ׅ ◌ ᣞ 𑂯 𝐀𝐩𝐫𝐨𝐯𝐞𝐢𝐭𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐨 𝐚𝐠𝐨𝐫𝐚 ࣪ ׅ ❻ゅ ֺ
Após saírem do restaurante das kocho a 10 minutos da casa dos Shinazugawa, seguiram até à residência de barriga cheia e satisfeitos, principalmente Muichiro que comeu 4 tigelas de Yakisoba, ainda mais que o Rengoku que terminou em duas e meia, dando o que sobrou para Sanemi por não aguentar mais, diferente do Tokito que se pudesse comeria mais 3 com facilidade.
Shinazugawa de fios brancos disse que Muichiro estava esperando um ranhento, o que gerou uma pequena discussão entre a dupla quando estavam fora do local.
"Genya, se essa criança estiver buchudo, eu te corto no meio"
"Cala essa boca, otário. E quem porra você está chamando de criança? Não sei se você sabe, mas temos a mesma idade, bastardo!"
"Foda-se? Você nem tem altura, ainda mais com essa cara feia de quatorze anos, animal"
A discussão saudável entre os cunhados prosseguiu até o meio do caminho, quando Obanai estava de saco cheio e os mandou ficarem quietos antes que agredisse a dupla, o que foi de comum acordo para os demais, e tudo poderia ter prosseguido se Kyojuro não tivesse dito para o Iguro não acertar a barriga do Tokito, fazendo Genya cair na gargalhada e Sanemi indo para cima do Rengoku que correu como se sua vida dependesse disso.
E dependia.
Dentro da casa, os jovens se espalharam e cada um foi fazer alguma coisa, tentando ignorado o que aconteceu na rua, pensando que aquilo foi apenas uma coincidência, mesmo que Muichiro venha se sentindo enjoado essa semana e fazendo pedidos para o namorado, além de comer descontroladamente caso não estivesse na visão dos amigos e Genya.
Obanai e Giyu se encontravam sentados no sofá aguardando Sanemi sair do banheiro para que pudessem tomar banho e ir dormir. Muichiro estava na cozinha junto do Shinazugawa mais novo que preparava um café, pedido do irmão que somente dormia após beber a cafeína, o que era estranho visto que o líquido deveria deixá-lo ligado no 220.
O jovem casal trocava olhares suspeitos e que podiam saber o que o outro pensava somente com isso. Muichiro se aproximou do maior encostado na pia, passando seus braços pelo corpo de Genya, que logo retribuiu, dando um beijo no topo de sua cabeça e podendo inalar o cheiro bom do xampu usado pelo Tokito.
— Você acha que... — Muichiro disse de repente, tirando o mais velho de seus pensamentos, erguendo seu olhar, fixando nos olhos escuros do Shinazugawa — Estou esperando um bebê?
— Eu... Realmente não sei, amor — Genya deu um suspiro cansado pela semana agitada que teve em seu trabalho, além da festa que foi somente para agradar o irmão e fazer com que Kyojuro pudesse se divertir um pouco melhor — Você está tomando seu remédio regularmente, não é?
— Estou, mas... Eu venho me sentindo estranho, ou talvez seja somente paranóia minha — o jovem mordeu o lábio inferior, recebendo um carinho na bochecha, logo seguido de um beijo de esquimó, fechando seus olhos e aproveitando o toque sútil e calmo.
— Vamos fazer um teste segunda-feira, ok? Assim tiramos essa dúvida. Agora eu só preciso de um banho e dormir com você até depois do meio-dia — Genya falou e Muichiro confirmou, decidindo que era o necessário no momento.
Kyojuro estava sentado no chão da sala sobre o carpete preto, conversando com o Uzui que lhe perguntou se ele havia chegado na casa dos Shinazugawa vivo, visto que, Kyojuro saiu rapidamente de sua visão após e beijo, apenas ouvindo um "nos falamos depois" do menor, e somente soube que o Rengoku tinha ido embora quando se retirou do local e encontrou Gyomei.
O de olhos vermelhos sorria bobo ao conversar com Tengen depois daquele 1 mês, e era como se nunca tivessem parado de trocar mensagens. Os assuntos fluíam com naturalidade e Kyojuro sentia-se feliz por ao menos ter dito sobre seus sentimentos para o mais velho, apesar dele não sentir o mesmo, agora não precisava ficar o evitando e ignorando, tentando fugir disso. Ele sabia que poderia ter dito antes e evitado desgaste, todavia, agora passou e o foco era caminhar nos trilhos e retirar esses sentimentos do seu coração.
Após a saída de Sanemi do banheiro, Obanai e Giyu foram banhar, sentindo o sono cair sobre seus corpos, uma vez que estavam acordados desde às 10h da manhã do dia anterior, visto que, já passavam das 2h da madrugada de sábado. Rengoku deixou seu celular carregando e foi ajudar Muichiro na arrumação dos lençóis no chão para que pudessem desmaiar ali ao terminar o banho.
Sanemi bebia o café feito pelo irmão que pegou sua garrafa d'água na geladeira, sentindo o olhar pesado do mais velho queimar suas costas. Shinazugawa de fios brancos, sentado em volta da mesa da cozinha, bebericava o líquido quente e saboroso, com os olhos cerrados encarando Genya, que arqueou uma sobrancelha.
Kyojuro apareceu no cômodo e pôde sentir a tensão no ambiente, passando o olhar entre a dupla, dando um passo para trás e voltando para à sala onde o Tokito se encontrava repousado sobre os cobertores, parecendo pensativo, encarando o teto branco com a cabeça apoiada no sofá.
Rengoku sentou-se ao lado do amigo e se manteve calado, tocando em sua perna levemente, fazendo o menor saber que ele está/estará ali para o que der e vier, imaginando o motivo para o mais novo estar assim e o clima tenso entre os irmãos após a fala de Sanemi na volta para casa.
Giyu penteava os fios negros de Obanai quando o menor tocou no assunto Muichiro e Genya, e o suposto bebê do casal. — Bem, é apenas uma suspeita vaga — o Tomioka respondeu em seguida, terminado de passar a escova no cabelo do namorado, deixando o objeto sobre a pia, envolvendo o outro em um abraço carinhoso, apoiando o queixo em seu ombro.
— Muichiro sentiu-se enjoado ontem e vomitou, porém, me pediu para não contar para vocês, principalmente para Genya — Obanai observou o reflexo do maior no espelho, recebendo um beijo na nuca seguido de um breve suspiro — Ele sabe o quão preocupado somos um com o outro, então disse que não era nada sério...
— Vamos pensar que não é realmente isso, hum? — Giyu pegou delicadamente no queixo do Iguro olhando os olhos de heterocromia nas cores amarelo e verde — Como eu lhe disse, sem alarme, ok? — a voz do Tomioka sempre saía calma e gentil para o menor, que concordou, sentindo os dedos do mais velho, agora deslizando gentilmente pelos lábios rosados que possuía.
— Tudo bem, Yu — o apelido saiu docemente, o que fez o maior abrir um sorriso sincero e juntar seus lábios em um beijo calmo e singelo, carregado de sentimentos verdadeiros que possuíam um pelo outro.
Ao terminarem o banho, os jovens estavam deitados prontos para dormir, um ao lado do outro, enquanto suas cabeças faziam um círculo visto de cima, conversando sobre coisas aleatórias, dando algumas risadas, enquanto a única luz que tinham era a que vinha da pequena janela sobre a mesinha ocupada por alguns livros, no canto esquerdo da sala que agora estava silenciosa.
Aproveitavam estes momentos como se fossem os últimos, não somente por saberem que amanhã poderiam não estar mais aqui, como o fato da vida fora da escola ser diferente e que não teriam tanto tempo para se reunirem pelas obrigações que teriam, ainda mais com o passar dos anos.
Cada um dos jovens repousados ali tinha sonhos e planos para o futuro, como Sanemi e Genya, que desejavam ser advogados e poder ter uma vida melhor e com mais conforto. Muichiro desejava ser professor de História. Giyu gostaria de se tornar professor de Artes Marciais, igualmente o pai. Obanai seguiria os passos da mãe como confeiteiro – algo inusitado e imprevisível para quem via de fora.
Rengoku pensava que poderia ser um professor de Educação Física ou até um chefe de cozinha por gostar muito de esportes e amar a culinária, sendo ele quem, regularmente, cozinhava em casa. Como seu pai sempre dizia, Kyojuro tinha o dom de sua falecida mãe e faria de tudo para ele conseguir ser um cozinheiro caso ele realmente quisesse, assim como lecionar.
Ainda havia tempo de pensar, e o garoto somente deseja aproveitar esse ano letivo junto dos seus amigos, afinal, ano que seria de decisões precisas para o seu futuro. Rengoku se sentou e virou-se na direção dos amigos que permaneceram naquela posição, lhe dando um olhar breve, sendo iluminado pela lua.
— É ótimo ter amigos como vocês... — Kyojuro disse de repente, tendo a atenção do grupo — Espero que possamos seguir com nossa amizade quando terminarmos o colegial — disse com sinceridade, seguido de um sorriso meigo.
— Nós vamos, Kyo — Obanai que estava mais perto do amigo, falou naturalmente, observando-o.
— Infelizmente terei que continuar aturando vocês — a fala previsível veio de Sanemi que riu baixinho em seguida, acompanhado do irmão que entrelaçou os dedos com os de Muichiro.
— Essa conversa está parecendo uma despedida — Giyu se pronunciou, fazendo o mesmo que Genya e o Tokito, com Sanemi ao meio deles.
— Às vezes precisamos dizer o que sentimos, não é? Não sabemos o amanhã — o Shinazugawa de moicano falou logo depois, sentindo a mão do irmão perto da sua. Inconscientemente ele a apertou, sendo retribuído.
— Sim — Muichiro deu um breve suspiro, virando a cabeça para o lado e constatando que seu namorado o olhava sorrindo fixamente feito bobo.
Rengoku observou as mãos dadas até mesmo de Sanemi e o Tomioka, fazendo com que ele sorrisse mais uma vez e começasse a pensar o quão bom era tê-los por perto. Sua amizade era tão forte que quando Obanai ficou doente após pegar uma gripe severa, faziam os deveres em seu caderno e o levava para o garoto, logo ao final das aulas. Abre aspas: Sanemi tinha uma letra horrível e o Iguro sempre reclamava por ele ter letra de médico.
Era engraçado ver o Shinazugawa resmungar pelos cotovelos sentado no chão do quarto do amigo junto dos demais que contavam como havia sido o dia, fofocas da escola entre outras coisas. Passavam todos os dias na casa do Iguro, às vezes um ou outro não podia ir, todavia, ao menos 2 do grupo estava na residência após um revezamento.
Houve um tempo em que o Tokito começou a sofrer bullying quando começaram a frequentar o 1° ano, somente por ele ter uma aparência um pouco afeminada, e os garotos do 3° ano julgavam que poderiam chamá-lo de "baixinha gostosa" toda vez em que Muichiro passava perto de sua classe.
Isso deu fim quando os demais descobriram, não somente isso, como o assédio, visto que, o menino não havia dito nada até então, sabia como seus amigos iriam reagir, além do sentimento de fraqueza por não conseguir se defender. Genya quando soube, foi na sala do grupo de garotos com todo ódio que possuía no coração, soltando xingamentos para todo mundo ouvir e dizendo que iria quebrar a cara de cada um deles.
Quando Tokito ouviu os murmúrios após sair do banheiro junto do Rengoku, correu até lá junto dele e viu Genya, Sanemi e até mesmo Obanai e Giyu arrastando a cara dos garotos no chão como se suas vidas dependessem disso. A classe estava numa zona, com respingos de sangue pelo recinto, e tiveram que chamar os professores para separá-los. Isso rendeu a expulsão de todos os envolvidos. Kyojuro e Tokito foram retirados pelos próprios pais.
Havia tantas histórias com seus amigos, tantos momentos bons e ruins que faziam parte de sua vida e que ele, se pudesse, viveria de novo somente pelo bem de tê-los por perto. Sabia que todos os problemas que tinham um com outro faziam parte disso. A parte em que eles têm que sentar para conversar e resolver, ao invés de darem as costas e acabar com o que construíram.
Rengoku dormiu bem essa noite, pois sabia que não importava o que acontecesse, eles sempre estarão lá.
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