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No dia seguinte, a dupla que dormiu abraçada, fora acordada por Gyomei e Muichiro que apareceram no quarto e presenciaram essa cena inédita dos irmãos Shinazugawa. Evidente que o Tokito contou ao mais velho, afinal, ele é cego, porém, vê melhor do que muitos que usam óculos. Himejima estava prestes a tocar no braço de Genya quando seu pulso foi segurado por Sanemi que acordou cerrando os olhos e avistando os dois Hashiras no quarto.
— Hum, são vocês — o de fios brancos soltou Gyomei que apenas abriu um sorriso em resposta enquanto Muichiro se aproximou e engatinhou na cama, se jogando em cima de Genya que estava de peito para cima, sentido o impacto de repente sobre si, lhe fazendo acordar rapidamente e levar um susto ou ouvir a risada alta do irmão mais velho e Gyomei saindo do cômodo, dizendo que os esperava para o café.
— Porra, Muichiro — Genya resmungou abraçando o menor que sentiu seu nariz roçando em seu pescoço, olhando para com aquela sua expressão de paisagem, fazendo Sanemi fazer cara de nojo e se levantar, fingindo vômito, se retirando do local.
— Como foi? — pergunta o Pilar da Névoa, com os cotovelos apoiados no travesseiro que Genya usava, olhando para seu rosto e vendo um sorriso belo sair dos lábios finos.
— Muito bem, acredita? — riu bobo, passando suas mãos pelas costas do Tokito que confirmou, deslizando um de seus dedos pela boca entreaberta do mais velho que franziu o cenho, se perguntando o que ele estava fazendo.
— Que bom. Não precisei quebrar a cara dele, não é? — Muichiro perguntou desviando o olhar para os lábios onde passava o dígito indicador gentilmente, com a outra mão fazia carinho nos cabelos do mais velho que ruborizou desviando o olhar.
— S- sim... — gaguejou demonstrando nervosismo.
Muichiro apreciava esse rubor nas maçãs do rosto de Genya.
— Seus lábios são macios — o menor disse em seguida, apenas para ver o Shinazugawa ainda mais envergonhado — Será que seu beijo é bom?
— O- o q- quê? — Genya gritou assustado, tão vermelho quanto um pimentão, tirando um sorriso convencido de Muichiro que cansou daquela enrolação e vontade guardada e tomou os lábios do mais velho que ficou surpreso, porém devolveu de imediato.
Os lábios do Tokito eram bons e saborosos. Genya se sentiu no céu ao deslizar sua língua pela boca quente e receber a de Muichiro em seguida, descendo suas mãos e apertando a cintura curvilínea do mais novo que gemeu entre o beijo em resposta, sugando sua língua com vontade e o fazendo inverter as posições, agora ficando sobre o Tokito que separou as pernas para acomodar o Pilar.
Ao lado de fora, estava Sanemi olhando pelo buraquinho da fechada e de queixo caído no chão. Não imaginava que quem tomaria a iniciativa seria o Hashira "anão", e somente se deu conta do que fazia quando Gyomei apareceu atrás de si e acabou roçando em si sem querer, logo se desculpando e o fazendo agradecer pelo mais velho ser cego e não ter visto seu rubor até as orelhas.
— T- tudo bem — o Shinazugawa limpou a garganta e saiu dali com o maior que pediu perdão mais uma vez, dizendo que não foi sua intenção fazer isso — Já disse que está bem, Gyomei.
— Se você diz, eu acredito.
Aquele maldito sorriso doce fez Sanemi bufar baixinho por ele ser tão gracioso como um diamante raro.
Na cozinha a dupla estava sentada em volta da mesa, tomando seu café da manhã em um silêncio agradável, todavia, para Sanemi era um pouco estranho visto que no dia anterior desejava cortar a cabeça do Himejima e agora se encontrava bebericando seu café, observando o mais velho comer, lembrando que também devia um pedido de desculpas ao outro e agradecê-lo pelo bem que fazia ao seu irmão desde muito tempo.
— Gyomei — Sanemi chamou a atenção do citado que terminava de mastigar — Preciso te dizer uma coisa...
— Não precisa, faço isso por amar Genya. E não sinto raiva de ti pelas suas supostas ameaças a minha vida — o maior tratou de dizer deixando o mais novo surpreso e sem jeito, não deixando de sorrir — Só desejo que a partir de agora tudo fique bem entre vocês e que você faça parte da nossa família.
— Gyomei... — Sanemi sentiu seus olhos encherem d'água. Sentia-se um idiota por estar chorando a todo momento como um criança indefesa — Obrigado pelo que faz pelo Genya — disse entre lágrimas, fungando, se levantando para ir abraçar o mais velho que abriu seus braços e o recebeu com carinho — Obrigado...
Um enorme peso e culpa caíram dos ombros de Sanemi no momento em que Gyomei lhe disse que poderia fazer parte da família. Ele queria e desejava isso mais do que qualquer coisa agora. Depois de ter contado tudo que sentia para Genya na noite passada, e poder ter desabafado tudo aquilo que guardava, o deixou mais leve e livre daquilo que um dia foi influenciado a pensar. Sanemi queria ser uma pessoa melhor para si e aos demais à sua volta daqui em diante.
— Não a de quê, Sanemi.
O perdão é a cura.
A partir desse dia em diante, as coisas entre os Shinazugawa melhorou drasticamente. Sanemi sentia uma necessidade grande de estar sempre perto de Genya e tratá-lo bem e tentar demonstrar seu amor genuíno de irmão mais velho, principalmente nas caçadas contra os Onis onde, incansavelmente, defendia o maior, mesmo que o outro não gostasse e reclamasse em seguida.
Sanemi faria sempre que pudesse, e apesar de não gostar disso, não havia o que fazer se não respeitar o desejo de Genya de ser caçador. Tirando isso, tudo caminhava bem e Sanemi pediu desculpas para os demais quando no passado os insultou com nomes pejorativos e piadas de mal gosto que lançava. Kyojuro disse que estava tudo bem – o que já era de se imaginar vindo do Rengoku. Tengen nunca ligou para os apelidos de qualquer maneira, então apenas sorriu e deu um tapinha no ombro do Shinazugawa.
Muichiro não foi diferente do Uzui, a única diferença é que não sorriu. O garoto de olhos cianos distribuiu um soco no estômago de Sanemi fazendo os demais rirem alto enquanto o de fios brancos resmungava de dor. Foi uma cena engraçada que era lembrada vivamente. Giyu, como previsto, não fez questão de expressar que perdoou ou não, o oposto de Obanai que só o perdoaria caso pudessem ser melhores amigos novamente, o que fez Gyomei cair no choro pela situação comovente.
Por último e não menos importante, o próprio Himejima. Diferentemente dos outros, para Sanemi foi mais difícil pedir perdão para o homem mais velho, visto que, não conseguia parar de gaguejar enquanto gesticulava energicamente com os dedos, mesmo sabendo que o Pilar da Pedra não enxergava. Ainda pelo fato dele ter preferido fazer isso quando estavam a sós, e pretendia confessar o que sentia por Gyomei que tentava entender o que saía da boca de Sanemi que parecia um pimentão na frente dele.
E, inesperadamente, Himejima se aproximou do menor e pegou em suas mãos. Um toque gentil de seus lábios foram depositados nos dedos do Shinazugawa que já se encontrava trêmulo nessa altura do campeonato, vendo o sorriso doce aparecendo na expressão calma de Gyomei que disse para ele falar sem pressa, e que tinham todo o tempo do mundo para que Sanemi pudesse dizer o que pretendia. Isso somente fez o Pilar da Vento ficar ainda mais apaixonado.
Essas sutilezas e carinhos ternos de Gyomei fizeram o mais novo se sentir tão pequeno – por menor que ele realmente seja em relação ao Himejima. O homem cego sempre foi desse jeito consigo, apesar das grosserias e ameaças constantes contra sua vida, parece que Gyomei não levava isso para o coração e continuava o tratado normalmente, e talvez este seja um dos motivos para admirá-lo tanto além da paixão nutrida ao longo dos anos.
Os dias passaram e aquela ansiedade em se confessar para o Hashira mais velho somente crescia, e com a ajuda de Genya, conseguiu ter um tempo a sós com o maior após suas missões que vinham uma atrás da outra. No sábado à noite ele se designou até à residência de Gyomei, onde jantaria junto do tal, seu irmão e Muichiro que nesse tempo estava se relacionando com Genya romanticamente. Pareciam unha e carne. Sempre estando juntos quando tinham oportunidade.
Após o jantar maravilhoso feito pelo Himejima, Sanemi saiu para o jardim junto dele, caminhando em passos lentos e conversando sobre coisas banais, enquanto por dentro se sentia nervoso e com as mãos suando, perguntando para si mesmo se aquilo era o melhor a se fazer e guardar o que sente pelo Pilar da Pedra. Todavia, essa dúvida caiu por terra quando Gyomei parou em sua frente de repente e deu um breve suspiro, colocando as mãos grandes em seus ombros e deslizando lentamente até seus braços.
Seus pêlos arrepiaram de imediato com o toque quente em sua pele, observando o homem ficar ainda mais próximo, mantendo sua serenidade e o sorriso gentil nos lábios, e meramente percebeu o que acorreu quando estava no colo de Gyomei o beijando como se sua vida necessitasse disso. O beijo quente e gostoso fez Sanemi gemer baixinho entre o selar e sentir as mãos do Himejima: uma passando pelas suas nádegas e a outra massageando suas costas.
Foi somente no dia seguinte que se deu conta do que fez ao ver Gyomei dormindo passivamente ao seu lado, completamente nu, com o lençol cobrindo sua cintura. Sanemi somente não gritou pois não queria atrapalhar o sono do mais velho que tinha marcas de arranhões em seu peitoral malhado, e que deduziu ter sido feitas por si, recordando vivamente do momento em que o beijo aconteceu, sua confissão que foi retribuída pelo Hashira da Pedra e o desvio que fizeram do jardim, indo para o quarto do dono da residência.
Agora Sanemi estava na sala da casa junto dos demais Pilares, comemorando o aniversário de 19 anos do seu irmão que conversava com os demais, agradecendo aos deuses por ter conseguido salvá-lo do ataque do Lua Superior 1 no passado, do qual não gostava de lembrar, assim como Muichiro e Gyomei. Shinazugawa sentiu ser abraçado por trás e já sabia quem era, afinal, aqueles braços fortes e tonificados eram somente de uma pessoa: seu companheiro Himejima.
— Você já viu a zona que Mitsuri fez no quintal? — Gyomei pergunta sorrindo, observando os demais companheiros conversando entre si no meio da residência repleta de enfeites de festa de aniversário.
— Vou fazer ela limpar com a língua — resmungou cruzando os braços, fazendo o Himejima rir, beijando sua bochecha carinhosamente.
— Sanemi — Muichiro apareceu ao lado do casal. O garoto tinha 17 anos e até hoje não havia saído dos 1,60 de altura. Todos diziam que ele não tinha chances de crescer mais, porém, o Tokito batia o pé no chão e retrucava que sim — Acabou o refrigerante. Vá pegar na cozinha.
— Por que eu tenho que pegar? — o Shinazugawa responde incrédulo, abrindo os olhos ainda mais, fazendo Gyomei passar o olhar pela dupla, imaginando onde isso iria dar — O aniversário é do seu namorado.
— Ele é seu irmão e estou com preguiça — disse coçando a cabeça, mantendo sua expressão avoada.
— Verme — Sanemi cerrou os dentes encarando o menor que lhe deu as costas voltando a conversar tranquilamente com Kyojuro e Senjuro — Garoto se eu te pego-
— Calma — o Himejima tratou de dizer, segurando o Shinazugawa antes que ele pulasse no pescoço de Muichiro — Vou com você. Deixe as crianças se divertirem.
— Crianças? Esses bastardos inúteis — Sanemi falava pelos cotovelos enquanto era levado até à cozinha.
Genya se encontrava no jardim da casa apostando corrida com ovo na mão junto de Obanai, Shinobu, Tengen e Inosuke enquanto os que estavam ali de platéia vibrava torcendo para que o aniversariante ganhasse contra os demais após perder no jogo de perguntas e respostas para Obanai e Shinobu. Tomioka foi obrigado a ser o juíz daquilo no tempo em que Mitsuri pulava de um lado para o outro, gritando aos montes para eles se esforçarem.
Um pouco de divertimento após todos os acontecimentos anteriores eram o que precisavam. Genya agora tinha o seu irmão por perto e namorava o cara que gostava há 3 anos. Ele não poderia desejar nada melhor do que tê-los pelo tempo que o destino permitir, além de Gyomei que era seu pai do coração e melhor conselheiro e amigo. Hoje, o único pedido que ele tinha aos deuses era que pudessem abençoar as pessoas que ele tanto ama e que daria a sua vida para proteger.
A felicidade pairava em seu coração. Isso basta.
Fim.
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┇✐; ɴoтαs dα αυтoгα
Pessoal, espero que tenham gostado dessa pequena fanfic sobre os irmãos Shinazugawa e agradeço pelos votos e comentários. Foi algo pensado do nada, então não teve tantos detalhes, porém, eu gostei muito de escrevê-la (:
Trarei outras obras de Kimetsu para meu perfil. Então me sigam para não perderem nada.
Até breve!
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