ㅤㅤ𝟬𝟬𝟳.ㅤ› the center for disease control;
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୧ ❛ CAPÍTULO 007 ❜
o centro de controle de doenças
ㅤㅤ O dia havia amanhecido, e o silêncio no acampamento ainda estava presente. Tudo que podiam ouvir eram os soluços baixos de Andrea ao lado do corpo da irmã - que ainda não havia se mexido -, e também o som das lâminas atravessando os corpos que eram preparados para serem queimados.
Brooklyn passou boa parte do tempo sentada em uma cadeira com Aurora em seus braços. A mais nova não conseguia dormir, e a Dixon não podia a culpar de qualquer forma. Mas, em algum momento, ela teve que ir ajudar com o trabalho de limpar o acampamento - para aquilo acabar logo, e todos os corpos saírem do lugar -.
Então Aurora ficou sentada naquela cadeira sozinha, com Luna deitada em seus pés, e com Dale garantindo à Dixon que ficaria de olho na mais nova. A Phelps observava os movimentos em sua frente, e Brooklyn a mantia sempre em seu campo de visão durante as pausas, antes de continuar com o trabalho de arrastar um corpo.
ㅡ Acho isso uma idiotice. - Daryl, com quem dividia aquela tarefa, resmungou. ㅡ Porque não acertam um tiro limpo na cabeça dela logo?! - completou, olhando para as irmãs Harrison.
ㅡ Deixa Andrea lidar com o tempo dela. - Brooklyn disse. ㅡ Isso não é tão fácil, Daryl.
ㅡ Foi fácil deixar Merle naquele prédio!
ㅡ Isso foi culpa dele, está bem?! Ele estava sendo um idiota, e por isso foi preso. - Brooklyn se irritou. ㅡ E Merle só tinha que ter esperado. Íamos voltar!
O homem não respondeu, apenas deu uma encarada na irmã, enquanto ela passava por si e ignorava aquele gesto. Os dois voltaram ao trabalho em silêncio, jogando os corpos em um fogueira que havia sido acesa na beira do penhasco. Quando estavam prestes a levar mais um corpo para lá, Glenn os impediu.
ㅡ Isso é para os zumbis! - disse ele. ㅡ O nosso pessoal vai ali! - e apontou outra filheira.
ㅡ Tanto faz, cara, estão todos infectados! - Daryl protestou.
ㅡ Anda logo. Só faz o que tem que fazer, cara! - a mais nova disse, agindo por conta própria na hora de mudar a direção do caminho.
ㅡ Jim foi mordido! - Jacqui havia anunciado, antes mesmo de Daryl poder reclamar mais uma vez com a irmã.
Aquela foi a única frase precisa para uma nova confusão começar no grupo.
Jim tentou negar e avisar que estava bem, mas havia sido segurado por T-dog e Daryl, e logo Jacqui levantou a barra de sua camiseta. Uma mordida abaixo de suas costelas ficou amostra para todos, que ficaram em um misto de preocupação e também pesar.
Agora, novamente reunidos em um círculo, um pouco afastados do homem, eles decidiam o que iriam fazer com o mesmo. Daryl sugeriu matarem ele, mas Shane o mandou calar a boca. E Rick falava sobre a possibilidade de irem até o CDC, atrás de respostas e uma cura para Jim.
ㅡ Ouvi que eles estavam trabalhando em uma cura. - Rick disse. ㅡ Talvez possamos levar Jim até lá!
ㅡ Ouvi isso também. Ouvi muita coisa antes do mundo virar um inferno! - Shane rebateu.
ㅡ Mas, e se o CDC ainda estiver funcionando? - Rick insiste. ㅡ Se ainda tiver algum tipo de governo, eles vão proteger o lugar a todo custo! Eu acho que é nossa melhor chance. Abrigo, comida, segurança...
ㅡ Está bem, Rick, eu também quero essas coisas! - Shane disse. ㅡ Mas, se existirem mesmo essas coisas, elas estarão na base do exército, em Forte Benning!
ㅡ Cento e sessenta quilômetros em direção contrária? - Brooklyn questionou. Ouvia, assim como todos, tudo com atenção.
ㅡ Exato, mas fica longe da zona de perigo. - Shane concordou. ㅡ Escutem, se o lugar estiver funcionando, estarão bem armados. Estaremos seguros lá!
ㅡ Cara, os militares estavam na linha de frente disso tudo. - Alexander disse. ㅡ Eles foram derrotados, todo mundo sabe disso!
ㅡ Engraçado um médico que serviu tanto tempo para eles dizer isso! - Shane diz, com uma pontada de ironia.
ㅡ E é por isso que digo. Sei como as coisas funcionam! - Alexander respondeu, sem se abalar com a provocação. ㅡ Eu neguei o chamado para servir quando essa merda começou exatamente sabendo como tudo iria acabar. - o Mallory completou. ㅡ Grimes tem razão nessa, talvez o CDC seja mesmo nossa única opção.
ㅡ E a única chance do Jim! - Rick acrescenta.
Todos ficaram em silêncio, para que pudessem pensar. Brooklyn desviou a atenção para o irmão ao seu lado, negando com a cabeça, quando o viu ajeitar a picareta em sua mão e olhar na direção do Jim, que estava sentado ao lado do trailer no fundo deles.
ㅡ Vão procurar um remedinho, façam o que quiserem. - Daryl disse, dando alguns para trás. ㅡ Mas, alguém precisa ter coragem! - gritou, levantando a arma na direção do outro homem.
ㅡ EI! - Rick gritou, correndo até ele e apontando o revólver em sua cabeça. ㅡ Nós não vamos matar os vivos. - disse lentamente.
ㅡ Engraçado... Fala isso e aponta uma arma na minha cabeça! - Daryl disse.
ㅡ Abaixa essa merda, Daryl! - Brooklyn disse, arrancando a arma da mão do irmão. ㅡ Mas, que droga! Você também, Rick! - ela completou, olhando o homem e jogando a picareta no chão, ao lado do seu pé, antes de sair.
Rick suspirou, guardando o revólver e indo na direção de Jim. Daryl saiu antes deles, também bufando para a irmã, que o ignorou enquanto seguia seu próprio caminho na direção contrária. Ela suspirou fundo, disfarçando seu mau humor e tentando colocar um sorriso no rosto, quando se aproximava de Aurora, que agora estava com Dale em uma das mesas de piquenique.
ㅡ Obrigada. - Brooklyn disse sem jeito para o mais velho.
ㅡ Não, eu que agradeço! - Dale riu, enquanto se levantava. ㅡ Ouvi muitas histórias antes, mas essa que Aurora estava me contando é a melhor de todas! - e completou, tocando no ombro da garota mais velha, sussurrando antes de sair. ㅡ Ela é uma criança incrível.
ㅡ É mesmo. - Brooklyn sorriu curto, e Dale correspondeu. Ele deu dois tapinhas fracos no ombro da garota, se despediu de Aurora, então começou a sair. ㅡ Sobre o que ele estava dizendo, hein? - a Dixon perguntou, enquanto se sentava em frente à Phelps.
ㅡ Sobre a história do meu desenho. - Aurora respondeu, terminando um detalhe e levantando a folha. ㅡ É uma super-heroína que apareceu para salvar a princesa quando ela estava sozinha num mundo cheio de monstros. - ela explicou.
ㅡ Super-heroína e princesa, é? - Brooklyn sorriu e pegou o desenho para ver. A primeira aparentava ser mais velha que a princesa, que tinha um vestido bufante cor de rosa. A Dixon sorriu um pouco mais com os detalhes, antes de devolver a folha para Aurora. ㅡ E onde você encontrou essas canetinha?
ㅡ Lori me deu mais algumas coisas, olha! - Aurora disse animada, apontando a bolsinha cheia de giz de gera e canetinhas. ㅡ Ela me disse que poderia ficar para mim, e então agora juntei com os meus lápis! Não é legal, Brookie? - e sorriu outra vez, voltando para seu desenho.
ㅡ É, bem legal, Aury. - Brooklyn soltou um riso anasalado, a observando.
Aurora parecia bem mais tranquila, depois dos últimos eventos, e alheia da discussão que acontecia a pouco. A Dixon estava aliviada em saber que a mais nova havia sido poupada de mais aquilo.
ㅡ Brooklyn. - a garota olhou para trás, encontrando Rick se aproximando. ㅡ Podemos conversar? - ela suspirou.
ㅡ Já volto, está bem? - a Dixon disse, recebendo um aceno de concordância de Aurora.
ㅡ Aury! - Rick acenou, depois da garota lhe cumprimentar. Ele se afastou um pouco junto à Brooklyn, e logo voltou com sua postura séria. ㅡ O que acha da ideia do CDC? - o homem foi direto.
ㅡ Está pedindo minha autorização ou opinião, Grimes?! - ela franziu o cenho, cruzando os braços.
ㅡ Opinião! - Rick ajeitou a postura. ㅡ Sabe que Morgan disse sobre o lugar, e por isso acho que ele ainda exista.
ㅡ É, ele também disse sobre o centro de refugiados. - Brooklyn lembrou. ㅡ E ao invés de sermos recebidos com segurança, fomos recebidos com uma centena de cabeças podres querendo comer nosso rabo!
ㅡ Eu sei... eu sei! - Rick suspirou. ㅡ Eu só queria saber o que você realmente acha do CDC! - ele voltou a dizer.
ㅡ Olha, eu já não sei mais o que acho de mais nada! - Brooklyn suspirou. ㅡ Por um lado penso que você esteja certo e ainda pode haver alguma coisa por lá. Mas...
ㅡ Mas...?
ㅡ E se não houver? - a Dixon completou.
ㅡ A gente tem que tentar, não? - Rick disse. ㅡ Uma chance. Arriscar, não é mesmo?
ㅡ É... - a garota suspirou outra vez. Logo pensou em algo, e voltou a olhar o homem. ㅡ E porque exatamente veio falar comigo? Tipo... é você quem toma as decisões, não precisa de mim.
ㅡ Apenas confio em você, Dixon. E simplesmente achei que sua opinião contaria nesse momento. - Rick respondeu, deixando a garota sem uma resposta. Ela logo disfarçou.
ㅡ Você mencionou Morgan. Tem ligado o rádio? - ela perguntou. Foi a vez de Rick suspirar.
ㅡ Sim, mas nunca responderam. - o Grimes respondeu, desanimado. ㅡ Talvez eles...
ㅡ Apenas estejam seguindo as coordenadas, e logo chegarão até nós. - Brooklyn interrompeu, não o deixando completar. Rick a olhou. ㅡ Uma chance, não?
ㅡ É. - Rick concordou, também balançando a cabeça e com um pequeno sorriso.
ㅡ Brookie! - Aurora a chamou, chamando a atenção dos dois para a direção do acampamento que ela apontava.
Rick e Brooklyn olharam surpresos, assim como o restante do grupo, para Andrea e Amy. A mais nova estava se mexendo nos braços da irmã, finalmente despertando como um errante; todos estavam chocados, esperando com suas armas em mãos e também aguardando a reação da mais velha.
A Dixon viu Aurora correr novamente até si, lhe abraçando a cintura, e abraçou de volta a garota, ao mesmo tempo que Andrea movia seu braço. Brooklyn fechou os olhos, com um pequeno choque no corpo, ao ouvir o único tiro limpo sendo disparado na cabeça de Amy, a fazendo cair imóvel outra vez nos braços de sua irmã.
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Durante a tarde daquele dia uma cerimônia simbólica havia sido feita para enterrar os corpos, usando as covas que haviam sido cavadas por Jim durante seu surto no dia anterior. Logo após o momento, o grupo havia por fim tomado a decisão de ir até o CDC buscar ajuda para o homem.
Estavam juntando todo o acampamento, ou o que restou dele, e se preparavam em alguns carros para a viagem. Os Dixon's, Aurora e Luna seguiriam na camionete, com as duas motocicletas ainda na caçamba, e estavam colocando suas poucas coisas nela.
ㅡ Aqui. - Daryl jogou as chaves do veículo para a irmã. ㅡ Você leva, não 'tô afim. - ele completou, caminhando para entrar no lado do passageiro.
Brooklyn sorriu olhando as chaves em sua mão, um pouco animada, como se estivesse ganhando um presente novo no Natal; ela não dirigia a semanas, e estava feliz de voltar com a camionete velha do seu irmão - e Daryl havia percebido aquilo, e deu um pequeno sorriso discreto -. Ela ajudou Aurora subir e se sentar entre os dois no banco, com Luna já posicionada no pequeno vão atrás junto às mochilas, e logo entrou atrás do volante.
Eles pararam na frente do acampamento, onde os outros ainda estavam reunidos. Morales e sua família não iriam com o restante do grupo, e o momento estava sendo de despedidas e coisas sentimentais, as quais os Dixon's observaram de longe. Brooklyn apenas acenou levemente para o homem, sendo correspondida, e viu Aurora abraçando a filha do mesmo.
Em seguida, eles começaram a deixar aos poucos o acampamento. Brooklyn, antes de saírem para valer da pedreira, olhou uma última vez pelo retrovisor e viu o papel grudado na lataria do Dodge Challenger vermelho, com uma mensagem escrita por Rick para Morgan, caso o mesmo e seu filho fossem ali os procurar.
No final da colina, Morales se despediu uma última vez com uma buzina, antes de seguir pelo caminho contrário que os outros seguiriam em uma fila. Os Grimes, Carol e Sophia no primeiro carro; seguidos dos Mallory's em seu próprio carro e Dale com seu trailer - que estava carregando os outros -; Brooklyn estava atrás deles e Shane fechava a fila com seu jipe.
O grupo seguiu pela estrada até Atlanta em uma velocidade razoável, nem muito rápido nem muito devagar. Seguiam juntos, ainda na fila, e cada um com uma conversa dentro dos carros. Brooklyn batucava levemente os dedos na janela da camionete, enquanto Daryl olhava para fora do seu lado e Aurora desenhava no meio deles; Luna havia se deitado e tirava um cochilo atrás do banco.
Até que Brooklyn soltou uma risada pequena com um pensamento, fazendo os outros dois virarem em sua direção. Daryl franziu o cenho, levantando uma das sombrancelhas, e perguntando com o olhar o que havia dado em Brooklyn, quando a mesma lhe olhou por um momento.
ㅡ Sabe do que me lembrei agora, do nada? - ela começou. ㅡ Do maldito dia do meu aniversário de quinze anos. - Daryl fechou os olhos, jogando a cabeça no banco e também rindo.
ㅡ Por que se lembra dessas coisas, pirralha?! - ele perguntou.
ㅡ Qual é, são coisas boas para se lembrar! - a garota respondeu, entre risadas novamente.
ㅡ O que aconteceu, Brookie? - Aurora perguntou, sorrindo com as risadas contagiantes dos mais velhos.
ㅡ Eu estava fazendo quinze anos, bem no verão da Georgia! - ela começou, dividindo o olhar para a estrada e também a garota; percebendo de relance que o irmão ainda balançava a cabeça. ㅡ Bom, o dia não havia começado tão bem assim... - Brooklyn disse, pensando na briga com o pai, mas não deixando aquilo estragar a emoção anterior. ㅡ E Daryl teve a brilhante ideia de me levar na praia!
ㅡ Uma péssima idéia, aliás! - o homem acrescentou.
ㅡ Eu não acho! - Brooklyn riu. Ela olhava para frente, quando tornou a falar. ㅡ Então fomos eu, ele e meu melhor amigo. - ela sorriu. ㅡ Nos divertimos bastante! Foi o melhor dia da minha vida, com sol e também aqueles idiotas do meu lado!
ㅡ Então porque o tio Day não gosta?! - Aurora perguntou.
ㅡ Porque fomos em uma festa que estava acontecendo na praia. - Daryl disse, e Brooklyn riu sozinha ao notar que havia ignorado o apelido. ㅡ Brooklyn disse que precisávamos nos divertir, e eu realmente aceitei... ignorando ser o adulto naquele momento!
ㅡ É, foi minha primeira festa, e já comecei com o pé direito! - Brooklyn disse. Os dois riam, leves, usando as memórias boas que tinham como alívio dos últimos momentos que haviam passado. ㅡ Tomei muitas coisas naquela noite, e muitas delas junta com Daryl, sabe? Ele realmente estava alterado em algum momento, esquecendo completamente que Z e eu ainda éramos dois fedelhos. - ela riu novamente. ㅡ E de repente, bum! Daryl apagou. Na beira do mar. - a garota continuou, olhando para Aurora e vendo que a mesma estava atenta a si. ㅡ Z e eu ficamos ainda com uma garrafa de vodka, no fim da festa, aproveitando até não aguentar mais!
ㅡ Acordei no outro dia com os dois deitados ao meu lado. Dormindo abraçados com dois ursos! - Daryl completou para a Phelps, e Brooklyn revirou os olhos.
ㅡ Ele era seu namorado?! - Aurora perguntou para a Dixon, que arregalou os olhos, lhe olhando rapidamente. Daryl riu, verdadeiramente naquele momento.
ㅡ Não... é complicado. - Brooklyn se recompôs. Como a garota tinha um raciocínio tão rápido para aquela idade? ㅡ Z e eu éramos amigos. Só isso!
ㅡ Qual é! - Daryl cantarolou, rindo da irmã, que lhe olhava seriamente.
ㅡ Eu gostaria de ir à praia outra vez. - Aurora disse. ㅡ Fui algumas vezes com meu pais... mas já faz muito tempo. Íamos sempre nas férias, ou quando papai não estava no trabalho do exército. - ela completou, olhando para frente do vidro.
Brooklyn olhou para Daryl, e novamente para Aurora, pensando que aquela havia sido a primeira vez que ela havia dito algo sobre os pais depois de tudo o que ocorreu. A Dixon pensou que aquilo havia sido bom, pois havia sido em um momento nostálgico... como havia feito agora pouco com o irmão. Nunca havia sido tão abertos daquela forma com outra pessoa, e isso só chegava a conclusão que todos naquele carro haviam tido algum tipo de progresso.
ㅡ A gente pode ir algum dia desses. - Brooklyn disse, ao voltar olhar para a estrada.
ㅡ Sério?! - Aurora perguntou com animação.
ㅡ É! - a Dixon sorriu. ㅡ Apenas... vamos pensar em algum lugar que não seja nas praias da Georgia, sinto que Day ainda tem algum tipo de trauma, sabe? - ela fingiu sussurrar para a garota, que soltou uma risadinha.
Brooklyn olhou novamente para o irmão, que havia soltado um riso leve pelo nariz, antes de novamente encarar a estrada pela janela. Ela sorriu, mantendo o sorriso ao encarar novamente seu caminho, e percebendo que Aurora havia começado um novo desenho. Luna suspirou baixinho, mudando sua posição no sono, e aquele havia sido o último som antes do carro voltar a ficar em silêncio.
Um silêncio mais leve e muito confortável para todos eles.
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Ainda na rodovia, alguns quilômetros antes de chegaram no CDC, o grupo havia parado; Jim queria ser deixado para trás. Seu corpo estava dolorido, não aguentando mais aquela viagem de carro, e ele preferia ser deixado para 'se juntar à sua família' - como o mesmo havia dito, em meio aos delírios devido a infecção.
Os homens haviam o tirado com cuidado do trailer e colocado encostado em uma árvore; todos estavam em volta, em silêncio e alguns tristes com a decisão de Jim. Rick falava com o homem, até mesmo lhe entregava uma arma em mãos, e Brooklyn observava tudo em silêncio abraçada aos ombros de Aurora.
A Dixon não havia conversado muito com Jim durante aqueles dias, para criar alguma amizade com o mesmo, mas ainda assim sentia a tristeza daquele momento. Afinal, ele estava desistindo do mundo e, talvez, aceitando se tornar um morto-vivo; esse era um destino que ela não deseja para si, e sabia o que faria se estivesse na posição do homem.
Ao final das despedidas, o grupo foi voltando aos poucos para os veículos. Brooklyn olhou para o irmão ao entrarem na camionete, e deu partida na mesma em seguida. Eles e Aurora olharam para Jim encostado na árvore uma última vez, e a garotinha acenou para ele levemente, antes da Dixon sair seguindo os demais carros outra vez.
Com o cair da tarde, eles haviam finalmente chegado em frente ao CDC em Atlanta. Não havia segurança, apenas corpos espalhados por todo o jardim e também militares mortos nas trincheiras. Tudo era um grande cemitério a céu aberto em frente ao laboratório.
Brooklyn olhou para Rick e suspirou, enquanto apertava a mão de Aurora e a mantinha perto de si, ainda carregando uma das facas na sua outra mão. Daryl e Luna iam na frente delas, com o homem carregando sua crossbow e sempre pronto para usá-la.
Aurora olhou, prendendo a respiração, para os corpos em decomposição no chão, enquanto torcia o nariz para o cheiro do local. Ela se aproximou ainda mais de Brooklyn, a abraçando, enquanto continuavam seguindo o restante do grupo até as portas de metal do laboratório.
ㅡ Não tem nada aqui, cara! - Shane disse, após ele e os outros homens tentarem abrir as portas e verem que estavam trancadas.
ㅡ Vamos embora! - Alexander também pediu.
Brooklyn puxou Aurora, e eles realmente estavam decididos a voltarem para os carros, se antes Rick não tivesse gritado que as câmeras haviam se mexido.
ㅡ São automáticas, cara! - Shane o respondeu, tentando o puxar para irem.
Uma discussão começou entre os dois, e seus gritos chamaram a atenção de alguns errantes do perímetro. Brooklyn abraçou Aurora, que já estava assustada, enquanto elas observavam Stephen disparar contra os errantes com sua arma, Daryl usar algumas flechas, e T-dog também atirar. O bebê Samuel começou a chorar nos braços de Audrey, Luna latia e Lori e Shane ainda gritavam para tirarem Rick dali.
ㅡ VOCÊ ESTÁ NOS MATANDO! EU SEI QUE ESTÁ AÍ! - nos braços de Shane, o Grimes se debatia e gritava na direção da câmera. ㅡ TEMOS CRIANÇAS, UM ANIMAL, MULHERES... NÃO ESTÁ AO MENOS NOS DANDO UMA CHANCE! - ele gritou, com o amigo finalmente conseguindo o empurrar.
Assim que eles se viraram, correndo apenas alguns passos para frente, a porta do laboratório havia sido aberta atrás deles, que se viraram outra vez surpresos. Agora o grupo encarava a forte luz branca que vinha do lado de dentro, batendo bem em seus rostos e atrapalhando suas visões.
Levou alguns segundos até que entenderem o que realmente havia acontecido; Rick, Shane, Alexander, Daryl e T-dog entraram na frente, com as armas em mãos e os outras seguindo de perto. O grupo olhou com curiosidade por todo o hall do laboratório, que estava vazio, até o momento que ouviram uma arma ser engatilhada atrás de si.
ㅡ Alguém está doente? - um homem, aparentemente um médico, perguntou.
ㅡ Um dos nós estava, mas não resistiu. - Rick respondeu, se aproximando com cuidado. O outro pareceu pensar em suas palavras por um momento.
ㅡ Vão ter que fazer exames de sangue. Todos! É o preço da estadia. - ele disse.
ㅡ Podemos fazer isso. - Rick falou, abaixando sua arma e pedindo com o olhar para os outros também fazerem. ㅡ Rick Grimes. - ele se apresentou.
ㅡ Doutor Edwin Jenner. - o homem também fez, abaixando a própria arma e pegando na mão do homem.
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Todos estavam em silêncio dentro de um elevador, junto com Jenner. Estavam em silêncio, ainda encarando com curiosidade o homem. Brooklyn ainda de mãos dadas com Aurora, por perceber que a mais nova havia apertado sua mão desde o momento que o médico mencionou o exame de sangue.
ㅡ Aí, todos os médicos por aqui costumam andar armados? - Daryl perguntou ao Jenner.
ㅡ Sobraram muitas delas, acabei me familiarizando! - ele respondeu, no mesmo tom irônico usado pelo Dixon.
Brooklyn olhou para o irmão, que estava bem ao seu lado, e deu um sorriso pequeno, debochando do mesmo. Logo em seguida, todos eles seguiram Jenner pelo corredor do andar em que haviam parado. Mais a frente, eles entraram em uma espécie de laboratório, ainda seguindo o médico.
ㅡ Bem-vindos à Zona Cinco. - o homem disse. ㅡ Vi, acenda as luzes.
Após uma voz robótica surgir, as luzes daquela sala se acenderam. Parecia com uma enfermaria, com prateleiras de remédios, macas e também uma mesa com um único computador; para onde Jenner havia caminhado.
ㅡ Para onde foram os outros médicos? - Rick perguntou.
ㅡ Sou só eu. - o outro respondeu.
ㅡ E com quem estava falando? Vi? - Lori também questionou. Jenner se virou novamente para o grupo.
ㅡ Vi, diga olá para nossos convidados. - ele começou, olhando para todos. ㅡ Diga... bem-vindos.
ㅡ Olá convidados, bem-vindos! - a voz robótica voltou a dizer.
ㅡ Sou só eu. - Jenner tornou a repetir. O grupo suspirou.
Em seguida, Jenner pediu para que um por um se aproximasse de si naquela mesa no laboratório. Todos do grupo tiraram o sangue para o exame do médico, e Brooklyn observava tudo em silêncio, parada em um canto da sala com Aurora ao seu lado, ainda de mãos dadas consigo.
Quando a Dixon iria se soltar da garota, pois havia chegado sua vez, a mesma lhe apertou um pouco a mão, fazendo com que parasse e lhe olhasse outra vez.
ㅡ O que foi, Aury? - Brooklyn perguntou.
ㅡ É que... - Aurora começou, um pouco tímida. ㅡ Eu tenho... medo de agulhas! - ela disse a última parte rapidamente, e em um tom quase sussurrado. A Dixon deu um pequeno sorriso.
ㅡ Não precisa ter vergonha de dizer isso, e nem de ter medo de tirar sangue. - começou. ㅡ Eu vou primeiro, e depois vou ficar ao seu lado, está bem?
ㅡ Pode segurar minha mão?
ㅡ Posso, Aury! - Brooklyn deu um sorriso de canto. Aurora levantou um dedo e estendeu a garota, que riu e juntou o seu ali também. ㅡ Eu prometo! - disse, por fim indo até Jenner.
Brooklyn se sentou na cadeira em frente a ele, e em silêncio observou seu trabalho. Rapidamente uma ampulheta havia sido enchida com seu sangue e um curativo colocado em seu braço. Antes de se levantar, a Dixon olhou para Aurora e lhe estendeu a mão.
ㅡ Só falta você, Aury. - ela sussurrou, sorrindo pequeno para a amiga.
Aurora caminhou lentamente até Brooklyn, parando entre suas pernas naquela cadeira. A mais velha chamou sua atenção, a fazendo olhar para si enquanto Jenner colocava a agulha em seu braço. A Phelps fechou com força os olhos e deu um pequno espasmo com o corpo, mas ficou imóvel até o médico terminar.
ㅡ Você foi bem corajosa. - Brooklyn sussurrou para ela, assim que acabou, e as duas trocaram sorrisos.
Assim que a Dixon foi se levantar da cadeira, ela sentiu uma leve tontura e seu corpo vacilar por um segundo. Jacqui, que estava mais próxima e junto a Jenner, deu apoio à garota.
ㅡ O que foi?! - o médico perguntou, em um tom preocupado.
ㅡ Ela não come a dias. - Jacqui quem respondeu. ㅡ Nenhum de nós comemos.
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Jenner havia levado todos até o refeitório do CDC, e ali proporcionado, na visão do grupo, um verdadeiro banquete. Vários tipo de comidas e também bebidas de sobra. Todos estavam aproveitando tudo o que podiam, rindo e conversando como se não estivessem em meio a um apocalipse zumbi.
Brooklyn riu ao ver Daryl com uma garrafa de cerveja nas mãos tirando sarro de Glenn, e se sentiu pela primeira vez leve depois de todos aqueles meses. Ela olhou para Aurora, que aproveitava um prato cheio de bacons e também os dividia alguns com Luna, e a garota sorriu inocente para a mais velha - assim que foi pega no meio daquela ação -.
ㅡ Sabe... - Dale começou, enchendo mais uma taça de vinho para Lori, mas olhando para Brooklyn. ㅡ Na França e Itália é normal as crianças degustarem um pouco de vinho...
Brooklyn virou sua cerveja, levantando uma sombrancelha ao ver o mais velho olhando de si para Aurora, que aguardava com um olhar ansioso. A Dixon riu, balançando a cabeça e pedindo a Dale que colocasse um pouco da bebida no copo.
ㅡ Vai deixar ela fazer isso? - Lori perguntou, não em um tom acusatório.
ㅡ Não sou mãe dela, e muito menos a mais responsável. Ela está com o braço engessado, por favor! - Brooklyn revirou os olhos, rindo junto ao restante da mesa, enquanto entregava o copo para Aurora.
Todos pareciam ter parado para observar a mais nova, esperando com expectativa pela sua reação. Aurora virou o vinho em sua boca, parando para sentir o gosto por um tempo, antes de dar um pequeno sorriso. Brooklyn ficou realmente surpresa.
ㅡ É amargo, mas não é tão ruim! - a Phelps respondeu. Brooklyn tomou o copo vazio de sua mão.
ㅡ Tudo bem, agora podemos esperar mais um pouco antes de você tomar mais disso, garota! - ela disse, fazendo todos rirem outra vez.
ㅡ Acho que não agradecemos nosso anfitrião por isso... - Rick começou, ao ver Jenner em silêncio. ㅡ Saúde!
ㅡ Saúde! - todos ergueram seus copos ao médico.
Após o momento, Shane acabou mudando todo o clima ao dizer que estavam ali atrás de respostas. Edwin explicou ao grupo que todos os médicos haviam ido embora ou desistido - através de suicídios - no início da epidemia, e que ele havia sido o único a ficar por ali.
ㅡ Não saiu, porquê? - Andrea perguntou.
ㅡ Eu fiquei trabalhando, esperando fazer algo de bom. - Jenner respondeu, e logo um silêncio pairou sob a mesa.
ㅡ Cara, você acabou com o clima bom. - Alexander disse a Shane, virando do próprio copo e também balançando o filho nos braços.
Em seguida, logo após todos acabarem de comer no silêncio, Jenner os levou para outra parte do CDC.
ㅡ Aqui fica os alojamentos, e onde vocês irão dormir. - ele explicava, apontando no corredor em que estavam. ㅡ No fundo tem uma sala de recriação, com livros e jogos. Tudo que peço é para não ligarem os videogames. - completou aos jovens do grupo, que assentiram. Antes de partir, Jenner se virou outra vez para todos. ㅡ Isso vale para o banho também... peguem leve na água quente! - finalmente saiu sorrindo, diante as reações.
Brooklyn automaticamente olhou para a pessoa ao seu lado, que no momento era Glenn. Os dois deram largos sorrisos, como duas crianças ganhando um brinquedo novo.
ㅡ Ele disse banho quente?! - o asiático exclamou.
ㅡ Foi o que o homem disse! - T-dog disse, também animado, e a garota deu uma pequena risada.
Logo os quartos haviam sido divididos pelo grupo.
Brooklyn estava arrumando as camas de solteiro que havia no quarto em que estavam, enquanto Daryl colocava travesseiros e um edredom no sofá para si. Ele já havia tomado um rápido banho e agora estava jogado ali com uma garrafa de bebida, já no fim; Luna estava encolhida em sua coberta no chão, já descansando por fim.
ㅡ Me deixe ver isso, antes de você tomar banho. - Brooklyn se sentou na cama e olhou para o braço de Aurora, que estava parada em sua frente.
Ela tirou com cuidado as camadas de tala e também gesso, por fim conseguindo olhar o braço de Aurora. Ele não estava mais inchado, e a garota já conseguia o movimentar normalmente outra vez. A Phelps sorriu empolgada com aquilo.
ㅡ Só tome cuidado agora, está bem? - Brooklyn pediu, jogando as coisas no lixo.
ㅡ Tudo bem. - Aurora sorriu. ㅡ Posso tomar banho agora, Brookie? - a Dixon sorriu, acenando que sim para ela.
Brooklyn observou a pequena correr para o banheiro com suas roupas nas mãos, antes de suspirar e caminhar até o irmão e tomar a garrafa de sua mão, tomando um grande gole. Ela fez uma pequena careta ao sentir o líquido queimar em sua garganta, antes de devolvê-lo a Daryl.
ㅡ Pega leve, pirralha. - ele debochou.
ㅡ Cala a boca. - Brooklyn respondeu, dando as costas para ir até sua mochila outra vez.
A garota se jogou em uma das camas, esperando até que Aurora saísse do banho. Assim que ela fez, vestindo roupas limpas e com os cabelos ainda molhados, foi a vez da Dixon entrar no banheiro. Ela tirou suas roupas, deixando-as de lado e entrando no box.
Brooklyn ligou o chuveiro e sorriu com aquela água quente caindo em suas costas. Ela fechou os olhos, aproveitando o que caía em seu rosto e pescoço, e passou sem pressa alguma as mãos pelo corpo. A garota realmente aproveitou aquele banho, antes de sair dali e se vestir novamente.
Chegando no quarto, ainda enxugando a ponta dos cabelos com a toalha, Brooklyn viu que Daryl finalmente havia caído no sono. Aurora a esperava quieta na cama, com seus lápis e caderno em mãos; a Dixon se aproximou da mais nova, sorrindo pequeno e vendo que as duas ainda não estavam com sono.
ㅡ Hum... você quer ir até aquela sala de jogos? - ela perguntou para Aurora. ㅡ Talvez tenha algum livro interessante também para sua idade. - Brooklyn pensou, antes de completar. ㅡ Eu vou buscar alguma coisa no refeitório, e te encontro lá em um instante.
ㅡ Tudo bem! - Aurora sorriu, guardando suas coisas anteriores.
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Brooklyn havia deixado Aurora na porta da sala de recriação, antes de caminhar para outro lado do CDC. Ela chegou até uma sala cheia de computadores, por sorte, onde o Doutor Jenner estava. Se aproximando do homem, a Dixon percebeu que ele analisava seus exames de sangue.
ㅡ Alguma coisa errada? - ela perguntou, mostrando sua presença.
ㅡ Não, vocês estão perfeitamente bem. - ele respondeu. ㅡ Precisa de alguma coisa?
Brooklyn o olhou, em silêncio, enquanto mantia seus braços cruzados. Ela queria perguntar algo, mas apenas estava arrumando a forma menos estranha de fazer aquilo.
ㅡ Sabe, eu encontrei Aurora em um momento delicado. - começou. ㅡ Não tive tempo de perguntar muitas coisas sobre ela para a senhora Phelps... e acho que algumas seriam importantes.
ㅡ Como por exemplo...? - Jenner a ajudou continuar.
ㅡ Se ela tem algum problema ou então o tipo sanguíneo dela. - Brooklyn finalmente foi ao seu ponto. ㅡ Olha, eu não faço ideia se isso realmente importa nos dias de hoje, mas creio que sim. É o maldito fim do mundo! Tudo pode acontecer nessa merda.
ㅡ Eu entendo seu ponto de vista, Dixon, e admiro que se preocupa assim com a garota! - Jenner disse. Brooklyn agradeceu com um sorriso fechado. ㅡ Como disse, vocês estão perfeitamente bem. - ele continuou, voltando para a tela do computador. ㅡ Vê? Aurora é uma criança com a saúde em dia e perfeita para um apocalipse. Nenhum problema! - continuou, apontando a tela.
ㅡ Os números são bons mesmos. - Brooklyn também olhou o computador.
ㅡ Entende isso?!
ㅡ É, parece que sim. - a Dixon disse convencida. ㅡ E o tipo sanguíneo dela é A+, certo?
ㅡ Exatamente. - Jenner concordou. Brooklyn tornou a ajeitar a postura, e então suspirou.
ㅡ Acho que é uma informação que pode ser util eu saber. - ela disse. Os dois olharam a porta do laboratório, vendo que Rick chegava no local. ㅡ Eu acho que vou agora... Obrigada, Jenner. - a Dixon usou aquilo como uma desculpa para sair.
ㅡ Não é nada. - o médico acenou. ㅡ Boa noite, Dixon.
Brooklyn se despediu, saindo e também cumprimentando Rick. Ela deixou eles novamente a sós no local, seguindo de verdade daquela vez até o refeitório, abrindo a geladeira do mesmo. Tomando em sua mão uma outra garrafa de cerveja, a garota voltou outra vez para a sala de recriação.
Abrindo a porta, vários olhares se voltaram para sim. A garota acenou para Lori e Carol, que estavam conversando nos sofás em frente aos livros, e depois seguiu até os mais novos no fundo da sala. Sophia e Aurora estavam concentradas em um jogo de damas na pequena mesa, Audrey lia um livro jogada na poltrona e Carl estava sentado no chão com uma revista em quadrinhos em mãos.
Aquilo fez a Dixon sorrir, pois acabou se lembrando que havia pegado algumas edições das revistas do garoto de sua casa, e até o momento não havia se lembrado.
ㅡ Ei, Dixon! - a Mallory quem cumprimentou, enquanto a garota se sentava encostada na parede e ao lado de Aurora.
ㅡ Ei. - ela respondeu simples, um pouco baixo, virando a bebida na boca. Lendo o título do livro de Audrey, a Dixon se surpreendeu um pouco, mas nada disse.
ㅡ Você demorou. - Aurora disse, sem se virar e ainda concentrada em sua jogada.
ㅡ Me perdi por aí, garota. - Brooklyn disse com humor, sabendo que a garota sorria de costas à si.
ㅡ Aí... - Carl chamou a atenção dela. ㅡ Você gosta de quadrinhos? - perguntou, jogando a outra revista para a Dixon.
ㅡ É, eu gosto. - ela deu uma risada nasal, folheando a edição. ㅡ Inclusive, tenho que falar... roubei algumas da sua casa.
ㅡ O que?! - o Grimes parecia surpreso. Mas, ele não saberia explicar se era por aquele motivo, ou por Brooklyn estar falando com si de maneira natural.
ㅡ É... três dessas. - a garota continuou. ㅡ Eu ainda não li, mas saiba que também não pretendo devolver. - ela debochou, com a sobrancelha um pouco levantada.
ㅡ E não precisa, tudo bem! - Carl disse, se mexendo no sofá. ㅡ As que ficaram para trás eu nem gostava tanto assim. - ele completou baixo.
Brooklyn levantou as sombrancelhas e soltou uma risada nasal, fingindo acreditar naquilo, tomando mais um gole da sua cerveja, antes de deixá-la de lado. Ela começou a ler aquela revista, voltando o silêncio para o grupo, e Carl a observou com um pequeno sorriso; haviam conversado por quase um minuto através de uma conversa civilizada, talvez estivesse obtendo sucesso.
ㅡ Ganhei! - Sophia disse depois de um tempo, chamando a atenção deles outra vez. Aurora suspirou, enquanto organizavam as peças outra vez.
ㅡ Estamos empatadas! Mais uma para decidir a ganhadora. - a Phelps disse. Sophia logo concordou.
Brooklyn riu delas, antes de observar em volta deles. Carl já havia acabado de ler sua revista, e estava observando o jogo das duas, com um pequeno sorriso no rosto. A Dixon olhou para a outra poltrona, onde Audrey ainda estava bem concentrada em seu livro; ela ia ficar em silêncio, não puxando assunto, mas não estava se controlando mais.
ㅡ Então, gosta de Harry Potter?
Audrey a olhou no mesmo instante, e Brooklyn se sentiu uma idiota. Ela sempre parecia uma ao falar de suas coisas favoritas, e com Harry Potter não seria diferente. A Dixon era uma grande fã da saga, e não podia evitar disfarçar aquilo.
ㅡ É! Minha mãe gostava, e acabou me fazendo gostar também. - Audrey sorriu. ㅡ Esses livros eram dela, e sempre líamos juntas. Foi a única coisa que me preocupei em pegar enquanto saímos de casa. - ela contou nostálgica.
ㅡ Meus pais também gostavam. - Aurora disse, e Brooklyn ficou surpresa. ㅡ Eles tinham várias coisas colecionáveis, livros, foram ao cinema... e tem a Luna. - ela continuou. ㅡ Luna Lovegood era a personagem favorita do meu pai, e por isso ele colocou esse nome na nossa cachorrinha.
ㅡ Espera, Luna é Luna... por causa dos filmes de Harry Potter?! - Brooklyn perguntou. ㅡ Uau... isso é incrível!
ㅡ É! - a ruiva sorriu. ㅡ E mamãe ainda sempre lia os livros para mim na hora de dormir. Iríamos começar o terceiro ainda, mas... bom. - e deu de ombros, voltando ao seu jogo.
ㅡ Você gosta de Harry Potter, Dixon? - Carl perguntou, com um riso contido. ㅡ Achei que não gostava de nada. - Brooklyn franziu o cenho com o deboche, mas ignorou.
ㅡ Eu sou fanática por Harry Potter! - ela respondeu. ㅡ Li todos os livros pela biblioteca da escola, e Daryl me levou no cinema para ver todos os filmes. Ele sempre trabalhou horas extras nas estreias para conseguir isso. - contou, sorrindo orgulhosamente do irmão.
ㅡ Isso é sério?! - Audrey perguntou, se sentando na poltrona.
ㅡ Sim! - Brooklyn respondeu. ㅡ Eu gosto verdadeiramente de poucas coisas... e Harry Potter é uma delas. Sempre fico parecendo uma idiota quando o assunto é a saga. - ela tomou mais da sua cerveja para disfarçar o rubor involuntário das bochechas.
ㅡ Isso é uma coisa que ninguém se imaginaria. - Carl comentou.
ㅡ Vai falar que não gosta?! - Brooklyn o perguntou.
ㅡ Nunca li. - o Grimes deu de ombros. As garotas o olharam indignadas. ㅡ E nem sei se é tudo o que vocês estão falando!
ㅡ Como pode?! - Brooklyn tornou a questionar. ㅡ Harry Potter é a melhor coisa já criada! E ainda tem os filmes... tudo é perfeito!
Carl olhou para a forma empolgada que a garota falava e sorriu outra vez, achando graça de que aquela era uma garota completamente diferente da que brigava consigo em Atlanta. Os olhos de Brooklyn brilhavam ao conversar sobre a saga com Audrey, e ela se empolgava cada vez mais ao falar sobre seus personagens favoritos; o garoto achou fofo até mesmo a forma que a Dixon havia ficado indignada quando disse que nunca havia lido os livros.
ㅡ Você é mais incrível do que pensei que seria! - Audrey disse para Brooklyn. ㅡ Fique ciente de que agora você é minha melhor amiga, Dixon! - a mais velha deu um sorriso pequeno, sem jeito com aquela empolgação da garota.
ㅡ Saiba que agora ela vai falar com você a cada segundo, e fazer referências vinte quatro horas por dia! - Sophia disse, ao mesmo tempo que Aurora gritava que havia ganhado. ㅡ Ela é boa nisso... - ela sussurrou.
ㅡ Boa, garota! - Brooklyn fez um hi-five com a ruiva.
ㅡ Sophia! - Carol chamou a filha. ㅡ Vamos, querida!
ㅡ Boa noite, gente! Ainda quero a revanche, Aury! - Sophia disse, enquanto se levantava e corria até sua mãe.
ㅡ Eu vou também. - Audrey se levantou da poltrona. ㅡ Olha, realmente quero ser sua amiga, está bem? Podemos conversar mais e ver se temos mais em comum! - ela disse, realmente empolgada.
ㅡ Tudo bem. - Brooklyn sorriu pequeno. A Mallory se despediu dos outros, e finalmente deixou a sala. ㅡ Vamos? - a Dixon se levantou, em seguida perguntando à Aurora.
ㅡ Ei, Dixon... - Carl se levantou de pressa. ㅡ Eu também tentei fazer isso, porque não quis a amizade comigo?
ㅡ A Mallory não quis bancar uma de stalker e não passou o tempo todo me encarando, Grimes. - ela disse, com sarcasmo, e Carl sorriu sem jeito. ㅡ Viu que as coisas foram naturais? Tente isso e não banque mais o stalker, aí quem sabe não possamos ser amigos?
ㅡ Sério?!
ㅡ Não se anima! - Brooklyn disse. ㅡ Não estou garantindo nada, stalker. - ela completou, com uma sombra de sorriso no rosto, enquanto entregava de volta a revista de Carl, que antes estava consigo.
Aurora se despediu do garoto, saindo dali com Brooklyn abraçada em seu pescoço; as duas acenaram para Lori, antes de deixar a salar. Carl sorriu, balançando a cabeça e sorrindo sozinho, enquanto olhava a revista em suas mãos.
Também olhando para onde Audrey estava, o garoto pensou em algo para se fazer. Novamente sorrindo, com aquela ideia, o Grimes deixou o lugar. Ainda tinha aqueles olhos azuis em sua mente, onde também se perguntava o quanto mais podia se surpreender com Brooklyn.
¡notes!
CDC CHEGOU!!! E depois
a fazenda, minha parte
favorita de escrever e
onde as histórias finalmente
começam a 'andar' 🙌
mas vamos falar sobre
esse capítulo por enquanto
a história do aniversário
da brookie e os dixons
felizinhos = minha parte
comfort do capítulo 🤲
a brookie ajudando a aury,
e depois preocupada em
saber sobre ela (aliás isso
não foi em vão, é claro- vcs
me conhecem rs 👀)
A BROOKLYN FÃ DE HARRY
POTTER, quem amou??!??
juro. sabe quando vc se empolga
falando sobre algo e não consegue
parar?? ela é assim sobre a saga,
e vai ser fofo dms 😭💗
e a pequena interação de
caryln? (amei o shippe, e
vc??) isso seria uma curta
evolução na relação deles? 👀
então é isso. o que vocês
acharam do capítulo??
comentem aí, quero saber!
Espero que tenham gostado.
Até o próximo! ❤
𝐟𝐢𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐚 𝐬𝐚𝐥𝐯𝐨 🧟♀️
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