ׅ ◌ ᣞ 𑂯 𝐀𝐦𝐢𝐳𝐚𝐝𝐞 ࣪ ׅ ❷ゅ ֺ
Fora da escola, caminhando para suas designadas residências, os jovens conversavam entre si, principalmente pelo que ocorreu na saída: o quebra pau de Sanemi e o cara de fios verdes e estranho, ainda mais do que o próprio Shinazugawa que foi para cima do outro com tudo. No fim das contas, ele somente levou um soco na boca enquanto seu adversário ficou com a face roxa. A briga acabou depois de Genya julgar que era o suficiente, dizendo para seu irmão parar de defendê-lo dos seus problemas em potencial, o que, de qualquer forma, não adiantava. Sanemi era cabeça dura demais e tinha sangue quente quando se tratava do mais novo e seus amigos.
Estar com seus melhores e únicos amigos, fazia muito bem para Kyojuro, mesmo que às vezes haja brigas entre eles, principalmente de Sanemi que gostava de irritar o Tomioka o chamando de almofadinha e na infância a dupla sempre estava em pé de guerra. Era engraçado ver Obanai e Genya separando os dois enquanto ele e o Tokito observavam, comendo alguma guloseima. Rengoku sabia que tinha sorte de tê-los, afinal, seu irmão era novo demais para compreender as coisas do coração e seu pai... Era o seu pai.
Apesar de ter confiança no mais velho que sempre fora compreensível consigo e um ótimo amigo, não sabia como ele poderia reagir ao saber que seu amado filho está apaixonado pelo seu funcionário.
Não havia como desabafar com sua família.
Seus amigos faziam seu papel muito bem.
Depois de se despedir dos outros, Kyojuro seguiu seu caminho para casa que ficava na rua de trás da residência dos Shinazugawa. Rengoku só não imaginava esbarrar com Tengen minutos depois. Novamente. O destino pode ser cruel. O de fios amarelos com as pontas vermelhas riu, pedindo desculpas para o mais velho que dispensou e lhe perguntou como havia sido na escola.
— Sanemi brigou com um garoto — o Rengoku comentou no tempo em que segurava a alça da sua mochila, odiando sentir aquelas borboletas rodeando seu estômago enquanto o tempo ameaçava ficar mais friorento, o que resultava nas bochechas ruborizadas do Rengoku. Não sendo esse o motivo principal, claramente.
— Esse moleque não muda mesmo — Tengen riu, limpando a testa com o antebraço, um pouco suada por conta do trabalho que fez abaixo de um dos carros na garagem, ocasionando em deixar suas mãos sujas.
Kyojuro mordeu o lábio inferior, observando os movimentos feitos pelo maior naquele segundo, constatando como os braços do Uzui eram fortes apesar de estarem cobertos pelo casaco. Evidentemente, essa não era a primeira vez que notava isso, porém, não conseguia deixar de se surpreender com o quão musculoso ele era.
— Com certeza não... — o Rengoku falou ao olhar nos olhos rubis quando Tengen abriu um sorriso ladino para si. Era tão bonito e sincero.
— Irei inaugurar à cafeteria esse final de semana. Gostaria de te ver lá junto com seus amigos.
— Mas já? — Kyojuro disse surpreso, piscando os olhos várias vezes — Pensei que iria demorar mais um mês até tudo estar pronto.
— Eu também, mas recebi ajuda de Gyomei que insistiu em comprar o restante dos móveis, mesmo que eu tenha dito que não precisava umas... Milhares de vezes — Tengen riu junto do menor que ficou muito contente por ele. Sabia como o Uzui almejava conseguir abrir sua cafeteria. Mesmo tendo demorado 4 longos anos, valeu a pena.
— Você agora será um empresário, depois que ficar rico não esqueça dos pobres — Kyojuro brincou fazendo drama, mostrando beiço e franzindo o cenho.
— Tolo... Não vou esquecer do meu baixinho cabelo de chamas — o mais velho se aproximou do Rengoku, colocando as mãos em seus ombros, dando um breve suspiro, parecendo estar se preparando para falar algo importante — Depois que o trabalho começar, nós não nos veremos com frequência... Mas isso não muda o que você significa para mim, ok?
— Eu quero te agradecer pela ajuda e seu positivismo em não me deixar abalar pelas dificuldades e pelas vezes que pensei em desistir do que eu queria — Tengen falou com sinceridade, fixando o olhar no menor que sorriu concordando como um cachorrinho.
— Não há de quê!
Antes que o Rengoku pudesse reagir, sentiu os braços do mais velho percorrem seu corpo, fazendo com que seu rosto fosse de encontro ao peitoral do outro, sentindo seus pelos arrepiarem de imediato pelo contato físico repentino, erguendo suas mãos para envolver a cintura de Tengen, querendo aproveitar do conforto que o toque lhe trazia.
Uzui tinha dessas: abraçar Kyojuro sem aviso prévio e fazê-lo ficar constrangido e depois ouvi-lo chamá-lo de idiota sem noção, o que sempre tirava risadas do mais velho que pensava o quão fofo ele ficava emburrado, assim como agora logo após desvincular o abraço, observando o menor que estalou a língua no céu da boca.
— Agora vá para casa. Vou almoçar — Tengen ergueu sua mão e o menor logo entendeu, batendo a sua na dele que seguiu seu caminho logo em seguida.
Ao decorrer dos dias, Kyojuro tinha o Uzui em sua mente, agora mais do que nunca, afinal, Tengen não seria mais o funcionário de seu pai, por esse motivo não o veria frequentemente. Levando em consideração a distância da cafeteira até sua residência, o Rengoku só poderia vê-lo aos finais de semana por conta da escola e seu pai que não iria permitir que ele fosse todos os dias ao centro da cidade.
Sua mente dizia que assim seria mais fácil de esquecê-lo, enquanto seu coração falava ao contrário, e que sim, Kyojuro deveria se confessar, mesmo sabendo no possível não que poderia receber de Tengen. Rengoku começou a odiar a si mesmo por amá-lo. Tantos caras para ele gostar e tinha que ser logo do Uzui? O homem mais mulherengo que conhece... Agora ele estava na porta de casa esperando seus amigos para que pudessem prestigiar uma das primeiras vitórias de Uzui Tengen.
Seu pai e irmão já tinham ido na frente, dizendo que não iriam se atrasar por conta do grupinho de Kyojuro. O menino usava uma vestimenta confortável e bonita, composta de uma calça jeans de cintura alta e uma blusa preta com a estampa do seu anime preferido (Jujutsu Kaisen), calçando uma bota de cano baixo na mesma cor, deixando seus fios amarelos completamente solto, diferente do habitual, o que fazia com que ficasse cheio e muito bonito, assim como seu pai lhe disse seguido de seu irmão. Minutos depois seus amigos chegaram, e de longe já podia ver Sanemi brigando com Giyu.
Ou melhor, brigando sozinho, sendo que o Tomioka não estava dando atenção. Deixando esse detalhe de lado, ele observou a vestimenta de cada um. Sanemi usava uma blusa branca com 3 botões abertos, exibindo seu peitoral malhado, calçando uma calça preta e uma tênis all star. Genya e Muichiro vestiam roupas iguais, o que fez o Rengoku rir ao notar – mesmo não sendo surpresa. Uma blusa azul marinho com uma jaqueta jeans por cima, mesclando com a calça branca e o tênis preto.
Tomioka estava com um casaco metade vermelho e verde com alguns detalhes, junto da calça de moletom preta e do tênis na mesma cor. Obanai usava um sobretudo marrom com uma calça preta pouco aparente e a bota igualmente escura. No fim das contas, todos eles se encontravam mesclando suas vestimentas de forma indireta — Olhando assim você até parece gente, Shinazugawa — Kyojuro brincou fazendo os demais rirem, – mesmo que à sua maneira – e Sanemi rosnar.
— Bruxa! — o de fios brancos provocou para somente ver o Rengoku balançar os cabelos em deboche.
Sem demora, o Uber já pedido pelo Kyojuro, chegou e foram separados nos dois carros: o Rengoku, Muichiro, Genya em um e Sanemi, Gyiu e Obanai no outro. No trajeto foram se comunicando pelo celular, onde Genya e Muichiro elogiavam como Kyojuro ficou bonito com os fios soltos, e que deveria usá-los assim mais vezes, o que foi de comum acordo com os demais.
A resposta do Rengoku foi a melhor possível.
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Kyojuro
Eu não quero pegar piolho igual aconteceu no jardim de infância.
13:20 ✓
Sanemi🌬️
Momentos bons que me renderam boas risadas🤣
13:22 ✓
Genya👹
Para de ser assim, Sanemi😭
13:24 ✓
Gyiu🌊
Aconteceu o mesmo com Muichiro, não é?
13:24 ✓
Muichiro☁️
Infelizmente...😶
13:24 ✓
Obanai🐍
Complicado...
13:25 ✓
Kyojuro
Só quem viveu sabe
13:26 ✓
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Ao chegarem no local, pagaram a corrida – rachando até as moedas, como sempre – e ficaram de frente para à cafeteria que aparentava estar movimentada. As vidraças faziam com que pudessem observar o lugar do qual Kyojuro abriu a porta e entrou sendo seguido dos demais, avistando seu pai conversando com alguns dos homens que eram seus clientes na oficina, no tempo em que Senjuro se encontrava sentado em uma mesa no canto esquerdo, mexendo no celular. À cafeteria era pintada com cores claras, especificamente lilás e branco, mesclando perfeitamente com as cadeiras e mesas de cor rosa bebê e o piso amadeirado.
As janelas de vidro eram cobertas com cortinas brancas com detalhes sutis em dourado. O ambiente era calmo e muito belo. Atrás do balcão se encontravam 3 mulheres que aparentavam ter 20 anos, vestindo o uniforme do local que era lilás. Kyojuro cerrou os olhos para enxergar melhor e recordou que uma delas era a mesma em que perguntou pelo Uzui um tempo atrás. O sorriso que estava em seus lábios diminuiu ao constatar isso, o que foi percebido pelos seus amigos que já haviam pegado tudo no ar.
Os anos que conheciam o Rengoku, o fizeram conhecê-lo muito bem.
— Kyojuro! — Uzui apareceu de repente na frente do menor que sorriu fraco desviando o olhar para um ponto qualquer, ignorando o quão bonito Tengen ficou usando aquele traje do novo trabalho — Meninos, que bom vê-los — o sorriso do mais velho era de pura felicidade e todos puderam notar isso.
— Fala ae, animal — Sanemi era um poço de educação e suas falas eram as mais formais possíveis.
— Parabéns — Genya cumprimentou o Uzui, seguido dos demais amigos.
— Obrigado garotos. Fiquem à vontade! — Tengen deu espaço para os menores que seguiram o Rengoku que olhou de relance para a tal mulher que começou a servir uma das mesas no canto direito.
Ela era bonita e com toda certeza fazia o tipo do Uzui.
Sentaram igualmente vieram no carro: três em cada banco colado na parede, comentando sobre o local e como era bonito, no tempo em que Kyojuro suspirou profundamente coçando a nuca, sentindo como se toda sua alegria estivesse esvaido depois de vê-la. Todavia, ele e Tengen não tinham absolutamente nada, o Uzui nem ao menos sabia sobre os seus sentimentos. Então, por que ficar mal por algo que não tem nada a ver consigo?
— Olá, meninos! Já sabem o que vão pedir?
A voz da mulher fez Kyojuro desviar o olhar vago para fora do estabelecimento e encará-la. Seus cabelos eram pretos, presos em um rabo de cavalo, deixando a franja loira caindo levemente sobre seu rosto, escondendo um pouco a íris amarelada. Ela segurava um tablet em suas mãos, dando um sorriso acolhedor para os mais novos.
— Você tem alguma sugestão? — o Tomioka perguntou após alguns segundos de silêncio, olhando para o Rengoku de relance que mordeu o lábio, descansando os cotovelos sobre a mesa e observando a loira com uma expressão tristonha, o que logo alertou os demais, fazendo Sanemi começar a falar sobre algo aleatório.
A mulher chamada Makio – como foi dito pela própria – recomendou um dos melhores cafés do local, e se retirou dizendo que iria trazer os pedidos em poucos minutos. O grupo de amigos trocou olhares, logo mirando em Kyojuro que agora olhava para Tengen, de longe conversando com seu pai animadamente.
— Porra, disfarça — Genya tocou a mão do amigo que parece ter saído do transe momentâneo, desviando o olhar do Uzui, franzindo o cenho, tentando entender o que o Shinazugawa quis dizer.
— Você está com essa cara de cachorro abandonado — Muichiro falou com o braço em volta do de Genya.
— Estou? — apontou para si mesmo.
— Sim! — o grupo disse em uníssono, tirando um riso sem graça do Rengoku.
— Desculpa, meninos. Acho... Que eu não deveria ter vindo.
A sinceridade e tristeza na voz empregada de Kyojuro caiu sobre os que ali estavam, ignorando as risadas e falatório dos outros. O garoto parecia realmente chateado com a situação, mesmo que não tivesse culpa por não imaginar que a mulher estaria ali, e assim como Kyojuro, os meninos pensavam que as outras 2 também tinham/tiveram algum caso com o Uzui.
Rengoku sentiu seus olhos lacrimejando e o peito doer, tendo que respirar profundamente para tentar fazer com que as malditas lágrimas não saíssem de seus olhos amarelos como o sol. — Vamos embora... P- por favor — o som da voz de Kyojuro saiu baixo e fraco, como se ele estivesse suplicando, levando as mãos ao peito e mantendo seu olhar baixo. Tomioka levantou, seguido do namorado e de Sanemi, igualmente Muichiro e Genya, que puxou o Rengoku para que se retirassem do local e acabassem com isso de uma vez.
Era ruim ver um garoto tão alegre e sorridente como Kyojuro ficar dessa maneira durante esses meses. No fundo, os garotos sabiam que o Rengoku vinha se sentindo mal ao longo do tempo, mesmo que demonstrasse ao contrário. O conheciam bem o suficiente, por conta disso, sempre tentavam animá-lo, ou até dizendo para ele se confessar ou deixar isso de lado por um momento, entretanto, era difícil fazer isso quando você via sua paixão platônica todos os dias. Além desse empecilho, para você esquecer, acaba lembrando.
— Meninos? Para onde estão indo?
A mulher falou segurando uma bandeja com os capuccinos ali quando o grupo já estava saindo da loja, o que foi notado por alguns clientes, principalmente a família de Kyojuro e Tengen que tentou entender a situação. Saíram do local sem dizer nada, caminhando pela calçada, enquanto Genya segurava na mão do Rengoku, podendo sentir o tremor em seus dedos.
Kyojuro estava mal.
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