𝗘𝗵𝗮̄
❝𝖮 𝗆𝖾𝗎 "𝗇𝖺𝖽𝖺” 𝖾́ 𝗌𝖾𝗆𝗉𝗋𝖾 𝖼𝗁𝖾𝗂𝗈 𝖽𝖾 𝗍𝗎𝖽𝗈.❞
Carenciou.
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☪ ━ 𝖲𝗂𝗇𝖺'𝗌 𝗉𝗈𝗏'𝗌 ❖
Já se passou uma semana desde que aconteceu aquele incidente no elevador.
Depois daquilo, sempre que eu via o Noah na escola, eu fingia que não estava vendo ele e desviava o olhar quando ele olhava para mim.
Eu e o meu pai nos mudamos muitas vezes, então eu nunca liguei muito para garotos ou coisa do tipo. Sempre fiquei focada em apenas deixar os meus estudos em dia.
No entanto, que eu fiquei muito nervosa quando ele me deu um selinho. Eu sei que foi sem querer, mas isso não me impediu de ficar com vergonha.
Um dos meus maiores medos é me apaixonar por alguém e depois ter que me mudar de novo. Isso seria horrível!
Sei que muitos relacionamentos à distância funcionam, mas esse com certeza não seria o meu caso.
Aliás, nem sei porquê eu estou falando de amor, não é como se eu tivesse apaixonada apenas por dar um selinho - que nem era para acontecer - em alguém.
— Sina! — escuto alguém me chamando e sinto algo pulando nas minhas costas.
Tropeço nos meus próprios passos e caio no chão com a pessoa em cima de mim.
— Sabina! — a repreendo quando vejo que foi a mesma quem pulou em cima de mim.
— Desculpa. É que eu fiquei muito feliz. — diz se levantando e me ajuda a levantar logo em seguida.
— Por quê? — pergunto com o cenho franzido.
— Você não viu a lista das turmas novas? — Krystian pergunta chegando perto de nós junto com os outros.
— Não tive tempo.
— A gente vai ficar na mesma turma! — Sabina diz animada e me abraça.
— Isso é ótimo. — falo sorrindo.
— Acho que para você nem tanto. — Any diz.
— Por quê?
— Então, sabe aquele garoto que você beijou no elevador? — Any pergunta.
— Chamado Noah Urrea. — Krystian diz e eu reviro os olhos.
Eu nunca devia ter contado aquilo para eles!
— O que tem ele?
— Ele está na nossa turma. — Hina diz e eu arregalo os olhos.
Puta merda!
— E os amigos dele também. — Joalin diz.
— Eu fiquei sabendo que a Sofya Plotnikova é amiga deles e que ela é muito inteligente, o que significa que eu finalmente vou poder estudar com alguém a minha altura. — Alex diz e sorri.
— Ih, garanhão! — Sabina diz e todos dão risada, menos o Alex.
— Segundo o dicionário informal, garanhão significa homem mulherengo, que tem vários relacionamentos, homem pegador, sensual ou um cavalo destinado e escolhido para reprodução. Sendo assim, está claro que eu não sou nenhum dos dois, então não sei o porquê de você dizer isso. — diz com uma expressão séria.
— Você é tão sem graça. — Sabina diz e revira os olhos.
— Voltando ao assunto, a Sina vai ver o Noah e dessa vez ela não vai poder fingir que ele não existe. — Any diz.
— Vocês vão construir uma linda história de amor e vão viver felizes para sempre. — Joalin diz.
— Não se iluda. — falo e saio dali.
— Sina, você sabe que vai chegar uma hora onde você vai ter que encarar ele depois do pequeno selinho que vocês deram. — Any diz.
— Por que você não fala do seu quinto encontro com o Josh? — pergunto, querendo mudar de assunto.
— Ah, não é muito interessante. — diz e dá de ombros.
— Como não? Vocês vão sair pela sexta vez amanhã. — Joalin diz.
— Ele está muito afim de você. — Krystian diz olhando para a cacheada ao meu lado.
— Claro que não. — diz e revira os olhos.
— Alex. — Sabina o chama.
— Pelos meus cálculos, se ele não estivesse interessado em você, pararia de te chamar para sair na segunda vez. Vocês já dormiram juntos, o que significa que ele provavelmente não está saindo com você só para te jogar fora depois.
— Quem pode garantir isso?
— Os meus cálculos! Tem exatamente noventa e oito por cento de chance de ele estar te chamando para sair porque ele gosta de você.
— Any, você não precisa ficar com vergonha de falar o que acontece entre vocês para a gente. — Sabina diz.
— Concordo. A Hina sempre nos diz o que ela faz com a Shivani. — Krystian diz.
— Krys! — Hina o repreende.
— O quê? Você fala. — diz e dá de ombros.
— Aliás, me explica uma coisa, vocês duas namoram? — pergunto olhando para ela.
— Não. Nós só estamos desfrutando da alta curiosidade do corpo feminino. — diz e desvia o olhar.
— Desfrutando? — Joalin pergunta com uma sobrancelha arqueada.
— Sim! Agora vamos logo para a sala. — diz e sai andando rapidamente.
— Ela deve estar ansiosa para desfrutar mais sobre a alta curiosidade do corpo feminino. — Sabina diz e damos risada.
O sinal bate e eu suspiro com a ideia de ter que estudar na mesma sala que o Noah.
Nós entramos na sala e nos sentamos nos nossos lugares de sempre. Logo depois, todo o resto da turma entrou e o professor Maison entrou logo em seguida, fechando a porta atrás de si.
O Noah está sentado do meu lado direito e eu sei que ele está me olhando, mas eu não o olho de volta e apenas presto atenção no professor, que está encostado na frente da mesa nos olhando.
— O que move as pessoas? — o professor perguntar.
— O amor. — Noah responde e todos olham para ele.
— Temos um romântico na classe! — o professor diz indo até ele. — Que vergonha, meninas. Eu achava que a resposta viria de uma de vocês.
— Não foi dessa vez, professor. — Shivani diz e ele volta para a frente da mesa.
— A resposta do Noah foi boa, mas infelizmente, está meio correta. O que move as pessoas, o que move o mundo é... a insegurança. — diz, fazendo todos ficarem confusos.
— Como assim? — Any pergunta.
— E por que meio correta? — Josh pergunta.
— Porque é o amor que causa a insegurança, ou a falta de amor, ou o medo de não ser amado. E quando ficamos inseguros, fazemos as piores coisas do mundo. — de canto de olho, percebo o Noah me olhando, mas evito olhar para ele de volta. — Tudo, todas as coisas ruins, todas as atitudes erradas dos seres humanos vem da insegurança, vem do medo de ser enganado, vem do medo de ser deixado para trás, do medo de ficar sozinho.
— Mas tem gente que faz a coisa errada porque é má de nascença. — Krystian diz.
— Será? — pergunta e todos ficam em silêncio. — Eu não acredito que existem pessoas boas ou más, apenas pessoas felizes e infelizes. E as pessoas infelizes, são as mais inseguras. Isso vale para todo mundo, para mim, para vocês...
Todos ficam em silêncio apenas se olhando. Gosto do professor porque ele sempre nos ensina alguma coisa para a gente levar para o resto da vida.
Olho para o Noah e ele dá um pequeno sorriso, fazendo eu desviar o olhar rapidamente.
— Agora, continuando a aula passada. Para Otelo e para Iago. — o professor começa a dizer e todos reclamam. — Vocês acharam que essa conversa toda não tinha nada a ver com a aula, né? Pois é! A gente estava falando de Otelo e como o ciúme provocado por Iago fez com que ele matasse Desdêmona.
— Não consigo entender isso. Matar por causa de ciúmes. — Joalin diz e revira os olhos.
— É, mas lembre-se que é só uma peça de teatro e que serve justamente para mostrar a que ponto chega a condição humana.
— Mas era exatamente isso que o Krystian estava falando. Iago era mal. — Bailey, um amigo do Noah diz.
Depois que eu contei tudo o que aconteceu no elevador, o Krystian e a Joalin me obrigaram a memorizar quem era os amigos do Noah.
Como se isso fosse mudar alguma coisa na minha vida.
— Eu não acredito que ele tenha armado isso tudo porque ele era mal. O ódio dele começou quando Otelo promoveu Cássio e não ele. De novo a insegurança, de novo o medo de ser deixado para trás.
— Isso foi sacanagem. — Savannah diz.
— E Otelo era bom, não era? A peça começa contando o quanto ele era nobre, corajoso, leal e como o amor dele e de Desdêmona era perfeito. Como é que um homem desse acredita que a própria mulher estava traindo ele?
— Ninguém gosta de ser traído, professor. — Hina diz.
— Pois é, mas a pior traição é a que acontece aqui. — diz e aponta para a própria cabeça. — Dentro da nossa cabeça. Porque, no fundo, estamos traindo a nós mesmo, traindo a confiança que temos em nós, traindo a confiança que temos nas pessoas que amamos. E a pergunta é, por que fazemos isso?
— O ser humano é idiota e muito burro ao ponto de não saber pensar. — falo e todos me olham.
— Discordo! Eu sou muito inteligente e sei pensar muito bem antes de dizer as coisas. — Sofya diz.
— Eu também. — Alex diz, concordando com a mesma.
— Vocês não contam. — um garoto que eu não faço ideia de quem seja diz.
— Concordo com o Zane. — Savannah diz e ele sorri para ela.
— Você sempre concorda com tudo que ele diz. — Bailey diz e ela joga uma bolinha de papel nele.
— Vamos voltar a aula? — o professor pergunta estalando os dedos.
— Não! — todos respondem ao mesmo tempo.
— Qual é, gente? Eu pensei que vocês gostassem de mim. — diz e coloca a mão no peito.
— A gente te adora, professor. Só não gostamos de estudar. — Joalin diz e todos concordam.
— Falem por vocês. — Alex diz.
— O estudo resume a vida. Se você não estuda, você não aprende a fazer nada. — Sofya diz.
— Exatamente! Tudo o que você diz ou faz, foi porque teve que ver alguém fazendo ou falando. — Alex diz.
— Eles estão certos! Então, vamos voltar para a aula. — o professor diz e todos reclamam.
— Escrever é muito chato! — Krystian reclama.
— Tudo bem. Então, vamos encenar.
— Como assim? — Alex pergunta.
— Já que vocês não querem escrever, eu vou dar um trecho de uma história para vocês encenarem e eu vou escolher as duplas.
— Professor, eu prefiro escrever mil páginas do que fazer isso. — falo.
— Só por isso, você vai ser a primeira. — diz e eu nego com a cabeça rapidamente.
— Me recuso a passar por essa humilhação.
— Atuar não é uma humilhação, e sim arte. — Noah diz.
— Gostei disso. Então, venham vocês dois aqui para frente. — o professor pede e eu vejo o Noah sorri.
— Não, eu estou bem aqui. — falo e Noah revira os olhos.
— Vamos logo, Sina. — ele diz e me puxa pelo braço.
Suspiro e desisto, indo até à frente da sala. Eu e o Noah ficamos um de frente para o outro e o professor nos entregou uma folha de papel.
— Vocês vão interpretar a famosa cena de Romeu e Julieta no jardim dos Capuletos. — o professor diz e nós assentimos.
— Que silêncio... Que luz brilha através daquela janela? Surge claro sol, e mata de inveja a lua, vendo que tu, tua serva, és mais linda que ela! — Noah lê a fala que estava no papel.
— Ai de mim, Romeu!
Isso é ridículo!
— Oh, fala outra vez, anjo de luz, pois é assim que te vejo. És o mensageiro alado do céu.
— Romeu, Romeu! Ah! Por que és tu Romeu? Renega o pai, despoja-te do nome; ou então, se não quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser logo.
— Continuarei a ouvi-la ou falo com ela agora?
— Somente teu nome é meu inimigo. Como desejo que tivesses outro nome. Renega teu nome odiado que não faz parte de ti, e me terás inteira.
— Então me chama somente de amor e serei de novo batizado.
— Conheço o som desta voz! Não és Romeu? Não és um Montechio?
— Nem um, nem outro, se os dois te desagradam.
— És louco! Como chegaste aqui? Corres perigo. Se algum de meus parentes te encontrar aqui, seria a morte.
— Ah, mais perigos há em teus olhos que em vinte espadas. — Noah diz olhando nos meus olhos.
— Por coisa alguma desejo que te vejam aqui, Romeu.
— Basta me olhar com tua doçura que estarei protegido de tanto ódio.
— És louco.
— Prefiro que minha vida seja encurtada por um Capuleto que longa, longe do teu amor.
— Como chegaste aqui?
— O amor me guiou. Meu amor, tens, eu juro...
— Não jures... Embora suas juras me deixem feliz.
Noah não olha para o papel, ele fica apenas me encarando, como se estivesse hipnotizado e seus pensamentos estivessem há milhões.
— Noah. — o professor o chama.
— Sim? — pergunta sem desviar os olhos do meu.
— A sua fala.
— Ah... — murmura e volta a atenção para o papel. — Posso retirar se assim desejas, só para dizer-te outra vez.
— Vocês foram ótimos! — o professor diz e pega as folhas das nossas mãos.
O Noah fica me olhando por um tempo até que eu decido quebrar o contato visual indo em direção a minha cadeira.
Isso foi extremamente estranho!
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Esse final ficou bem merda, mas quem se importa, né. Eu estava sem criatividade, então é isso?
Gostaram? Sejam sinceros.
Desculpem se tiver algum erro e não esqueçam de votar, bjs💜
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