𝟭𝟬𝟵. the sacrifice of R.A.B;
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ϟ CAPÍTULO 109 ϟ
o sacrifício de r.a.b
PHOENIX ACORDOU NA MANHÃ SEGUINTE, coçou os olhos e os fechou no mesmo instante, se incomodando com a claridade que entrava pelos buracos que haviam na cortina da sala. O quarteto havia decidido dormir todos juntos, separados em seus sacos de dormir e também sofás do local, para sua segurança.
Hermione ainda estava adormecida no estofado de dois lugares, com sua mão caída para fora do mesmo. No chão, abaixo de si, estava Ron; seu braço estava virado para a mesma direção dos dedos da Granger, e Phoenix podia jurar que suas pontas se tocavam quase que minimamente. A Black deu um pequeno sorriso, imaginando se os amigos haviam estado daquele jeito por toda noite.
Phoenix suspirou e tentou se mexer no estofado maior, que havia ficado para si. Ela sentiu algo prendendo sua cintura e olhou para baixo, sorrindo ao encontrar Harry lhe abraçando enquanto estava em um sono muito profundo e, ao que parecia, tranquilo. Seu rosto estava no peito da garota e seu braço sob a cintura, além de suas pernas estarem entrelaçadas no momento.
A Black sorriu novamente, enquanto começava a mexer nos cabelos do namorado. Se lembrou que durante a noite Harry havia saído de seu colchonete e deitado ali com ela; é claro que Phoenix não questionou a ação, e apenas ficou satisfeita em dividir aquele pequeno sofá com Harry.
Olhando para o rosto de Harry, ela notou quando o mesmo começou a acordar. Se remexeu um pouco, a puxando ainda mais para perto durante o processo. Phoenix soltou um riso anasalado e correspondeu ao abraço, vendo o namorado também dar um fraco sorriso contra seu peito.
ㅡ Oi, Hazz. - ela sussurrou. Harry levantou seus olhos sonolentos para a garota.
ㅡ Oi. - ele correspondeu no mesmo tom, sorrindo e dando um beijo no pescoço da Black. ㅡ Acordou a quanto tempo?
ㅡ Não tem cinco minutos. Apenas não tive como me mover para levantar. - ela respondeu rindo.
ㅡ Ainda bem. - Harry disse, passando as mãos pelas costas da garota. Phoenix sorriu, balançando a cabeça.
ㅡ Mas é melhor me soltar agora... pelo seu próprio bem. - ela completou abaixando ainda mais a voz: ㅡ É sério, eu preciso ir ao banheiro!
Harry riu. Ele deu outro beijo no rosto de sua namorada, antes de se sentar no sofá com cuidado. Phoenix repetiu seu gesto, percebendo que agora o Potter olhava a mesma cena dos amigos que observava antes; ela sorriu.
ㅡ Eles estão tão perto, mas tão longes de perceber. - a Black sussurrou. Harry concordou com um fraco riso.
Phoenix se levantou e saiu com cuidado daquela sala. Seu primeiro destino realmente foi ao banheiro, onde usou para suas necessidades e higienes matinais; saiu quando acabou, dando de cara com o corredor vazio daquela parte da Mansão Black.
Olhando para os lados, a garota decidiu subir alguns degraus e ir direto ao cômodo que sabia estar próximo. Abriu a gasta porta de madeira escura, entrando em um quarto abraçado pelo vazio do tempo; poeira havia sido acumulada por todos os móveis, e ainda havia algumas coisas jogadas pelo chão.
Phoenix passeou seus olhos pelos pôsteres de bandas e cantores do mundo trouxa colados na parede com um feitiço que os impedia de serem removidos dali. Ela sorriu sabendo do fato, ao mesmo tempo que olhava os cachecóis e bandeiras da Grifinória jogados no dorsel da cama, que carregava uma cortina das cores da casa.
A garota se sentou no colchão, ouvindo as molas da cama rangendo ao movimento, e continuou observando o quarto. Sorriu percebendo como tudo por ali gritava a personalidade de Sirius, ao mesmo tempo que não tinha nada haver com o homem. Era difícil explicar aquele fato.
A imagem no quadro ao lado da cama, uma foto dos jovens marotos em seus tempos de escola, se repetia na frente da garota. Via como os quatro estavam felizes jogados em um sofá na comunal da Grifinória, claramente, ao final de alguma festa. Eram apenas jovens se divertindo, sem saberem e nem imaginarem como seria o futuro de sua amizade.
Phoenix suspirou com o pensamento.
Se levantou da cama e deixou o quarto, mais uma vez fechando a porta. Antes de novamente caminhar para as escadas, a garota olhou para a porta fechada de outro quarto naquele corredor. Ela se aproximou, franzindo o cenho enquanto lia a pequena placa prateada pregada no meio da madeira da porta, com um aviso breve e pomposo, caprichosamente escrito à mão:
"Não entre
sem a expressa permissão de
Regulus Arcturus Black."
Phoenix automaticamente sorriu.
ㅡ R.A.B. Tio Reggie! - sussurrou, rindo novamente. ㅡ Qual lugar melhor para começar a procurar alguma pista do medalhão? O quarto de quem achou a verdadeira cópia! - a garota conversou consigo mesma, enquanto corria para se debruçar sob o balaústre. ㅡ Harry! Harry!
ㅡ O que foi, Nix? Está tudo bem?! - Ron quem apareceu primeiro no patamar abaixo. E não demorou para Hermione e Harry fazerem o mesmo, com o Potter rapidamente começando a ir em direção da Black pelas escadas.
ㅡ Acordei vocês? - ela perguntou culpada aos amigos.
ㅡ Não, já estávamos acordados. Mas essa gritaria nos assustou! - Ron disse.
ㅡ Desculpe, mas vocês precisam ver uma coisa! - a Black disse animada.
Harry foi o primeiro a chegar, e sem dizer nada Phoenix apontou a porta do quarto de Regulus. Seus amigos não demoraram chegar e também estarem olhando para o local; Hermione soltou uma expressão de surpresa quando terminou de ler, apertando com o força o braço de Ron, que chegou a fazer uma careta de dor.
ㅡ Esteve na nossa cara o tempo todo! É claro! Porque não pensamos em olhar a casa?! - ela disse.
ㅡ Estivemos ocupados com outras coisas desde que pegamos o medalhão. Não é culpa nossa que não pensamos em algum momento que a Mansão Black seria nossa primeira busca por pistas das Horcruxes. - o Potter justificou.
ㅡ Regulus foi um Comensal da Morte, se alistou quando ainda era muito jovem. - Phoenix começou. ㅡ Depois tentou sair, e foi quando foi morto por eles. Essa é a história que papai contava. Mas... - ela pensou, olhando novamente para a porta. ㅡ Sabemos que Regulus encontrou o medalhão e, se ele conseguiu ou não destruí-lo, talvez quisesse esconder isso de Voldemort.
ㅡ E o melhor lugar para as buscas começarem é no quarto do próprio Regulus. - Hermione completou, com a Black confirmando com um sorriso.
ㅡ Vamos descobrir. - Harry disse. Ele empurrou a porta; estava trancada à chave.
Hermione apontou a varinha para a maçaneta e disse:
ㅡ Alohomora! - ouviu-se um clique e a porta se abriu.
Eles cruzaram o portal juntos, olhando para os lados. O quarto de Regulus era ligeiramente menor que o de Sirius, embora transmitisse a mesma sensação de antigo esplendor. Enquanto o irmão tinha procurado anunciar sua dessemelhança com o resto da família, Regulus tinha se esforçado para ressaltar o oposto. As cores da Sonserina, verde e prata, estavam por toda parte, guarnecendo a cama, as paredes e janelas. O brasão da família Black fora laboriosamente pintado por cima da cama.
Abaixo, uma coleção de recortes de jornal presos uns aos outros formavam uma colagem irregular. Phoenix atravessou o quarto para examiná-los com Hermione.
ㅡ São todos sobre Voldemort. - a Granger disse. ㅡ Pelo visto, Regulus já era fã dele anos antes de se reunir aos Comensais da Morte...
Phoenix continuou observando os recortes, enquanto a amiga pegou parte deles para se sentar na cama e lê-los. A Black notou uma fotografia no meio das colagens; não demorou reconhecer Regulus na primeira filheira da foto do time de quadribol da Sonserina. Era um pouco mais magrelo que Sirius, mas seus cabelos pretos e olhos cinzentos ainda se tornavam suas maiores semelhanças com o irmão.
ㅡ Ele era apanhador. - Harry comentou ao seu lado, e a garota se virou rapidamente em sua direção. ㅡ E já vi essa foto antes, quando minha mãe e eu fomos encontrar Slughorn com Dumbledore no ano passado.
ㅡ Então Regulus era no mínimo um excelente jogador, para Slughorn guardar uma foro dele com um dos seus alunos-troféus. - a Black comentou involuntariamente. Ela se virou para os amigos, que ainda procuravam pistas pelo quarto, e disse: ㅡ Tem que haver um jeito de encontrar o medalhão mais rápido!
ㅡ E talvez tenha! - Hermione exclamou, erguendo a varinha em mãos e logo ditando: ㅡ Accio medalhão!
Nada aconteceu. Ron e Harry suspiraram desapontados, com o Weasley ainda dizendo:
ㅡ Então é isso? Não está aqui?!
ㅡ Ah, talvez esteja, mas protegido por contraeitiços. Feitiços para impedir que se possa convocá-lo por magia, entende. - Hermione disse.
ㅡ Como o que Voldemort lançou na bacia de pedra na caverna. - afirmou Harry.
ㅡ Como vamos encontrá-lo, então? - Ron questionou.
ㅡ Procurando com as mãos, é óbvio. E isso vai levar horas... ou dias! - respondeu Phoenix, suspirando frustada. ㅡ O medalhão pode estar em qualquer lugar dessa casa!
ㅡ Lembram aquelas lixarias todas de que precisamos nos livrar quando estivemos aqui na última vez? - Hermione perguntou. ㅡ Aquele relógio que lançava raios e aquelas vestes velhas que tentaram estrangular Ron? Regulus talvez as tivesse posto lá para proteger o esconderijo do medalhão, ainda que a gente não tenha entendido...
O trio olhou para Hermione. Ela estava parada com um pé no ar e a expressão abobada de alguém que acabou de ser obliviado; seus olhos tinham até saído de foco.
ㅡ ...à época. - terminou ela em um sussurro.
ㅡ Algum problema, Mione? - perguntou Phoenix.
ㅡ Havia um medalhão.
ㅡ Quê?! - exclamaram os três ao mesmo tempo.
ㅡ No armário da sala de visitas. Ninguém conseguiu abri-lo. E nós... nós...
ㅡ Eu não lembro de ver nenhum medalhão antes. - Phoenix aumentou sua confusão. Ela franziu o cenho, tentando lembrar do episódio, mas realmente foi em vão.
ㅡ Se me lembro, foi em uma manhã pós noite de lua cheia, e você, seus pais e o James ainda não haviam voltado. - sua amiga explicou, ainda eufórica com toda a lembrança. ㅡ Nós achamos um medalhão, e todos tentaram abri-lo. Foi em vão, então jogamos na pilha de lixo.
ㅡ E Monstro andou pegando montes dessas coisas escondido de nós. - Harry disse.
ㅡ O armário de 'tesouros' dele fica na cozinha, não? - a Black perguntou retórica. ㅡ Vamos!
Os quatro saíram correndo pelas escadas. O barulho foi tamanho que acordaram o retrato da mãe de Sirius ao atravessarem o corredor da entrada.
ㅡ Lixo! Sangues ruins! Ralé! - gritou a bruxa para os garotos quando desceram desembestados para a cozinha do porão e bateram a porta ao entrar.
Harry continuou sua corrida pelo aposento, parou derrapando à porta do armário de Monstro e abriu-o com violência. Lá estava o ninho de sujeira, as mantas velhas em que o elfo costumava dormir, mas o armário já não brilhava com as quinquilharias que Monstro salvara. Havia apenas um velho exemplar de 'A nobreza natural: uma genealogia dos bruxos'.
Recusando-se a crer no que via, Harry puxou as cobertas e sacudiu-as. Delas caiu um camundongo morto que rolou lugubremente pelo chão. Ron gemeu ao se atirar em uma cadeira da cozinha; Hermione fechou os olhos; e Phoenix franziu o nariz, logo desviando seu olhar.
ㅡ Não pode ser só isso. - Harry disse, olhando para a namorada.
Phoenix processou por apenas um segundo, antes de chegar à linha de raciocínio de Harry. Ela assentiu para o mesmo, antes de gritar com bastante firmeza em sua voz:
ㅡ Monstro!
Ouviram um forte estalo e o elfo doméstico de repente apareceu diante da lareira vazia e fria. Ainda usava os trapos imundos em que o tinham conhecido, e o olhar de desprezo que lançou para Phoenix demonstrou que sua atitude, com a transferência de dono, tal como os seus trajes, não havia mudado.
ㅡ Minha senhora. - coaxou Monstro com a sua voz de rã-touro, e ele fez uma profunda reverência, resmungando para os próprios joelhos. ㅡ De volta à velha casa da minha verdadeira senhora com o traidor do sangue Weasley, a sangue ruim e o mestiço imundo Potter...
ㅡ Proíbo você de chamar quem quer que seja de "traidor do sangue" ou de "sangue ruim" ou então de "mestiço imundo"! - Phoenix rosnou, enquanto Harry ajudava Hermione controlar Ron, que havia partido para cima do elfo com uma colher velha de prata. ㅡ E ainda ordeno que responda qualquer pergunta que Harry Potter fizer a você a partir de agora. E que as responda apenas com respostas verdadeiras!
ㅡ Sim, senhora. - respondeu Monstro fazendo uma nova reverência.
Phoenix viu seus lábios se moverem em silêncio, sem dúvida mastigando os insultos que fora proibido de proferir. Ela própria se controlou para não fazer o mesmo com seus pensamentos, e apenas se virou para Harry e acenou.
ㅡ Você já viu isso?! - Harry não esperou mais para mostrar o medalhão ao elfo. No mesmo segundo, Monstro havia vacilado, se ecolhido ainda mais atrás de uma cadeira.
ㅡ Monstro, responda-o! - Phoenix ordenou.
ㅡ É o medalhão do meu senhor Regulus. - o elfo respondeu em seguida.
ㅡ Eram dois, não eram? - Harry continuou. ㅡ Há dois anos você pegou o verdadeiro de uma pilha de lixo lá na sala de visitas, não foi?
ㅡ Como? - Monstro grunhiu, levemente com a voz trêmula. ㅡ Monstro não sabe sobre nenhum medalhão...
ㅡ Monstro! - Phoenix o chamou, se aproximando subitamente para assustá-lo. Monstro se encolheu ainda mais atrás da cadeira. ㅡ Disse apenas respostas verdadeiras! Responda Harry Potter, agora!
Monstro a encarou, claramente com seu ódio refletido às orbes arregaladas. Se virou lentamente para Harry, por fim dizendo:
ㅡ Sim, ele estava nessa casa. O mais cruel dos objetos. - Monstro começou. ㅡ Antes do senhor Regulus morrer, ele deu a Monstro a ordem de destruir o medalhão. Mas nada que Monstro tentou pareceu destruí-lo.
ㅡ E onde está o verdadeiro medalhão agora? - Harry perguntou novamente ao elfo, após uma troca de olhares com o grupo. ㅡ Alguém está com ele, Monstro?
ㅡ Era noite quando ele veio. - Monstro respondeu, com seu corpo se estremecendo vagarosamente. ㅡ Mundungo Fletcher roubou tudo: os retratos da senhorita Bela e da senhorita Ciça, o velho pedaço de espelho no quarto de Sirius, as luvas da minha senhora, a Ordem de Merlim, Primeira Classe, as taças de vinho com o brasão da família e, e...
Monstro tentava recuperar o fôlego: seu peito cavado subia e descia rapidamente, então seus olhos se arregalaram e ele soltou um grito de congelar o sangue.
ㅡ E o medalhão, o medalhão do meu senhor Regulus. Monstro agiu mal, Monstro desobedeceu as ordens dele!
Phoenix arregalou os olhos; viu o elfo indo em direção à lareira para apanhar o atiçador de brasa. Agindo rápido, antes que a criatura pudesse se machucar, a garota gritou:
ㅡ Monstro, fique parado!
Monstro ficou estatelado no piso frio, as lágrimas saltando dos seus olhos empapuçados.
ㅡ Monstro... - Phoenix se ajoelhou ao lado dele, por um momento esquecendo toda a raiva que a criatura já havia lhe causado e abaixando o tom de sua voz: ㅡ Quero a verdade, está bem? Como sabe que Mundungo roubou o medalhão?
ㅡ Monstro viu! - exclamou ele, as lágrimas escorrendo do nariz para a boca cheia de dentes cinzentos. ㅡ Monstro viu ele saindo do armário, as mãos cheias com os tesouros de Monstro. Monstro mandou o ladrão parar, mas Mundungo Fletcher riu e correu...
ㅡ Você disse que o medalhão era do seu senhor Regulus. Por quê? - Harry tornou a perguntar para Monstro. ㅡ De onde veio o medalhão? Qual era a ligação de Regulus com ele?
ㅡ Monstro, sente-se e nos conte tudo que sabe sobre aquele medalhão. - Phoenix pediu.
O elfo sentou, enroscado como uma bola, apoiou o rosto molhado entre os joelhos e começou a se balançar para frente e para trás. Quando falou, sua voz saiu abafada, mas bastante clara no silêncio da cozinha vazia:
ㅡ Meu senhor Sirius fugiu, ainda bem, porque ele era um garoto ruim e despedaçou o coração da minha senhora com a sua rebeldia. Mas meu senhor Regulus tinha orgulho; sabia reverenciar o nome Black e a dignidade do seu sangue puro. Durante anos ele falou do Lorde das Trevas, que ia tirar os bruxos da clandestinidade e dominar os trouxas e os nascidos trouxas... e quando fez dezesseis anos, meu senhor Regulus se reuniu ao Lorde das Trevas. Tão orgulhoso, tão feliz de servir...
Os quatro ouviram atentamente a história do elfo, enquanto trocavam discretos olhares entre um soluço forte da criatura. Após assoprar o nariz em sua camisola velha, Monstro voltou a dizer:
ㅡ E um dia, um ano depois que se alistou, meu senhor Regulus veio à cozinha ver Monstro. Meu senhor Regulus sempre gostou de Monstro. E meu senhor Regulus disse... disse... - o velho elfo balançou-se mais rápido que nunca, continuando aos prantos. ㅡ Disse que o Lorde das Trevas precisava de um elfo.
ㅡ Voldemort precisava de um elfo? - repetiu Harry, olhando para o grupo, que pareceram tão intrigados quanto ele.
ㅡ Ah, foi! - gemeu Monstro. ㅡ E meu senhor Regulus tinha oferecido Monstro. Era uma honra, disse meu senhor Regulus, uma honra para ele e para Monstro; que tinha de fazer tudo que o Lorde das Trevas mandasse... e depois v-voltar para casa.
Monstro balançou-se ainda mais rápido, expirando em soluços.
ㅡ Então Monstro foi procurar o Lorde das Trevas. O Lorde das Trevas não disse a Monstro o que iam fazer, mas levou Monstro com ele para uma caverna junto ao mar. E para além da caverna havia outra caverna, e na caverna havia um enorme lago preto... havia um barco... - Monstro soluçou outra vez. ㅡ Havia uma b-bacia cheia de poção na ilha. O Lorde das T-trevas fez Monstro beber...
O elfo tremeu da cabeça aos pés.
Phoenix se virou para olhar o grupo, com seu olhar caindo em atenção especialmente em Harry, que estava muito vidrado na história de Monstro. O garoto parecia paralisado, e a Black sabia que para ele era como reviver aquela noite em que passou pelo mesmo cenário com Dumbledore.
ㅡ Monstro bebeu, e enquanto bebia, viu coisas terríveis... - Phoenix se virou ao ouví-lo dizer outra vez. ㅡ As entranhas de Monstro queimaram... Monstro gritou para o senhor Regulus ir salvar ele, gritou por sua senhora Black, mas o Lorde das Trevas ria... ele fez Monstro beber a poção toda... pôs um medalhão na bacia vazia... e tornou a encher a bacia com mais poção. Então o Lorde das Trevas foi embora e deixou Monstro na ilha...
Phoenix colocou a mão levemente na boca, não se surpreendendo ao estar horrorizada com a história. Pensou consigo que os níveis de maldade de Voldemort chegava ao ponto do homem abusar e usar de até mesmo um pobre elfo.
ㅡ Monstro precisava de água, arrastou-se até a orla da ilha e bebeu a água do lago preto... - a criatura continuou: ㅡ E mãos, mãos mortas saíram da água e arrastaram Monstro para baixo...
ㅡ Como foi que você escapou? - perguntou Harry, em um tom sussurrado.
Monstro ergueu a cabeça feia e encarou Harry com seus grandes olhos vermelhos.
ㅡ Meu senhor Regulus disse a Monstro para voltar.
ㅡ Eu sei... mas como você fugiu dos Inferi?
Monstro pareceu não entender.
ㅡ Meu senhor Regulus disse a Monstro para voltar. - repetiu ele.
ㅡ Eu sei, mas...
ㅡ É óbvio, não é, Harry? - interveio Ron. ㅡ Ele desaparatou!
ㅡ Mas... não se podia aparatar e desaparatar na caverna - insistiu Harry ㅡ, do contrário, Dumbledore...
ㅡ A magia dos elfos não é como a magia dos bruxos. - Phoenix disse cautelosa, tocando com delicadeza no braço do namorado. ㅡ Quero dizer, eles podem aparatar e desaparatar em Hogwarts e nós não. Isso claramente é um sinal que sua magia não é como a nossa.
Fez-se silêncio enquanto Harry digeria a informação. Ele parecia pensativo com algo, mas a Black, que havia chego a uma conclusão primeiro, disse:
ㅡ É óbvio! Voldemort considerou os costumes dos elfos domésticos indignos de sua atenção, exatamente como os sangues puros que os tratam como animais.
ㅡ Nunca teria lhe ocorrido que eles pudessem ser capazes de uma magia que ele não dominasse. - Hermione completou, com sua voz gélida.
ㅡ A lei máxima para um elfo doméstico é a ordem do seu senhor. - entoou Monstro. ㅡ Mandaram Monstro voltar para casa, então Monstro voltou para casa.
ㅡ Bem, então você fazia o que lhe mandavam, não é? - disse Hermione bondosamente. ㅡ Não desobedecia a ordem alguma!
Monstro fez que não com a cabeça, se balançando furiosamente.
ㅡ Então que aconteceu quando você voltou? - perguntou Harry. ㅡ Que disse Regulus quando você contou o que tinha acontecido?
ㅡ Meu senhor Regulus ficou muito preocupado, muito preocupado! - crocitou Monstro. ㅡ Meu senhor Regulus mandou Monstro ficar escondido e não sair de casa. E então... foi um pouco depois disso... meu senhor Regulus veio procurar Monstro no armário uma noite, e meu senhor Regulus estava esquisito, fora do normal, perturbado, Monstro percebeu... e ele pediu a Monstro para levá-lo até a caverna, a caverna onde Monstro tinha ido com o Lorde das Trevas...
Phoenix parou para ouví-lo, muito quieta ao fazer. Conseguiu, com os detalhes que Harry havia contato a ela e o grupo tempo atrás, visualizar a caverna a qual Regulus havia ido. Com conclusão própria, soube finalmente e exatamente como Regulus Black havia morrido.
ㅡ E ele fez você beber a poção? - perguntou Harry, a despertando.
Monstro sacudiu a cabeça e chorou. Hermione levou as mãos à boca: parecia ter compreendido alguma coisa; Phoenix abaixou a cabeça com o olhar da amiga.
ㅡ M-meu senhor Regulus tirou do bolso um medalhão igual ao que o Lorde das Trevas tinha... - disse Monstro, as lágrimas escorrendo pelos lados do seu nariz trombudo. ㅡ E ele disse a Monstro para pegar e, quando a bacia estivesse vazia, trocar os medalhões...
Os soluços de Monstro agora saíam em grandes guinchos; o grupo precisou se concentrar para entendê-lo.
ㅡ E ele deu ordem... para Monstro ir embora... sem ele. E ele disse a Monstro... para ir para casa... e nunca contar à minha senhora... o que ele tinha feito... mas para destruir... o primeiro medalhão. E ele bebeu... a poção toda... e Monstro trocou os medalhões... e ficou olhando... meu senhor Regulus... ele foi arrastado para baixo d'água... e...
ㅡ Então você trouxe o medalhão para casa. - Harry disse, a fim de fazer os soluços do elfo pararem outra vez. ㅡ E tentou destruí-lo?
ㅡ Nada que Monstro tentou fez algum dano ao medalhão! - lamentou-se o elfo. ㅡ Monstro tentou tudo, tudo que sabia, mas nada, nada adiantou... de tão poderosos os feitiços que estavam nele. Monstro tinha certeza que, para destruir o medalhão, precisava chegar dentro dele, mas ele não abria... Monstro se castigou, tentou outra vez, se castigou, tentou outra vez. Monstro não conseguiu obedecer à ordem, Monstro não conseguiu destruir o medalhão! E sua senhora enlouqueceu de tristeza, porque meu senhor Regulus desapareceu, e Monstro não pôde contar a ela o que tinha acontecido, não, porque meu senhor Regulus tinha p-proibido Monstro de contar para a f-família o que tinha acontecido na c-caverna...
Monstro começou a soluçar tanto que suas palavras deixaram de fazer sentido. As lágrimas escorriam pelo rosto de Hermione, que observava Monstro. Até Ron, que não era fã do elfo, parecia perturbado. Harry se recostou e sacudiu a cabeça, tentando clarear os pensamentos; ele olhou para Phoenix, e os dois trocaram olhares para o elfo.
ㅡ Ei, Monstro... - Phoenix começou para ele, depois de um tempo. ㅡ Por favor, quero que se acalme. E, hum, sente-se quando sentir vontade, okay? - pediu, com um tom verdadeiramente calmo ao elfo.
Monstro limpou o rosto no velho trapo que usava como camisola. Aquilo não foi o suficiente em um primeiro momento, então, ainda com o rosto um pouco molhado, o elfo se sentou na cadeira que antes usava para se esconder.
ㅡ Monstro, vou lhe pedir para fazer uma coisa, tudo bem? - disse-lhe Phoenix, depois do momento que Monstro se acalmou. E usando um tom gentil, mas ainda firme, continuou: ㅡ Eu quero que você, por favor, encontre Mundungo Fletcher. Precisamos descobrir onde o medalhão, o medalhão do seu senhor Regulus, está. É realmente importante. Queremos terminar a tarefa que Regulus começou, queremos... garantir que ele não tenha morrido em vão.
Monstro baixou os punhos e ergueu os olhos para Phoenix.
ㅡ Encontrar Mundungo Fletcher? - repetiu rouco.
ㅡ E trazê-lo aqui, ao Largo Grimmauld, para nós termos uma conversa com ele. - acrescentou a garota. ㅡ Você acha que poderia fazer isso para nós, Monstro?
Ao ver Monstro assentir e ficar em pé, a garota se permitiu lhe lançar um pequeno sorriso. Olhou para Harry, e o viu tendo uma súbita inspiração: o garoto apanhou a bolsa que Hagrid lhe dera em seu aniversário e tirou novamente a falsa Horcrux, o medalhão substituto em que Regulus colocara o bilhete para Voldemort - o qual havia colocado ali enquanto Monstro lhes contavam sua história -.
ㅡ Monstro, eu... ãh... gostaria que você ficasse com isso. - disse, colocando o medalhão nas mãos do elfo. ㅡ Isto pertenceu ao Regulus, e tenho certeza que ele gostaria de lhe dar como prova de gratidão pelo que você...
ㅡ Destruiu, colega. - Ron disse, quando o elfo, dando uma olhada no medalhão, deixou escapar um uivo de choque e desespero e tornou a se atirar ao chão.
ㅡ Oh, Merlin! - Phoenix murmurou, se adiantando para conter o elfo.
Levaram quase meia hora para acalmar Monstro, que ficou tão comovido em receber de presente uma herança da família Black que sentiu os joelhos fracos demais para se manter em pé.
Quando finalmente pôde dar alguns passos, os garotos o acompanharam ao seu armário, viram-no guardar o medalhão nas cobertas sujas, e tranquilizaram o elfo de que a proteção do objeto seria sua maior prioridade enquanto ele estivesse ausente. Então Monstro fez duas reverências profundas para Phoenix, Ron, Harry, e até uma leve contração gaiata em direção a Hermione - uma tentativa de saudá-la respeitosamente -, antes de desaparatar com o costumeiro estalo.
🌔
Monstro não apareceu no restante daquele dia. Nem nos dois próximos. O grupo que estava morando naquela casa estava começando a se sentir ansiosos diante daquele fato; e agora, com a presença de dois homens em frente à casa, a tensão havia aumentado também.
ㅡ Na certa, Comensais da Morte. - Ron disse, enquanto eles observavam das janelas da sala de visitas. ㅡ Acham que eles sabem que estamos aqui?
ㅡ Acho que não, ou teriam mandado Snape atrás de nós, não? - respondeu Hermione, embora parecesse amedrontada.
ㅡ Vocês acham que ele esteve aqui e o feitiço de Moody prendeu a língua dele? - sugeriu Ron.
ㅡ Acho. Do contrário, teria podido contar àquele bando como entrar, não? - respondeu Hermione, logo acrescentando: ㅡ Mas eles provavelmente estão vigiando para ver se aparecemos. Sabem que a casa é da Nix e que, consequentemente, Harry estará aqui.
ㅡ Como puderam...? - começou Harry.
ㅡ Os testamentos bruxos são examinados pelo Ministério, lembra? Saberão que herdei essa casa. - Phoenix respondeu.
A presença de Comensais da Morte ali fora intensificou a atmosfera agourenta no número doze. Os garotos não tinham ouvido nada de pessoa alguma fora do Largo Grimmauld desde o patrono do senhor Weasley, e a tensão estava começando a se manifestar.
Inquieto e irritável, Ron tinha desenvolvido o incômodo hábito de brincar com seu desiluminador dentro do bolso: isto enfurecia particularmente Hermione, que passava o tempo em que aguardavam Monstro retornar estudando 'Os contos de Beedle, o bardo' e não estava gostando que as luzes piscassem.
ㅡ Quer parar com isso?! - a Granger exclamou, na terceira noite da ausência de Monstro, quando a luz da sala de visitas foi apagada mais uma vez.
ㅡ Desculpe, desculpe! - Ron disse, acionando o desiluminador e acendendo as luzes. ㅡ Não estou fazendo isso conscientemente!
ㅡ Bem, não pode procurar alguma coisa útil para se ocupar?
ㅡ O que, ler histórias escritas para criancinhas?
ㅡ Dumbledore me deixou o livro, Ron...
ㅡ E me deixou o desiluminador, quem sabe esperava que eu o usasse!
Incapaz de suportar essas briguinhas, Phoenix, que antes examinava seu próprio objeto deixado por Dumbledore, saiu da sala sem os dois perceberem. Desceu à cozinha, onde Harry estava naquele momento; ele não parava de visitar o cômodo, porque tinha certeza de que era ali que Monstro provavelmente reapareceria.
Porém, ainda no meio da escada para a entrada, a garota ouviu uma batida na porta da frente. Puxou lentamente a varinha da jaqueta e a deixou em punhos, enquanto silenciosamente descia seu caminho - encontrando com Harry na porta da cozinha, já que ele também havia escutado o barulho -.
ㅡ Severus Snape? - a voz de Moody perguntou.
Então, o vulto de pó se ergueu no final do corredor e avançou para ele, a mão cadavérica erguida.
ㅡ Não fui eu que o matei, Albus. - respondeu a voz baixa do intruso.
O feitiço se desfez, o vulto de pó explodiu e foi impossível ver o recém-chegado através da densa nuvem cinzenta que o espectro deixou ao desaparecer. Harry deu um pequeno sorriso ao reconhecê-lo pela voz, mas Phoenix apontou a varinha para o meio da nuvem.
ㅡ Não se mexa! - gritou ao intruso.
Porém, ela se esqueceu do retrato da senhora Black: ao som de sua ordem, as cortinas que a ocultavam se abriram repentinamente e a bruxa começou a gritar:
ㅡ Sangues ruins e escória desonrando minha casa!
Ron e Hermione desceram correndo as escadas atrás dos amigos, as varinhas apontadas para o estranho no corredor, que tinha suas mãos para o alto.
ㅡ Guardem as varinhas, sou eu, James!
ㅡ Ah, graças aos céus! - exclamou Hermione em voz baixa, dirigindo a varinha para a senhora Black; com um estampido, as cortinas tornaram a fechar e fez-se silêncio.
Ron também baixou a varinha e deu um sorriso. Harry repetiu o gesto, dando um passo ansioso para abraçar o pai. Porém, os garotos franziram o cenho ao ver Phoenix levantar o braço livre e impedir o Potter de ir em direção à porta, ainda continuando com sua varinha apontada para o outro.
ㅡ Apareça! - ordenou.
O senhor Potter então deu um passo para a luz, as mãos ainda no alto em um gesto de rendição, mas não abalado com o tom da garota. Pelo contrário, calmo, ele começou a explicar:
ㅡ Sou James Fleamont Potter, um animago, também conhecido como Prongs, um dos quatro criadores do mapa do maroto, casado com Lily Potter. Seu nome é Phoenix Lupin-Black, e fui eu quem a apelidei de Blizzard em sua primeira transformação de lua cheia.
ㅡ Bom... muito bom, Prongs. - Phoenix disse, finalmente sorrindo e baixando seus dois braços. ㅡ Eu tinha que verificar, não?
ㅡ E eu preciso dizer que fez muito bem ao pensar isso, agindo de uma maneira muito eficaz, Blizzard. - o homem sorriu, também baixando os braços. ㅡ Vocês três não deviam ter abaixado a guarda tão rapidamente. - disse aos outros.
Os garotos finalmente desceram o resto da escada e correram para o recém-chegado, logo o abraçando. Protegido por uma grossa capa de viagem preta, James estava satisfeito e aliviado em revê-los.
ㅡ Então, nenhum sinal de Snape? - perguntou.
ㅡ Não. - respondeu Harry. ㅡ Que está acontecendo? Estão todos bem?
ㅡ Estão - confirmou James ㅡ, mas vigiados, como vocês. Sabem que há uns dois Comensais da Morte no largo aí em frente?
ㅡ Sabemos. - respondeu seu filho.
ㅡ Precisei aparatar exatamente no último degrau à frente da porta para garantir que não me vissem. - James disse. ㅡ Não sabem que vocês estão aqui, ou tenho certeza que colocariam mais gente lá fora; estão tocaiando todos os lugares que têm alguma ligação com você, Harry. Vamos descer, tenho muito que lhes contar e quero saber o que aconteceu depois que saíram d'A Toca.
Eles desceram à cozinha, onde Hermione apontou a varinha para a lareira. As chamas subiram instantaneamente: deram a ilusão de aconchego às frias paredes de pedra e se refletiram na superfície da mesa de madeira. James tirou algumas cervejas amanteigadas debaixo da capa de viagem, e todos se sentaram.
ㅡ Então, vocês vieram direto para cá depois do casamento? - o mais velho perguntou.
ㅡ Não, viemos só depois de toparmos e lutarmos com dois Comensais em um bar na Tottenham Court. - respondeu Harry.
James derramou quase toda a cerveja no peito.
ㅡ Quê?!
Os garotos explicaram o que havia acontecido; quando terminaram, James estava horrorizado.
ㅡ Mas como encontraram vocês tão depressa?! É impossível rastrear uma pessoa que aparata, a não ser que a agarrem antes de desaparecer!
ㅡ E é pouco provável que estivessem apenas passeando pela Tottenham Court na hora, concorda? - comentou Harry.
ㅡ Pensamos - arriscou Hermione ㅡ, que talvez Harry ainda tivesse o rastreador, que acha?
ㅡ Impossível! - James respondeu. Ron fez cara de quem acertou, e Harry se sentiu imensamente aliviado. ㅡ Sem me aprofundar, se Harry ainda carregasse o rastreador, eles teriam certeza absoluta de sua presença aqui, não é mesmo? Mas não vejo como poderiam ter seguido vocês a Tottenham Court, e isso me preocupa, realmente me preocupa.
ㅡ Padrinho, conte o que aconteceu depois que saímos. - Phoenix pediu. ㅡ Não soubemos de nada desde que o pai de Ron nos avisou que a família estava bem.
ㅡ Bem, Kingsley nos salvou. - James disse. ㅡ Graças ao seu aviso, a maior parte dos convidados pode desaparatar antes da invasão.
ㅡ Eram Comensais da Morte ou gente do Ministério? - interrompeu-o Hermione.
ㅡ Os dois; para todos os efeitos, agora os dois são a mesma coisa. - o Potter disse. ㅡ Eram uns doze, mas não sabiam que estávamos lá, Harry. Arthur ouviu um boato que procuraram descobrir o seu paradeiro, torturando Scrimgeour antes de matá-lo; se for verdade, ele não o traiu.
Harry olhou para Ron, Phoenix e Hermione; seus rostos refletiam a mescla de choque e gratidão que ele sentia. Jamais gostaram muito de Scrimgeour, mas, se o que James dizia fosse realmente verdade, o último gesto do homem fora proteger o jovem Potter.
ㅡ Molly fez com que eu e Lily nos trancassemos no galpão a tempo com Melinda. Depois, nos contou que os Comensais revistaram a Toca de cima a baixo. - James continuou. ㅡ Encontraram o vampiro, mas não quiseram chegar muito perto, então seu plano funcionou, Ron; depois interrogaram por horas os que permaneceram na casa. Estavam querendo obter informações sobre você, Harry, mas, naturalmente, ninguém contou nada.
ㅡ Por que escondê-los, se não são mais o foco Dele? - Harry perguntou ao pai.
ㅡ Eles não são, mas têm ligação direta com você. - Phoenix quem respondeu. ㅡ Ron e Mione tiveram planos para não serem encontrados, e o nosso basicamente era seus pais estarem escondidos em casa, que está protegida com vários feitiços. Se fossem vistos na Toca, os Comensais saberiam que esteve lá e podiam os torturar em busca da sua localização atual.
ㅡ Exato. - James apontou, logo continuando a contar: ㅡ Ao mesmo tempo que acabavam com o casamento, outros Comensais estavam invadindo as casas no campo que tinham ligação com a Ordem. Não mataram ninguém! - acrescentou, depressa, prevendo a pergunta do grupo. ㅡ Mas foram violentos. Queimaram a casa de Dédalo Diggle, mas, como você sabe, ele não estava, e usaram a Maldição Cruciatus na família dos Tonks, tentando descobrir aonde você tinha ido depois de visitá-los. Eles estão bem... obviamente abalados... mas, sob outros aspectos, bem.
ㅡ Os Comensais da Morte romperam todos os feitiços de proteção? - perguntou Harry.
ㅡ O que você precisa compreender, Harry, é que os Comensais agora têm o Ministério todo na mão. - o mais velho disse. ㅡ Têm o poder de usar feitiços cruéis sem medo de serem identificados ou presos. Conseguiram penetrar cada feitiço defensivo que lançamos contra eles e, uma vez dentro, agiram abertamente.
ㅡ Então... há riscos de acabarem em casa?! - a Black perguntou, evitando deixar seu medo aparente.
ㅡ Eles não sabem da localização da Mansão Potter, muito menos que nos mudamos para lá, Nix. Estiveram apenas nas nossas antigas casa, mas não encontraram nada por lá... mas sinto informar que isso resultou que também fossem queimadas. - James deu um suspiro de pesar. Harry e Phoenix se olharam em choque com a informação, mas de certa forma aliviados por saberem que a mudança veio em tempo de não se tornar uma tragédia maior. ㅡ Por hora, por sorte, ainda estamos seguros.
ㅡ E por que estão se dando o trabalho de inventar desculpas para descobrir o paradeiro de Harry por meio de tortura? - perguntou Hermione, com um fio de irritação na voz.
ㅡ Bem... - começou James. Hesitou um momento, então tirou da capa um exemplar dobrado do Profeta Diário. ㅡ Leia - disse, empurrando o jornal para Harry do outro lado da mesa ㅡ, você irá saber mais cedo ou mais tarde. É o pretexto que estão usando para procurar você.
Harry abriu o jornal, tendo Phoenix lendo a notícia bem ao seu lado. Uma enorme fotografia sua ocupava a primeira página. Leu a manchete:
PROCURADO PARA DEPOR SOBRE A
MORTE DE ALVO DUMBLEDORE.
ㅡ Mas que... - Phoenix suspirou irritada, evitando dizer o palavrão que gostaria no momento.
ㅡ Lamento, garoto. - James disse, com sinceridade para o filho. ㅡ Quando estava dentro do Ministério podia tentar evitar que o nome de vocês estivessem em matérias absurdas assim, mas agora... - ele suspirou com pesar. Realmente parecia indignado e irritado com a notícia também, mas sabia que, infelizmente, não havia o que ser feito.
ㅡ Então os Comensais da Morte tomaram o Profeta Diário também? - perguntou Hermione, furiosa.
James assentiu.
ㅡ O golpe foi hábil e virtualmente silencioso. - o Potter respondeu. ㅡ A versão oficial para o assassinato de Scrimgeour é que ele renunciou; foi substituído por Pio Thicknesse, que está sob a influência da Maldição Imperius.
ㅡ Por que Voldemort não se declarou logo Ministro da Magia?! - perguntou Ron.
ㅡ Porque ele não precisa, Ron. - James riu de maneira ácida. ㅡ Ele já é de fato o Ministro da Magia, então, para que iria se sentar atrás de uma mesa no Ministério?
ㅡ Seu fantoche, Thicknesse, está cuidando da burocracia diária, deixando Voldemort livre para estender sua influência para além do Ministério. - Phoenix murmurou, tendo James concordando com sua fala.
ㅡ Naturalmente, muitas pessoas deduziram o que aconteceu: nos últimos dias houve uma acentuada mudança na diretriz ministerial, e muitos estão murmurando que Voldemort deve estar por trás disso. - James continuou. ㅡ Contudo, aí reside o problema: murmuram apenas. Não ousam trocar confidências, não sabem em quem confiar; têm medo de se manifestar, porque suas suspeitas podem se confirmar e suas famílias podem serem atingidas. Sim, Voldemort está fazendo um jogo inteligente. Expor-se poderia ter provocado uma rebelião aberta: nos bastidores, criou confusão, incerteza e medo.
ㅡ E essa mudança acentuada na diretriz ministerial - indagou Harry ㅡ, inclui alertar o mundo bruxo contra mim e não contra Voldemort?
ㅡ Com certeza, e é um golpe de mestre. Agora que Dumbledore morreu, você, O-Menino-Que-Sobreviveu, certamente seria o símbolo e o núcleo de qualquer resistência contra Voldemort. - seu pai respondeu. ㅡ Mas, ao sugerir que você participou na morte do velho herói, ele não só pôs a sua cabeça a prêmio como também semeou a dúvida e o medo entre aqueles que o teriam defendido. Nesse meio-tempo, o Ministério saiu em campo contra os nascidos trouxas.
James apontou para aquela edição do Profeta Diário, em uma matéria que explicava que o Ministério da Magia havia feito uma pesquisa que dizia que a magia poderia ser transmitida apenas quando dois bruxos interiairemnte descedentes de bruxos (sangue-puros) procriam. A materira ainda dizia que os bruxos nascidos trouxas obtiveram sua magia através de roubo e/ou uso de força. E que para acaberem com eles, uma "Comissão de Registro dos Nascidos Trouxas" havia sido recém-nomeada.
ㅡ As pessoas não vão deixar isso acontecer! - disse Ron.
ㅡ Já está acontecendo, garoto. - James informou com pesar. ㅡ Os nascidos trouxas estão sendo arrebanhados, por assim dizer.
ㅡ Mas como supõem que eles possam ter "roubado" a magia?! Isso é pura debilidade, se fosse possível roubar magia não haveria bruxos abortados, não acham? - Phoenix estava indignada.
ㅡ Contudo, a não ser que você possa provar que tem, no mínimo, um parente próximo que seja bruxo, concluirão que obteve o seu poder ilegalmente e será passível de punição. - o senhor Potter disse.
Ron olhou para Hermione e disse:
ㅡ E se os sangues-puros e os mestiços jurarem que um nascido trouxa faz parte da família? Eu direi a todo mundo que Hermione é minha prima...
Hermione pôs a mão sobre a mão de Ron e apertou-a.
ㅡ Obrigada Ron, mas eu não poderia deixar...
ㅡ Você não terá escolha! - disse Ron impetuosamente, segurando a mão dela. – Eu a ensino a reconhecer a minha árvore genealógica e você poderá responder às perguntas deles.
Hermione deu uma risada gostosa.
ㅡ Ron, como estamos fugindo com Harry, a pessoa mais procurada deste país, acho que isso não tem importância. Se eu fosse voltar para a escola seria diferente.
Phoenix deu um curto sorriso observando-os. Em seguida virou-se novamente para seu padrinho e perguntou:
ㅡ E quais são os planos de Voldemort para Hogwarts?
ㅡ A frequência agora é obrigatória para todas as crianças bruxas. Anunciaram ontem. É uma mudança, porque antes nunca foi obrigatória. Naturalmente, quase todos os bruxos da Grã-Bretanha foram educados em Hogwarts, mas os pais tinham o direito de ensinar-lhes em casa ou mandá-los estudar no exterior, se preferissem.
ㅡ Isso vai fazer Voldemort ter toda a população bruxa sob vigilância desde muito jovem. - a Black murmurou.
ㅡ E é outra maneira de extirpar os nascidos trouxas, porque os alunos devem receber um registro sanguíneo, indicando que provaram ao Ministério sua ascendência bruxa, antes de poderem se matricular. - James completou.
O silêncio do grupo refletia toda sua repugnância e raiva diante àquelas informações. Phoenix estava realmente indignada e triste ao pensar que naquele momento crianças de onze anos excitadas estariam examinando pilhas de livros de feitiços recém-comprados, sem saber que jamais veriam Hogwarts ou talvez nem as próprias famílias.
ㅡ Harry... - James os despertou. ㅡ A Ordem da Fênix está desconfiada de que Dumbledore lhe confiou uma missão. - disse. ㅡ Têm insistido achando que eu e sua mãe sabemos de algo, mas continuamos negando.
ㅡ Eu agradeço. - Harry disse baixinho.
ㅡ Eu sei que não queria que isso fosse insistido, mas... têm certeza que não precisam de ajuda? - James disse. ㅡ Eu poderia ir com vocês.
ㅡ Não. - Harry negou sem nem mesmo pensar. ㅡ Vai ficar em casa, seguro! Protegendo a mamãe e a Melinda. Não pode simplesmente ir com a gente e deixá-la!
ㅡ Foi exatamente o que disse para sua mãe, quando ela insistiu que eu viesse lhe convencer de deixar que o acompanhasse. - James disse, se encostando na cadeira e sorrindo pequeno ao olhá-lo. ㅡ E ainda fui corajoso o bastante para dizer que ela havia enlouquecido se achava que a deixaria sozinha em casa com dois bebês.
ㅡ Como disse isso e ainda está vivo? - Phoenix riu, mas logo diminuiu seu sorriso e franziu seu cenho. Hermione e Ron se olharam surpresos e boquiabertos; e Harry piscou, pensando que havia escutado errado. ㅡ Espera... como assim dois bebês, Prongs?! - a Black perguntou, contendo seu novo sorriso até a resposta do padrinho.
James havia arregalado os olhos, mas logo abaixou a cabeça e começou a rir. Ao voltar-se para os garotos em sua frente ele disse:
ㅡ Lily descobriu que está grávida outra vez. Iria contar depois do casamento, mas, bem... vocês sabem. - ele deu de ombros.
As reações do grupo finalmente vieram verdadeiramente. Phoenix, Hermione e Ron olharam para Harry, o vendo encarando o pai e logo abrindo um sorriso com emoção. James correspondeu, logo acrescentando:
ㅡ É claro, que depois de tudo, sua mãe não queria que soubesse. Para não ficar preocupado ou coisa assim, sabe como ela é. Mas, acabei de perceber que soltei isso sem querer. - James disse, arrancando risadas dos outros. ㅡ Sabe, não queríamos que fosse assim. Queríamos você com a gente... - o mais velho disse ao filho.
ㅡ Eu sei, pai. - Harry sorriu pequeno. ㅡ Mas eu estou feliz do mesmo jeito. Caramba! Eu vou ser irmão mais velho outra vez! - e sorriu, olhando para a namorada com os olhos brilhando às lágrimas.
ㅡ Como madrinha ainda pode pedir para você vir com a gente? - Phoenix perguntou, enquanto segurava na mão do Potter mais novo e correspondia seu sorriso.
ㅡ Ela apenas está preocupada. - James respondeu, completando ao filho: ㅡ Sua mãe aceitou que Dumbledore tinha lhe deixado essa missão, e sabe que agora apenas você pode acabar com Voldemort, mas isso não significa que não está preocupada. Nós dois estamos, e muito por sinal! Somos seus pais, Harry, e todos dias temos nos perguntado se você está bem.
ㅡ Eu sei... - Harry suspirou. ㅡ Mas... eu realmente não posso deixar que você venha conosco, pai. Agora, mais do que nunca, preciso que fique com ela. Não me entenda mal!
ㅡ Nunca poderia, filho. - James disse com um sorriso. Ainda olhando para Harry em sua frente ele completou: ㅡ Vivemos em tempos difíceis e sombrios, mas estamos com você até o final disso, filho. Seja de longe ou perto. - e sorriu pequeno.
Harry sorriu, em um mudo agradecimento para seu pai.
Mais tarde, o homem terminou de tomar sua cerveja amanteigada e se despediu de cada um dos adolescentes com um forte abraço, dizendo que muito em breve se veriam outra vez. James então apanhou sua capa de viagem, se despediu de todos mais uma vez e saiu, novamente deixando a Mansão Black apenas para os quatro.
¡notes!
toda vez (4x) que a nix chamou o
regulus de "tio reggie" nessa
história eu chorei.
E O BEBÊ POTTER!! 😭😭😭
é isso, não ia colocar... mas
coloquei. eu quis. eu posso.
eu fiz 💅 harry merecia uma
família grande sim!!! (e eu tô
alimentando essa minha fanfic
aqui em blizzard sim 😭)
haenix sendo os fundadores
do fã clube de romione... o
jogo virou não é? KKKKK
É isso. me contem, o que
acharam? O acham que
ainda vai rolar nessa reta
final da fic? 👀
Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo! ❤
𝐭𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐭𝐨𝐨 𝐭𝐡𝐞 𝐦𝐨𝐨𝐧 🐺
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