Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

ㅤㅤ𝟬𝟭𝟬.ㅤ› the greene's farm, part two;

🧟‍♀️

୧ ❛ CAPÍTULO 010
a fazenda dos greene's, parte dois

ㅤㅤ Carl estava dentro do quarto, sentado ao lado do seu pai, que ainda doava sangue para Aurora. Ele deixava carinho nos pêlos de Luna, que estava sentada ao seu lado e vigiando tudo o que Hershel e Alexander faziam com a Phelps; a pastora-alemã não havia saído dali em algum momento, parecendo triste ao ver sua dona naquelas condições.

ㅡ A Brookie tem que vir para cá. - Rick disse de repente. ㅡ Ela tem que saber... eu tenho que achar um jeito de encontrá-la!

ㅡ Não pode fazer isso. - Hershel disse.

ㅡ Ela é a irmã da Aurora! - Rick continuou, sem perceber o que havia dito. ㅡ A irmã dela foi baleada, 'tá deitada aqui! Brooklyn precisa saber o que está acontecendo!

ㅡ Aurora vai precisar de mais sangue. - o senhor Greene continuou, ainda mantendo a calma. ㅡ Rick não pode se afastar mais que cem metros dessa cama! - ele disse para Shane, que estava em frente da cama.

Rick suspirou irritado, pronto para se levantar da cama. Carl o observou, se levantando rapidamente ao vê-lo cambaleando um pouco para o lado; o garoto o ajudou se afirmar, assim como Alexander também havia feito do outro lado.

ㅡ Eu estou bem! - o Grimes mais velho disse, seguindo sem apoio para fora do cômodo. Os outros o seguiram de perto.

Maggie e Otis estavam na sala, e logo olharam para eles em busca de notícias; Shane disse que Aurora estava estável agora. Hershel logo também saiu do quarto, reforçando aquela frase.

ㅡ Precisamos tirar os outros estilhaços, mas temos que ir mais a fundo para isso. - Alexander disse, suspirando ao pensar sobre isso. Ele olhou para o Greene em seguida. ㅡ Posso ir atrás do meu pai para operá-la, mas preciso saber se tem os equipamentos certos para isso.

ㅡ Equipamentos certos? - Carl perguntou, confuso.

ㅡ Agulhas, cilindros de oxigênio, e, principalmente, anestesia. - o Mallory explicou. ㅡ Viu como Aury ficou com o primeiro pedaço de bala, e aquele era o mais superficial.

ㅡ Ela não vai aguentar se formos tirar todos daquela forma. - Hershel disse. ㅡ E não, não tenho todas essas coisas... mas conheço um lugar onde podemos encontrá-los.

ㅡ A faculdade. - Otis disse, e o amigo concordou. Eles pareciam ter pensado no mesmo.

ㅡ Perfeito. Me faça uma lista e um mapa, que eu vou atrás dos equipamentos. - Shane disse.

ㅡ Não vai precisar, eu vou com você. - Otis disse. ㅡ Fui voluntário da saúde, conheço todos os itens de que eles precisam. - todos olharam para ele. ㅡ Essa é a forma de me desculpar. Fui eu quem deixei a garota assim! - completou.

ㅡ Obrigado. - Rick acenou para ele.

ㅡ Eu posso ir atrás do seu pai. - Maggie, a filha mais velha de Hershel, disse para Alexander. ㅡ Não pode sair daqui, meu pai pode precisar de você.

ㅡ Tudo bem, você está certa. - o homem disse, depois de ver que Hershel havia concedido aquilo. ㅡ Posso dizer onde eles estão.

ㅡ Não precisa. - Carl se levantou. ㅡ Eu vou junto e trago a Dixon. E além do mais... - ele continuou rapidamente, antes de Rick ou um dos outros negasse. ㅡ Se alguém conhecido estiver junto será mais rápido para eles acreditarem, principalmente a Brooklyn, não acha?

ㅡ O garoto está certo. - Shane murmurou, depois de um longo suspiro.

ㅡ Tudo bem. - Rick finalmente disse. Ele abraçou o filho. ㅡ Só... tomem cuidado. Todos vocês! - ele completou, olhando para os que sairiam, antes de voltar para dentro do quarto.

Shane e Otis foram para a cozinha junto a Hershel e Alexander, que fariam uma lista mais precisa dos materiais que utilizariam. Enquanto isso, Maggie chamou Carl para saírem da casa e irem em direção de um dos celeiros da fazenda, o que ficava mais próximo da casa.

O garoto ficou um pouco surpreso ao ver que a mulher o levava em direção aos cavalos, e suspirou ao entender sozinho que os usariam para ir até Brooklyn e Stephen.

ㅡ Sabe montar, certo? - a mulher perguntou, depois de ver que o Grimes estava um pouco nervoso.

ㅡ É... claro! Claro que sei! - ele disse, pegando a corda que ela lhe entregava. ㅡ Só faz alguns anos que não faço isso. - completou em baixo tom, enquanto subia no animal. Maggie escondia uma risada.

Carl ordenou para que o cavalo andasse, e se segurou rapidamente na corda, quando o mesmo saiu em disparada atrás do outro cavalo em que Maggie estava. O Grimes logo havia pegado o jeito e não estava mais nervoso, e até havia conseguido tomar a frente da mulher e guiava o caminho pelo campo da fazenda.

꩜꩜꩜꩜

Dentro da floresta, do outro lado, o restante do grupo ainda estava no caminho de volta para a rodovia. Haviam escutado o tiro ecoando na floresta, e Lori foi a primeira a se preocupar; mas os outros a garantiam que talvez não fosse nada, e assim eles voltaram a andar.

Brooklyn, que estava um pouco afastada, caminhava de cabeça baixa e com sua faca na mão; a girava entre os dedos, enquanto novamente pensava naquele tiro. Ela sabia que nenhum dos homens iriam se arriscar e disparar contra um zumbi, e tentava repetir para si mesma que talvez nem fosse vindo deles aquele tiro. Não entendia o porquê estava tão preocupada daquela forma, mas não podia evitar.

ㅡ Ei... - Audrey se aproximou, após ver a Dixon mais afastada. A mais velha olhou apenas com o canto dos olhos a Mallory, esperando que ela continuasse. ㅡ Ainda está preocupada?

ㅡ Não. - Brooklyn respondeu e olhou para Audrey, suspirando ao vê-la lhe encarando como se soubesse a verdade. ㅡ Olha, 'tá legal! Eu estou... Nem sei porquê, sei que o tiro não veio deles.

ㅡ Tem tanta certeza assim?

ㅡ Não existe só a gente sobrevivendo, não é? - a Dixon continuou. ㅡ Talvez tenha outro grupo pela floresta, um pouco mais burro e que não sabe que som atraí aquelas coisas... afinal, não podemos ser os últimos sobreviventes...

Audrey observou Brooklyn, que dizia tudo de uma forma bem nervosa, enquanto girava sua faca cada vez mais em sua mão. A Mallory suspirou ao notar que aquela era a forma que a mais velha encontrava para disfarçar suas reais preocupações, e no fundo estava orgulhosa por um segundo estar começando a entender a Dixon.

ㅡ Olha... - ela começou com calma. ㅡ Tudo bem você se preocupar, não há mal nisso. Eu também estou com medo! - Audrey disse, tendo a atenção de Brooklyn outra vez. ㅡ Soph ainda está por aí, e agora esse tiro... e Alexander não está aqui. Mas, tenho certeza que eles e Aurora estão bem e logo estarão aqui com a gente! - a Mallory disse, dando um sorriso reconfortante para a Dixon.

ㅡ Eu espero. - Brooklyn respondeu, suspirando e desviando o olhar novamente para baixo.

As duas passaram a caminhar novamente em silêncio, com Brooklyn ainda brincando com sua faca. Ainda faltava um bom pedaço caminhando até chegarem à rodovia, e garota olhou para a direção que seu irmão estava, guiando o caminho junto com Stephen. Até que a Dixon ouviu alguns sons ao seu lado; virando a cabeça, ela arregalou os olhos a tempo de ver Andrea sendo derrubada no chão por um errante.

Brooklyn estava mais próxima e correu na frente até a mulher. Mas, antes da garota erguer a mão e acertar sua faca no errante, ela se surpreendeu com uma pessoa em um cavalo o derrubando com um taco de beseibol. Andrea se levantou com a ajuda da Dixon, e as duas ainda estavam muito surpresas.

ㅡ Brooklyn Dixon?! - a mulher no cavalo perguntou para a mais velha. ㅡ Rick me pediu para vir... Aurora foi baleada.

ㅡ E-eu sou Brooklyn... - a Dixon respondeu, ainda em choque, tendo aquelas palavras ecoando em sua cabeça.

Aurora havia sido baleada.

A Dixon sentiu seu peito se apertendo e tudo em sua volta parando por alguns segundos, enquanto ela dava um passo para trás e percebia tudo ficar inaudível em seus ouvidos naquele instante.

ㅡ O que aconteceu?! - Stephen perguntou, enquanto se aproximava com os outros.

ㅡ Aurora foi baseada em um acidente. - Carl também chegava ali, tentando acalmar seu cavalo, e surpreendendo sua mãe. ㅡ Alex disse que você talvez pudesse ajudar.

ㅡ É claro! Claro! - o Mallory respondeu de prontidão, se virando para sua filha. Ele lhe entregou sua bolsa, logo após abri-la e pegar uma pequena maleta lá dentro.

Daryl correu até sua irmã, logo percebendo como ela estava e lhe segurou pelos ombros; dando um pequeno balançar na irmã, o Dixon a fez despertar daquele pequeno transe. Brooklyn olhou o mais velho, que lhe olhava no fundo dos olhos.

ㅡ Vai. A garota precisa de você! - ele sussurrou, e foi o bastante para Brooklyn finalmente se movimentar.

Stephen já estava junto com a mulher desconhecida, então Brooklyn foi até Carl, sem nem mesmo questionar. Ela olhou para a mão estendida para si e logo aceitou a ajuda, subindo na garupa do Grimes e se apoiando em sua cintura, enquanto sentia ele saindo na frente em direção ao lugar de onde vieram antes.

ㅡ Eles disseram que há outros na estrada... naquele engarrafamento. - a moça disse para Glenn, que assentiu meio perdido. ㅡ Vá até Fairburn Road, é perto da nossa fazenda. O nome é Greene! - ela disse, antes de também sair dali.

Todos ainda estavam um pouco surpresos com o que havia acontecido, e agora preocupado com a pequena Aurora. Daryl suspirou ao ver a irmã se afastando, e se irritou ao ver aquele errante de antes ainda vivo.

ㅡ Cala a boca! - ele acertou uma flecha no corpo, antes de se virar e continuar a seguir o caminho que estavam.

꩜꩜꩜꩜

Durante todo o caminho, Brooklyn esperou que aquilo fosse uma grande brincadeira de mal gosto, e esperava chegar e ver Aurora brincando naquela tal fazenda. Ela esperava ser mentira, e queria socar o responsável daquela piada; mas, ao ver a casa cada vez mais próxima e Rick parado na varanda fez seu peito se apertar.

Assim que passaram a porteira e a Dixon viu as roupas do homem, ela não conseguiu mais evitar seu choro. Brooklyn negou com a cabeça, pulando do cavalo e correndo até Rick, que também chorava e não pensou duas vezes antes de abrigar a garota em seus braços. Ainda negando, chorando, e agora entre soluços, a mais nova pediu para o Grimes dizer que era mentira.

ㅡ Eu sinto muito, Brookie... sinto muito... - ele respondeu, abraçando mais forte a garota, enquanto a guiava com cuidado para dentro da casa.

Brooklyn ofegou ao entrar no quarto que Aurora estava, vendo que ela estava sendo cuidada por Alexander e com Luna deitada em frente da cama. O homem se afastou e deixou a Dixon chegar até a mais nova; ela logo tocou em seu rosto gelado, chorando ainda mais ao ver o grande ferimento inchado em sua barriga.

ㅡ Ela perdeu muito sangue. - Alexander começou a dizer, vendo seu pai logo se aproximar de Aurora. ㅡ Não sabemos o tipo, mas Rick doou um pouco, e...

ㅡ A+... Ela é A+. - Brooklyn disse, abaixando a cabeça ao se lembrar da conversa com Jenner. Ela não esperava que iria mesmo precisar daquela informação.

ㅡ É o mesmo que o meu. Por isso não aconteceu nada... o sangue é compatível!
- Rick, parecendo aliviado, se sentou na poltrona ao lado da cama. ㅡ Pode tirar o quanto precisarem.

ㅡ Vai com calma, cara. - Alexander disse. ㅡ Eu também vou doar, não podemos tirar apenas de uma pessoa. Você vai acabar desmaiando!

Brooklyn olhou para eles, vendo quem iria doar o sangue e voltou outra vez para Aurora. Tão quieta, pálida e machucada. Aquela não era a garotinha alegre que conhecia, e tanto precisava. A Dixon começou a chorar outra vez, sentindo como se havia falhado em proteger a Phelps; deveria ter a impedido de ir, a deixado ao seu lado e sido um pouco mais responsável.

Seu peito começou a ficar apertado e sua respiração fraca. Brooklyn soltou um soluço e deixou o quarto, sentindo que havia atraído olhares para si, mas não se importou com aquilo. Ela correu para a sala e se encolheu no canto ao lado de uma janela, onde realmente chorou e deixou que aquilo acontecesse; a Dixon passou a mão no peito, sentindo dor ali e não conseguindo respirar, tendo a certeza que estava no começo de uma crise de pânico outra vez.

Ela fechou com força os olhos e tudo que conseguiu ver foi a imagem de Aurora naquela cama. Brooklyn chorou, imaginando que não poderia a perder; finalmente entendeu e estava pronta para aceitar que a Phelps era parte de sua vida. Uma grande parte dela, e também uma parte de si. Precisava dela tagarelando ao seu lado e pulando por aí com Luna, insistindo até que ela própria se juntasse as duas.

Aurora era sua melhor amiga. Sua irmãzinha.

Brooklyn não podia a perder.

Ela ofegou, chorando e olhando para fora da janela. Conseguiu voltar um pouco de ar pros seus pulmões, recuperarando um pouco os sentindos. Brooklyn estava levando a mão trêmula até o bolso de seu colete, pronta para pegar o que havia ali, até que uma mão em seu ombro lhe despertou.

ㅡ Ei, você está bem? - era Maggie, a filha do Hershel e quem havia ido até a floresta buscar ela e Stephen com Carl. ㅡ Te vi vindo para cá... você 'tá legal? - perguntou outra vez, com o tom de voz realmente preocupado.

Brooklyn olhou para ela em silêncio e abaixou novamente sua mão, desistindo de levá-la até o bolso do colete. A Dixon negou, chorando outra vez e deixando Maggie surpresa por um instante; a mulher apenas teve a reação de abraçar a garota, que não se esforçou em afastá-la, pelo contrário, se deixou ser confortada e passou a mão pela cintura da Greene para corresponder ao gesto.

ㅡ Sua irmã vai ficar bem. Os Mallory's irão cuidar dela junto ao meu pai. - Maggie disse, se afastando um pouco para encará-la. Brooklyn deu um pequeno sorriso, sentindo por fim que havia se acalmado.

ㅡ Pode... pode não contar para ninguém que me viu assim? - Brooklyn pediu, com a voz fraca, agora desviando o olhar. Sentiu que Maggie era uma pessoa em que se podia confiar.

ㅡ Tudo bem. Vai ser um segredo nosso, está bem? - a mulher sorriu. Brooklyn agradeceu com um curto aceno com a cabeça, no momento em que via os outros deixarem o quarto de Aurora. ㅡ Vai ficar com ela, enquanto vou preparar algo para Rick e Alexander comerem.

ㅡ Obrigada, Maggie. - Brooklyn disse, logo voltando para o quarto.

Apenas Stephen ainda estava ali, terminando de trocar os curativos de Aurora, e deu um pequeno sorriso e tocou no ombro de Brooklyn, antes de deixar a sós outra vez. A garota caminhou outra vez para a cama e se sentou ali, logo resolvendo deitar com cuidado ao lado da mais nova; a Dixon começou a acariciar seu rosto e também sorriu fraco ao deixar mais algumas lágrimas silenciosas caírem.

ㅡ Me desculpa não estar com você... mas saiba que estou aqui agora. - Brooklyn disse baixinho, sabendo que não poderia ser respondida. ㅡ Eu quero que acorde, está bem? - ela olhou para frente, sorrindo ao ver Luna colocar a cabeça em cima do colchão. ㅡ Nós duas queremos, e vamos ficar ao seu lado até fazer isso, ruivinha. - a Dixon completou, se encolhendo com cuidado ao lado de Aurora, escolhendo ficar ali pelo o tempo que precisar - e puder.

A tarde foi passando, na visão de Brooklyn, muito lentamente. Ela continuava ao lado de Aurora, agora sentada em uma das poltronas do quarto, para não atrapalhar as vezes que Stephen precisava examinar a garota. A Dixon estava aflita com a demora de Shane e Otis para voltarem, pois sabia que isso apenas fazia com que a Phelps passasse mais tempo com os estilhaços de bala na barriga.

Rick estava com ela no quarto, falando com o Hershel que precisava sair e ir em busca dos outros, pois sabia que algo havia acontecido.

ㅡ Não pode ir, mal consegue se manter de pé! - a Dixon chamou sua atenção. ㅡ É melhor você sentar nessa poltrona Rick, se não quiser que eu lhe obrigue a isso! - ela disse, novamente com lágrimas nos olhos. ㅡ Não vou deixar você sair no meio de um bando de errantes outra vez, ainda mais agora que não tem força nem mesmo para atravessar o gramado!

ㅡ Mas, eles estão demorando! Alguma coisa aconteceu, Brooklyn...

ㅡ E eles vão dar um jeito. Shane pode fazer isso, está bem? - a Dixon o interrompeu. ㅡ Agora sente aqui. Não queremos que alguma coisa aconteça com você também... eu não quero, 'tá legal?! - ela disse irritada, disfarçando as lágrimas.

Rick a olhou em silêncio, logo se sentando na poltrona. Brooklyn suspirou e olhou para Hershel, que acenou com a cabeça em um mudo agradecimento por aquilo; a Dixon correspondeu, suspirando e se jogando na outra poltrona ao lado da cama. Ela se apoiou no colchão, enquanto segurava com cuidado na mão de Aurora.

ㅡ Você até agora não perguntou o que aconteceu. - Rick começou, depois do silêncio. Brooklyn o olhou, logo dando a entender que deveria prosseguir. ㅡ Foi Otis. Havia um cervo, ele estava o caçando... o tiro passou direto e acertou nela. - ele explicou, olhando a mais nova e novamente se emocionando. ㅡ Otis foi atrás dos equipamentos porque acredita que é culpa dele.

ㅡ Foi um acidente, não? Não há culpados. - a Dixon disse. ㅡ E quando eles voltarem, Aurora estiver bem e fora de perigo... eu faço questão de dizer a ele que a culpa não foi dele. - ela completou, voltando a olhar para Aurora.

ㅡ Eu sinto muito...

ㅡ Não há culpados, Rick! - Brooklyn repetiu, agora seriamente, para o homem. ㅡ Não foi culpa do Otis, e muito menos sua! Pare com isso, antes que eu te dê um soco na boca. - ela completou, um pouco com humor e satisfeita ao arrancar um riso do mais velho.

Logo os dois ficaram surpresos ao ouvir uma pequena tosse de Aurora. Brooklyn rapidamente se aproximou mais, sorrindo e passando a mão nos cabelos dela, enquanto Hershel e Stephen logo chegavam no quarto após Rick os chamarem.

ㅡ Onde a gente está? - a Phelps perguntou, agitada, enquanto olhava para os lados.

ㅡ Na fazenda do Hershel, Aury. - Brooklyn respondeu, olhando para o mais velho. ㅡ Você teve um acidente...

ㅡ Está doendo muito. - ela disse, tentando levar a mão ao ferimento. A Dixon não deixou.

ㅡ Eu sei, eu sei... - respondeu, dando um pequeno suspiro.

ㅡ Você deveria ter visto. - Aurora disse, olhando para Brooklyn e sorrindo.

ㅡ O que, garota? - a Dixon correspondeu o sorriso, enquanto continuava a passar a mão nos cabelos dela.

ㅡ O cervo, Brookie... ele era tão lindo! - a mais nova disse. ㅡ Eu nunca estive...

Aurora parou de falar de repente. Brooklyn a olhou, também tirando a mão de seu cabelo, logo arregalando os olhos ao vê-la começando a se debater na cama. A Dixon se levantou com as mãos no cabelos e boca, em choque e tentando - falhando - não voltar a chorar ao presenciar a cena.

ㅡ O que é isso?! Porque não podem parar?! - Rick quem perguntou, enquanto Hershel e Stephen arrumavam a mais nova na cama.

ㅡ Eles não podem, ela está tendo uma convulsão. Tem que deixar passar... sozinho. - Brooklyn respondeu, se virando e se sentindo incapaz de ver Aurora naquela situação outra vez.

ㅡ O que... - Alexander chegou no quarto com Carl, e logo eles pararam ao ver aquela cena.

Brooklyn se virou ao ouvir que Aurora havia parado de se bater e correu para seu lado outra vez. Hershel disse que ela precisava de outra transfusão e logo Alexander se dispôs mais uma vez, já que ele e Rick estavam intercalando naquele trabalho.

ㅡ Se eles não voltarem logo, iremos ter que tomar uma decisão. - Stephen disse, colocando seu estetoscópio no pescoço.

ㅡ Qual?! - Brooklyn perguntou, entre as lágrimas. Naquele momento não se importava mais em ser vista naquelas condições.

ㅡ Operar Aurora sem o respirador. - o Mallory a respondeu com cuidado.

Brooklyn soluçou, abaixando sua cabeça no colchão ao lado de Aurora, enquanto continuava chorar outra vez. Os homens trocaram olhares para elas, mas nenhum disse mais nada para a Dixon; apenas estavam a respeitando naquele delicado momento.

꩜꩜꩜꩜

A noite finalmente havia caído e nenhum sinal de Shane e Otis retornarem à fazenda.

Brooklyn estava sozinha com Aurora naquele momento, encostada na poltrona e olhando a garota deitada na cama. Todos os outros haviam saído para a cozinha para o jantar, Alexander e Rick principalmente precisavam daquilo, depois de muito insistência de Stephen.

Ele também havia pedido para a Dixon ir, mas ela negou. Não estava com fome ou vontade de comer naquele momento; ou simplesmente não queria sair do lado de Aurora outra vez. E ela agradeceu quando o Mallory não insistiu e apenas a deixou no quarto sozinha outra vez.

Luna estava deitada ao lado da porta, de vigia nas duas, enquanto também comia um pote de ração - de verdade - que Maggie havia colocado para si. A pastora-alemã parecia que realmente estava sentindo falta daquilo e comia com uma grande ansiedade, mas mesmo assim estava de vigia e fazendo companhia para Brooklyn e Aurora.

A Dixon estava encarando a Phelps, enquanto deixava algumas rolarem em seu rosto silenciosamente. Elas saíam involuntariamente, e a garota aproveitava o momento "sozinha" para desabafar. Precisava daquilo, antes que tivesse outra de suas crises.

ㅡ Dixon.

Brooklyn olhou para a porta do quarto, supresa e logo limpando o rosto. Carl estava lhe olhando, com um prato e talheres na mão, disfarçando até que por fim entrou no cômodo. A Dixon o observou, franzido o cenho em confusão ao vê-lo colocar o prato de macarronada em sua frente na cama.

ㅡ Eu disse que não estou com fome, Grimes. - ela murmurou, desviando levemente o olhar.

ㅡ É, eu sei. Mas, a Maggie quem disse para eu trazer isso. - Carl disse, pensando e finalmente se sentando na outra poltrona. ㅡ É melhor comer, antes que a Luna faça isso para você.

Brooklyn soltou o ar da risada pelo nariz, balançando a cabeça para disfarçar e com muito custo se esticou para pegar sua comida. Carl sorriu satisfeito, enquanto a via apoiar o prato na perna posta em cima da poltrona e começava a comer; a Dixon o olhou pelo canto dos olhos, e logo o garoto disfarçou estar olhando para Aurora.

ㅡ Ela elogiou você, sabia? - Carl disse. Brooklyn continuava a comer, mas o garoto sabia que ela estava atenta. ㅡ Disse que era a pessoa mais legal que ela já conheceu, além de dizer que você tem um bom coração.

ㅡ Ela não sabe bem o que fala. - a Dixon murmurou, após parecer sem jeito ao ouvir aquilo.

ㅡ Acho que ela sabe sim. Eu concordo com ela, aliás! - Carl disse, e novamente tinha a atenção da garota outra vez em si.

Brooklyn, ainda de cenho franzido para o garoto, ouviu outras pessoas entrarem na porta. T-dog e Glenn (que, para a surpresa dos dois, segurava o bebê Samuel) estavam ali com Maggie, que havia lhes mostrado o caminho. O coreano estava mais a frente e olhou diretamente para a Dixon.

ㅡ Queríamos apenas dizer que estamos aqui, e pode chamar se precisar de alguma coisa. - ele disse, dando um sorriso de apoio.

ㅡ Valeu, Glenn. - Brooklyn correspondeu o sorriso. O coreano acenou, e logo todos estavam saindo. ㅡ Ei, Maggie, obrigada por mandar isso. - a Dixon apontou pro prato. Carl arregalou os olhos.

ㅡ Não foi nada. Carl quem pediu para mim preparar um prato para você. - a Greene respondeu, sem entender o olhar que o garoto lançava para si, e sorriu para a Dixon antes de sair.

Brooklyn olhou para o Grimes, que suspirava fundo e passava a mão pelo rosto; a Dixon conteve a risada ao vê-lo corado, e logo disfarçou quando ele lhe olhou outra vez.

ㅡ Apenas não pense que todas essas coisas nos tornam amigos, Grimes, porque elas não nos tornam! - ela disse, ainda o olhando e colocando mais comida na boca. Havia feito aquilo para disfarçar o sorriso que quis dar naquele momento.

ㅡ Imaginei que você iria dizer algo assim... e tudo bem! - Carl respondeu sorrindo, se levantando para deixar o quarto. ㅡ Não sou de insistir, Dixon. - ele completou, saindo do quarto rapidamente.

ㅡ Não é de insistir... imagine se fosse, Grimes! - ela sussurrou, balançando a cabeça e por fim rindo sozinha.

O quarto voltou ao silêncio inicial, e Brooklyn logo terminou de comer aquele prato de macarronada, voltando apenas a encarar Aurora. Ela então suspirou, decidindo sair em direção da cozinha, pois precisava tomar um ar e sabia que apenas ficar daquela forma encarando Aurora não adiantaria em nada.

A Dixon cumprimentou Hershel, que estava com Carl e Rick na sala, e seguiu para o outro cômodo. Stephen estava cuidando da ferida de T-dog, que estava ainda mais infectada, com a ajuda de Patrícia; Alexander estava sentado em frente a eles, também jantando. Brooklyn observou que a filha mais nova do senhor Greene, Beth, estava com o bebê Samuel nos braços.

ㅡ Ele parece estar muito bem com ela. - Brooklyn comentou, dando um sorriso curto, ao ver a loira conseguindo arrancar risadas do bebê.

ㅡ Beth adora crianças, principalmente bebês. - Patrícia disse. ㅡ E, bem, a forma que o mundo anda... achávamos que não seria possível ver um outra vez tão cedo. Assim como cachorros. - ela completou, vendo Luna chegar perto de Rick na sala e se deitar nos pés do homem.

ㅡ E Audrey? Ficou com os outros?! - a Dixon perguntou aos Mallory's, se sentando ao lado do mais novo.

ㅡ Glenn disse que ela quem escolheu isso, dizendo que queria estar lá caso Sophia voltasse. - Alexander sorriu. ㅡ Ela mandou que o coreano trouxesse o Sammy, pois não queria que ele passasse a noite lá, enquanto tivesse chance de outro bando aparecer.

ㅡ E vocês não estão preocupados?!

ㅡ É claro que sim! - Stephen deu um sorriso para a Dixon. ㅡ Mas, sei bem como aquela garota é teimosa e determinada em algo. Ninguém iria a fazer mudar de ideia, nem mesmo eu! - ele riu.

Brooklyn sorriu ao ouví-lo dizer da filha daquela maneira, e suspirou se apoiando sob os braços na mesa. A garota olhou pela janela da cozinha, percebendo que Maggie passava por ali; ela a observou até que entrasse na casa, deixando Glenn sozinho na varanda. A Greene sorriu para ela, seguindo até o balcão da pia e começando a preparar algo ali.

Sem avisar, Brooklyn se levantou do seu lugar e seguiu para fora da casa. Não fez algum barulho ao abrir a porta e nem ao se aproximar de Glenn, e conteve o riso ao ver que o coreano realmente não percebeu sua aproximação. A garota se sentou no batente da varanda, continuando a observar o Rhee - que naquele momento estava de cabeça baixa e murmurando algo, como uma oração -.

ㅡ Ah! - ele se assustou ao levantar a cabeça e encontrar Brooklyn lhe encarando. Ela não se conteve e começou a rir. ㅡ A quanto tempo está ai?

ㅡ Acabei de chegar. - ela respondeu, ainda com o riso mal contido. ㅡ Não queria te atrapalhar... não sabia que era religioso.

ㅡ Bom, não sou. - Glenn disse. ㅡ Quer dizer, acredito em Deus e tudo mais, mas não acho que ao ponto de ser uma pessoa religiosa. Não como minha mãe era. Entende? - a Dixon assentiu em silêncio. ㅡ E você?

ㅡ Que é que tem eu?

ㅡ É religiosa? - Glenn perguntou, mas percebeu que era uma resposta óbvia ao ver o sorriso frio da garota.

ㅡ Não sou, mas respeito quem tem uma religião e a segue. - ela respondeu, brincando com a barra de sua camiseta. ㅡ Acredito em Deus e que ele ajuda quem precisa, mas não preciso estar dentro de uma igreja 'pra provar isso. Acho que Ele sabe as intenções no coração de cada um... Entende?

ㅡ É, acho que sim. - Glenn respondeu. Brooklyn o observou, dando um suspiro e abaixando novamente a cabeça, e perguntou:

ㅡ Então... estava pedindo alguma coisa, coreano?

ㅡ Para que achemos Sophia e Aurora fique boa logo. - ele respondeu sem delongas, pegando a Dixon de surpresa. ㅡ Acho que é tudo que mais importa no nosso grupo agora.

ㅡ Você tem razão. - Brooklyn respondeu em um tom baixo e suspirou, colocando suas pernas em cima do batente e as abraçando junto ao peito.

O silêncio voltou a cair sobre eles. Glenn continuou perdido nos próprios pensamentos, enquanto brincava com o boné em suas mãos. Brooklyn encarava a escuridão da noite no campo da fazendo, com a atenção focada na estrada e desejando que qualquer sinal de Shane e Otis chegasse logo por ali.

ㅡ Espera aí... - Glenn franziu o cenho ao olhar novamente a garota, logo ficando surpreso. ㅡ Você tem uma tatuagem?! - perguntou ele, apontando para o calcanhar da Dixon.

Brooklyn olhou para o lugar e deu um sorriso, que logo se estendeu para uma risada. Ela levantou um pouco mais a barra da calça, deixando o desenho totalmente à mostra. Glenn se ajeitou na cadeira de balanço, aproximando-se para ver, e também riu quando identificou que a tatuagem se tratava simplesmente de um desenho de um pato sentado em uma cadeira de praia, com óculos e segurando uma garrafa de cerveja.

ㅡ Primeiro, essa não é minha única tatuagem. - a Dixon disse, erguendo as mangas de sua blusa. ㅡ E depois, fiz essa com meu melhor amigo, quando tínhamos quinze anos. Foi um caos! Acho que muita coisa doida aconteceu naquele ano. - ela riu.

ㅡ Tem um melhor amigo?!

ㅡ Foi essa parte que te surpreendeu?! - Brooklyn debochou, deixando o coreano sem graça. ㅡ Relaxa, estou zuando com você, Glenn. - ela disse rindo. ㅡ Mas, sim! Tenho um melhor amigo. Zayn e eu nos conhecemos desde que tínhamos oito anos, quando ele se mudou para minha cidade e foi parar na mesma escola que eu. Éramos considerados os esquisitos da escola, eu por ser uma Dixon e ele por não ser o filho perfeito que esperavam de um professor.

ㅡ Então imagino que vocês cresceram como únicos amigos e um pouco rebeldes? - Glenn sugeriu, com um sorriso oculto. Estava um pouco surpreso com a naturalidade daquela conversa com a Dixon.

ㅡ É! Aprontavamos algumas coisas, matavamos aulas e também nos entendíamos em algumas coisas em comum. - Brooklyn contou com um sorriso nostálgico. ㅡ Daryl considerava Zayn parte da família, e por isso ele sempre estava levando a gente para os lugares nos feriados e férias. A mãe dele também gostava de mim, e foi o máximo de contato de uma figura materna que tive. - ela sorriu pequeno.

ㅡ E sobre a tatuagem? Vocês fizeram juntos o mesmo desenho?! - Glenn perguntou, realmente interessado. ㅡ É realmente...

ㅡ Sem total sentido, eu sei! - a Dixon completou rindo. ㅡ Eu também não faço idéia de onde surgiu a ideia, e nem lembro onde fizemos... apenas lembro que no dia seguinte olhamos para nossas pernas e estávamos com o mesmo pato idiota desenhado nas nossas canelas! - ela completou com humor, arrancando um riso fraco do coreano.

ㅡ Sente falta dele, não é? - o Rhee perguntou com cuidado, depois de ver a garota novamente em silêncio.

ㅡ Sinto falta daquele idiota todos os dias. - Brooklyn murmurou sorrindo. ㅡ Eu sei que ele está por aí, vivo! Z não morre tão fácil assim. - ela completou com garantia. Glenn sorriu de volta.

A dupla pretendia continuar a conversa, mas um barulho chamou a atenção de Brooklyn. Ela olhou para a estrada da fazenda, por onde viu o carro de Shane se aproximando outra vez. Sem pensar, a Dixon pulou do batente da varanda e esperou os homens chegarem na casa, enquanto Glenn foi chamar pelos outros.

Não demorou para Rick e os outros saírem da casa, ao mesmo tempo que Shane estacionava o carro. Ele logo entregou as bolsas para o Greene mais velho, Stephen e Rick, enquanto o primeiro olhava para trás do Walsh e se dava conta que ele estava sozinho.

ㅡ Otis? - perguntou ele. Shane negou.

ㅡ Ficamos cercados... e-ele se sacrificou.

ㅡ Não digam nada para Patrícia, precisamos dela para a cirurgia. - foi tudo que Hershel disse, antes de seguir para a casa.

Brooklyn também pegou uma bolsa com os equipamentos e estava prestes a seguir os homens, quando Stephen a impediu. Ela franziu o cenho, olhando o homem em sua frente segurar a bolsa.

ㅡ Não posso deixar você ajudar, Brooklyn, não em suas condições. - ele explicou, continuando antes que a menina pudesse reclamar. ㅡ Você conhece as normas, não pode participar de procedimentos de familiares ou pessoas próximas!

A Dixon arqueou o cenho, soltando levemente a bolsa e ainda olhando Stephen. O homem deu um sorriso curto, antes de correr para seguir os outros para dentro da casa. Ainda paralizada ali, Brooklyn soltou um suspiro e passou as mãos com força pelos cabelos; olhando para os lados, ela decidiu que precisava sair dali, se afastar, para não desabar outra vez na frente de todos.

ㅡ Onde vai? - a garota ouviu a pergunta e tornou a se virar, encontrando Carl lhe olhando da varanda da casa. Ela bufou.

ㅡ Tomar um ar, stalker. Eu posso?! - a Dixon respondeu, saindo sem esperar por um resposta do garoto.

Brooklyn caminhou até chegar na porteira principal da fazenda. Ela subiu e se equilibrou na madeira, enquanto também se firmava com os pés entre o vão que havia pelas tábuas. A Dixon olhou para cima, encarando a lua cheia no céu e sentindo a brisa fria batendo em seu rosto - a qual não lhe incomodou naquele momento -.

Olhando para trás, a garota pôde ver que a casa estava um pouco afastada. Pela janela da cozinha viu que Maggie chorava, provavelmente com a notícia sobre Otis, e tinha Glenn, Carl e T-dog em sua volta. A Dixon suspirou, voltando a olhar para frente e apenas encarar a escuridão que aquela estrada de terra estava naquela hora da noite.

Brooklyn tateou seu colete, colocando a mão dentro do bolso e puxando o item que estava ali. Ela suspirou olhando para o maço de cigarros quase vazio, exceto pelo último que ainda restava por ali. Mais uma vez a Dixon soltou o ar pelo seu nariz, antes de pegar seu isqueiro e decidir acender aquele cigarro.

Não era uma crise, e acreditava que não precisava delas para fazer aquilo naquele momento. Era uma vontade própria, um meio que encontrou para aliviar o que estava sentindo, já que não tinha mais lágrimas para aquilo.

Brooklyn fechou os olhos e soltou a fumaça pela boca, sentindo uma estranha sensação de alívio ao fazer aquilo. Estava bem, mesmo sabendo que era errado usar o vício como válvula de escape. Mas, infelizmente, não podia evitar se sentir daquela maneira.

꩜꩜꩜꩜

Brooklyn havia decido da porteira, mas ainda continuava perto da mesma; andava de um lado para o outro, enquanto estralava seus dedos e mexia nervosamente nos cabelos. Seu cigarro havia acabado a tempos, e nem sabe quanto tempo havia se passado desde que a cirurgia de Aurora havia começado.

Talvez uma ou duas horas, ela realmente não sabia dizer. A escuridão da noite mostrava que era o alto da madrugada, e os únicos sons que a garota ouvia eram os gritos escondidos nas árvores e seu coturno pisando nas pedras do chão. Brooklyn estava impaciente, mas se controlando para não ir até a casa.

ㅡ Brooklyn! - ela olhou rápido pelo chamado, vendo que Glenn corria até si. Ele parou no meio do caminho, e não precisou dizer nada para a Dixon entender o recado.

A garota começou a correr de volta para a casa, chegando na varanda em um piscar de olhos. Ela entrou, encontrando algumas pessoas na sala, mas não parou ali com elas; Brooklyn também pôde ver, com o canto dos olhos, que Rick e Hershel davam a notícia sobre Otis na cozinha para Patrícia. A Dixon seguiu caminhando para o quarto, entrando no lugar e encontrando apenas Stephen com Aurora.

O médico sorriu para a Dixon, se afastando e deixando que ela chegasse até a cama. Aurora dormia serenamente, com um curativo no abdômen e a coberta sob o corpo. A mais velha suspirou aliviada, se sentando ao seu lado com lágrimas nos olhos.

ㅡ A cirurgia acabou faz uma hora, e ocorreu tudo bem. - Stephen começou. ㅡ Apenas esperei que o efeito da anestesia passasse para te chamar. Aurora agora apenas está dormindo. - ele completou em baixo tom.

ㅡ Obrigada, senhor Mallory. - Brooklyn disse logo em seguida. ㅡ Eu... eu realmente não sei o que dizer. Obrigada! - ela o olhou sem jeito, mas não evitando as lágrimas.

ㅡ Não tem pelo que me agradecer, Brooklyn. - o homem disse. ㅡ E me chame de Stephen, por favor! - ele sorriu.

Brooklyn correspondeu, vendo o homem deixá-la a sós com Aurora no quarto. A Dixon voltou a olhar para a garota, acariciando seu rosto e com o alívio tomando conta do seu peito, agradecendo pela mais nova estar bem após tudo. Luna havia se deitado no colchão e olhava para a mais nova com o mesmo sentimento, enquanto descansava a cabeça ao lado de seus pés enrolados no lençol.

As duas não saíram em nenhum momento ao lado de Aurora, e Brooklyn apenas cochilou em alguns momentos sentada na poltrona, acordando sempre com espasmos e olhando com emergência para a garota. Em um desses momentos, a Dixon viu a mais nova com os olhos abertos e confusos para o local onde estavam, e tratou de rapidamente voltar a se sentar ao lado dela na cama.

ㅡ Ei! - ela sorriu. ㅡ Como está, garota?

ㅡ Está doendo um pouco. - Aurora respondeu com a voz fraca. ㅡ Você dormiu ali? - perguntou, apontando para a poltrona. Brooklyn sorriu.

ㅡ Sim, Aury. Não pretendo sair do seu lado outra vez... - ela suspirou. ㅡ Não deveria ter feito isso desde o começo.

ㅡ Está tudo bem, Brookie. Não foi sua culpa. - a mais nova respondeu. ㅡ Sabe de uma coisa? Isso vai deixar uma grande cicatriz! - Aurora disse animada, sorrindo, e isso fez Brooklyn rir.

ㅡ É, vai mesmo! - ela disse. ㅡ Não está preocupada?

ㅡ Nenhum um pouco! - Aurora respondeu. ㅡ Vou ter uma cicatriz igual você! Se eu conseguir um colete, posso me tornar uma Dixon oficialmente!

Brooklyn a olhou e sorriu, balançando a cabeça com sua inocência. Aurora comentava com muita verdade em sua voz, e aquilo fez a Dixon mais velha sentir seu peito se aquecer por um momento.

ㅡ Isso nos tornaria irmãs, Aury. - Brooklyn entrou na brincadeira. Aurora olhou para ela, pensando por alguns segundos e logo sorrindo.

ㅡ Eu sempre quis ser a irmã mais velha... - ela começou. ㅡ Mas ter uma, que no caso é você, parece bem mais legal para mim!

Brooklyn riu verdadeiramente, muito emocionada, abraçando a garota e deixando um beijo em sua testa. Aurora sorriu a olhando e demonstrando estar um pouco melhor.

ㅡ Aqui... - Brooklyn tirou seu colete e colocou ele em cima de Aurora. ㅡ Enquanto não achamos um para você, pode usar o meu. - ela disse.

ㅡ Sério?! - Aurora perguntou surpresa.

ㅡ Sim, garota. Você realmente tem potencial para ser uma Dixon. - a mais velha brincou.

ㅡ Aurora Phelps-Dixon. - Aurora ditou com um sorriso. ㅡ Eu gostei!

ㅡ É, soou um nome bem fodão para mim. - Brooklyn disse com um sorriso. ㅡ Agora, você precisa descansar!

Brooklyn a cobriu mais um pouco, e Aurora se agarrou no colete, antes de fechar os olhos. Mas, outra vez os abriu e olhou para a mais velha.

ㅡ Onde está Luna?

ㅡ Foi fazer um passeio e marcar território em algum lugar por aí. - Brooklyn respondeu, sorrindo ao ouvir a risada da outra. ㅡ Mas, saiba que ela estava o tempo todo aqui com você. - Aurora sorriu.

ㅡ Ei, Brookie... - ela começou baixinho. ㅡ A Soph voltou?

A Dixon olhou para Aurora sem reação, não conseguindo responder de imediato. A mais nova pareceu entender e suspirou triste, da mesma forma que Brooklyn sorria chateada.

ㅡ Sinto muito, garota... ainda não achamos a Sophia. - Brooklyn disse. ㅡ Mas, acredito que ela esteja bem e logo a encontraremos. - ela continuou, ainda acariciando os cabelos de Aurora. ㅡ Descanse, que eu continuarei aqui com você.

Aurora a deu um outro sorriso, antes de por fim relaxar e fechar os olhos. Brooklyn continuou sua carícia até o sono da garota se firmar, e depois ela voltou a se sentar na poltrona e suspirou olhando-a. Passando as mãos pelo rosto, a Dixon esperou que no fundo pudesse acreditar naquelas suas próprias palavras.

¡notes!

pera, vou começar com um
aviso sobre a conversa do
glenn e da brookie: sim, ela
tem tatuagens. "ah mas no
capítulo 3 a aurora não viu
elas" vamo fingir que viu,
mas se preocupou apenas
com as cicatrizes naquele
momento (e sim, isso foi
um furo de roteiro meu, eu
confesso, mas que não queria
deixar de colocar... sorry 🤡).

apenas hajam naturalmente
quanto a isso, obrigada! KKKKK

agora o ponto importante do
capítulo: brookie sofrendo
por causa da aury... serio,
me pegou demais isso. mas!
ela finalmente confessou que
são irmãzinhas!! (sim, nunca
pensei em fazer delas mãe e
filha, e isso tem um monte
de porquês; que serão citados/
explicados no futuro).

mas.. é esse o capítulo de
hoje. com vários momentos
especiais (como a relação
das meninas, brookie com o
glenn e o caos de carlyn
sendo o melhor momento 🤭)

Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo! ❤

𝐟𝐢𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐚 𝐬𝐚𝐥𝐯𝐨 🧟‍♀️

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro