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𝗘𝗹𝗶𝗺𝗮

❝𝖭𝖺̃𝗈 𝗉𝗈𝖽𝖾𝗆𝗈𝗌 𝖿𝗎𝗀𝗂𝗋 𝖽𝖺 𝗋𝖾𝖺𝗅𝗂𝖽𝖺𝖽𝖾.❞

Valente.

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☪ ━ 𝖭𝗈𝖺𝗁'𝗌 𝗉𝗈𝗏'𝗌 ❖

Já faz duas semanas que eu estou aqui no Hawaii, e pela primeira vez na vida eu estou me sentindo feliz de verdade!

Desde daquele dia que eu assustei a Sina, ela não está falando comigo direito.

Então, o Bailey e o Lamar começaram a me ensinar a surfar e eu já estou surfando bem melhor do que à alguns dias atrás.

— Noah, já está pronto? — Alex pergunta entrando no meu quarto.

O meu tio conseguiu terminar de arrumar o meu quarto há dois dias. Desde então, eu coloquei as minhas coisas aqui e decorei ele do meu jeito.

— Quase! Só vou colocar os meus anéis. — falo abrindo a caixa, onde eu colocava eles.

— Hoje você vai ter a oportunidade de pedir desculpas para a Sina. — ele diz parado no batente da porta.

Alex me disse que ele e os amigos fazem uma fogueira em uma parte vazia da praia de vez em quando. Ele me convidou para ir hoje e é claro que eu aceitei!

Os garotos disseram que a Sina já estava mais calma e que provavelmente ela iria me desculpar.

Eu não consigo entender todo esse estresse dela, o que eu fiz nem foi tão ruim. Ou será que foi?

— Por que ela ficou tão irritada? O que eu fiz não foi muito grave. — falo guardando a caixa dos meus anéis e ando em direção ao moreno.

— Ela tem os seus motivos. Agora vamos, antes que a gente se atrase. — diz descendo as escadas e eu o sigo.

A gente se despediu dos meus tios e saímos de casa, indo em direção ao carro do Alex.

— Aí, eu vou comprar um carro, porque eu não aguento mais andar nesse treco que você chama de automóvel. — falo e me sento no banco do passageiro.

— Quem pode, pode. Quem não pode, vive com o que tem. — ele diz e dá de ombros, ligando o carro logo em seguida.

— Eu estou falando sério! E assim que você fizer dezoito, eu vou te dar um. — falo e ele me olha por alguns segundos.

— Sério isso? Porque falta quatro meses para o meu aniversário. — diz e eu faço um sinal de positivo com a cabeça.

— Tudo bem. Então, você vai ganhar um carro daqui há quatro meses. — falo e ele sorri.

Enquanto Alex dirigia, eu peguei o meu celular e comecei a ver as redes sociais dos meus amigos que moram em Los Angeles.

— Meu Deus! — falo assim que vejo uma publicação da Sabina.

— O que foi? — Alex pergunta, ainda prestando atenção na estrada.

— Acabei de descobrir que uma amiga minha está grávida. — falo surpreso.

— Nossa, parabéns para ela.

Mando uma mensagem para ela dizendo o quão puta ela é por não ter me contado, e eu recebo um áudio dela logo em seguida.

“Puta não! Você me respeita, porque agora eu vou ser mãe. E eu não te contei porquê não tive tempo.”

Escuto o áudio da mesma e nego com a cabeça. Decido ligar para ela e a mesma só atende no terceiro toque.

— Eu estou revoltado! Como você não teve tempo? — pergunto indignado.

Para de drama, Noah! Eu descobri no mesmo dia que você disse que ia embora, então eu acabei esquecendo.

— Tudo bem, eu aceito isso. O importante é que eu vou ser o tio favorito. — falo convencido.

Eu não quero tios drogados perto do meu filho.

— Maria Sabina, não se faça de santa! Você é mais doida do que eu.

Mas agora eu vou ser mãe.

— Só assim para você se aquietar.

Mentiroso!

— Aliás, quem é o pai?

O Pepe, óbvio!

— Tenho dó dessa criança quando nascer, vai ter pais birutas.

Noah! — ela me repreende.

— É brincadeira! Eu estou muito feliz por você, de verdade. — falo com sinceridade em minha voz.

Obrigada! Fico muito feliz em saber disso. — diz com a voz embargada.

— Ah, Sabina! Sério que você vai chorar?

São os hormônios.

— Enfim, se cuida! Eu preciso desligar.

Tudo bem. Se divirta!

— Sempre! — falo e desligo.

— Ela parece ser legal. — Alex comenta e eu olho para ele.

— Ela é! — falo e percebo que estávamos indo por um caminho diferente. — A gente não ia para à praia?

— E nós vamos, mas para uma praia que quase ninguém vai.

— E por que quase ninguém vai? — pergunto com o cenho franzido.

— Porque lá tem muitas pedras em volta. — responde e eu assinto, entendendo.

Depois de quinze minutos, o Alex estacionou do lado de uma calçada e saímos do carro.

— Você tinha razão quando falou que aqui tinha muitas pedras. — faço olhando para a praia que tinha mais pedras do que areia.

— Muitas pessoas não consideram esse lugar como praia por causa disso, mas eu prometo que do outro lado é um pouco melhor. — diz apontando para uma pedra enorme.

— Como vamos passar para o outro lado? — pergunto confuso.

— Naquela beirada ali. — diz e aponta para um pequeno espaço livre entre a pedra e o mar.

Andamos até lá e assim que viramos, vi todos sentados ao redor de uma fogueira. Havia apenas dois lugares vagos envolta do círculo, um ao lado da Sofya e outro ao lado da Sina.

— Eu vou te dar um empurrãozinho. — ele diz e corre para se sentar ao lado da Sofya.

Reviro os olhos, indo me sentar ao lado da Sina - que mantém uma expressão séria. Olho para o Alex e ele sorri.

— O que aconteceu com você, Sina? — Alex pergunta para a loira.

— Ela está com essa carranca desde que chegou. — Heyoon diz.

— Só tive um dia ruim. — Sina diz e dá de ombros.

— O único dia fácil foi ontem. — Lamar diz e ela dá um pequeno sorriso.

— Eu nunca entendi essa frase. — Shivani diz confusa.

— Nem eu. — Bailey diz.

— Vocês se merecem! — Nour diz.

— É como se dissesse que todos os dias seguintes são difíceis e que quando ele passa se torna fácil. — Sofya tenta explicar de um jeito que eles entendam.

— Por quê? — Shivani pergunta.

— Porque você conseguiu passar por ele e se mantém de cabeça erguida. — Alex responde.

— Quem disse essa frase para vocês? — pergunto com o cenho franzido.

— O falecido marido da dona Terê. — Heyoon responde.

— Ele era fuzileiro, serviu para as forças armadas. — Lamar comenta.

— O meu avô também era, mas eu não me lembro muito dele. — falo pegando um marshmallow e colocando ele no palito.

— Sério? Ele foi da marinha? — Alex pergunta surpreso.

— Sim. E eu só sei disso porquê o meu pai sempre falava que eu tinha que ser forte como o meu avô e servir o país como ele fez. — falo e reviro os olhos.

— Calma! Esse seu avô é o mesmo do Alex? — Bailey pergunta.

— Não. Eu e o Noah somos primos por parte de mãe e não de pai. — Alex diz e eu assinto.

— Por que você não quis servir? — Nour pergunta.

— Não acho que seja para mim. Eu venero as pessoas que entregam tudo para proteger o próprio país, mas deve ser muito difícil ver seus amigos morrendo em combate e ficar se culpando por aquilo de algum jeito.

— É, tem que ter muito psicológico para isso. — Lamar diz.

— E isso é uma coisa que eu não tenho. — falo e dou uma pequena risada.

Eles começam a falar de outras coisas e eu apenas fico olhando o marshmallow, esperando ele dourar.

Percebo a Sina se levantar e ir em direção ao mar, se sentando na areia logo em seguida.

Os meninos olham para mim e fazem um sinal para eu ir até ela. Suspiro me levantando e vou até à loira, que estava olhando diretamente para o mar.

Me sento ao seu lado e fico esperando ela dizer alguma coisa, mas quando eu percebo que ela não ia dizer nada, decido falar.

— Me desculpa... — falo baixo e ela me olha. — Eu não devia ter feito aquela brincadeira com você. Aquilo de algum jeito te afetou e eu peço desculpas.

Ela olha para o mar de novo e fica em silêncio. Pensei que ela não ia dizer nada, até que ela suspira e olha para mim.

— Eu tinha uma amiga, o nome dela era Jully e a gente tinha uma ligação muito forte. — diz e volta a olhar para o mar.

— O que aconteceu com ela? — pergunto olhando na mesma direção que ela.

— 14 de maio de 2017, nós tínhamos quatorze anos e decidimos surfar. As ondas não estavam tão fortes, então não ia ter perigo, pelo menos eu achava que não... — ela diz com a voz embargada. — Ela sempre fazia aquele tipo de brincadeira que você fez dias atrás e eu sempre caia, mas naquele dia eu não acreditei.

Continuo quieto já imaginando o que tinha acontecido, mas decido não falar nada até ela terminar.

— Ela tinha caído da prancha por causa de uma onda forte e acabou batendo a cabeça em uma pedra. No começo, eu apenas fiquei esperando ela voltar para à superfície, mas quando eu vi sangue na água... eu comecei a me desesperar e gritei por socorro. — diz e vejo algumas lágrimas rolarem pelo seu rosto.

— O que aconteceu depois? — pergunto chegando mais perto dela.

— Os salva-vidas pegaram ela e a levaram para o hospital, mas a pancada na cabeça foi muito forte e ela não resistiu. — diz chorando e eu abraço ela.

— Você não teve culpa, entendeu? Não teve culpa. — falo abraçando ela com mais força.

— Os médicos disseram que ela não ia conseguir resistir de jeito nenhum e mesmo se conseguisse, iria ficar de coma por tempo indeterminado. Mas de um jeito ou de outro, eu me sinto culpada por isso.

— Mas você não é! Isso poderia ter acontecido com qualquer um que estivesse na praia naquele dia. — falo e pego em seu queixo delicadamente, fazendo ela olhar para mim.

— Eu fiquei um ano sem surfar. Fiquei indo a vários psicólogos e consegui superar isso, mas depois que você fez aquilo... todas as memórias voltaram.

— Sina, me desculpa! Eu sou um idiota por ter feito aquilo. — falo me arrependendo do que fiz.

— Está tudo bem, você não sabia e eu não posso te culpar por isso. — diz e dá um sorriso triste.

— Mesmo assim eu me sinto culpado por fazer você se lembrar de algo que te machuca.

— Está tudo bem, sério! Eu só precisava de um tempo para pensar. — diz encostando a cabeça no peito.

— Se você diz que está tudo bem, eu vou acreditar. — falo e faço carinho em seus cabelos.

— Acho melhor a gente voltar para lá. — diz apontando para o lugar onde nossos amigos estavam.

— Também acho. — falo me levantando e ajudo ela a fazer o mesmo.

Andamos até os nossos amigos e nos sentamos.

— O Alex disse que uma amiga sua está grávida. — Sofya diz, me fazendo olhar para o mesmo.

— Desculpa! Eu achei que poderia contar. — diz e faz um sinal de rendição.

— De boa. — falo dando de ombros.

— Que amiga é essa? — Sina pergunta, fingindo desinteresse e eu sorrio.

— O nome dela é Sabina, e ela é uma das minhas amigas que mora em Los Angeles. — respondo e ela desvia o olhar.

— Você não parece o tipo de pessoas que tem muito amigos. — Lamar comenta.

— E eu não tenho. Eu só tenho quatro amigos em L.A. — falo não me importando muito.

— Mas agora você tem a gente aqui. — Heyoon diz sorrindo e eu assinto, retribuindo o sorriso.

— Isso foi brega. — Nour diz e todos dão risada.

— Você não tem sentimentos, por isso não fica feliz com nada. — Shivani diz e todos concordam.

— É claro que eu fico feliz!

— Sério? Então, fala um momento em que você ficou feliz. — Sofya diz.

— Bom, teve aquela vez que o Bailey caiu da prancha e se afogou. Eu fiquei com muita vontade de rir quando o salva-vidas fez respiração boca a boca nele. — diz e sorri.

— Isso é sério? — pergunto incrédulo.

Como ela poderia ficar feliz com aquilo?

— Claro! Ah, também teve aquela vez que o Alex quase foi mordido por um tubarão. — diz animada.

— Eu quase morri! — ele diz alterado.

— Eu sei, e foi um dos melhores dias da minha vida!

— Tá bom, chega de falar sobre coisas que te deixaram feliz. — Heyoon diz.

— Não, eu quero falar mais! Olha, teve uma vez que... — ela não termina de dizer, pois, é interrompida.

— Chega, Nour! — todos dizem ao mesmo tempo.

Eu estava apenas observando, até porquê eu não queria me meter em um assunto deles e também porquê eu estava achando divertido.

— Credo! Eu realmente não consigo entender vocês.

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Aiai, essa Nour...

Próximo capítulo vai ter 👩🏼‍❤️‍💋‍👨🏻

Desculpem se tiver algum erro e não esqueçam de votar, bjs💜

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