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Muichiro estranhou que Genya não chegava logo após o horário marcado, decidindo assim ir até à residência do Pilar da Pedra, segurando a vasilha enrolada com um pano, possuindo o bolo de cenoura que fez anteriormente, não se esquecendo de colocar um pouco mais para Gyomei. Tokito não tardou em chegar ao local e foi atendido pelo Himejima que lhe recebeu com um sorriso gentil, dizendo para ele entrar e ficar à vontade.
O Hashira da Névoa perguntou ao mais velho sobre Genya e onde estava, percebendo que a expressão do homem alto suavizou um pouco, indo se sentar em seu sofá, sendo seguido pelo menor que deixou a vasilha sobre a mesinha de centro, esperando uma resposta do outro, começando a ficar preocupado com o Shinazugawa.
— Sanemi veio hoje mais cedo e bem... Foi rude com o menino Genya — Gyomei soltou um suspiro, sentindo o olhar do menor sobre si — Ele se sentiu mal e foi dormir após chorar um pouco. Sanemi às vezes não mede suas palavras, como você sabe.
— Ele é um imbecil — a fala saiu naturalmente, não deixando de ficar irritado pelo que foi falado pelo Himejima — Genya é tolo por tentar ter algum vínculo com aquele animal irracional — o olhar perdido de Muichiro não escondia o desgosto que tinha pelo Shinazugawa mais velho.
Sempre sendo tão babaca com Genya, quando o garoto somente queria seu carinho de irmão e atenção. — Sanemi deveria agradecer por tê-lo ainda. Diferente de mim, tem uma família e não aproveita disso — o mais novo olhava sem interesse para o teto amadeirado, igualmente toda a casa.
— Eu tentei conversar com ele algumas vezes, todavia, Sanemi é muito complicado e parece não entender o irmão. Entendo que, de sua forma bruta, não quer que Genya morra, mas isso não justifica sua agressividade — Gyomei disse em seguida, ouvindo a respiração pesada do Tokito sentado ao seu lado.
— Concordo com você. Pensa que Genya está melhor agora? Gostaria de dar um pedaço de bolo para ele — Muichiro mudou de assunto, retirando o laço da vasilha transparente, ouvindo a resposta positiva do Himejima — Trouxe para ti também — colocou o objeto sobre a perna de Gyomei que sorriu novamente. Tão calmo e sereno. Não havia como não gostar da presença do Pilar da Pedra.
— Agradeço, Tokito. Pegue alguns pratos e talheres na cozinha, por favor.
O menor fez o que lhe foi dito e voltou em seguida, pegando um pedaço para dar ao Shinazugawa enquanto Gyomei ficou sozinho comendo sua parte, parecendo um pouco pensativo. Caminhando pelos corredores da residência do maior, ele chegou até o quarto de Genya, do qual conhecia por já ter ido ali outras vezes. Bateu na porta e logo ouviu um movimento rápido da cama e um grito engraçado, como se ele estivesse esquecido de algo importante e lembrou ao despertar.
A porta foi aberta com brutalidade, dando a visão do abdômen desnudo de Genya que tinha junto de um sorriso nervoso nos lábios, suando frio e coçando a nuca, desviando os olhos no tempo em que Tokito passou o olhar pelo seu corpo, sendo coberto apenas por uma calça confortável. Sem preocupação, Muichiro passou ao lado do mais velho e adentrou o quarto limpo e organizado, sentando-se na cama e deixando o prato sobre a cabeceira, descansando as mãos sobre a perna.
Shinazugawa virou-se e fechou a porta, encarando o Tokito que lhe chamou com o dedo e o seguiu igual um cachorrinho com o rabo entre as pernas, abaixando e ficando no meio das pernas de Muichiro que mantinha o semblante tranquilo. — Como você está? — foi dito pelo mais novo após alguns segundos de silêncio.
— Estou melhor. Desculpa não ter-
— Tudo bem — Muichiro interrompeu o caçador, colocando as mãos pequenas em seus ombros, sentindo a pele quente do garoto que corou levemente, mordendo o lábio inferior — Eu fiz o bolo. Coma — o pedido saiu como um comando que o Shinazugawa acatou sem demora, enquanto o Hashira olhava para si distraído.
Era engraçado a forma como Genya ficava sem jeito quando estava a sós com o garoto sentado na cama. Muichiro parecia ter jogado algum feitiço contra o Shinazugawa para fazê-lo ficar dessa maneira submissa, e que nunca praguejava contra as ordens do Pilar da Névoa. Talvez fosse o sentimento que tinha pelo outro, ou apenas o gostar de acatar tudo que ele falava, de qualquer jeito, Genya não se importava e o menor também não.
— Gyomei me contou sobre o que ocorreu mais cedo — Muichiro disse após Genya terminar de comer a guloseima, ainda sentado no meio de suas pernas enquanto sentia os dígitos gentis brincando com o seu cabelo.
— Oh... — o Shinazugawa abaixou o olhar, ainda chateado com o irmão — Sanemi é tão...
— Escroto, sim, eu concordo.
Muichiro falou. Genya riu.
— Pois então... Você sabe que eu ainda tento mantê-lo por perto indiretamente, mas ele não deixa e isso está me cansando. Sanemi só me humilha — a fala saiu melancólica, com Genya passando os braços em volta da cintura fina do Tokito e o trazendo para mais perto, encostando a cabeça em sua barriga coberta pela vestimenta do dia a dia.
— Pode continuar... Sou seus olhos e ouvidos — Muichiro agora o abraçava da maneira que conseguia, sentido o cheiro do shampoo exalando dos fios escuros e que ele julgava ser engraçado.
— Lembra daquela vez em que eu fiz um bolo para ele em seu aniversário e chamei os Hashiras para comemorar? Ele jogou o bolo na minha cara? Me senti péssimo, Muichiro — confessou, se aninhando contra o corpo pequeno do citado que desceu as mãos para suas costas desnudas. Esses momentos os deixavam melhor.
— Ou quando eu o abracei na frente do Ubuyashiki-dono e ele simplesmente me deu um soco no estômago dizendo para que eu não o envergonhe — bufou, roçando seu rosto contra a blusa azulada do menor que ouvia tudo atentamente, agora recebendo o olhar choroso do Shinazugawa que mostrou beiço.
— Genya, você não deve ficar correndo atrás de quem o trata mal — Muichiro segurou o rosto do mais velho em suas mãos, limpando a lágrima que caía pela face com cicatrizes — Vamos deitar um pouco, o que acha? — o Shinazugawa concordou e se levantou.
A cama era de um bom tamanho, podendo acomodar a dupla, com Genya sendo concha menor, deixando seu nariz inalar o cheiro bom do Tokito que não deixou de lhe fazer um carinho bom e quente, deixando o mais velho chorar o quanto ele precisava, servindo do apoio que um bom amigo deve dar, mesmo que Muichiro o visse além disso há muito tempo. Não era o momento para isso.
2 semanas depois
Hoje ocorreria um piquenique organizado por Mitsuri e Nezuko. Segundo a Pilar do Amor, os Hashiras andavam distantes um do outro e necessitavam de um pouco de harmonia, e neste combo vinha os Kamado, Inosuke, Zenitsu e Genya, simplesmente porque Mitsuri queria. A pequena "confraternização" estava marcada por volta das 4h da tarde, e antes disso a dupla animada já arrumava as toalhas sobre a grama embaixo de uma grande árvore com uma excelente sombra.
Tinham uma bela vista para o lago cristalino poucos metros de si, e o céu azulado com nuvens brancas igualmente algodão e sol raiando, trazia um ar acolhedor junto do gostoso vento que se fazia no lugar onde Shinobu deixava as cestas de frutas frescas e se acomodava ao lado de Kyojuro que trouxe o irmão mais novo de brinde. Afinal, se os outros mais novos poderiam ir, o menino também, esse que conversava tranquilamente com Tanjiro enquanto aguardavam a chegada dos demais.
Aos poucos os Hashiras apareciam no lugar, se acomodando em uma roda e trocando diálogos sobre tudo e nada, deixando o trabalho de lado e aproveitando o que Mitsuri e Nezuko fizeram com tanto carinho e cuidado, todavia, nem todos estavam contentes por estarem ali. Sanemi somente desejava dormir o dia inteiro se não fosse pela Kocho tê-lo ameaçado em colocar pó de mico em todas as suas vestimentas. Diz ele que somente foi porque quis.
Genya estava sentado ao meio de Muichiro e Gyomei que bebericava seu chá tranquilamente, dialogando com Obanai ao seu lado esquerdo, com sua mão entrelaçada com a de Gyiu que somente ouvia o bate-papo e mastigava um dos doces feitos por Mitsuri que tinha um sorriso largo nos lábios ao ver todos seus companheiros reunidos. Tudo seguia perfeitamente até os olhares de Muichiro cruzarem com os de Sanemi que mantinha a expressão raivosa e os braços cruzados.
Shinazugawa mais novo percebeu isso após parar de rir feito um doido com as piadas contadas pelo Uzui e tentou chamar a atenção do Tokito, entretanto, parecia ser tarde demais quando seu irmão perguntou o que Muichiro olhava e o chamou de "boiola". Todos pararam de conversar entre si e focaram na dupla. Tokito ergueu as sobrancelhas, não surpreso pela fala homofóbica do de fios brancos, e sim pensando em como ele poderia ser tão idiota.
— Você não me ofende me chamando assim, Shinazugawa. Prefiro ser um boiola do que um babaca nojento igual a você, e espero que apodreça no inferno por ser tão filho da puta com Genya.
Muichiro disse naturalmente, ignorando o olhar matador do mais velho que estava pronto para voar em seu pescoço se Kyojuro e Shinobu não tivessem lhe segurado, fazendo os mais novos se assustarem um pouco pelo que ouviam ali. Não sabiam que Sanemi era preconceituoso. O viam como um figura forte a ser seguida, que apesar do passado sofrido, conseguiu se tornar um Pilar e salvar vidas, igualmente desejavam fazer em seu futuro. Porém, as aparências enganam.
Ou eram inocentes demais para não perceberem os olhares que ele lançava aos casais homossexuais.
— Seu verme inútil! Quem você pensa que é? Acha que sabe alguma coisa sobre mim, seu lixo de merda?! — Sanemi praguejou irritado, tentando se soltar da dupla que pedia para ele se acalmar igualmente os demais. Mitsuri se levantou e retirou os mais novos dali.
— Sanemi, não chame Muichiro dessa forma! — Genya falou com a respiração ofegante desde quando a pequena discussão começou. O jovem amava seu irmão, mas ele havia passado dos limites.
— Você agora vai defender esse desgraçado? Virou viado também? — o tom de Sanemi fez com que todos ali ficassem irritados, afinal, ele estava ofendendo todos os homens presentes. Sem exceção.
— Sanemi! — Gyomei se meteu, fazendo com que sua voz saísse grossa e alta o suficiente para deixar os demais surpresos, visto que, o Pilar da Pedra sempre fora calmo. Era raro vê-lo dessa forma. Mesmo que o tom fosse agressivo, sua expressão calma não mudou.
— Não fale besteiras do Tokito. Genya ser gay ou não, não o faz ser menos homem, ou o que ele desejar ser. Acrescentando que, Genya não precisa de sua permissão para absolutamente nada. Ele está e sempre estará sob meus cuidados enquanto eu existir nesse mundo, então tome conta da sua vida, como tem feito.
Himejima falou para calar o Shinazugawa mais velho e fez Genya cair em lágrimas, não sabendo ser de emoção ou chateado pelo que Sanemi lhe disse. Muichiro pegou nas mãos do mais velho que tinha a cabeça abaixada, sem conseguir encarar os demais após o que acabou de ocorrer. Seu irmão ficou sem saber o que dizer e se levantou para sair dali em passos largos, xingando a Deus e quem quer que aparecesse em sua frente.
Gyomei repousou sua mão sobre o ombro do Shinazugawa que recebia o consolo do Tokito. Obanai se ergueu e estava prestes a seguir o ex amigo quando o Tomioka segurou seu braço, balançando a cabeça em negação. — Eu preciso fazer isso, Yu — o Iguru disse convicto, tentando passar tranquilidade para o mais velho que deu um breve suspiro, soltando seu pulso.
— Se ele te machucar, eu vou matá-lo — sua fala saiu serena, todavia, Obanai sabia que seu amado falava sério. Muito sério.
Kyojuro e Tengen se aproximaram do Shinazugawa e Shinobu foi ver como os mais novos estavam junto de Mitsuri. O jovem casal se manteve calado, apenas tentando passar algum tipo de consolo para o garoto, afinal, falar não o faria se sentir melhor até o momento presente. Evidente que o Pilar da Água não conseguiu permanecer no local, pois sua mente estava em Obanai e no que Sanemi poderia dizer para ele. Sendo assim, perguntou ao Himejima se ele necessitava de algo referente ao garoto que chorava mares e rios, recebendo um aceno negativo, após isso caminhou para onde a dupla foi.
Adentrando a floresta, se afastando de onde se encontrava, desviou dos galhos no chão e seguia a trilha de pés na terra seca, virando à direita e firmando na reta, podendo ouvir a voz alta e irritada do Shinazugawa mais velho que dizia para Obanai deixá-lo sozinho e que não queria conversar com ninguém, muito menos com ele. Tomioka avistou os dois e se escondeu atrás das folhagens, vendo Sanemi andando de um lado para o outro enquanto o Iguru estava sentado em um tronco, esperando que o mais velho fechasse a boca para que pudesse falar o que desejava – assim concluiu o Hashira da Água.
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