𝟬𝟲𝟳. the Ordem of the Phoenix;
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ϟ CAPÍTULO 067 ϟ
a ordem da fênix
PHOENIX ABRIU COM URGÊNCIA A porta da casa dos Potter's, ao mesmo tempo que chamava por Lily. Sirius e Harry entraram logo atrás, carregando Ron em seus braços e com Hermione os seguindo de prontidão. A Potter desceu com urgência as escadas, perguntando o que estava acontecendo, e logo se surpreendeu com o estado do Weasley.
ㅡ O que aconteceu?! - ela entregou Melinda com cuidado para Hermione, antes de correr até o sofá, onde Ron havia sido colocado pelos outros.
ㅡ Ron foi atacado por dementadores e Harry conjurou um patrono. - Sirius explicou resumidamente.
ㅡ Levou sua varinha para o mundo trouxa, Harry?! - Lily exclamou para o filho, mas logo suspirou para se acalmar. ㅡ Em todo caso... sua teimosia dessa vez ajudou, não é? - o garoto acenou, e poderia rir naquele momento, se não estivesse tão preocupado com o amigo.
ㅡ Eles apareceram do nada! - Phoenix murmurou. ㅡ O que vai acontecer agora?
ㅡ Preciso avisar Molly... - Lily disse, após olhar com atenção para Ron, enquanto sua cabeça parecia trabalhar em várias coisas ao mesmo tempo. ㅡ Ela ficará apavorada! Bom, irei mandar uma mensagem de qualquer forma. Ron irá passar a noite conosco, não há chances dele viajar por flu ou aparatação nessa condição!
ㅡ E quanto a mim? - Harry perguntou. ㅡ Usei magia fora da escola... - completou, como se aquilo explicasse muita coisa.
ㅡ Vamos resolver, Harry. - Sirius disse. ㅡ Irei ao Ministério agora e...
Mas, Sirius não havia completado sua fala, quando um barulho vindo da janela em frente a eles havia chamado toda sua atenção. Uma coruja-das-torres havia pousado no portal, e olhava para eles através do vidro. Phoenix quem abriu a janela para a ave, que voou na direção de Harry e soltou uma carta em suas mãos.
O envelope era uma carta-falada, e logo tomou a forma de uma boca - não monstruosa -, por onde uma voz calma e bastante formal começou a ecoar para todos ouvirem.
"Prezado Senhor Potter,
Chegou ao nosso conhecimento que Vossa Senhoria executou o Feitiço do Patrono às dezesseis horas e vinte e três minutos de hoje em uma área habitada por trouxas e em presença de um grupo deles.
A gravidade dessa violação do Decreto de Restrição à Prática de Magia por Menores acarretará sua expulsão da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Representantes do Ministério irão procurá-lo em sua residência nos próximos dias para destruir sua varinha.
Lamentamos informar que deverá comparecer a uma audiência disciplinar no Ministério da Magia às nove horas do dia doze de agosto.
Fazemos votos que esteja bem.
Atenciosamente,
Mafalda Hopkirk
Seção de Controle do Uso Indevido de Magia
Ministério da Magia."
Assim que a mensagem terminou, o envelope tornou a se dobrar, restantando apenas a carta nas mãos de Harry. Todos estavam estáticos e em silêncio, e o Potter realmente sem nenhuma reação e atordoado com tudo o que havia escutado. Phoenix e Hermione trocaram um olhar assustado, antes de voltarem a olhar seu amigo.
ㅡ Eu realmente preciso ir. - Sirius sussurrou. ㅡ Não se preocupe! Apenas esperem, está bem? Irei mandar notícias em breve. - ele disse, olhando especialmente para Harry, antes de desaparecer pelas chamas da lareira.
O silêncio permaneceu, com Lily apenas levantando e puxando o filho para um abraço, dizendo que tudo iria se resolver. Antes que pudessem tomar mais algum passo, outra coruja entrou na casa, dessa vez através da janela da cozinha. Phoenix, outra vez, foi quem pegou a mensagem presa a perna da coruja-das-igrejas.
ㅡ "Harry, Dumbledore acabou de chegar ao Ministério e está tentando resolver o problema junto ao seu pai. Fique em casa, não faça nenhuma mágica e não entregue sua varinha!" - a Black leu a mensagem em voz alta. ㅡ É do senhor Weasley. - ela disse, ao ler a assinatura.
ㅡ Harry vai mesmo ser expulso?! - Ron exclamou, se sentando no sofá com a ajuda de Lily. ㅡ Não podem fazer isso... não é? Os dementadores quem não deviam estar lá!
ㅡ Ele agiu em legítima defesa! - Phoenix também disse. ㅡ Qualquer um teria feito...
ㅡ Se acalmem, está bem? - Lily disse. ㅡ Tudo vai se resolver. Harry vai ao julgamento, e eles vão retirar tudo isso...
Mais uma vez naquela noite uma coruja havia entrado pela janela, interrompendo a fala da Potter. A ave largou uma carta no colo de Harry, que dessa vez realmente conseguiu a ler por conta própria. Ele leu uma, duas, três vezes o pergaminho em mãos, e seus amigos estavam começando a ficar aflitos com todo o seu silêncio.
ㅡ Harry... - Lily tocou o ombro do garoto, que ainda estava paralisado com a carta. ㅡ O que foi, querido?
ㅡ Leiam... - Harry pediu, entregando a carta para sua mãe, que logo começou a ler o pergaminho.
"Prezado Senhor Potter,
Em aditamento a nossa carta enviada há aproximadamente vinte e dois minutos, o Ministério da Magia revisou a decisão de destruir a sua varinha imediatamente. Vossa Senhoria poderá conservá-la até a audiência disciplinar marcada para o dia doze de agosto, ocasião em que tomaremos uma decisão oficial.
Após discutir o assunto com o diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, o Ministério concordou que a questão de sua expulsão será igualmente decidida na mesma oportunidade. Vossa Senhoria deverá, portanto, considerar-se suspenso da escola até o término das investigações.
Com os nossos melhores votos,
Atenciosamente,
Mafalda Hopkirk
Seção de Controle do Uso Indevido de Magia
Ministério da Magia."
ㅡ Bom... isso significa que Dumbledore conseguiu algum tempo, não? - Ron arriscou dizer.
ㅡ Não vamos nos preocupar com isso agora, crianças. - Lily disse. ㅡ Vamos dormir, e amanhã conversamos com mais calma. - ela suspirou.
🌔
Harry não havia dormido exatamente bem naquela noite. Diferente dos amigos, com quem divia seu quarto, o garoto havia tido um sono agitado e conturbado. Mais uma vez tendo pesadelos com a noite exata em que Voldemort havia ressurgido, após usar seu próprio sangue para isso. Outra vez o flash verde e seu grito, após Cedric cair no chão, haviam lhe acordado.
Harry se sentou na sua cama, ofegando e com sua camiseta cheia de suor. Além do sonho, um barulho vindo da parte de baixo da sua casa também havia lhe acordado. O garoto finalmente havia conseguido alcançar sua varinha e óculos na cabeceira, e notou por fim que ainda era madrugada e ele estava sozinho em seu quarto.
ㅡ Fiquem quietas vocês duas! - uma voz abafada ecoou das escadas.
O Potter se levantou, apontando a varinha para a porta de seu quarto. Já havia sido expulso e em breve sua varinha seria destruída, então usar um último feitiço para defesa não faria mal. Os passos até seu quarto estavam se aproximando, e ele só gostaria de saber onde Phoenix, Ron e Hermione estavam naquela hora.
Quando a porta se abriu em apenas em uma pequena fresta, e cabelos loiros logo apareceram na visão de Harry, ele suspirou aliviado e abaixou a varinha. Phoenix e Hermione entravam no quarto, aliviadas por ver o garoto já acordado; e não estavam sozinhas.
ㅡ E aí, Harry? - Nymphadora Tonks o cumprimentou com um aceno. Seus cabelos curtos estavam em uma forte coloração rosa, muito diferente da última vez que eles se viram.
ㅡ Oi, Dora! - Harry a cumprimentou de volta, mas não podia negar que não estava surpreso. ㅡ O que está havendo? Ouvi um barulho... - ele disse às outras duas garotas. ㅡ E onde o Ron está?!
ㅡ O barulho, bem... - Phoenix e Tonks abafaram as risadas, e Hermione negou com a cabeça. ㅡ Dora e eu tropeçamos na escada, quase caímos e...
ㅡ Ele entendeu! - Hermione a cortou, dando a entender que aquele assunto era sério. ㅡ Moody, o de verdade, pediu para nós chamarmos você. Temos que ir. - ela completou ao Potter.
ㅡ Ir? Ir para onde?! - Harry perguntou.
ㅡ Não podemos falar aqui, está bem? - Tonks disse. ㅡ Apenas se troque e desça o quanto antes... não vai querer que o Moody venha te buscar! - ela sussurrou a última parte.
ㅡ Papai Moony está aqui com os outros. - a Black tratou em dizer, percebendo que o Potter logo faria mais perguntas. ㅡ Seu pai levou a madrinha, Melzita e Ron, e suas coisas também, um pouco mais cedo para a sede. É para lá que vamos.
ㅡ Mas...
ㅡ Se troque, Harry! - as três disseram juntas, antes de saírem batendo a porta novamente.
Harry ficou alguns segundos parado olhando a porta fechada, mas logo saiu daquele transe e correu para se trocar. Vestiu uma calça e uma nova camiseta seca de qualquer forma, e calçou seus tênis muito rápido. Enquanto deixava seu quarto e descia as escadas, ainda tentando entender o que estava acontecendo, o garoto vestia um moletom e tentava - falhamente - ajeitar seus cabelos na cabeça.
Assim que chegou na sala de sua casa, o Potter ficou surpreso com o tanto de pessoas que haviam ali. Além de seu padrinho Remus, suas amigas e Nymphadora, o verdadeiro Alastor Moody e outros quatro bruxos também estavam reunidos por ali.
ㅡ Harry! Finalmente! - Remus disse, sorrindo ao garoto.
ㅡ A cada dia você se parece mais com James, garoto! - o bruxo negro disse, ganhando a atenção do Potter. ㅡ Sou Quim Shacklebolt! - se apresentou.
ㅡ Ouvi falar do senhor. - Harry sorriu sem jeito, apertando de volta a mão do homem. Quim era auror, assim como Sirius e James.
ㅡ Aqueles são Elifas Doge, Emmeline Vance e Héstia Jones. - Remus continuou apresentando os demais. ㅡ E já sabe quem é Alastor Moody, certo? - Harry assentiu.
ㅡ E o que vieram fazer aqui? - o garoto perguntou.
ㅡ Te transportar com segurança, é claro! - Moody disse. Parecia mal humorado, mas eles sabiam que aquele era apenas seu jeito. ㅡ E temos que fazer isso rápido, vamos! - ele disse seguindo para fora da casa.
ㅡ Porque não usamos o Pó de Flu? - Harry perguntou, enquanto corria para alcançar suas amigas.
ㅡ Eu preferia também... - Hermione sussurrou, enquanto Phoenix apenas abriu um grande sorriso.
ㅡ Porque iremos voando! - ela disse animada. ㅡ Ele disse que assim será mais seguro, pois todos estariam de olho em você e nada poderia acontecer. - explicou, se referindo ao Moody.
ㅡ Venha até aqui, garoto, preciso desiludir você! - Moody apontou a varinha para Harry, pedindo que ele se aproximasse.
ㅡ Me o quê?! - ele perguntou alarmado, enquanto Phoenix lhe dava um empurrão, para que saísse do lugar.
ㅡ Feitiço da Desilusão, Harry. - Remus explicou. ㅡ A capa da invisibilidade não vai cobri-lo o tempo todo que estiver voando; o feitiço vai disfarçar você melhor.
ㅡ Agora, vem aqui! - Moody disse, dando uma forte pancada com a varinha no cocuruto de Harry.
Os que estavam em volta do garoto, viram o efeito instantâneo do feitiço sobre o corpo de Harry. Ele estava ali, não invisível, mas assumindo a cor e textura de tudo o que estava atrás de si. Era como se fosse uma espécie de camaleão humano.
ㅡ Uau... - Phoenix murmurou impressionada. ㅡ Aprender esse feitiço também possa ser útil em Hogwarts! - ela sussurrou para a amiga, sorrindo inocente quando seu pai lhe olhou; é claro que havia escutado sua fala.
ㅡ Muito bom, Olho-Tonto! - disse Tonks em tom de admiração.
ㅡ Todos estão prontos? - o próprio perguntou, enquanto vassouras apareciam na frente de cada um dos bruxos. ㅡ Ótimo! Lupin e Shacklebolt farão a cobertura da frente comigo. Nymphadora e Phoenix irão pelo lado, junto a Harry; e os demais ficaram atrás. - ele explicava rapidamente.
ㅡ Não me chame de Nymphadora! - a Tonks pediu seriamente, dizendo pausadamente e mudando os cabelos rosa para um vermelho forte.
ㅡ Não se separem... - Moody disse, ainda olhando ela, mas ignorando seu pedido. ㅡ Mesmo que algum de nós seja morto. - ele completou.
Aos poucos os bruxos começaram a tomar vôo com suas vassouras. Remus olhou para Phoenix, com um olhar sério e que silenciosamente pedia para ela se comportar. A garota deu um sorriso maroto, assentindo, e também vendo seu pai subindo. Ela então montou sua vassoura, olhando para Hermione.
ㅡ Se você fazer alguma coisa, eu juro que vou esquecer nossos anos de amizade, Phoenix Lupin-Black! - a Granger ameaçou, também subindo e agarrando a cintura da amiga.
ㅡ Relaxa, Mione! - a Black riu, logo também alçando vôo, sentindo o aperto da amiga se tornar mais forte.
Hermione quis ficar e acompanhar eles, mesmo que odiasse altura e não fosse fã de vassouras. Mas, ela confiava o bastante para saber que Phoenix iria se comportar, e por isso escolheu seguir com sua amiga. E é claro que a Black sabia desse medo, e nunca iria fazer nada que colocasse sua amiga ainda mais em medo.
O grupo seguiu naquela escolta pelas nuvens até o centro de Londres. Com o dia amanhecendo, ainda em céu escuro da madrugada, não seriam vistos por trouxas tão cedo. Passaram por um lago, debaixo de uma ponte e por fim estavam seguindo por uma linha reta novamente para o alto.
ㅡ Vamos descer agora! - Moody disse em um tom que todos pudessem ouvir.
Phoenix e Harry estavam seguindo Nymphadora em seus movimentos, então tombaram suas vassouras para a esquerda assim como a mulher havia feito. Quando estavam descendo novamente, dessa vez para pousar, os dois trocaram um olhar por alguns segundos. Sorriram, mesmo que não lembrassem mais das suas últimas brigas, e mantiveram o olhar um no outro por algum tempo - mesmo que a Black não pudesse ver Harry, sabia que ele estava correspondendo o gesto com tanta intensidade quanto ela -.
ㅡ Nix! - Hermione gritou para a amiga, dando um forte cutucão em sua cintura, para chamar sua atenção.
A garota arregalou os olhos ao olhar para frente, vendo que estava prestes a bater em um carro trouxa estacionado na rua. Ela diminuiu sua velocidade rapidamente, e sua sorte foi que iriam parar naquela praça. Todos pousaram no gramado, com a Black observando sua amiga pular da vassoura e se apoiar nos joelhos levemente.
ㅡ Tudo bem, Granger? - Phoenix perguntou, abafando o riso, e recebeu o olhar mortal de Hermione.
Moody havia entregado um pedaço de pergaminho para Harry - após desfazer o feitiço em seu corpo -, que o leu rapidamente e olhou surpreso para o padrinho. Remus não disse nada, apenas pediu para o garoto decorar o que havia lido, enquanto caminhavam por aquela rua deserta de Londres.
Estavam parados diante duas casas, de número onze e treze. Antes que mais perguntas fossem feitas, uma porta escalavrada se materializou entre os números das duas casas, e a ela se seguiram paredes sujas e janelas opacas de fuligem. Era como se uma casa extra tivesse se inflado, empurrando as suas vizinhas para os lados.
Phoenix suspirou fundo, sorrindo pequeno ao ver que Harry estava muito surpreso. Haviam ouvido muito falar sobre a Mui Antiga e Nobre Casa dos Black, mas nenhum deles nunca haviam chegado a conhecê-la. Mas, era ali que a garota estava a maior parte do tempo nas últimas semanas, quando descobriu sobre a nova reunião da Ordem da Fênix, que agora fazia da casa sua sede oficial.
ㅡ Vamos. - Phoenix sussurrou para ele, o puxando pelo braço para entrarem atrás dos outros.
Os dois e Hermione subiram juntos os degraus de pedra gasta, e atravessaram a soleira da porta. Logo o cheiro de poeira e decomposição os atingiram, além de toda a escuridão que o lugar se encontrava. Caminhavam em muito silêncio e cuidado - o Potter fazendo isso após a recomendação das amigas -.
Logo puderam ver uma porta diante deles no corredor. Vozes conhecidas vinham de dentro do cômodo, e Harry sorriu ao reconhecer as pessoas. Enquanto os adultos que os acompanham seguiam adiante, Phoenix e Hermione seguraram Harry, que as olhou sem entender, já que gostaria de ir ao encontro dos pais e também Sirius.
ㅡ A reunião é apenas para os membros da Ordem. - Phoenix explicou, quando a porta se fechava na frente deles.
Mas, ela não demorou a ser aberta novamente.
ㅡ Harry!
Lily Potter vinha apressada na direção do filho, com quem logo trocou um urgente e apertado abraço. A mulher tocou no rosto de Harry, se certificando que ele estava bem e sem nenhum arranhão. Ao ter certeza daquilo, ela o abraçou mais uma vez, deixando um beijo demorado em seu rosto.
ㅡ Tia Molly! - Harry sorriu ao também ver a mulher, que saiu junto com Lily.
ㅡ Fico feliz em te ver bem, querido. - a mais velha sorriu. ㅡ Com fome? - Harry assentiu. ㅡ Assim que a reunião acabar iremos comer. - ela sorriu.
ㅡ A reunião...
ㅡ Filho, iremos conversar depois. - Lily o interrompeu. ㅡ Pode ir para cima agora, Mione e Nix irão te explicar tudo.
ㅡ E onde Melinda está?! - Harry perguntou a mãe.
ㅡ Com Ginny e os outros lá em cima. Vai... - Lily sorriu, indicando as escadas. ㅡ Nos falamos depois, querido. Molly e eu temos que voltar para a reunião. - a Potter completou, dando um beijo na testa do filho, suspirando ao vê-lo começar a subir as escadas atrás das amigas.
🌔
Harry deixou de observar sua mãe e a senhora Weasley no lado de baixo, assim que viraram para o segundo corredor e começaram a subir o segundo lance de escadas. O garoto observou onde estavam, ainda seguindo em silêncio as duas garotas em sua frente, com apenas a madeira rangendo embaixo deles; e o Potter se espantou ao reparar que a "decoração" da parede eram diversas cabeças de elfos domésticos penduradas.
ㅡ Isso é bizarro... - ele sussurrou.
ㅡ É crueldade, isso sim! - Hermione disse.
Continuaram seguindo em frente naquele corredor escuro, cada vez mais ouvindo ruídos e resmungos baixo no fundo daquele novo andar. Phoenix já os ouviam a tempos, e ao reconhecer do que se tratava, revirou os olhos fortemente.
Havia um elfo doméstico sob um caixote velho e um pano nas mãos, polindo uma moldura de um quadro, que estava tampado. Ele olhava com nojo e raiva os adolescentes, enquanto Harry o observava com curiosidade. Antes que pudesse parar completamente, Phoenix pediu para que ele e Hermione continuasse, ao ouvir os insultos vindos debaixo do pano.
ㅡ Sangue ruins! Mestiços! - a voz feminina brandava. ㅡ Lobisomens ruins! São todos uns...
ㅡ Andem logo! - Phoenix murmurou, olhando raivosa para Monstro, o elfo.
Eles seguiram em silêncio pelo fim do corredor, e por fim Hermione abriu a única porta que havia em sua frente. Harry foi o primeiro a entrar, logo sendo surpreendido por Ron lhe abraçando. O Weasley estava bem melhor que o dia anterior, e havia se recuperado completamente do ataque dos dementadores.
ㅡ Finalmente chegaram! - ele disse, aliviado por ver os amigos.
ㅡ Hazz! - Melinda, que brincava com outras duas pessoas no tapete, se levantou e correu até o irmão. Harry sorriu, logo a pegando no colo.
ㅡ Oi, Harry!
Olhando para dentro do quarto, Harry notou que Ginny e Teddy - quem havia lhe cumprimentado - também estavam por ali, e eram quem antes brincavam sentados com Melinda. Ele sorriu aos amigos, cumprimentando todos, e logo voltou sua atenção para Melinda em seus braços, que estava falando eufórica consigo, ainda com algumas palavras enroladas, enquanto balançava sua rena de pelúcia nas mãos - que não se separava desde o dia que ganhou -.
ㅡ Soubemos sobre sua a audição no Ministério no próximo mês... - Ginny disse.
ㅡ Isso é um absurdo! - Hermione disse, terminando de entrar no quarto. ㅡ Andei pesquisando, e eles não podem fazer isso! Seria uma grande... injustiça! - ela completou.
ㅡ É... anda tendo muitas injustiças nos últimos dias. - Harry disse, caminhando e examinando o quarto. ㅡ Afinal, que lugar é esse?
ㅡ Aqui é a sede da Ordem da Fênix. - Phoenix disse. ㅡ Você sabe, a sociedade secreta que Dumbledore fundou quando lutaram pela primeira vez com Você-sabe-quem, e nossos pais participam.
ㅡ E não podiam dizer tudo isso por uma carta, ou você simplesmente me dizer?! - Harry falou aos amigos. ㅡ Eu passei quase todo verão sem notícias de vocês... - apontou Hermione e Ron, depois olhou Phoenix. ㅡ E com você me tratando diferente!
ㅡ Iríamos escrever, Harry. - Ron se adiantou, ao perceber que a Black fechou o cenho e estava prestes a começar outra briga. ㅡ Só que, além dos nossos pais...
ㅡ Dumbledore nos fez jurar que não iríamos contar nada. - Hermione completou, e o garoto parecia surpreso.
ㅡ Dumbledore disse isso? - Harry perguntou. Os outros assentiram levemente, e Ginny e Teddy confirmaram tudo. ㅡ Mas porque ele quis me deixar no escuro?! Eu podia ajudar! Afinal, fui eu quem vi o Voldemort voltar, quem lutou com ele, e quem viu Cedric morrer!
O silêncio se instalou no quarto, com Hermione, Phoenix e Ron surpresos diante da fala dita com tanta raiva e amargura por Harry. Até mesmo Melinda havia ficado quieta, e observava com atenção o rosto contraído do irmão. Os dois apenas se mexeram, quando o mais velho se assustou com as duas mãos em seu ombro, e a garotinha riu diante da aparição repentina das outras figuras no quarto.
ㅡ Harry!
ㅡ Argh! Odeio quando fazem isso. - Phoenix murmurou, também se recuperando do susto com Fred e George aparatando de repente.
ㅡ Olá, Harry! - George cumprimentou sorridente o amigo. ㅡ Pensamos ter ouvido sua doce e suave voz. - disse, com ele e o irmão se jogando no sofá ao lado do garoto.
ㅡ Não reprima sua raiva, Harry, desabafe! - Fred completou.
ㅡ Porque vocês não podem simplesmente descer as escadas?! - Phoenix perguntou.
ㅡ Gastariam só uns trinta segundos! - Ron completou.
ㅡ Tempo é galeão, maninhos! - disse Fred, com um riso contido. ㅡ Em todo o caso, Harry está interferindo com a recepção. Orelhas Extensíveis. - ele acrescentou, em resposta às sobrancelhas erguidas de Harry, e mostrou o barbante em suas mãos, deixando visível que o objeto se alongava em direção ao patamar. ㅡ Eu e George estamos tentando ouvir o que estão falando lá embaixo.
ㅡ Não vai rolar. - Ginny disse, chamando toda a atenção para si. ㅡ Mamãe lançou um Feitiço da Imperturbabilidade na porta da cozinha.
ㅡ Como é que você sabe? - George perguntou, desapontado.
ㅡ Minha irmã nos ensinou como descobrir. - Teddy disse. ㅡ A gente atira uma coisa contra a porta e se a coisa não bate é porque a porta foi “imperturbada”. - ele explicou.
ㅡ Tentamos atirar umas bombas de bosta do alto da escada mais cedo, e elas simplesmente voaram de volta. - Ginny ainda disse, mostrando as mãos e camisa ainda sujas. ㅡ Então não tem como as Orelhas Extensíveis entrarem por baixo.
ㅡ Que pena... - Fred soltou um suspiro profundo. ㅡ Eu realmente gostaria de descobrir o que é que o Snape anda fazendo.
ㅡ Snape está aqui?! - Harry perguntou surpreso.
ㅡ 'Tá. - Phoenix respondeu, rolando os olhos. ㅡ Fazendo um relatório ultrassecreto e, segundo Dumbledore, jogando do nosso lado dessa vez.
ㅡ Babaca. - ela e Fred disseram juntos, só por dizer.
ㅡ Ele agora está do nosso lado! - disse Hermione, desaprovando o comentário dos amigos.
ㅡ Mas vai continuar sendo babaca! - Ron disse e riu. ㅡ O jeito com que olha para a gente quando nos encontra...
ㅡ Pelo menos o clima que fica entre Snape e os Marotos tem sido nossa única e fiel fonte de entretenimento por aqui ultimamente. - George disse, soltando risinhos com seu irmão e a Black.
ㅡ Gui também não gosta dele. - disse Ginny.
ㅡ Ele não estava trabalhando no Egito? - Harry perguntou.
ㅡ Ele se candidatou a uma função burocrática para poder voltar para casa e trabalhar na Ordem. - disse Fred. ㅡ Diz que sente falta das tumbas, mas tem suas compensações. - deu uma risadinha.
ㅡ Lembra da Fleur Delacour? - George olhou para Harry e perguntou; o garoto assentiu. ㅡ Ela arranjou um emprego no Gringotes para aperfeiçoar o inglês...
ㅡ E o Gui está dando muitas aulas particulares a ela. Achamos que Phoenix ficou muito triste com essa notícia... - caçoou Fred.
ㅡ Argh, por favor! - a garota revirou os olhos e com força cruzou os braços, enquanto seus amigos riam - com a exceção de Harry, que parecia incomodado com algo; e de Teddy, que parecia confuso -.
ㅡ Eu não entendi. - o Tonks disse, rindo.
ㅡ Esqueça isso, T...
ㅡ Nix tinha uma crush no Gui. - Ron interrompeu a amiga, a fazendo novamente revirar os olhos e sussurrar um 'Até você, Ronald?!'. ㅡ Dizia que ele era bonito e que algum dia poderia namorar com ele! - as risadas aumentaram no grupo de amigos.
ㅡ Isso foi quando eu tinha uns seis anos! - ela se justificou. ㅡ Era uma criança, e nem sabia o que estava falando! Será que algum dia vão poder esquecer disso?! - a Black parecia corada com o assunto.
ㅡ Uma oportunidade para te irritar sempre será uma oportunidade para te irritar, Blizzard! - Fred caçoou, pegando no ar a almofadada que foi lançada em sua direção.
Os amigos riram por um curto tempo, aliviando todo o clima tenso que havia ficado com a conversa anterior. Porém, aquela atmosfera logo voltou e o silêncio reinou ao quarto. Não havia acabado, e depois de um longo suspiro George decidiu continuar com a palavra.
ㅡ Charlie também entrou na Ordem. Mas ele continua na Romênia. - ele disse. ㅡ Dumbledore quer atrair o maior número possível de bruxos estrangeiros, por isso Charlie está tentando fazer
contatos nos dias de folga.
ㅡ O Percy não podia fazer isso? - perguntou Harry.
As últimas risadas que ainda haviam entre alguns pelo quarto morreram subitamente. Teddy se mexeu desconfortável e disfarçava o olhar pelo quarto, enquanto Hermione e todos os Weasley's trocavam um olhar cheio de significado. Harry sabia que algo havia acontecido, pois Phoenix fechou seu cenho e rapidamente tomou a postura que tomava quando algo a irritava em nível extremo.
ㅡ Você tocou em um assunto delicado... - a Black murmurou, olhando para os amigos ruivos.
ㅡ Diga o que quiser, mas não mencione o Percy na frente da mamãe e do papai! - disse Ron com a voz tensa.
ㅡ Por que não? - Harry perguntou.
ㅡ Porque todas as vezes que ouvem o nome dele, papai quebra o que estiver segurando e mamãe começa a chorar. - explicou Fred.
ㅡ Tem sido horrível... - comentou Ginny com tristeza, e Teddy a abraçou pelos ombros.
ㅡ Acho que podemos passar sem ele. - disse George, com uma expressão de ameaça. A Black olhou para ele e ficou triste por sua reação nada comum; afinal, apesar dos pesares, ainda eram irmãos e aquilo, provavelmente, doía de alguma forma neles.
ㅡ Que é que aconteceu?! - perguntou Harry, um pouco impaciente.
ㅡ Percy e papai brigaram. - contou Fred. ㅡ Nunca vi papai brigar com alguém daquele jeito! Em geral, é mamãe quem berra.
ㅡ Foi na primeira semana de férias, quando terminou o trimestre. - Ron disse. ㅡ Íamos entrar para a Ordem. Percy chegou e contou que tinha sido promovido.
ㅡ Você 'tá brincando! - Harry ficou boquiaberto.
ㅡ Pois é, todos ficamos surpresos. - continuou George. ㅡ Percy tinha se metido em grandes confusões por causa de Crouch, houve até um inquérito e tudo. A conclusão foi que Percy devia ter percebido que Crouch não estava batendo bem e informado ao seu superior. Mas você conhece Percy, Crouch o tinha deixado na chefia, e ele não ia reclamar.
ㅡ Então como foi que ganhou a promoção? - o Potter perguntou.
ㅡ É exatamente o que nos perguntamos! - disse Ron. ㅡ Percy voltou para casa realmente satisfeito com ele mesmo, ainda mais satisfeito do que o normal, se é que dá para imaginar, e disse ao papai que tinham lhe oferecido um cargo no gabinete do próprio Fudge. Um cargo realmente bom para alguém que tinha terminado Hogwarts fazia só um ano: assistente júnior do ministro. Acho que esperava que papai ficasse impressionado.
ㅡ Só que papai não ficou. - disse Fred sério.
ㅡ Por que não? - indagou Harry.
ㅡ Bom, parece que Fudge tinha percorrido o Ministério enfurecido para se certificar de que os funcionários não tivessem contato com Dumbledore. - disse George.
ㅡ No Ministério, o nome de Dumbledore virou lixo, ultimamente, entende. - Phoenix explicou, ao ver a confusão do Potter. ㅡ Todos pensam que ele está só criando problemas quando diz que Você-Sabe-Quem voltou.
ㅡ Papai falou que Fudge deixou muito claro que qualquer um que estivesse mancomunado com Dumbledore podia desocupar a escrivaninha. - George disse.
ㅡ O problema é que Fudge suspeita de papai, sabe que é amigo de Dumbledore, e sempre achou papai meio excêntrico por causa da obsessão que ele tem pelos trouxas. - Fred ainda completou.
ㅡ Mas que é que isso tem a ver com o Percy? - perguntou Harry, realmente confuso.
ㅡ Vou chegar lá. - Fred continuou. ㅡ Papai desconfia que Fudge só quer Percy no gabinete, porque quer usar ele para espionar a família... e Dumbledore.
ㅡ Aposto como Percy adorou. - Harry disse. Ron deu uma risada meio rouca.
ㅡ Ele perdeu completamente a cabeça. - disse Ron. ㅡ Disse... bem, uma porção de coisas horríveis. Disse que está enfrentando a péssima reputação do papai desde que entrou no Ministério e que papai não tem ambição e que é por isso que sempre fomos, sabe, sempre tivemos pouco dinheiro, quero dizer...
ㅡ Pois é! - Phoenix disse, depois de ver que os amigos a deixaram falar. ㅡ Para azar do Percy, eu estava na Toca nesse dia. - ela continua, outra vez com a expressão fechada. ㅡ Ele disse muitos absurdos para o senhor Weasley, e o pior foi dizer que ele era um idiota por Dumbledore, que Dumbledore ia se meter em uma baita encrenca e Arthur ia cair junto. - a Black bufou.
ㅡ Percy disse que sabia a quem, ele, devia ser leal, e era ao Ministério. E se mamãe e papai iam trair o Ministério, ele iria se empenhar para que todo o mundo soubesse que ele não pertencia mais à nossa família. - Ron continuou. ㅡ Fez as
malas na mesma noite e foi embora.
ㅡ Mas não antes de ouvir umas verdades e uns palavrões que a Nix soltou. - Fred soltou um riso abafado. ㅡ Ele está morando aqui em Londres. - concluiu.
ㅡ Mas que... - Harry suspirou, abafando o palavrão que soltaria, depois de olhar Melinda.
ㅡ Mamãe está danada da vida. Sabe, chora e essas coisas. - Ron disse. ㅡ Veio a Londres para tentar falar com Percy, mas ele bateu a porta na cara dela. Não sei como ele faz quando encontra papai no trabalho. Acho que finge que não vê.
ㅡ Mas Percy deve saber que Voldemort voltou... - Harry disse lentamente. ㅡ Ele não é burro e deve saber que sua mãe e seu pai não arriscariam tudo sem provas.
ㅡ Bom, o seu nome também entrou na briga. - Ron disse, lançando a Harry um olhar furtivo. ㅡ Percy disse que a única prova que havia era a sua palavra e... não sei... ele achava que não era suficiente.
ㅡ Percy leva o Profeta Diário a sério. - comentou Hermione, e os demais concordaram.
ㅡ Do que é que vocês estão falando? - Harry perguntou.
ㅡ Você não tem lido todas as notícias?! - a Black perguntou.
ㅡ Não da primeira à última página. - respondeu Harry na defensiva. ㅡ Se houvesse alguma notícia sobre Voldemort sairia em manchete, não?
ㅡ Primeiro, para de dizer esse nome! - Phoenix pediu irritada. ㅡ E segundo, você precisa ler da primeira à última página para perceber alguma coisa. Eles mencionam seu nome algumas vezes por semana.
ㅡ Não estamos falando de notícia grande. - Hermione completou a amiga. ㅡ Eles incluem seu nome aqui e ali, como se você fosse a piada da vez.
ㅡ Como as...?
ㅡ Na verdade, é bem maldoso. - disse Hermione procurando manter a voz calma. ㅡ Estão usando só o material que a Rita publicou.
ㅡ Mas, ela não está mais escrevendo para o Profeta, está? - Harry perguntou.
ㅡ Ah, não, ela tem cumprido a promessa que fez: não que tivesse outra opção. - acrescentou Hermione, satisfeita. ㅡ Mas lançou as bases para o que estão tentando fazer agora.
ㅡ E que é o quê? - perguntou Harry, impaciente.
ㅡ Você sabe que ela escreveu que você estava caindo por aí, se queixando que sua cicatriz estava doendo e tudo o mais? - Phoenix fez a pergunta. Harry assentiu. As garotas trocaram um rápido olhar.
ㅡ Bom, estão pintando você como uma pessoa fantasiosa e sedenta de atenção, que acha que é um grande herói trágico ou qualquer coisa assim. - contou Hermione, muito depressa. ㅡ Eles não param de incluir comentários irônicos sobre você. Se aparece uma história mirabolante, escrevem mais ou menos assim: “Uma história digna de Harry Potter”, e se alguém tem um acidente estranho ou coisa parecida dizem: “Vamos fazer votos para que ele não fique com uma cicatriz na testa ou vão nos pedir para venerá-lo."
ㅡ E também dizem sobre o padrinho e a madrinha... - Phoenix suspirou, se arrependendo de dizer. ㅡ Dizem coisas como você foi o grande herói naquela noite, e foi por você que todos estão vivos...
ㅡ Eu não quero que ninguém me venere! - o Potter começou indignado, mas logo também se irritando. ㅡ E não salvei ninguém naquela noite, foi meu pai! Ele quase morreu lutando por nossas vidas, e poderia ter morrido em outras circunstâncias! - ele disse.
ㅡ Eu sei Harry! Eu sei! - Phoenix disse. ㅡ Mas, você percebe o que eles estão fazendo? Querem transformar você em uma pessoa em que ninguém acredita.
ㅡ Fudge está por trás de tudo, aposto o que você quiser. - Hermione continuou. ㅡ Eles querem que o bruxo da rua pense que você não passa de um garoto burro, que é meio engraçado e conta histórias ridículas porque adora ser famoso e quer continuar sendo.
ㅡ Eu não pedi para ser famoso! - Harry disse mais alto. ㅡ Não é culpa minha se ganhei essa fama só porque Voldemort, que se intitula o maior bruxo dos últimos tempos, não foi capaz de matar meus pais e nem a mim! - ele protestou, cuspindo as palavras, e deixando os amigos surpresos por um momento.
O silêncio imediato pairou sobre o quarto por longos segundos, que pareciam ser como horas. Harry havia dito aquelas palavras com uma armagura e raiva que seus amigos nunca haviam visto. Sua irmã começou a ficar inquieta em seu colo, e logo Hermione se ofereceu para pegar a menina - usando uma desculpa para ser a primeira a se movimentar naquele ambiente tenso e pesado que havia se formado -.
ㅡ Hazz... - Phoenix suspirou, e nem percebeu ter usado o apelido após semanas. Mas, Harry percebeu. E foi isso que o fez sair do pequeno transe em que estava. ㅡ Nós sabemos disso, e te entendemos! - ela disse com sinceridade.
ㅡ E, é claro, não publicaram nem uma palavra sobre o ataque dos dementadores de ontem à vocês. - Ginny disse.
ㅡ Alguém mandou abafar o caso. Teria sido uma história e tanto, dementadores escapam ao controle do governo. - Hermione acrescentou no fundo. ㅡ Nem ao menos noticiaram que você violou o Estatuto Internacional do Sigilo em Magia.
ㅡ Pensamos que noticiariam, porque combinava com a imagem de exibicionista idiota que criaram para você. - Phoenix também disse. ㅡ Achamos que estão aguardando você ser expulso, então vão realmente botar pra quebrar, quero dizer, se você for expulso!
Eles agora observaram seu amigo, que estava novamente em silêncio, mas dessa vez muito pensativo. O assunto havia outra vez voltado para a audiência, e sabiam que Harry não estava realmente pronto ou aceitado a idéia de ser julgado diante todo o Ministério da Magia, e por isso lhe deram aquele tempo em silêncio.
Porém, Phoenix estava atenta em outra coisa. Havia ruídos de passos subindo os velhos degraus na escada, e ela os podiam ouvir desde o início dela. Com um sinal disfarçado para os gêmeos - que também já ouviam aquilo através das Orelhas Extensíveis -, ela os ajudou a puxar o barbante do objeto e por fim, em outro estalo, viu a dupla desaparecer a tempo da porta do quarto se abrir segundos depois.
ㅡ A reunião terminou, podem descer para jantar agora. - Molly disse a eles. ㅡ Todo mundo está doido para ver você, Harry, principalmente seu pai! - ela sorriu. ㅡ E quem foi que largou todas aquelas Bombas de Bosta na porta da cozinha?
ㅡ Devem ter sido Bichento e a Missy. - Ginny respondeu sem problemas.
ㅡ Eles adoram brincar com bombas. - Phoenix completou, também neutra, ajudando a amiga.
ㅡ Pensei que talvez fosse o Monstro, ele está sempre fazendo essas coisas estranhas. - disse a senhora Weasley. ㅡ Não se esqueçam de falar baixo no corredor! - avisou todos. ㅡ Ginny, Teddy, suas mãos estão imundas! O que é que vocês andaram fazendo?! Por favor, vão lavá-las antes de jantar. - pediu, saindo em seguida do quarto.
Ginny fez careta por trás das costas da mãe - o que fez Phoenix rir baixinho -, antes de acompanhar a mais velha e Teddy na saída do quarto, deixando o quarteto sozinhos por ali. Os três observaram Harry com apreensão, como se receassem que ele fosse recomeçar a gritar agora que todos já tinham ido embora. Mas, ao invés disso, o garoto fez uma única pergunta a eles.
ㅡ Quem mais participa da Ordem?
ㅡ São muitos bruxos. - Phoenix respondeu, após uma troca de olhar com os amigos. ㅡ Alguns são apenas aliados, dispostos a ajudar com o que for preciso. Como os Tonks's, Weasley's e até a gente. - ela explicou.
Harry deu um aceno silencioso, como se afirmasse que havia compreendido a explicação. O silêncio voltou para eles, com o trio ainda olhando-o tão nervosos e ansiosos por uma fala do garoto. Isso fez com que o Potter se sentisse um pouco envergonhado.
ㅡ Olhem... - murmurou, mas Ron sacudiu a cabeça, o impedindo de continuar.
ㅡ Nós sabíamos que você ia ficar zangado, Harry, não culpamos você, sério! - Hermione disse. ㅡ Mas, você tem de compreender, nós realmente tentamos convencer o Dumbledore...
ㅡ É, eu sei. - respondeu o garoto, impaciente. ㅡ Você ainda vai ficar com raiva de mim e vamos continuar brigando? - perguntou a Phoenix.
ㅡ Você sempre me deixa com raiva e sempre vamos brigar por besteira. - ela respondeu com sarcasmo, dando um sorriso ladino. Harry correspondeu.
ㅡ Quem é Monstro? - perguntou, disfarçando de todo o assunto; e também seu olhar da Black.
ㅡ O elfo doméstico que mora aqui. - respondeu Ron. ㅡ Doido de pedra. Nunca conheci nenhum igual!
ㅡ O que vimos no corredor. - Phoenix completou. ㅡ Apenas ignore as ofensas e não chegue perto do quadro dela!
ㅡ Será que podemos ir agora? - Ron perguntou. ㅡ Estou morto de fome!
ㅡ Eu também! - a Black disse, colocando a mão sobre o estômago, que fez um barulho em afirmação da sua fala.
🌔
Phoenix saiu logo atrás de Ron do cômodo, mas eles haviam parado antes mesmo de chegar ao patamar. O Weasley quem havia parado todos eles, como se havia pensado em alguma coisa importante.
ㅡ Eles ainda estão no hall, quem sabe a gente consegue ouvir alguma coisa. - ele sussurrou.
Os quatro se aproximaram e espiaram com cautela por cima do balaústre. O corredor sombrio lá embaixo estava apinhado de bruxas e bruxos, inclusive os da guarda de Harry mais cedo. Puderam ver no meio deles dos cabelos escuros e oleosos e o nariz adunco de Snape. Harry viu que seu pai e padrinhos também estavam ali, mais para o final do corredor, mas não muito contentes com aquela presença.
Phoenix, que também observava aquilo - com um sorriso pequeno no rosto -, franziu o cenho ao ver um barbante cor de carne descer bem diante dos seus olhos. Erguendo a cabeça, ela viu Fred e George no patamar acima, baixando cuidadosamente a Orelha Extensível em direção à aglomeração sombria de bruxos. No instante seguinte, porém, todos começaram a se encaminhar para a porta de entrada e desapareceram de vista.
ㅡ Droga... - ouviram Fred murmurar, recolhendo a Orelha Extensível.
Os três ouviram a porta de entrada abrir e em seguida se fechar. Os bruxos que sobraram por ali, logo voltaram para a cozinha novamente.
ㅡ Snape não come aqui nunca. - informou Ron a Harry em voz baixa. ㅡ Graças a Merlin! Vamos.
ㅡ E não se esqueça de falar em voz baixa no corredor, Harry. - cochichou Hermione, dando a mão para Melinda para então começarem a descer com cuidado as escadas.
Ao passarem pela fileira de cabeças de elfos domésticos na parede, eles viram Lily, Remus, Molly e Nymphadora à entrada, lacrando magicamente as muitas fechaduras e trancas da porta depois que os outros saíram.
ㅡ Querido! - a Potter sorriu, se apressando a ir de encontro ao filho. Lily o abraçou, dando um leve beijo em sua testa. A mulher riu, quando sua caçula lhe chamou e pediu por seu colo, e em seguida ficou abraçada aos dois filhos.
ㅡ Vamos comer na cozinha. - sussurrou a Weasley mais velha, também indo ao encontro dos garotos ao pé da escada. ㅡ Harry, querido, se você atravessar em silêncio o corredor, é aquela porta ali...
TRABUM!
ㅡ Essa não... - Phoenix bateu na testa, enquanto a senhora Weasley exclamava com Tonks.
ㅡ Me desculpe! - lamentou Nymphadora, que caíra estatelada no chão. ㅡ É a droga desse porta-guarda- chuvas, é a segunda vez que tropeço nele... - ela continuou, aceitando a ajuda da Black para se levantar.
Mas, o fim da frase da Tonks foi abafada por um guincho medonho de furar os ouvidos e congelar o sangue. Phoenix teve que tampar com força seus ouvidos, tão incomodada quanto os outros diante o som estridente.
As cortinas de veludo roídas de traças, pelas quais passaram mais cedo, tinham se aberto, mas não havia porta alguma atrás. Durante uma fração de segundo, Harry pensou que estava espiando por uma janela, em que uma velha de touca preta não parava de berrar como se estivesse sendo torturada - então ele compreendeu que era simplesmente um retrato em tamanho natural, dos mais realistas e dos mais incômodos que já vira na vida -.
A velha estava babando, seus olhos giravam nas órbitas, a pele amarelada do rosto esticava-se inteiramente enquanto gritava; e, por toda a extensão do corredor, os demais quadros acordaram e começaram a berrar, também, a tal ponto que todos estavam a apertar os olhos e tampando os ouvidos para não escutar.
Remus e Molly correram para tentar fechar a cortina que ocultava a velha, mas não conseguiam e ela guinchava com mais vontade, brandindo as mãos em garras como se quisesse estraçalhar os rostos deles.
ㅡ Ralé! Escória! Filhos da sordidez e da maldade! Mestiços, mutantes, monstros, sumam deste lugar! Como se atrevem a macular a casa dos meus antepassados...
Phoenix, como as outras vezes que isso havia acontecido, se irritou. A senhora Weasley havia saído para lançar Feitiços Estuporantes nos outros quadros junto a Lily; Hermione tentava acalmar Melinda - que chorava assustada -; e a Tonks não parava de pedir desculpas, repondo a pesada perna de trasgo na posição original.
Toda aquela situação irritava a garota.
ㅡ Cale a boca, sua bruxa horrorosa, CALE A BOCA! - ela berrou, agarrando a cortina que a senhora Weasley abandonara, ajudando seu pai.
ㅡ Sua... ARGH! - urrou ela, os olhos saltando das órbitas. ㅡ Como ousa falar comigo fedelha monstruosa e traidora da raça pura de sangue?!
ㅡ Ah, me faça mil favor! - Phoenix disse, de cenho muito franzido, se esforçando em puxar as cortinas. ㅡ E... eu... mandei... você... CALAR A BOCA! - rugiu, e, com um estupendo esforço, junto ao seu pai conseguiram fazer as cortinas fecharem.
Os guinchos da velha morreram e sobreveio um silêncio no local. Phoenix ainda ofegava pelo o esforço, mas escondia um sorriso satisfeito e orgulhoso de si mesma nos lábios.
ㅡ Essa é minha garota! - ela olhou para o lado, encontrando Sirius parado a porta da cozinha, sorrindo largamente.
Phoenix ouviu mais alguns passos miúdos, e olhou para trás de seu pai, se encontrando com outra figura conhecida vindo atrás do Black.
ㅡ Vejo que finalmente conheceu minha doce e querida mãe, Harry. - Sirius disse com um grande sarcasmo, sorrindo para o afilhado e indo para perto de seu marido e filha.
Lily e James logo correram aos filhos, com o homem abraçando Harry com mais urgência, devido aos dias sem se verem - e com a mulher segurando Melinda nos próprio braços, após agradecer a Granger pelos cuidados -. Phoenix sorriu para eles, sentindo Sirius lhe dar um beijo na testa ao se aproximar, antes de lhe abraçar pelos ombros junto a Remus.
ㅡ Agora que isso acabou... - Molly se reaproximava, suspirando fundo ao guardar a varinha nas vestes outra vez. ㅡ Podemos finalmente ir jantar! - ela sorriu, apontando para que todos continuassem o caminho até a cozinha da casa.
O início do jantar havia sido feito de forma tranquila, com apenas conversas paralelas, e algumas risadas percorrendo pela longa mesa de madeira. Nymphadora transformava várias vezes seu nariz em outras formas, sendo a fonte grande de risadas para o irmão e as três garotas. E eles estavam entretidos nessa brincadeira, quando um assunto mais sério veio à pauta do outro lado da mesa.
ㅡ Sabe, estou surpreso com você... - Sirius disse a Harry. ㅡ Pensei que a primeira coisa que faria ao chegar era perguntar sobre Você-sabe-quem.
ㅡ E perguntei! - Harry exclamou indignado. ㅡ Mas, Ron, Nix e Mione me disseram que não podíamos participar da Ordem, então...
ㅡ E eles estão certos, filho. - James disse. ㅡ Os quatro ainda são jovens demais para participar disso, mas nós não iremos os proibir de fazer perguntas. Então... - ele fez um aceno com as mãos, como se deixasse o garoto falar.
ㅡ Quero saber o que está acontecendo! - Harry disse sem pensar duas vezes. ㅡ Porque é que ainda não saiu nenhuma notícia sobre Volde...
ㅡ Harry! - James chamou sua atenção.
ㅡ Nenhuma notícia sobre Você-sabe-quem - ele corrigiu. ㅡ ter retornado? Porque ninguém está preparando o mundo bruxo sobre isso?
ㅡ Porque Fudge acha que Dumbledore está dizendo essas coisas para roubar o seu cargo no Ministério. - Remus respondeu.
ㅡ Isso é um absurdo! Ninguém em juízo perfeito acreditaria nisso! - Harry disse.
ㅡ É aí que está! - Remus continuou. ㅡ Fudge não está com o juízo perfeito. Foi pervetido e coberto pelo medo. - explicou.
ㅡ O medo obriga as pessoas a coisas terríveis, Harry. - James continuou. ㅡ Na última vez que Você-Sabe-Quem tomou o poder, ele quase destruiu tudo o que tínhamos e prezavamos... Agora que retornou, temo que o Ministro vai fazer o possível para evitar admitir a verdade. - o Potter suspirou.
ㅡ Achamos que Você-Sabe-Quem quer reunir o exército outra vez. - Sirius continuou. ㅡ Há quatorze anos ele comandava muita gente, não só bruxos e feiticeiros... - Lily, que estava ajudando Molly a cortar os legumes, finalmente deu atenção maior a conversa. ㅡ Ele anda recrutando muito, e tentamos fazer o mesmo.
ㅡ Mas... reunir seguidores não é o único interesse dele. - James completou.
ㅡ Olhem aqui! - Lily chamou a atenção do outro lado. ㅡ Prometemos a Dumbledore que iríamos dizer apenas o necessário a Harry!
ㅡ Querida, ele disse que era nossa escolha essa conversa! Não acha que...
ㅡ Não, não acho! - Lily interrompeu o marido, caminhando até estar ao lado de Harry. ㅡ Harry é apenas um garoto, James!
ㅡ Do que estão falando? - Harry perguntou.
O restante estava em silêncio, apenas observando o rumo que aquela conversa tomava. Phoenix e Hermione trocaram um rápido olhar, curiosas, antes de prestar o dobro de atenção aos adultos. Elas e ninguém - dos mais novos - sabiam sobre aquele assunto.
ㅡ Ele está em busca de algo. - Sirius continuou, e Lily olhou irritada para ele. ㅡ Algo que não conseguiu da última vez...
ㅡ Sirius, já chega! - Remus disse.
ㅡ Já deram ao Harry muita informação! Mais um pouco e será melhor convencê-lo a entrar na Ordem da Fênix de uma vez! - Lily disse irritada.
ㅡ Por que não? - perguntou Harry depressa. ㅡ Entro para a Ordem! Quero entrar, quero lutar!
ㅡ Nada disso! - Lily negou. ㅡ A Ordem da Fênix é formada por bruxos maiores de idade, e vocês não têm que se envolver com isso! - ela disse depressa, com o rosto tão vermelho quanto aos seus cabelos.
Sirius e James trocaram um olhar, antes de desviar o olhar para baixo e permanecer em silêncio. É claro que eles tinham o mesmo pensamento, e até mesmo Remus, mas haviam prometido junto a Lily que aguardariam mais informações do líder da Ordem da Fênix, antes de terem a conversa completa com Harry sobre todo o segredo que guardam.
¡notes!
eita capítulo grande, quem amou?
(ia devidir em três partes, mas
pensei em juntar tudo, porque
faria mais sentido... acreditem
em mim!)
então vamos lá:
(o fato de ser da 'fênix'
está sendo muito engraçado
para mim... podem julgar
meu humor podre!!)
"E é claro que a Black sabia
desse medo, e nunca iria fazer
nada que colocasse sua amiga
ainda mais em medo."
ㅡ Nix dois segundos depois
quase jogando elas duas
em cima do carro PARADO: 🤡
harry e melinda 🤕💗
Phoenix mandando
a Walvaca calar a boca
>>>> tudo pra minha
existência 🛐
Lily mamãe leão, que
não iria querer que o
Harry se envolvesse de
primeiro momento. Vozes
da minha cabeça disseram
que ela seria assim ‼️
Me digam o que acharam
desse capítulo, porque foi
difícil adaptar esse plot na
minha história, e espero ter
um feedback de vocês!
E comentem também sobre
teorias! Principalmente sobre
o relacionamento de Haenix
apartir de agora.
Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo! ❤
𝐭𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐭𝐨𝐨 𝐭𝐡𝐞 𝐦𝐨𝐨𝐧 🐺
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