
𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟮
O silêncio no dormitório dos jogadores era quase absoluto. A maioria dos sobreviventes estava dormindo, ou pelo menos tentando, enquanto a tensão pairava no ar como uma sombra constante. No entanto, em outro ponto do complexo, a noite estava longe de ser tranquila.
Frontman estava no banheiro, um espaço pequeno, com paredes metálicas e luzes fluorescentes que lançavam sombras duras. Ele se apoiava na pia, os olhos fixos no espelho. A água fria escorria de suas mãos enquanto ele as lavava lentamente, como se estivesse tentando se livrar de algo que o perseguia.
Sua mente não parava de pensar na guarda de hoje mais cedo. Desde que a vira pela primeira vez, algo nela o desconcertava, o fazia se sentir fora de controle e ele odiava isso. Não era apenas a habilidade dela, nem sua presença quase magnética. Era o fato de que ela parecia completamente diferente de qualquer pessoa que ele já havia encontrado naquele sistema.
Ele sabia que precisava agir, precisava tirá-la daquela posição confortável de supervisora. Ele queria observá-la de perto, queria ver como ela se comportaria quando a máscara caísse, quando ela fosse colocada à prova. E ele sabia exatamente como fazer isso.
O som de uma porta se abrindo interrompeu seus pensamentos. Ele não se virou. Já sabia quem era.
- Você pediu para falar comigo, senhor? - a voz abafada de um guarda de triângulo ecoou pelo pequeno banheiro.
O Frontman se ergueu, secando as mãos com calma antes de se virar. Seus olhos frios e calculistas encontraram os do guarda, mesmo que o rosto deste estivesse oculto pela máscara.
- Sim. Tenho uma ordem para você - começou ele, sua voz baixa, mas carregada de autoridade. - A guarda de hoje mais cedo. Ela será transferida para os jogos.
O guarda hesitou, como se não tivesse entendido corretamente.
- Transferida... como jogadora, senhor? - perguntou ele, a dúvida evidente em seu tom.
- Isso mesmo. Ela ocupará o lugar do número 067, que morreu antes do início dos jogos - respondeu ele, cruzando os braços e se encostando na pia. - Quero que isso seja feito imediatamente. Ela deve receber o uniforme de jogadora e as instruções antes do amanhecer.
O guarda engoliu em seco, claramente desconfortável.
- Senhor, isso não é... comum. Uma guarda sendo colocada como jogadora pode causar... suspeitas.
Frontman inclinou-se para frente, sua presença tornando-se quase sufocante.
- Suspeitas de quem? Dos jogadores? Dos outros guardas? Ninguém vai questionar porque ninguém vai saber - ele disse, com um tom que não deixava espaço para discussão. - Certifique-se de que ela entenda que, se tentar contar algo sobre sua posição anterior ou recusar, será eliminada imediatamente.
O guarda assentiu rapidamente, a tensão em seus ombros evidente.
- Entendido, senhor. Mais alguma instrução?
Frontman virou-se para o espelho novamente, observando seu próprio reflexo enquanto sua mente girava.
- Não. Apenas faça o que eu mandei - disse ele, dispensando o guarda com um gesto. - E não quero erros.
O guarda saiu rapidamente, deixando-o sozinho no banheiro. Ele respirou fundo, fechando os olhos por um momento antes de abrir um sorriso leve e enigmático.
"Vamos ver como você se sai, Nayeon," pensou ele. "Sem sua máscara, sem sua posição. Vamos ver quem você realmente é."
No dormitório dos guardas, a noite também estava em silêncio. Nayeon abriu a porta devagar, entrando no quarto escuro enquanto os outros dormiam. Seu turno havia terminado, e tudo o que ela queria era um momento para si mesma. A máscara de quadrado estava pendurada em sua mão enquanto ela caminhava até sua cama. Ela sentou-se lentamente, os olhos fixos no chão, sua mente ainda relembrando os eventos do dia.
Mas antes que pudesse se deitar, a porta se abriu de repente. Dois guardas de triângulo entraram, suas posturas rígidas e intimidadoras.
- 012, você foi designada para uma nova função - disse um deles, sem rodeios.
Ela franziu o cenho, levantando-se imediatamente.
- Nova função? - perguntou, a desconfiança evidente em sua voz.
- A partir de agora, você será jogadora - anunciou o outro guarda. - Você ocupará o lugar do número 067.
Por um momento, Nayeon ficou em silêncio, tentando processar o que acabara de ouvir. Jogadora? Aquilo era impossível. Ela era uma guarda, alguém que seguia as ordens, não quem participava dos jogos.
- Isso deve ser um engano - respondeu ela, cruzando os braços. - Eu sou uma guarda, não uma jogadora.
Um dos guardas deu um passo à frente, inclinando-se ligeiramente para ela, sua voz baixa e ameaçadora.
Um dos guardas deu um passo à frente, inclinando-se ligeiramente para ela, sua voz baixa e ameaçadora.
- Não é um engano. Esta é uma ordem direta. Você será transferida para o jogo, e ninguém deve saber que você foi uma guarda. Se tentar contar a alguém, será eliminada. Se recusar a participar, será eliminada. Se criar qualquer problema, será eliminada.
Nayeon manteve sua expressão firme, mas por dentro, sua mente era um turbilhão. Por que estavam fazendo isso? Quem havia decidido isso? E, mais importante, por quê? Ela nunca ouvira falar de algo assim acontecendo antes.
- Posso saber quem deu essa ordem? - perguntou, sua voz fria, mas controlada.
- Isso não é da sua conta - respondeu o guarda. - Vista o uniforme que deixaremos aqui. Você será chamada antes do próximo jogo. Considere isso sua única advertência.
Os dois guardas saíram, deixando-a sozinha no quarto. Nayeon permaneceu parada por um momento, olhando para o uniforme de jogadora que haviam deixado sobre sua cama. Algo estava muito errado. Ela sabia que não havia sido escolhida por acaso. Alguém a queria naquele jogo, e ela não sabia o motivo.
Com um suspiro pesado, ela pegou o uniforme e o analisou sob a luz fraca do quarto. A sensação de estar sendo manipulada era sufocante, mas ela não deixaria transparecer. Se era um jogo que queriam, ela jogaria - mas do seu jeito.
"Se querem me testar," pensou ela, com um brilho de determinação nos olhos, "vão se arrepender."
Vestindo o uniforme, ela deixou a máscara de lado. A partir daquele momento, tudo mudaria. E quem quer que estivesse por trás daquela decisão, descobriria que ela não era uma peça fácil de controlar.
Seus pensamentos giravam descontroladamente enquanto tentava processar o que havia acabado de acontecer. A cada palavra que os guardas haviam dito, o aviso de eliminação caso quebrasse qualquer regra, tudo parecia um enigma. Ela sabia que não havia sido escolhida por acaso, mas por quê? E quem havia tomado essa decisão?
Seus dedos apertaram o tecido do uniforme. Era simples, nada mais do que o conjunto verde usado pelos jogadores. O número 067 estava costurado no peito, como um selo que agora a marcava como uma das peças do tabuleiro.
Após ajustar o uniforme, ela caminhou silenciosamente pelos corredores metálicos, agora com passos cuidadosos para não atrair atenção. O dormitório dos jogadores estava logo à frente, iluminado pela luz artificial constante que tornava impossível saber se era dia ou noite.
Quando entrou, ninguém parecia notá-la. A maioria dos jogadores estavam dormindo, exaustos, aproveitando o pouco descanso antes do próximo jogo. Ela passou pelos beliches, tentando não olhar diretamente para ninguém. Não queria chamar atenção, não naquela primeira noite, para eles ela era um jogadora que pediu para ir no banheiro e estava voltando.
Encontrou uma cama vazia no canto, afastada da maioria. Sentou-se lentamente, observando o ambiente ao seu redor. Os roncos baixos de alguns jogadores preenchiam o silêncio, enquanto outros apenas se remexiam inquietos, presos em pesadelos.
Nayeon deitou-se, sentindo a cama desconfortavelmente dura contra suas costas. O cheiro no dormitório era de suor e medo, uma mistura sufocante que fazia questão de lembrar a todos onde estavam. Ela encarou o teto por longos minutos, sem piscar, sem permitir que seus pensamentos fugissem do controle.
Ela sabia que precisava permanecer alerta. Não importava o motivo de estar ali, não importava quem a tivesse colocado naquele jogo ela sobreviveria. Sempre sobrevivia.
O som alto de uma sirene ecoou pelo dormitório, quebrando o silêncio abruptamente. Era como um chamado brutal, uma ordem para que todos se levantassem e se preparassem.
Nayeon abriu os olhos instantaneamente. Ela não havia dormido muito, mas estava acostumada a lidar com o cansaço. Sentou-se rapidamente, ajustando o uniforme e observando os outros jogadores ao seu redor.
O caos começou. Muitos ainda estavam desorientados, tentando acordar completamente. Alguns estavam de pé, organizando-se, enquanto outros permaneciam deitados, tentando prolongar por mais alguns segundos o pouco conforto que lhes restava.
Aos poucos, o dormitório começou a se organizar. Nayeon manteve-se em silêncio, seus olhos analisando cada movimento ao seu redor. Ninguém parecia notar que ela era uma nova adição ao grupo. Era compreensível, havia muitos jogadores, e com as eliminações do dia anterior, ninguém estava em condições de reparar em uma nova face no meio da multidão.
Ela ficou de pé, seguindo os outros jogadores que começaram a se alinhar. A movimentação era lenta, desordenada, mas também carregada de tensão. Todos sabiam que o próximo jogo estava se aproximando, e com ele, mais mortes.
Nayeon permaneceu impassível, mantendo-se no final da fila. Ela sabia que precisava agir como todos os outros, sem chamar atenção. Seus passos eram calculados, sua expressão neutra. Por dentro, no entanto, sua mente estava trabalhando sem parar, avaliando cada possibilidade, cada detalhe do ambiente.
Quando os guardas entraram para organizá-los, ela sentiu um breve momento de desconforto. Sabia que eles a reconheciam, sabiam quem ela era. Mas nenhum deles fez qualquer gesto que indicasse algo fora do comum. Tudo parecia seguir como esperado.
"Se querem me observar," pensou, com uma determinação silenciosa, "vão ver exatamente o que eu quero que vejam."
Ela estava pronta para o que viesse, mesmo que ainda não soubesse quem estava puxando as cordas por trás do jogo.
Nayeon estava sentada no beliche quando um homem se aproximou dela, assim que a garota olhou ela sabia quem era, o número estampado na sua camisa já mostrava tudo. Era ele o líder agora disfarçado de jogador.
- Ei, garota? - disse ele, aproximando-se lentamente e sentando-se na escada ao lado do beliche. Sua voz tinha um tom casual, quase amigável, mas Nayeon sabia exatamente quem ele era.
Ela não precisava olhar para confirmar. Reconhecia aquele jeito de falar e a postura descontraída, que não combinavam nem um pouco com um jogador comum. O líder do jogo estava ali, fingindo ser um deles. Nayeon não respondeu, mantendo-se em silêncio. Sabia que era melhor não demonstrar fraqueza ou revelar seus pensamentos.
- O gato comeu sua língua? - brincou ele, virando-se para encará-la com um sorriso provocador.
- Não - respondeu Nayeon, seca e irônica, deixando claro que não estava interessada em prolongar a conversa.
Ele arqueou uma sobrancelha, aparentemente achando graça da resistência dela.
- Todos aqui têm um grupo ou estão com alguém. Já você... está sozinha. Algum motivo para isso? - insistiu, como se sua solidão fosse algo incomum ou intrigante.
- Sabe, eu acho que isso não é da sua conta - retrucou Nayeon, sua voz carregada de deboche. Ela não ia facilitar as coisas para ele.
O homem riu baixinho, inclinando a cabeça de lado como se estivesse avaliando-a. Ele parecia entretido pela ousadia dela, mas não se deixou abalar.
- Calma, calma... Eu só vim te chamar para ir comigo até meu grupo de amigos. - Ele se levantou, estendendo a mão para ela. - Não é bom ficar sozinha quando não se sabe qual será o próximo jogo.
Nayeon hesitou. A ideia de se aliar a alguém, especialmente a ele, não era exatamente convidativa. Ela sempre preferiu confiar apenas em si mesma, mas sabia que o líder estava certo, pelo menos em parte. Ficar sozinha naquele lugar era quase uma sentença de morte. E ela não tinha entrado ali para morrer. Não, ela tinha uma missão, e para cumpri-la, precisaria sobreviver.
Após um momento de relutância, finalmente aceitou. Levantou-se devagar, ajeitando o cabelo antes de segui-lo. Cada passo parecia pesar mais do que o último, como se estivesse entrando em um terreno ainda mais perigoso.
- Boa escolha - comentou ele, com um sorriso satisfeito. - Você vai ver que estar em grupo facilita as coisas.
Ela não respondeu. Seus pensamentos estavam a mil. O que ele realmente queria? Por que estava tão interessado nela? E por que ela, originalmente uma guarda, agora era uma jogadora? Algo muito errado estava acontecendo, e Nayeon sabia que precisava descobrir quem estava por trás disso.
Enquanto caminhava ao lado dele, lançou um olhar de soslaio. Por mais que aquele homem tentasse agir como um jogador comum, ela sabia a verdade. Ele era o líder. Ele era perigoso. E, de alguma forma, ele também era a chave para os segredos que ela tanto precisava desvendar.
Naquele momento, Nayeon fez uma promessa a si mesma jogaria o jogo, mas às suas próprias regras. Se era isso que o destino tinha reservado para ela, então ela usaria cada arma à sua disposição para vencer.
お茶 ⠀⭕️ ⠀.⠀000 ! Por essa vocês não esperavam, ele colocou ela no jogo só pra ficar perto e observar a Nayeon, inicialmente essa ideia não estava no plot mais para ter interação deles eu tinha que colocar essa reviravolta, me digam o que acharam?
お茶 ⠀⭕️ ⠀.⠀001 ! Pretendo postar dois capítulos por semana da fanfic
お茶 ⠀⭕️ ⠀.⠀002 ! Votem e comentem para saber que estão gostando
お茶 ⠀⭕️ ⠀.⠀003 ! Me sigam no tiktok eu sempre posto as coisas lá, link na bio
お茶 ⠀⭕️ ⠀.⠀004 ! Muito obrigado pelo 1k de visualização na fanfic em um dia, amo muito vocês, até a próxima
お茶 ⠀⭕️ ⠀.⠀005 ! Capítulo não revisado se tiver erros peço desculpas
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