🍓 ⋯  ❝ Uma cesta de limões e morangos. ❞

                  ASSIM QUE VOLTARAM PARA A AULA no dia seguinte, as coisas pareciam poder voltar ao normal, as fotos e ameaças estavam destinados a acabarem, e as provocações bobas também. Haru andou lentamente para a direção da escola, pronta para mais um dia, principalmente ao saber que sua mãe já estava em casa novamente e assim voltaria para casa no mesmo dia.

Haru observou Seo-jun se aproximar e jogar a chave da própria moto nas suas mãos, a garota pegou o objeto prateado em mãos confusa.

—— Pode pegar —— Seo-jun com as mãos no bolso na frente de Haru.

—— O quê? Por quê? —— Haru perguntou.

—— Você me disse para parar de andar de moto —— Seo-jun disse observando as pessoas ao seu redor notarem a conversa, principalmente Su-Ho preocupado. —— A partir de hoje, eu vou ouvir apenas você.

Seo-jun apenas voltou a andar lentamente para a direção da escola, a garota estava confusa e perdida com a interação. Desde quando Han Seo-jun obedecia algo? E desde quando esse alguém era Haru Beak-jun?

Assim que voltou para a sala de aula, observou Seo-jun entrar dentro de sala trazendo a atenção de todos, quase todos só falavam disso, de como Seo-jun estava sendo tão bom com Haru.

—— Pegue isso de volta —— Haru disse entregando a chave para Seo-jun que estava sentado na mesa ao lado da sua.

—— Para eu não andar de moto, você vai precisar ficar com a chave —— Seo-jun disse provocativo. —— Por quê? Porque só ouvirei você agora.

—— Você está me provocando? Escuta, eu já apaguei as fotos e disse q não vou mais falar nada para a sua mãe —— Haru tentou entender a situação.

—— Como se eu fosse fazer isso —— Seo-jun revirou os olhos entregando um suco de limonada fechado para Haru, deixando na sua mesa. —— Espero que goste de limonada.

Todos pareciam em choque, talvez ter um novo casal na sala fosse uma animação para todos, principalmente se esse casal fosse as duas pessoas mais populares da escola.

—— Eu prefiro morangos —— Bateu Haru o suco na mesa observando Seo-jun o olhar desafiado.

E durante o almoço havia sido pior ainda, ela sentiu como se fosse uma perseguição na intenção de provoca-la e irrita-la. Mesmo que pareça loucura, Haru não era capaz de acreditar em nada que Seo-jun estava fazendo, principalmente pela sua mudança repentina de alguém que provocava Haru o tempo todo, para um doce garotinho que apenas estava tentando se mostrar bom.

—— Vamos comer juntas, moranguinho! —— Soo-Ah disse animada tentando se sentar ao lado de Haru, até sentir o corpo de Seo-jun a empurrar para mais longe da cadeira e se sentar no seu lugar.

—— Seo-jun, dê o fora daqui se estiver aqui para irritar Haru —— Disse Soo-jin tomando a iniciativa de expulsar o garoto.

—— Eu vou apenas ouvir ela, se ela quiser que vá, eu vou embora —— Seo-jun respondeu.

—— Me faça um favor limãozinho? —— Haru fingiu um sorriso notando Seo-jun interessado.

—— O quê você precisar, moranguinho—— Respondeu Seo-jun.

—— Dê o fora daqui —— Haru respondeu notando o rosto de Seo-jun sair de um sorriso para um rosto murcho e surpreso com a sua fala.

—— Eu faço tudo, menos isso —— Seo-jun respondeu ouvindo seu grupo de amigos logo atrás dizer as mesmas falas dele, só que em um tom mais alto.

—— Não fale comigo, então —— Sorriu forçado Haru.

—— Não posso fazer isso —— Seo-jun respondeu ouvindo seus amigos novamente.

—— Pode parar de respirar então? —— Haru disse notando Seo-jun negar com a cabeça.

Seo-jun então voltou a comer, Haru estava de todas as formas ignorar a presença do garoto e do seu grupo idiota logo atrás. Mas então observou Seo-jun pegar seu pequeno pote de morangos com chocolate, um prato raro dado pela escola como sobremesa. Algo que era óbvio que Haru ama.

—— Essa é a minha sobremesa favorita! —— Haru disse irritada já com o garoto, pegou a chave da moto do garoto e jogou na mesa do refeitório. —— Pega a sua chave e dá um fora daqui.

—— Qual é a utilidade de me dar isso? A minha moto está bem na frente da sua casa, eu sei que você é a vizinha da Joo-Kyung —— Seo-jun disse provocativo, ele parecia esperar que Haru explodisse. E então então a garota que estava cheia de suco na boca, surpresa apenas jogou tudo no rosto de Seo-jun.

Todos ficaram em silêncio, murmurando o quanto aquilo era nojento, enquanto Seo-jun estava em choque totalmente parado sem conseguir reagir a situação toda.

(...)

Não importava para aonde Haru fosse, e o quê fosse fazer, Seo-jun estava lá pronto para irrita-la com a sua bondade provocativa e ridícula. A garota havia acabado de sair do banheiro em confusão total limpando sua roupa após o banho de limonada que havia dado em Seo-jun.

—— Haru! Que rabão hei! —— Seo-jun gritou chamando a atenção da garota que logo olhou para trás notando o enorme papel higiênico preso na sua roupa.

—— Pare de me seguir! —— Haru disse irritada puxando o papel higiênico até a direção de Seo-jun.

—— Eu não posso fazer isso —— Seo-jun disse. —— Mas vou parar de provoca-la.

E antes que Haru pudesse dizer algo, sentiu um grupo de garotos menores chegar e atropelar a menina quase a fazendo cair. Antes que pudesse chegar ao chão, Haru sentiu Seo-jun a puxar pelo uniforme para perto novamente. Segurando em suas costas apoiando seu peito contra o dela, Haru podia sentir a respiração e o coração de Seo-jun batendo dentro do próprio peito, de tão perto que ambos estavam.

Haru em um ato de fúria, deu um tapa forte no rosto de Seo-jun que se afastou empurrando a garota com pouca força. O garoto colocou a mão na própria bochecha confuso com a reação da menina morango.

—— Eu te ajudei! —— Seo-jun disse irritado.

—— Eu disse pra parar com isso! —— Haru bateu o pé irritada com a situação e todos a sua volta que estavam ouvindo. A garota andou para longe observando todos a sua volta chocados.

—— Você está bem? —— Su-Ho perguntou parando a garota no corredor.

—— Eu estou.

—— Sabe que ele só está fazendo tudo isso pra provocar, não é? Ele não gosta de você, ele só quer te irritar —— Su-Ho disse firme nas suas palavras, na intenção de ajudar a amiga que apenas concordou.

—— O quê vocês estão fazendo? —— Seo-jun perguntou observando seus amigos baterem em seu ombro e costas.

—— Você foi rejeitado, Seo-jun —— Os amigos tentaram consolar o garoto.

—— Ela simplesmente se apaixonou por mim, eu não fui rejeitado! —— Seo-jun gritou sendo arrastado pelos amigos pelo corredor. —— Eu sou Han Seo-jun!

Haru havia fugido da confusão que Seo-jun era naquele momento, fingindo pelos corredores podendo sentir a paz por um segundo. A voz de uma garota a fez sentir a mesma coisa que havia sentido no karaokê a um dia atrás, era inacreditável a mesma sensação que conseguia ter. Ela andou até a porta da sala de músicas observando quem estava cantando.

Uma garota menor de cabelos castanhos e soltos, ela estava de frente para um piano enquanto cantava em tom forte. Haru sorriu notando a notalidade da sua voz.

—— Saía.

E a canção havia se tornado um silêncio horrendo assim que um grupo de garotas entrou na sala, jogando os papéis da partitura da música e parando o piano no mesmo instante. Uma das garotas se aproximou da garota que estava cantando lhe dando um tapa forte.

Haru não conseguiu reagir, estava parada em silêncio observando o quê estava acontecendo. Observou as garotas empurrando a garota que estava cantando enquanto diziam palavras cruéis.

—— Não me diga que você quer se apresentar sozinha, vá dizer a professora de música que não pode fazer isso —— A lider das valentonas disse irritada antes de sair de lá com seu grupo de amigas.

Haru engoliu seco, saiu de lá antes que a garota notasse a sua presença, ela sentiu seu coração bater mais rápido e então sua respiração ficar ofegante. Algo ruim estava voltando, uma lembrança terrível rodava a sua cabeça de uma forma cruel, Haru entrou rápido no banheiro feminino da escola se prendendo em uma das cabines, ela chorou em silêncio, a dor jamais iria embora.

(...)

Assim que Haru e Joo-Kyung chegaram em casa, observaram Lim Ju-young do outro lado da rua na frente da casa de Haru Beak-jun, especificamente, em cima da moto de Seo-jun que estava estacionado lá.

—— Eu fiz uma promessa, que contando que eu veja... Eu vou protegê-la —— Lim Ju-young disse fingindo estar em uma cena de ação de algum dorama aleatório. Joo-Kyung apenas chegou perto do irmão, e bateu em suas costas o mandando sair da moto.

—— Saía disso antes que eu faça da sua vida um filme de terror! —— Joo-Kyung disse empurrando seu irmão para dentro de casa.

—— Por que ele estacionou aqui? Aquele idiota! —— Haru disse irritada pegando o capacete das mãos de Lim Ju-young.

Quando entraram para dentro, estavam as duas deitadas no quarto um pouco cansadas, até Joo-Kyung entrar em uma conversa em chamada de voz com Su-Ho.

—— Su-Ho está me chamando, vou me encontrar com ele —— Joo-Kyung disse animada procurando suas maquiagens, era óbvio que Joo-Kyung gostava dele.

—— Aproveite e leve o casaco dele, eu coloquei pra levar —— Disse Haru não tirando os olhos do quadrinho de Joo-Kyung que estava lendo apoiada na sua cama enquanto estava deitada no chão com uma máscara de argila laranja no rosto para descansar.