𝗘𝗸𝗮𝗵𝗶
❝𝖨𝗌𝗌𝗈 𝖾́ 𝖺 𝖠𝗆𝖾́𝗋𝗂𝖼𝖺. 𝖠 𝗃𝗎𝗌𝗍𝗂ç𝖺 𝖾́ 𝗉𝗋𝖾𝗍𝖾𝗇𝗌𝖺 𝖺 𝖿𝖺𝗏𝗈𝗋𝖾𝖼𝖾𝗋 𝗈𝗌 𝗋𝗂𝖼𝗈𝗌.❞
Os Simpsons.
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☪ ━ 𝖲𝗂𝗇𝖺'𝗌 𝗉𝗈𝗏'𝗌 ❖
— Sina, você vai se atrasar para a escola! — escuto meu pai gritar do outro lado da porta.
Termino de me arrumar e corro para abrir a porta do meu quarto.
— Terminei. — falo e ele olha envolta do meu quarto.
— Você ainda não tirou as coisas das caixas? — ele pergunta e eu ando em direção à cozinha.
— Só estou sendo prevenida. — falo preparando um sanduíche.
— Prevenida? — pergunta com o cenho franzido.
— É, para caso a gente se mude de novo. — falo e ele revira os olhos.
— Não vamos nos mudar.
— Você disse isso em todas as seis vezes que começamos a morar em um apartamento novo. — falo e coloco suco de laranja em um copo.
— Mas dessa vez é diferente. Aliás, você não precisou mudar de escola e continua com as suas amizades do ano passado. — diz e sorri.
— Isso vai durar até você ser demitido desse emprego novo e a gente ser despedido de outro apartamento. — falo e como um pedaço do meu sanduíche.
— Eu não vou ser demitido dessa vez.
— O que te garante isso? — pergunto com uma sobrancelha arqueada.
— Eu não menti em nada no meu currículo dessa vez, o meu chefe é super amigável e eu vou saber fazer tudo o que ele mandar. — diz e dá um sorriso convencido.
— Pai, não quero que se iluda dessa vez. — falo e termino de comer.
— Eu não estou me iludindo. Esse emprego vai mudar as nossas vidas, e eu te prometo que não vamos nos mudar mais. — diz e eu suspiro.
— Não prometa algo que não pode cumprir. — falo e ele para na minha frente.
— Não vamos no mudar de novo, eu dou a minha palavra. — diz e eu o abraço.
— Eu preciso ir para a escola. — falo querendo acabar com aquele assunto.
— Tudo bem. — diz e beija a minha testa.
Vou até o meu quarto e pego a minha mochila. Me despeço do meu pai e saio do apartamento logo em seguida.
Viro o corredor, vendo a porta do elevador aberta e vejo um garoto lá dentro mexendo no celular.
— Segura! — grito assim que percebo que a porta iria fechar, mas parece que o garoto não ouviu.
Corro rapidamente até o elevador e coloco um dos meus pés no meio das portas, para que elas não se fechem.
— Disse alguma coisa? — o garoto me pergunta, tirando um dos fones de ouvido.
— Só fica na sua que eu fico na minha. — falo e ele dá de ombros, colocando o fone de ouvido novamente.
Fico mexendo no meu celular até o elevador chegar no andar do térreo. Assim que as portas se abrem, corro para fora do prédio e ando o mais rápido possível até a escola.
O meu pai sempre me deixava na escola antes de ir para o trabalho, mas como o novo prédio que nos mudamos é perto da escola, decidir ir a pé.
Demorou em torno de dez minutos para eu chagar no portão da escola, assim que eu entro no local, meus amigos vêm até mim.
— Pensei que iria te perder para sempre. — Sabina diz me abraçando.
— Por quê? — pergunto confusa.
— Você disse que iria mudar de apartamento de novo e ela achou que você fosse mudar de escola também. — Krystian diz e revira os olhos.
— Mas eu especifiquei que não ia mudar de escola.
— Sina, você sabe muito bem que a Sabina é dramática. — Any diz.
— Vocês estão brincando com a minha dor. — Sabina diz e coloca a mão no coração.
— Saby, ser dramática é ser exagerada nas suas queixas, é fazer drama, é ser angustiante, é tornar comoventes seus relatos, é tentar enternecer e sensibilizar o outro. Dramática é uma palavra derivada de “drama”, que vem do grego “drâma” que significava “ação”, sendo usada originalmente com relação à arte teatral. Sendo assim, você não está sentindo dor. — Alex diz sem nenhuma expressão.
O Alex é a pessoa mais inteligente da minha turma, ele sempre sabe todas as respostas e vive explicando coisas que a gente já sabe, só que de um jeito entediante.
— Alex, tem horas que você precisa parar de ser assim. — Sabina diz.
— Assim como? Inteligente? — pergunta confuso.
— É! A sua inteligência dá interferência no meu cérebro.
— Eu não tenho culpa se você é burra.
Ele não sabe identificar quando os outros estão tristes e nem quando estão sendo debochados ou sarcásticos. Tinha vezes que ele nos magoava com a sua total sinceridade, mas com o tempo a gente foi aprendendo a lidar com o jeito dele.
— Vamos acabar com esse assunto. — Hina diz.
— Exato! Até porquê, temos um assunto mais importante para conversar. — Any diz.
— E que assunto seria esse? — pergunto.
— A merda que o diretor fez. — Krystian responde e revira os olhos.
— Outra?
— Sim! Ele só sabe fazer merda e quem paga é a gente. — Joalin diz.
— O que ele fez de tão grave dessa vez? — pergunto enquanto andamos em direção a sala de aula.
— Ele simplesmente decidiu mudar as turmas. — Any diz e revira os olhos.
— No meio do semestre? — pergunto incrédula.
— Sim, e isso vai atrapalhar todos os meus honorários de estudos. — Alex diz, parecendo irritado.
Nunca dá para saber quando ele está sentindo algo, pois o mesmo nunca demonstra nada.
— Claro, até porquê ficar um dia sem estudar iria mudar muita coisa na sua vida. — Joalin diz em um tom debochado.
— Exato! — ele diz sem perceber que ela foi debochada.
— Enfim, o diretor decidiu que vai separar as pessoas mais encrenqueiras das pessoas mais comportadas ou medianas. — Hina explica.
— E por que ele decidiu isso do nada? — pergunto confusa.
— Você voltou do recesso muito desatualizada. — Sabina comenta.
— Eu estava totalmente ocupada por causa da mudança.
— Voltando ao assunto, ele decidiu fazer isso para tentar abaixar o nível de bullying que anda acontecendo na escola. — Any diz.
— Dizendo ele, que os alunos sofrem mais bullying em sala de aula do que fora. — Joalin diz.
— Isso não vai me ajudar em nada. — Alex diz e entramos na sala.
— A gente tenta fazer eles pararem de te encherem o saco, mas você sabe que ninguém aqui é forte o bastante para meter medo neles. — Krystian diz e se senta em uma cadeira.
— Eu sei, mas é doloroso ficar apanhando todos os dias. — diz e abaixa a cabeça.
— Se eu pudesse, matava cada um deles. — Any diz.
— E eu ia ajudar a enterrar. — Sabina diz.
— Pena que homicídio dá cadeia, então vocês não vão fazer isso. — Joalin diz.
Alguns minutos depois, os meninos da sala que fazem bullying com o Alex entram rindo e bagunçam o cabelo dele.
— Otários... — sussurro assim que eles passam por mim.
O Alex sempre senta na cadeira da frente que fica no meio da sala, a Any senta atrás dele e eu me sento atrás dela. O Krystian senta do meu lado esquerdo e a Sabina senta na frente dele. A Joalin senta do lado direito da Any e a Hina senta na frente dela, ao lado do Alex.
Sempre somos os primeiros a entrar na sala para sentarmos nos nossos lugares, já que os professores nunca marcam o lugar dos alunos.
— Você disse alguma coisa, Sina? — um deles pergunta.
— Disse, mas você não merece saber. — falo sendo grossa.
— Você está se achando de mais para uma va... — ele não termina de falar, pois o professor entra na sala.
— Opa! Palavrão na minha aula é proibido. — ele diz e o sinal toca, fazendo o restante dos alunos entrarem.
O professor Maison dá aula de inglês e redação. Confesso que não gosto muito, mas o professor é tão legal que faz eu me interessar pela matéria.
— Professor, ela me respondeu de um jeito escroto. — o garoto diz.
— Tenho certeza que você fez uma pergunta que mereceu essa resposta. — diz e eu seguro o riso.
— Acontece que eu não sou o tipo de homem que aceita ser desrespeitado por uma mulher. — diz, me fazendo revirar os olhos.
— Você é muito jovem para ter esse tipo de pensamento.
— Sou maduro o suficiente para saber que as mulheres não passam de va... — ele não termina de falar, pois o professor o interrompe.
— Chega! Falta de respeito não! O respeito é uma opção de cada um e o seu comportamento é muito, muito grave. — diz com seriedade.
— Qual é, vai começar a fazer discurso? — pergunta em um tom debochado.
— Não, vou fazer melhor que isso. — diz e abre a porta da sala. — Pra fora.
— É sério isso?
— Nunca falei tão sério na minha vida.
— Meu pai vai ficar sabendo disso. — diz, como se fosse uma ameaça.
— O seu pai pode ser o presidente, mas em sala de aula, você é apenas um aluno e eu sou a autoridade. — diz com uma expressão séria. — Anda, Taylor! Pra fora!
— Isso não vai ficar assim. — diz saindo da sala e o professor fecha a porta.
— É isso aí, professor! — Krystian diz e todos os alunos comemoram.
— Chega, chega, chega! Eu não fiz isso para parecer maior do que ninguém, fiz apenas porquê não aceito esse tipo de comportamento na minha aula, e se eu ver mais alguém descriminando outro aluno, vai pra fora da sala, entenderam?
— Sim, senhor! — todos respondem ao mesmo tempo.
— Agora, vamos começar a aula. — diz e todos reclamam. — Vocês não estavam comemorando agora a pouco?
— É porque a aula não tinha começado. — Sabina diz.
— Fiquem tranquilos que na aula de hoje vocês não irão fazer nada, eu apenas irei passar uma redação para vocês fazerem.
— Qual vai ser tema? — pergunto.
— Boa pergunta. Vamos lá, quem aqui gosta de romance? — pergunta e a maioria das meninas levanta a mão.
— Romance é muito brega. — um dos meninos da sala diz.
— Então, quem aqui gosta de morte e tragédia? — pergunta e todos os meninos levantam a mão.
— Professor, o senhor mesmo disse que a gente tem que escrever assuntos que a gente tenha conhecimentos sobre. — Joalin diz.
— Você tem razão. Mas, eu tenho o livro perfeito para vocês lerem.
— Que seria? — Hina pergunta.
— Romeu e Julieta. — diz e todos reclamam.
— Essa história é antiga, professor. — uma das meninas da sala diz.
— Mas é um clássico de... Será que alguém pode me dizer? — pergunta e só o Alex levanta a mão. — Alex.
— William Shakespeare.
— Exatamente. Um dos pouquíssimos homens que sabia "pouco" sobre o amor. — diz sorrindo, e fez um sinal de aspas quando falou pouco.
— Ser ou não ser, eis a questão. — falo e ele me olha.
— Olha só, temos uma amante de Shakespeare aqui.
— O único livro que li dele foi Hamlet, e eu nem completei a leitura. — falo e ele abaixa a cabeça, como se estivesse chateado.
— Quem aqui já leu uma obra de Shakespeare por completo? — pergunta e só o Alex levanta a mão. — Gente, vocês estão no segundo ano do ensino médio e nunca leram uma obra de Shakespeare?
— Professor, os livros são antigos e as palavras são confusas. — Any diz e todos da sala concordam.
— Isso é porquê os livros têm uma linguagem politicamente correta, que hoje em dia é massacrada por abreviações. Aliás, eu não quero ler mais nenhuma redação com V e C ou o que juntos. — diz e todos reclamam.
— Ah, não! — Krystian reclama.
— Ah, sim! Vou repetir, vocês estão no segundo ano do ensino médio e não podem cometer esses tipos de erro. Nesse bimestre vamos aprender mais sobre Shakespeare, sobre o poder da vírgula e a regra do porquê, que vocês tanto erram. — diz e o sinal toca, indicando que a aula acabou. — Bom, eu vou dar uma semana para vocês lerem Romeu e Julieta e fazerem uma redação sobre o que acharam.
— Professor, antes de o senhor ir, poderia nos dizer quando vão entregar a lista com os nomes das pessoas que vão ter que mudar de turma? — pergunto.
— Se eu não me engano, vocês vão receber na última aula de sexta-feira, porque na próxima semana todos vão trocar de turma. — diz e todos assentem, entendendo. — É isso, gente. Até a próxima aula!
— Tchau, professor! — todos falam ao mesmo tempo e ele sai da sala.
— Tomará que a gente fique na mesma sala. — Sabina diz.
— Se não ficarmos, eu vou arrumar briga com o diretor. — Krystian diz.
Ficamos conversando por alguns minutos até o professor de matemática entrar na sala. Eu amava matemática, mas o professor Colin é tão chato que eu comecei a odiar a matéria.
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Assim, esse final ficou meio bosta, mas está aí. Gostaram?
Desculpem se tiver algum erro e não esqueçam de votar, bjs💜
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