Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

018. CARTAS DA MAX.


—— EU SEI QUE VOCÊS ESTÃO ME ENCARANDO —— disse Max, girando nos calcanhares com as mãos nos quadris. Todos desviamos o olhar ao mesmo tempo, fingindo uma súbita fascinação por qualquer outra coisa.

—— Se vocês acham que ficar encarando a minha nuca vai me salvar do Vecna, então tudo bem. Boa sorte com isso.

Ela caminhou até nós com passos decididos, tirando cartas da mochila e nos entregando uma por uma.

—— Sam, essas são pra El, Mike e Will —— ela disse, estendendo mais três envelopes para mim.

—— O que é isso? —— Dustin perguntou, já começando a abrir a dele.

—— NÃO! —— Max tirou a carta das mãos dele. —— Não é pra abrir agora!

—— Foi mal, mas... pra quê isso tudo?

—— É só uma garantia, caso... —— a voz dela falhou um pouco, mas ela logo se recompôs —— ...caso algo aconteça.

Um silêncio desconfortável caiu sobre a sala.

—— Max... —— Lucas tentou. —— Vai dar tudo certo.

—— Não, Lucas. Eu não quero ouvir isso. —— Max encarou ele com os olhos brilhando. —— As pessoas me dizem isso a vida inteira. 'Vai dar tudo certo.' E quase nunca é verdade.

A atmosfera da sala ficou pesada. Todos segurávamos aquelas cartas como se pesassem toneladas. Eu também tinha visto o relógio.

Aquilo era real ou só minha cabeça me pregando uma peça? Deveria fazer cartas também? Não contei pra ninguém. Nem pro Steve.

—— Isso ainda pega se formos pro sudeste de Hawkins? —— Max perguntou, virando-se para mim.

—— Claro —— respondeu Dustin, puxando o mapa da mochila.

—— Pera... por que você quer ir até o sudeste de Hawkins? —— Steve perguntou, já com o tom preocupado. Max apenas me lançou um olhar. Eu sabia. Billy estava enterrado lá.

—— Eu levo você—— respondi, indo com a ruiva em direção à porta.

—— SAM! É SÉRIO! —— Steve veio atrás de nós, seguido pelos outros. —— Você não pode levar ela assim!

—— Steve, se você acha que a Max vai passar o possível último dia de vida dela trancada no porão fedorento do Mike Wheeler... você tá completamente enganado —— parei de frente pra ele, com firmeza. —— Me dá a chave do carro.

—— O quê? Não! —— Steve bufou, irritado. —— Vocês vão ficar aqui!

—— Harrington, a menos que você vá prender a gente naquele porão, o que, considerando que a Max tem 14 anos, configura sequestro de menor... Me dá logo a porcaria da chave!

Max tentou abrir a porta do carro trancado e lançou um olhar nada amistoso para Steve.

—— Eu conheço um bom advogado —— disse ela, sem hesitar.

Steve bufou, rendido, e foi em direção ao carro. —— É bom seu radinho funcionar, Dustin.

—— Você precisa parar de dar corda pra ela —— Steve murmurou, frustrado. —— Não dá pra brincar com uma coisa daquelas à solta.

—— Se eu tivesse a idade da Max e estivesse passando por isso, eu também queria alguém do meu lado —— argumentei, cruzando os braços.

—— Isso é vida ou morte, Sam! —— ele retrucou.

—— Vocês podem parar de brigar? —— Lucas gritou do banco de trás. —— Parecem dois pais discutindo como criar a filha!

—— Eu sou o filho mais velho —— Dustin murmurou.

Revirei os olhos e desci do carro, encostando no capô. O ar estava denso, pesado. A sensação de que algo estava prestes a acontecer não me deixava respirar direito.

E então, aquele maldito som. O tic-tac do relógio, batendo como um tambor dentro da minha cabeça. Mais alto, mais insistente.

Me afastei do carro, procurando a origem, até ver Max, caída no chão, olhos arregalados, respirando com dificuldade. Ela parecia ter visto um fantasma.

—— Tá tudo bem? —— Lucas e Steve perguntaram ao mesmo tempo.

—— Só vamos logo —— Max e eu respondemos juntas.

O cemitério Roane Hills era frio, mesmo sob o sol. Do carro, vi Max parada em frente ao túmulo de Billy, imóvel. Eu e Steve esperávamos em silêncio, um silêncio mais sufocante do que qualquer grito.

—— Desde quando você gosta dos Beatles? —— perguntei, mexendo no porta-luvas e achando algumas fitas.

—— Você disse uma vez que gostava. Comecei a ouvir —— Steve respondeu, dando de ombros.

Peguei uma fita específica e sorri ao reconhecer a capa: Help! — a minha favorita.

—— É a minha preferida.

—— Eu sei —— ele respondeu, sorrindo de volta.

Mas o momento se quebrou com o grito de Dustin:

—— GENTE! A MAX!

Saltamos do carro e corremos até o túmulo. Max flutuava, os olhos brancos virados para cima, como as fotos de Chrissy.

—— Ele pegou ela —— murmurei, desesperada. —— Max! Acorda! MAX!

—— Liga pra Nancy e Robin! AGORA! —— gritei para Dustin.

—— Música! Qual é a favorita dela?! —— Dustin gritava, jogando fitas pra fora da mochila.

—— Que porra é essa?! —— perguntei em pânico.

—— Não dá tempo de explicar! QUAL É A MÚSICA?!

—— Running Up That Hill! —— Lucas respondeu.

—— Kate Bush! —— completei. As mãos tremiam enquanto procurávamos a fita. Quando achamos, colocamos nos fones da Max e ligamos.

A música começou a tocar.

Por um segundo, tudo parou.

Max flutuava, imóvel, como uma marionete suspensa por fios invisíveis. Aquela era a cena mais aterrorizante que já presenciei. E, então, o tic-tac recomeçou dentro da minha cabeça, ensurdecedor, sufocante.

Você vai deixá-la morrer, como deixou seu irmão morrer naquela noite.

A voz soou dentro de mim como um trovão. Grossa. Cruel. Firme. Meu coração disparou, e senti as lágrimas rolarem sem controle. A Max não. Não de novo. Não como o Billy.

E, de repente, ela caiu. Como se o mundo tivesse apertado pause e voltado ao normal.

—— MAX! —— gritei, correndo até ela. Lucas já a segurava nos braços, os olhos marejados.

—— Eu pensei que ia te perder —— ele murmurou, com a voz embargada.

Max, ainda tremendo, segurou minha mão. Me ajoelhei ao lado dela, o coração disparado, o rosto molhado de lágrimas.

—— Eu vi ele —— sussurrei. E então, todos me olharam.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro