▎⃝𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 𝟷 - 𝙰𝚕𝚐𝚞𝚎́𝚖 𝚍𝚎𝚌𝚎𝚙𝚌𝚒𝚘𝚗𝚊𝚗𝚝𝚎
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Gyutaro foi acordado pelo barulho no andar de baixo. O que deveria ser uma manhã tranquila de segunda-feira, transformava-se em um caos quando se tinha Dōma e Akaza morando sobre o mesmo teto. O garoto tentou ignorar a algazarra colocando o travesseiro sobre sua cabeça, resmungando o quanto eles eram insuportáveis.
Diferentemente de Gyutaro, Ume encontrava-se sentada ao lado de Muzan, comendo seu café da manhã enquanto tecla no aparelho celular, ignorando a dupla que discutia por algo que a menina não se importava. Kokushibo revirou os olhos, repousado ao lado do marido, desfocando do jornal que tentou ler anteriormente, observando Akaza puxar os fios loiros de Dōma que ria, deixando o rosado ainda mais irritado.
— Tio Muzan, você me levará para escola? — a garota questiona após dar um gole no suco de maracujá.
O citado suspirava profundamente, encarando o casal briguento que caminhava para outro cômodo da residência. — Sim. Pelo visto, essa discussão idiota se estenderá — tirou uma risada da mais nova — E seu irmão?
— Aquele dali não tem futuro, tio. Eu o chamei antes de descer, mas ele continuou dormindo — Ume preparava outro sanduíche para si.
— Querido, vá chamá-lo, por gentileza — Muzan pediu ao mais velho que logo levantou-se, caminhando até a porta que era de encontro ao quintal da casa, pegando o balde ao lado — Não vou sustentar nenhum vagabundo — fez bico e Ume gargalhou.
Ao terminar de encher o balde, Kokushibo se direcionou para fora da cozinha, seguindo pelo corredor e subindo a escada de frente para à sala. Ao abrir a terceira porta à sua direita, avistou o esverdeado ainda deitado de bruços, parecendo tão tranquilo e confortável, como se não tivesse deveres a cumprir, como ir à escola e não trazer desgosto a Muzan, como o próprio homem dizia.
Gyutaro não era estudioso, e se permitissem, não frequentaria o colégio, embora fosse muito inteligente. Dōma sempre dizia que não importava se o esverdeado gostava ou não da escola. O ponto é que não quer que ele passe sua vida sendo um homem inútil que não consegue lidar com seus problemas e enfrentá-los de frente. Mesmo sendo idiota, Akaza gostava desse lado paternal do companheiro.
Kokushibo aproximou-se da cama, e sem delongas, despejou o balde d'água no garoto, que até o momento havia conseguido cochilar após cessar a briga.
— Porra! — gritou ao levantar no susto, rosnando para Kokushibo que bateu o balde em sua cabeça — Ai!!!
— Não xingue, garoto! — sua voz saiu calma, porém, séria o suficiente para Gyutaro perceber que ele não estava brincando — Está de banho tomado. Coloque sua roupa e desça para tomar café da manhã. Não se esqueça de trocar os lençóis.
Gyutaro revirou seus olhos quando o mais velho lhe deu as costas e saiu do cômodo.
— Que saco!
Irritado, o garoto começou a retirar o lençol, dizendo que Kokushibo era um velho chato e sem noção, embora tenha absoluta certeza que jamais dirá isso na cara do tio.
Após acabar, desceu em passos largos tendo em vista que não tinha muito tempo para comer. Visualizou sua irmã sentada na sala com Muzan que fazia carinho nos fios brancos da mais nova, deitada com a cabeça no ombro do homem. O de olhos carmesim o encarou como se quisesse estrangular seu pescoço. Gyutaro sentiu um calafrio e correu para cozinha, encontrando Akaza tomando café sozinho.
— Bom dia, pai — desejou ao sentar-se, tendo a atenção do outro que cerrou os olhos após dar um gole na xícara de café.
— Bom dia? Isso é hora de acordar, criatura? Quando foi que transformaram essa casa em um spar? — ironizou sem paciência.
Gyutaro bufou — Não desconte em mim suas frustrações com o pai — disse baixo, todavia, foi ouvido pelo rosado que arqueou uma sobrancelha.
— Não estou jogando nada em você, idiota! Só porque briguei com ele, pensa que se livrará de me ouvir? Sua falta de compromisso não é de hoje, Soyama Gyutaro — sua fala saiu rígida e dura, fazendo o garoto abaixar a cabeça, mordendo o pedaço da maçã que pegou anteriormente — Semana passada você foi suspenso das aulas durante dois dias por brigar, e quando deveria ir, chegou atrasado, fora as reclamações dos professores por conta do seu péssimo comportamento.
— Eu-
— Calado! — esbravejou. O mais novo estremeceu, coçando a nuca — Quando chegar, você Dōma e eu iremos conversar. Agora tome seu café. Muzan os levará para escola.
Até terminarem, se mantiveram em silêncio.
Akaza e Dōma adotaram a dupla de irmãos quando eles eram apenas bebês. Durante todos esses 15 anos da vida dos gêmeos, tanto ele quanto o esposo, juntamente de Muzan e Kokushibo, têm dando o seu melhor para criá-los bem e transformá-los em pessoas dignas e que fossem respeitadas por todos.
Todavia, Gyutaro tem tido problemas na escola, novamente. Akaza havia trocado o garoto de colégio, pois ele brigava frequentemente com outros meninos que zoavam sua aparência fora dos padrões que a sociedade impõe. Evidentemente que o casal não queria que seu filho se sentisse mal em um ambiente onde não o respeitam.
Apesar de não haver aborrecimentos em relação a isso, Gyutaro discute com os colegas de classe por coisas mínimas, e quando é repreendido pelos professores, fica irritado e acaba falando o que não deve. No mês anterior, Akaza foi convidado a comparecer na escola mais de dez vezes. Em duas semanas.
Como o casal vem trabalhando muito e não conseguem tempo para dialogar com o garoto, e quando há, acaba tendo adversidades entre si e dormem brigados. Kokushibo e Muzan são presentes na criação da dupla, e fazem o papel de pais nesses momentos, ditando as regras. O mais velho trabalha como Psicólogo home office, e Muzan é como sua secretária pessoal.
O quarteto acredita que seja apenas a fase da adolescência de Gyutaro, entretanto, não pretendem deixá-lo agir de maneira rude sem haver consequências.
Muzan tratou de levar a dupla para a escola, e durante o trajeto, Ume não poderia deixar de zoar com a cara do irmão.
— Uma pena que eu não estava lá para gravar — a garota gargalhou, sentada no banco do carona — Tio Kokushibo foi hilário, cara — bateu as mãos nas pernas.
— Vai a merda, bruxa — puxou o cabelo da garota que deu um grito de dor.
Muzan preferiu ignorar, concentrado no trajeto, pensando no que faria para o almoço.
— Seu idiota! Da próxima vez eu te jogarei um balde d'água na cabeça — era visível sua irritação e Gyutaro não se importava.
Era engraçado vê-la assim.
— Ume, você calada é um poeta — cutucou quando a menina cerrou os dentes, tentando pular para o banco de trás e lhe acertar um soco.
— Ou, seus primatas, calem a boca — Muzan segurou a menina que voltou a se sentar, emburrada e de braços cruzados.
— Foi ela que começou! — Gyutaro respirou profundamente, rolando os olhos, colocando seus fones de ouvido.
— Vocês parecem duas criancinhas — balançou a cabeça em negação — Ser pai não é fácil — estalou a língua no céu da boca e Ume segurou uma risada.
Ao deixá-los no colégio, seguidamente foi ao mercado para comprar alguns mantimentos que faltavam em casa. Não tardou em retornar para à residência, dando de cara com Akaza que ainda encontrava-se no local. Decidiu que perguntaria o que havia acontecido dessa vez para que brigasse com Dōma tão cedo.
— Desembucha — falou ao colocar as sacolas sobre o balcão da cozinha, no tempo em que o rosado lavava a louça do café.
— Esse panaca… — suspirou — Vi algumas mensagens dele conversando com alguns caras.
Muzan parou o que estava fazendo e se manteve parado, esperando que não fosse o que estava pensando.
— Ele…
— Não! Mas você sabe como Dōma é. Leva tudo na brincadeira, mesmo que estivessem dando em cima dele — emburrou, rolando os olhos.
— Certo… — Muzan ficou aliviado, voltando a retirar as compras da sacola — Imagino que tenha conversado sobre, ou melhor, gritado… — encarou o menor que estalou a língua no céu da boca — Você é muito estressado, Akaza — julgou.
— Eu não sou estressado! — retrucou, esfregando o copo com força — A culpa não é minha se Dōma é um pateta que não percebe o óbvio.
Muzan observou, suspirou e balançou a cabeça em negação, ouvindo os passos de Kokushibo aproximando-se.
— Querido, faça uma sessão gratuita com esse cabeçudo — Muzan segurou uma risada enquanto o rosado soltava xingamentos contra si.
— Qual o motivo da briga desta vez? — questiona o de longos fios escuros, movendo sua franja para trás da orelha.
E mais uma vez, Akaza reclamava de Dōma e do quão patético ele era.
Distante da residência, Gyutaro encontrava-se na sala de aula, sentado na última fileira no canto direito, ao lado de Ume: a garota que não desgrudava do irmão, mesmo que ele dissesse que era “nojento” todo aquele grude. A menor apenas ignorava pois sabia que seu mano a amava, independente dela ser um pouco insuportável em certas ocasiões…
— Irmão, qual cor eu uso hoje? — a Soyama ergueu as diversas canetas coloridas na frente do rosto do garoto, que jogava Free Fire no celular, esparramado na cadeira.
— Tira essa merda da minha frente, Ume — deu um tapa na mão da menina, quase fazendo as canetas caírem — Você quase me fez perder a partida, idiota — Gyutaro fechou a cara, mantendo os olhos nas partida
— Não fala assim comigo, chato — fez bico, virando-se para frente e arrastando a cadeira, afastando-se do outro, dizendo que ele era um péssimo irmão mais velho.
— Bom dia, crianças! Desculpe o atraso — o professor de matemática proferiu ao adentrar à sala, passando os olhos pelos alunos.
— Poderia ter demorado mais, professor Sanemi — Zenitsu tagarelou, fazendo os demais darem risada e o Shinazugawa arquear uma sobrancelha.
— Se eu demorasse mais um pouco, você ficava mais bobão — encenou uma careta e mais risos foram ouvidos.
— Não fala assim, professor. Zenitsu é sensível — Kaigaku provocou o primo, recebendo um tapa na nuca dado por Inosuke, sentado na carteira de trás — Ai! Seu filho da pu-
— Ou! — Sanemi chamou a atenção da dupla que começou a discutir — Calem a boca, bastardos! — o Shinazugawa mandou firmemente, calando a todos — Abram seus livros na página doze, e sigam fazendo os exercícios até a página dezesseis.
— Tudo isso? — Tanjiro falou ao ver a quantidade de atividades. Tanto ele quanto os outros estudantes sabiam como o professor de matemática podia ser cruel, e ordenar que fizessem várias contas em mais de 30 minutos de aula.
— Se reclamarem, tem mais! — abriu um daqueles sorrisos que fazia os alunos ficarem com medo, mesmo que para o Shinazugawa fosse incrivelmente engraçado as expressões em seus rostos juvenis.
Gyutaro, inerte a tudo que acontecia, – junto dos fones de ouvido –, ignorou totalmente as falas de sua irmã que lhe disse para fazer os deveres e prestar atenção nas explicações do professor. Todavia, o garoto tinha a atenção no jogo, preocupado em não ser morto. À garota sabia que se Sanemi o visse jogando outra vez, iria chamar pelos seus pais, o que deixaria Akaza ainda mais irritado.
Pensando em não fazer com que seu amado irmão fosse para a detenção, à menina puxou o celular de sua mão junto do fone.
— Você ficou maluca? — o garoto Soyama esbravejou pelo susto, fazendo Ume se encolher — Me dá, sua imbecil — tentou puxar o celular da mão da menina que negou.
— Gyutaro! — Sanemi cerrou os dentes, falando alto o suficiente para que o menino ouvisse. Todavia, o Soyama estava mais interessado em pegar o objeto das mãos da irmã, que colocou o telefone por dentro de sua blusa.
O caos se formou.
Shinazugawa caminhava em passos largos até a dupla enquanto a Soyama dizia para que seu irmão parasse de puxar, pois sua blusa iria rasgar. Com toda a raiva que Gyutaro sentia, – apenas por conta do seu aparelho celular –, em um puxada que machucou a menor, e a fez cair no chão com todo o movimento de vai e vem, os botões de sua blusa saíram e a blusa rasgou, expondo sua peça íntima.
Tudo foi tão rápido que Sanemi apenas teve tempo de retirar seu casaco com toda a rapidez e jogar em cima de Ume que começou a chorar de vergonha. Gyutaro estava paralisado e sem reação. Todos da sala o encaravam, enquanto Susamaru, à garota que se encontrava sentada na frente de Ume, levantou-se rapidamente, ajudando a amiga a vestir o casaco.
Sanemi encarou Gyutaro que parecia infinitamente arrependido do que fez a Ume, que logo saiu chorando da sala, pensando que poderia desaparecer depois da exposição que seu irmão a fez passar.
— Qual o seu problema, Gyutaro? — Inosuke gritou, irritado com a atitude do garoto que fez a própria irmã ficar desnuda na sala de aula.
— Dessa vez ele vacilou — Kaigaku cochichou para Yahaba, irmão gêmeo de Susamaru.
Tanjiro arregalou os olhos juntamente de Zenitsu e outros no recinto, incrédulos com o que acabara de acontecer.
Os burburinhos foram iniciados no momento em que o Shinazugawa puxou o Soyama da cadeira e começou a proferir palavras duras. Era visível como todos ficaram surpresos pelo ocorrido, especificamente por Gyutaro ter exposto a irmã mais nova desta forma, apesar de não ter tido essa intenção em nenhum momento.
Agora seria lidar com essas consequências.
E ele sabia bem disso.
— Calma, por favor — Susamaru tentou acalmar a menor, lhe envolvendo em um abraço quando chegaram na enfermaria, avistando à enfermeira que se levantou da cadeira e perguntou o que havia acontecido, preocupada.
— Sente-se aqui, querida — Shinobu guiou a dupla até uma das macas na pequena sala, observando a Soyama usando o casaco de Sanemi — Susamaru?
— Então… — a mais nova engoliu a seco, tentando achar as palavras certas, ainda no abraço com à amiga — Gyutaro…
— O que ele fez desta vez? — a Kochō pegou um copo d'água, mantendo-se calma, apesar da preocupação. Gyutaro era um garoto problemático.
— Ele estava mexendo no celular durante a aula — Ume fungou, com os olhos cheios de lágrimas — Eu puxei das mãos dele. Queria que Gyutaro se concentrasse na aula, mas ele acabou puxando minha blusa junto e todo mundo me viu de sutiã — com as mãos trêmulas pelo nervosismo, Ume quase deixou o copo cair.
Entendeu o motivo pelo qual à garota usava a vestimenta do professor.
— Oh, meu Deus — Shinobu sentiu pela menina, sentando-se ao seu lado vago, fazendo carinho em sua cabeça, tentando acalmá-la — Sinto muito por isso, querida — à mulher disse com sinceridade.
— E- ele é um i- idiota — gaguejou, recebendo um lenço dado por Susamaru, que estava a ponto de chorar — Eu só queria ajudar — seu choro aumentou ao recordar que suas intenções eram para que o irmão não se prejudicasse ainda mais
— Sabemos disso, meu bem — Shinobu sorriu fraco, franzindo o cenho — Você fez bem, ok? Gyutaro agiu de forma errada e imagino que devam estar ligando para os seus pais. Agora se acalme, por favor — pediu gentilmente, pegando nas mãos da Soyama que tentava fazer o que pediu, olhando para Susamaru brevemente, agradecendo-a por estar ali, apenas com o olhar.
Ela entendeu quando uma lágrima involuntária caiu de seus olhos.
Longos quarenta minutos se passaram e Akaza havia chegado na escola. Sua cabeça estava a mil pelo que ouviu no telefone, falado pelo diretor da escola: Ubuyashiki Kagaya. Apesar do tom de voz do homem ser calmo e sereno, o Soyama imaginava a gravidade da situação, e se preocupava com Ume e em como ela deveria estar envergonhada…
— Tudo por culpa de Gyutaro — Akaza tremia de tanto desgosto.
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