava prestes a enfrentar: o olhar de Silco, sua exigência pelos resultados. Mas, por dentro, algo mais a consumia. As imagens da garota morta, a carga e o confronto que haviam enfrentado se misturavam com as palavras de Jinx e a menção dela, deixando-a com um peso difícil de descrever. Ela respirou fundo, puxou a maçaneta e entrou.

Silco estava atrás de sua mesa, a luz suave iluminando seu rosto com um brilho. Quando Scar entrou, ele não levantou os olhos de seus papéis, mas a tensão estava lá. Ele sabia que deu errado, que a missão havia falhado de uma forma irreparável. Sem pressa, ele afastou tudo para o canto da mesa e, finalmente, levantou os olhos, fixando-os nela com uma intensidade que não deixava espaço para mentiras.

— Então? — sua voz era calma, paternal, mas havia uma firmeza que exigia respostas. Ele a observava atentamente, esperando por uma explicação, como se fosse um pai querendo entender o que havia levado a filha a falhar.

Scar respirou fundo, a tensão do momento pesando em seus ombros. Ela sabia que ele não estava apenas perguntando pela carga perdida, mas queria entender o que havia se passado na mente dela.

— A carga foi perdida, você sabe – Scar falou com firmeza, mantendo os olhos de Silco — Não conseguimos impedir os Fogolumes de estragar tudo. A situação complicou quando... — ela hesitou por um instante, mas continuou — quando as coisas saíram do controle... foi um fracasso.

Silco a observou em silêncio, o peso de suas palavras pairando no ar. Ele se recostou na cadeira, mantendo a postura firme, mas havia uma leve quietude estranha em seus olhos, como se ele estivesse absorvendo tudo, como se estivesse calculando cada palavra que ela dizia, mas sem broncas duras. Ele não a interrompeu. A verdade era simples: ele queria entender, mas não permitiria fraqueza.

— E Jinx? O que houve com ela, de verdade? — Ele questionou.

Ele a conhecia bem o suficiente para perceber que a presença de Jinx era mais do que apenas uma distração. Ela estava envolvida de algum modo, e Silco queria entender até que ponto a garota de cabelos azuis havia afetado o desenrolar da missão.

Scar olhou para baixo por um instante, sentindo o peso da pergunta. Sabia que qualquer coisa que dissesse poderia ser interpretada de maneira errada, mas não havia como negar o que havia acontecido. Ela levantou os olhos novamente, encarando-o com a mesma frieza de sempre.

— Sevika disse que vocês se descontrolaram mais uma vez — disse Silco, com a voz calma e o olhar intenso fixo em Scar.

— A Sevika fala demais. Sorte a dela ter perdido só o braço, e não a língua. Não conseguiria sobreviver muito tempo sem abrir a boca — respondeu Scar, com um tom cortante e desafiador.

Ela respirou fundo, forçando-se a conter a raiva. O peso das últimas horas ainda ardia em seu peito, mas ela manteve a postura firme, mesmo com as emoções prestes a transbordar.

— Não era algo que eu pudesse controlar. Ela... se distraiu com algo...

A garota parecida com Vi.

O nome de Vi saiu da boca de Silco como uma lâmina afiada, e, instantaneamente, Scar sentiu a raiva tomando conta de seu corpo. Era como se cada vez que aquele nome fosse mencionado, uma parte de sua velha dor se reabastecesse. A lembrança da explosão, a falta de confiança, a sensação de abandono – tudo aquilo voltava com uma força avassaladora. A raiva borbulhava em suas veias, mas, por mais que quisesse explodir, ela se manteve em controle, sua respiração pesada, a tensão no corpo visível, mas sua expressão permaneceu impassível.

— Por que está falando dela? — a pergunta saiu de sua boca com mais veneno do que ela pretendia, mas a raiva não podia ser contida.

Silco a observou, a calma dele contrastando com a tempestade interna que ela tentava controlar. Seu olhar era penetrante, quase como se soubesse exatamente o efeito que suas palavras tinham sobre ela.

— Esse assunto ainda mexe com você, querida? Faz tanto tempo... — ele disse com uma leve ironia na voz, como se fosse algo irrelevante, algo distante do passado.

Scar não aguentou mais. A raiva foi rápida, quase instintiva, como se a simples menção do seu pior pesadelo fosse mais do que ela pudesse suportar. Ela cerrou os dentes, sentindo o sangue ferver, mas, com um esforço imenso, conseguiu manter a calma exterior.

— Sabe que eu odeio falar disso. E sabe ainda mais que eu prefiro não pensar em nada relacionado àquele dia e à idiota de cabelo rosa ridículo — sua voz estava carregada de desprezo, uma mistura de fúria e amargura. O rancor em suas palavras era visível, mas havia algo mais profundo ali, algo que ela ainda tentava enterrar e que Silco acabava de expor sem querer.

Silco a observou em silêncio, suas sobrancelhas levemente arqueadas enquanto absorvia as palavras dela. A frieza que ele emanava não se abalava, mas havia algo nos olhos dele que indicava que ele sabia mais do que estava deixando transparecer. Ele não era tolo, sabia o quanto o nome de Vi ainda mexia com Scar, e, ao que parecia, Vi ainda era a ferida aberta de Scar.

— Eu vejo que ainda não superou isso – ele disse, com uma leveza na voz, como se estivesse falando de um assunto trivial, mas a observação carregava um peso de acusação sutil — O passado nunca é fácil de esquecer, não é? Mas veja, querida, a vida não espera. O que aconteceu, aconteceu. Não podemos mais permitir que velhas dores nos atrapalhem.

Scar sentiu o peso das palavras dele, como se uma nova camada de pressão tivesse sido colocada sobre ela. Ele não estava errado. Cada lembrança, cada frustração relacionada à Vi, só a tornava mais fraca. E, por mais que tentasse afastar essas lembranças, Silco acabava sendo um lembrete de que o passado não poderia ser ignorado.

Ela respirou fundo, tentando afastar a raiva que ainda a consumia, mas, por dentro, a sensação de estar sendo observada tão intimamente só aumentava o desconforto. Ela sabia que Silco tinha razão, mas odiava que ele tivesse o poder de fazer com que suas fraquezas fossem expostas.

— Não me interessa mais o que ela fez ou deixou de fazer — Scar respondeu, com uma calma forçada, mantendo o olhar fixo nele, tentando esconder o turbilhão interno — Não importa.

Silco finalmente se afastou do tópico doloroso, deixando o silêncio pairar por alguns segundos. O olhar dele se suavizou, e ele se inclinou para frente, segurando o aplicador de cintila que estava sobre a mesa.

A luz da lâmpada refletia suavemente na superfície metálica do objeto. Scar, ainda em pé diante dele, observou o aplicador com um foco involuntário, a mente vagando por um instante. Aquilo parecia uma lembrança da necessidade que Silco tinha de se manter forte, de melhorar, de não mostrar fraqueza.

Ela não pôde evitar perguntar, sua voz mais suave do que gostaria.

— Precisa de ajuda com isso? — perguntou, sem olhar para ele, seus olhos agora fixados no dispositivo.

Ele colocou o aplicador ao lado, na mesa, e olhou para Scar com uma leveza rara, mas que só ela e Jinx recebiam.

— Jinx já fez isso por mim — ele respondeu, a voz tranquila, sem pressa.

Scar observou em silêncio, confirmando com a cabeça ainda absorvendo a tensão entre eles. Mas antes que pudesse processar os pensamentos, Silco estendeu a mão, segurando a dela com firmeza, seus olhos fixos nela com uma intensidade que parecia alcançar sua alma.

— Você e Jinx são importantes para mim, Scar – disse, e sua voz, normalmente fria, carregava algo mais: um toque de sinceridade — Eu não quero que nenhuma de vocês reaja às fraquezas de coisas do passado. O que aconteceu, aconteceu. Agora, temos que olhar para o futuro, para o que podemos fazer.

Silco soltou a mão dela com um gesto cauteloso, e Scar permaneceu ali, imóvel, absorvendo suas palavras. Ele estava certo, ela sabia disso. O passado, por mais que fosse doloroso, precisava ser deixado para trás. Mas havia algo em seu peito, um peso constante, uma memória que se recusava a ser apagada.

Ela forçou um suspiro e desviou o olhar, tentando afastar as memórias que, de repente, começaram a surgir em sua mente como uma onda imprevisível.

Vi, o armazém, a explosão... Tudo o que ela tentava esconder voltava para assombrá-la, como fantasmas que não podiam ser exorcizados tão facilmente. Mas ela não queria mostrar isso a Silco. Não queria mostrar a fraqueza que ele repudiava. Com um movimento brusco, ela se afastou da mesa, olhando para a janela, para a cidade de Zaun, tentando acalmar a tempestade dentro de si.

Ela se virou, saindo em passos apressados até estar novamente na escuridão do corredor, tentando sufocar as memórias que ameaçavam dominar sua mente.

a vi reencontrando essa "áster"... quero nem ver. se ela me desse um tapa eu aguentava calada e perguntava se ela tinha machucado a mão

o ekko vendo as amiguinhas dele descendo a porrada nos parceiros dele, tadinho😞 só sofrem

silco é pai, empresário, psicólogo. a barbie de zaun

beijos e até o próximo! 🤍💋

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